Fala da Presidência durante a 193ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Recebimento da edição do livro O Ateneu, de Raul Pompéia, obra integrante da Coleção Biblioteca Popular, uma iniciativa do Senador Geraldo Mesquita Júnior.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
EDUCAÇÃO.:
  • Recebimento da edição do livro O Ateneu, de Raul Pompéia, obra integrante da Coleção Biblioteca Popular, uma iniciativa do Senador Geraldo Mesquita Júnior.
Publicação
Publicação no DSF de 18/10/2008 - Página 40721
Assunto
Outros > EDUCAÇÃO.
Indexação
  • AGRADECIMENTO, GERALDO MESQUITA JUNIOR, SENADOR, HOMENAGEM, ENTREGA, LIVRO, ORADOR.
  • DEFESA, IMPORTANCIA, LEITURA, EDUCAÇÃO, SAUDAÇÃO, CRISTOVAM BUARQUE, SENADOR, EMPENHO, PROMOÇÃO, SETOR, AGRADECIMENTO, GERALDO MESQUITA JUNIOR, CONGRESSISTA, ELOGIO, INICIATIVA, INVESTIMENTO, GABINETE, ESTADO DO ACRE (AC), CRIAÇÃO, BIBLIOTECA, ACESSO, POPULAÇÃO.
  • COMENTARIO, LEITURA, LIVRO, BIOGRAFIA, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, VIDA PUBLICA, VALORIZAÇÃO, EDUCAÇÃO.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Agradeço o livro e quero dar o testemunho da grandeza - Padre Antônio Vieira disse que palavra sem exemplo é como um tiro sem bala - e dizer do exemplo do Senador Cristovam. Ele é o educacionista que V. Exª diz. Ele é um grande educador, porque o grande educador é aquele que primeiro educa a si mesmo.

Geraldo Mesquita, um dos grandes prazeres que tive foi conhecer o Estado do Acre, sua história libertária, de luta e guerra do Galdez.

            Mas a verdade: palavra sem exemplo é como tiro sem bala. Ele é talvez, sem dúvida, o Senador que melhor emprega aquela verba para escritório político nos Estados que representamos. Ele tem uma biblioteca à disposição. Além de ser uma biblioteca formal, de livros, nela se ensina à juventude a tecnologia moderna do computador. Acompanhei uma solenidade em que ele chamava a sociedade, a comunidade a se aproximar do livro.

Em uma homenagem extraordinária, nesta sessão que tem grande repercussão pelos pronunciamentos, citaria aquele, Marco Maciel... V. Exª foi o melhor Vice-Presidente da história deste País, e este aqui foi o melhor Presidente da República deste País. Presidente Luiz Inácio, a ele foi oferecida a reeleição: ele não quis e passou a faixa ao adversário. O que o Juscelino Kubstichek diz... Este livro foi escrito por Affonso Heliodoro, o seu Cirineu, seu companheiro, seu militar.

Vou dizer por que comprei este livro, Marco Maciel. Eu tenho uma das medalhas mais importantes da democracia. O Memorial JK, comemorando seu centenário, deu duas ao Congresso: uma, merecidamente, por laços familiares, ao Vice-Governador Paulo Octávio, engenheiro.

Então, eu jamais pensaria receber a outra, porque homens proeminentes, inclusive o Senador Antonio Carlos Magalhães, a desejavam. Então, eu jamais pensei ganhar de Antonio Carlos Magalhães. Jamais, Marco Maciel! Então, pela luta dele, ele conviveu, pela força política bem maior do que a nossa - a Bahia, a história. E o Paulo Octávio advertia que o meu nome estava em pauta, mas eu, dentro da realidade, mesmo sendo otimista, jamais...

Na véspera da entrega, eu recebi a visita do Affonso Heliodoro dizendo que eu tinha ganhado. Eu nem convidei ninguém do Piauí, porque foi na véspera e não ia porque eu não esperava ganhar. Aí ele disse que o critério foi o seguinte: ele estava observando o memorial aqui, e eu era o Senador que mais tinha citado Juscelino Kubitschek. Ele garantiu de tal maneira que eu recebi, e isso é um fato de orgulho para mim, para o Piauí e para este Congresso.

