Discurso durante a 200ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Balanço dos resultados obtidos no primeiro turno pelo Partido da República, nas últimas eleições municipais na Bahia. (como Líder)

Autor
César Borges (PR - Partido Liberal/BA)
Nome completo: César Augusto Rabello Borges
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Balanço dos resultados obtidos no primeiro turno pelo Partido da República, nas últimas eleições municipais na Bahia. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 29/10/2008 - Página 41515
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • BALANÇO, ELEIÇÃO MUNICIPAL, ESTADO DA BAHIA (BA), APRESENTAÇÃO, DADOS, RESULTADO, VITORIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO REPUBLICANO (PRE), INCLUSÃO, COLIGAÇÃO PARTIDARIA, ANUNCIO, COMPROMISSO, ORADOR, QUALIDADE, PRESIDENTE, COMISSÃO EXECUTIVA, AMBITO ESTADUAL, APOIO, CANDIDATO ELEITO, PREFEITO, VICE-PREFEITO, VEREADOR, COMENTARIO, PROCESSO ELEITORAL, CAPITAL DE ESTADO, REELEIÇÃO, PREFEITO DE CAPITAL, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), EXPECTATIVA, AUXILIO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CRITICA, ATUAÇÃO, GOVERNADOR.

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O SR. CÉSAR BORGES (Bloco/PR - BA. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estou falando pela Liderança do PR, este Partido que presido a executiva baiana, no Estado da Bahia, desde outubro do ano passado.

Eu já deveria ter vindo a esta tribuna, Sr. Presidente, para falar dos resultados alcançados pelo Partido da República, pelo nosso Partido, na Bahia, no primeiro turno das eleições. Entretanto, esperei concluir todo o processo eleitoral do segundo turno, para vir à tribuna.

Com relação ao primeiro turno, Sr. Presidente, o PR fez, aproximadamente, 10% das prefeituras baianas - 41, para ser mais exato -, de um total de 417 prefeituras de cidades importantes, espalhadas em todo o território baiano. Participamos de diversas coligações, indicando vices.

Entre as Prefeituras, fizemos: Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Barrocas, que são Municípios novos; Muritiba, Muniz Ferreira. São vários Municípios na Chapada Diamantina: Morro do Chapéu, Miguel Calmon, Piritiba - uma querida cidade, onde iniciei minha vida pública e que fez um Prefeito do PR. No São Francisco, também fizemos Casa Nova e Remanso. Fizemos Prefeituras importantes, como Campo Formoso, Ipirá, Milagres, Boquira. Em torno de Feira de Santana, Coração de Maria. No Baixo Sul, a importante cidade de Valença, Igrapiúna, Wenceslau Guimarães - já citei Muritiba e Muniz Ferreira. Também Catu, Cícero Dantas, Sátiro Dias.

Além, como eu disse a V. Exª, dos vice-prefeitos. E cito a indicação do Vice-Prefeito, numa chapa composta com os Democratas, para a segunda maior cidade do Estado, a importante cidade de Feira de Santana, onde o PR, sem sombra de dúvida, vai dar contribuição decisiva à futura administração que, tenho certeza, terá sucesso. Refiro-me ao Deputado Estadual e agora eleito Prefeito Tarcísio Pimenta, que terá a responsabilidade de dar continuidade à excelente administração efetuada pelo Prefeito José Ronaldo, do Democratas, que fez aliança com o PR, indicando o vice.

Portanto, considero que nosso Partido saiu vitorioso. Um embate difícil, sem grandes instrumentos para fazer luta política, a não ser a vontade de ter o voto e a consciência livre do cidadão, mas tivemos participação importante.

Quero reafirmar que estaremos juntos a esses Prefeitos, estaremos juntos aos nossos Vice-Prefeitos e àquelas chapas que apoiamos, para que possam fazer uma gestão à altura das expectativas de suas cidades.

Destaco aqui a composição que o PR fez com o PCdoB na cidade de Juazeiro. Indicamos a Vice, na pessoa de D. Maria Gorete, e elegemos o Prefeito Isaac, na cidade de Juazeiro, numa aliança PCdoB e PR, portanto, uma cidade muito importante. Quero que eles saibam que terão sempre nosso apoio e o do Partido ao lado dos Prefeitos, dos Vice-Prefeitos e dos Vereadores eleitos pelo nosso Partido.

Com relação à capital do Estado, Sr. Presidente, o PR procurou manter sua coerência. No primeiro turno, ouviu os companheiros do Partido, os Deputados Federais, em especial aqueles com reduto eleitoral com base na cidade de Salvador, ouviu os Deputados Estaduais, ouviu nossos amigos correligionários, apoiamos a candidatura do jovem Deputado Federal Antonio Carlos Magalhães Neto, que fez uma campanha brilhante, uma campanha de proposições, sem ataques pessoais a quem quer que seja, mantendo o alto nível da campanha. Ele esteve, em todos os momentos, apresentando à população de Salvador o que ele pensava que poderia fazer por Salvador e o que poderia ser feito de forma diferente, de forma melhor e apresentou suas proposições da maneira mais elegante e correta possível. Entretanto, apesar de ter mantido sempre a liderança durante a eleição, ele não contava com instrumentos fortes de poder para alavancar sua candidatura de tal forma que permitisse disputar com aqueles que detinham o poder, seja municipal, seja estadual. Esse dois poderes, o poder estadual, apoiou a candidatura do Deputado Valter Pinheiro, pelo PT, e apoiou o Prefeito municipal do PMDB, o Prefeito João Henrique, candidato à reeleição.

O nosso candidato, ACM Neto, teve um desempenho brilhante, obtendo aproximadamente 27% dos votos, mas não logrou êxito para alcançar o segundo turno. Aí, era necessária uma definição. Mais uma vez, o PR, por intermédio deste Presidente, procurou ouvir os Deputados Federais, os Deputados Estaduais e, de forma coerente, já que o processo eleitoral nos exigia uma definição, fomos acompanhar a candidatura que abraçou as propostas apresentadas pela nossa coligação no primeiro turno. Apoiamos a candidatura, a reeleição do Prefeito João Henrique, candidato do PMDB, num amplo leque, numa ampla coligação.

O Prefeito João Henrique teve uma atuação, no início do seu Governo, com dificuldades, até por conta de alianças que formou. Entretanto, no final do seu Governo, houve uma recuperação muito grande e a sua administração mostrou sensível melhora. Com isso, ele conquistou o eleitorado da capital.

Tanto o candidato ACM Neto, como o PR e como os outros partidos que compunham a coligação fomos, de forma unânime, praticamente, apoiar a candidatura do Prefeito João Henrique, com poucas defecções, algumas, é bem verdade, por conta da pressão do próprio poder estadual, que tinha prometido, inicialmente, ficar fora da contenda municipal, porque, segundo ele, tinha três candidatos a Prefeito e apenas um adversário - lamentavelmente, foi assim que o Governador do Estado rotulou a candidatura do Deputado ACM Neto.

Entretanto, no segundo turno, despontaram dois candidatos. Quando foram apresentados os dois candidatos da base de apoio ao próprio Governador, ele optou pelo candidato do PT e jogou toda a máquina do Estado para tentar fazer vitoriosa essa candidatura, a ponto de os jornais e toda a mídia baiana, ao final das eleições, perguntarem: “Quem ganhou e quem perdeu?”

Sem sombra de dúvida, o Prefeito João Henrique, do PMDB, ganhou as eleições, com o apoio decisivo do Ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, que aportou recursos importantes para viabilizar a administração municipal - o que só merece aplauso, porque obras que vêm a bem da população nós temos de aplaudir e não sermos contra ela. O Deputado ACM Neto, eu e o ex-Governador Paulo Souto também lhe emprestamos o nosso apoio, porque ele tinha exatamente as propostas que nós havíamos apresentado no primeiro turno. Elas foram abraçadas por ele e sentimos que essa era a vontade do povo de Salvador.

Não foi esse o entendimento, na verdade, do Governador, que se lançou de corpo e alma a apoiar o candidato do seu Partido, o Partido dos Trabalhadores.