Então, eu vi este livro e comprei-o logo. Foi o Affonso Heliodoro que decidiu, amigo dele. Eu já li muitos livros do Juscelino, inclusive os três que ele escreveu para entrar na Academia de Letras; e a mais vergonhosa eleição foi aquela em que, na hora “h”, tiraram os votos de Juscelino Kubitschek. Mas ele diz aqui, o Heliodoro, o Cirineu dele, quanto a livros - o Cristovam Buarque disse que eu citava, foi muito oportuno e me deu coragem, atentai bem, Professor Cristovam:

Continuava estudando e lendo. Leu todos os livros disponíveis em Diamantina. Dos particulares e das bibliotecas da cidade. Com os poucos livros que tinha criou um interessante sistema de troca, através do qual pôde ler várias obras. Diamantina orgulhava-se de sua cultura. Lá eram poucos os analfabetos.

E esse é o grande exemplo que o livro dá. E, mais adiante, diz o seguinte - ele ressalta isto que é lido e é muito atual para fazermos uma reflexão do Brasil, Marco Maciel. “Lá [em Diamantina] ninguém vivia à toa.” Acabou-se o ouro, acabaram-se os diamantes, Professora Marisa Serrano, mas a gente de Diamantina fez a riqueza e o exemplo de Minas - a gente de Diamantina. Sófocles já dizia que muitas são as maravilhas da natureza, mas que a mais maravilhosa é o homem. Então, é a gente lá de Diamantina. Lá ninguém ficava à toa.

Marco Maciel e Cristovam Buarque, do Nordeste, atentai bem: a nossa gente está à toa. Não está amando mais o estudo e o trabalho. Por isso, nos revolta. Diz o livro:

Em Diamantina, quem não se dedicava aos estudos trabalhava. Aos meninos mais pobres, era usual o aprendizado de algum ofício. E foi nesse ambiente de trabalho, de fé religiosa, de preocupação com o saber, que Juscelino viu passar os seus primeiros anos de vida.

Então, agradeço ao nosso Geraldo Mesquita e quero dizer agora que Padre Antônio Vieira disse que um bem nunca vem só. Atentai bem aqui. Nós não estamos para brincadeira. Sou do PMDB e, antes de Ulysses, eu já enfrentava a ditadura lá na minha cidade, em 1972. Marco Maciel, aliás, eu fui uma vez defender o nome de V. Exª para candidato a Presidente da República - num plebiscito. Eu conquistara outra vez a Prefeitura com apoio do seu Partido.

Então, quero dizer o seguinte: se vi o exemplo de Ulysses Guimarães ser anticandidato em 74, com Sobral Pinto, eu defendo a candidatura do nosso Partido à Presidência da República. Quantitativamente, estão aí os números, e qualitativamente somos melhores. Jamais pactuarei com qualquer acordo. Se eu defendo a candidatura à Presidência da República deste Senado, jamais... Meu candidato está aqui, Geraldo Mesquita; tem Pedro Simon, tem Jarbas Vasconcelos, tem Sarney, do PMDB. Se o PMDB abdicar, vamos buscar seqüência aqui. Do Democratas, está aí o nome: Marco Maciel, que engrandece a democracia. Depois, vamos ao PSDB. Está aí uma mulher vibrante, Marisa Serrano, e aí é que se vai pensar no PT, e no PT do quadro.

Olha, Rui Barbosa que está lá em cima disse - aprenda, Wellington Salgado, eu sei que você é de Minas, tem muita história, mas aprenda - que o homem que não luta pelos seus direitos não merece viver. Então, é direito do meu Partido. Está aqui o meu candidato: Geraldo Mesquita. E se você abdicar e me apoiar, eu aceito.

Convidamos para usar da palavra Marco Maciel, essa figura que enriquece este Senado, a democracia brasileira, que foi a grandeza do Nordeste e a esperança de tirar o nosso povo de ficar à toa. Acreditamos no estudo e no trabalho. Foi isso que aprendemos com líderes como V. Exª, que fizeram os princípios democráticos de coragem dos nordestinos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/10/2008 - Página 40721