O resultado é, Sr. Presidente, que as urnas disseram que o povo de Salvador queria exatamente aquela posição que nós adotamos, ou seja, a reeleição do Prefeito João Henrique, que ganhou de forma inquestionável as eleições com 17% de vantagem, algo em torno de 250 mil votos a mais que o candidato apoiado pelo Governo, que, realmente, fez todo o esforço possível.

Aí, os jornais, a mídia perguntaram: “Onde foi que Wagner errou? Onde errou o Governador?” De outro lado, diz: “Neto, um aliado importante e decisivo.”

O nosso apoio não se deu em troca de cargos, não se deu em negociatas e tampouco em compromissos para 2010. No dia-a-dia da política, com os acordos naturais, eles vão acontecer no momento oportuno, circunstancial, não às vésperas de uma eleição, com trocas de interesses e de cargos políticos.

Talvez, Sr. Presidente, tenha havido a tentativa de se impor uma candidatura a ferro e fogo por aqueles que se dizem republicanos, democráticos, mas que estiveram na administração do Prefeito João Henrique por praticamente três anos e meio e saíram, na última hora, para lançar um candidato, a ponto de a imprensa baiana dizer que, lamentavelmente, o clã do Partido do Governador é muito fechado e quer tudo para si. Os que chegam e se agregam são bem-vindos enquanto trazem riqueza e votos, mas são esquecidos ou marginalizados na hora de dividir o bolo. João Henrique, o Prefeito, era um filho renegado. Foi para o confronto das urnas e venceu. Os demais filhos adotivos ou afilhados aprenderam a lição, que já vale para 2010. É duro confiar num pai que renega o filho, ou seja, só para apoiar e nunca para ser apoiado.

Então, o resultado da eleição de Salvador prima pela manutenção da consciência e da vontade da população. Foi uma reeleição inquestionável e a nossa posição nos gratifica, Sr. Presidente, porque foi uma posição de coerência, apesar de todas as pressões, até aquelas existentes entre o primeiro e o segundo turno, quando, sem respeitar as decisões partidárias internas, o Governo do Estado tentava subverter a posição de partidários nossos, de correligionários nossos com oferecimento de cargos e participações no Governo Deus sabe de que tipo.

Mantivemos a nossa posição e hoje, muito contente, digo que a vitória foi inquestionável. Estaremos prontos para ajudar a administração do Prefeito João Henrique. Acho que é uma obrigação não só minha e de todos os que o apoiaram,...

(Interrupção do som.)

O SR. CÉSAR BORGES (Bloco/PR - BA) - ...é uma obrigação do Governador do Estado, é uma obrigação do Presidente da República, que, diga-se de passagem, nunca deixou de ajudar Salvador. A Presidência da República sempre foi uma parceira de Salvador. Tentaram dizer que não, que o Presidente Lula era quase que uma propriedade privada de um único partido, como se não fosse Presidente do povo brasileiro - o que ele é e tem de ser, e tem de ter essa postura de estadista. Ele pode ter o seu Partido, mas, como Presidente, institucionalmente, ele é parceiro de todos, parceiro do povo brasileiro.

Então, hoje, esperamos que todos, inclusive do Governo do Estado, possam ajudar, porque Salvador é uma cidade desigual. Aqui já foi dito pelo Senador Cristovam Buarque que a desigualdade, hoje, não é entre o campo e a cidade, entre a população do campo e a população da cidade. A desigualdade se encontra dentro das nossas cidades.

Salvador é uma cidade extremamente desigual. É preciso apoio muito grande do Governo Federal para que, somando forças com o Governo do Estado, se possa resgatar essa cidade.

É isto que espero para a minha querida capital, para Salvador: que as questões partidárias, pessoais, até, estejam muito aquém do interesse maior da população de Salvador.

Sr. Presidente, eu queria também, neste momento, dar esse relato. Eu não poderia vir aqui, após concluído o período das eleições municipais, e deixar de falar sobre a atuação do meu Partido, o PR, na Bahia, e também da atuação do PR na vitória, conquistada no segundo turno, do Prefeito João Henrique.

Muito obrigado, Sr. Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 29/10/2008 - Página 41515