Discurso durante a 11ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Encaminhamento à Mesa de documento endereçado à Fifa, preparado pelo Senador João Pedro, defendendo a cidade de Manaus para sediar a Copa de 2014. Sugestões para o enfrentamento da crise econômica. (como Líder)

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. ESPORTE. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Encaminhamento à Mesa de documento endereçado à Fifa, preparado pelo Senador João Pedro, defendendo a cidade de Manaus para sediar a Copa de 2014. Sugestões para o enfrentamento da crise econômica. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 20/02/2009 - Página 3113
Assunto
Outros > HOMENAGEM. ESPORTE. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • AGRADECIMENTO, HOMENAGEM, RECEBIMENTO, PAI, ORADOR, ARTHUR VIRGILIO FILHO, EX SENADOR, FUNDADOR, UNIVERSIDADE FEDERAL, ESTADO DO AMAZONAS (AM), VITIMA, PERSEGUIÇÃO, DITADURA, REGIME MILITAR.
  • SOLICITAÇÃO, INCLUSÃO, ANAIS DO SENADO, DOCUMENTO, ASSINATURA, BANCADA, ESTADO DO AMAZONAS (AM), INICIATIVA, JOÃO PEDRO, SENADOR, DESTINATARIO, PRESIDENTE, FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE FUTEBOL ASSOCIATION (FIFA), JUSTIFICAÇÃO, REIVINDICAÇÃO, CAPITAL DE ESTADO, SEDE, CAMPEONATO MUNDIAL, FUTEBOL.
  • COBRANÇA, PROVIDENCIA, GOVERNO FEDERAL, PROTEÇÃO, INDUSTRIA, POLO INDUSTRIAL, ESTADO DO AMAZONAS (AM), EFEITO, CRISE, SEMELHANÇA, AUXILIO, INDUSTRIA AUTOMOTIVA.
  • NECESSIDADE, URGENCIA, TERMINAL, EMBARQUE, DESEMBARQUE, PASSAGEIRO, MUNICIPIO, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), SUGESTÃO, APARELHAMENTO, JUSTIÇA FEDERAL, MUNICIPIOS, INTERIOR, COMBATE, ABUSO, COMPRA E VENDA, TERRAS, ESTRANGEIRO.
  • DEFESA, LIBERAÇÃO, RECURSOS, SUPERINTENDENCIA DA ZONA FRANCA DE MANAUS (SUFRAMA), BENEFICIO, POSSIBILIDADE, OBRAS, INFRAESTRUTURA, PREFEITURA.
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, QUESTIONAMENTO, NEGLIGENCIA, GOVERNO FEDERAL, COMBATE, CRISE, ECONOMIA, APREENSÃO, CRESCIMENTO, DESEMPREGO, AVALIAÇÃO, SITUAÇÃO, ECONOMIA INTERNACIONAL, CONTINUAÇÃO, PROBLEMA, REITERAÇÃO, DISPONIBILIDADE, BANCADA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), APOIO, PROVIDENCIA, GOVERNO, COBRANÇA, ORADOR, CORTE, GASTOS PUBLICOS, CUSTEIO, REDUÇÃO, JUROS.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente. V. Exª nem imagina como tocou na minha família e nos meus amigos a homenagem que V. Exª ontem prestou, com a generosidade de amigo e de companheiro que o caracteriza, ao meu pai, no encerramento da sessão de ontem. Afinal de contas, foi um resgate de mais de trinta anos.

A juventude do Amazonas não sabia que meu pai era o criador da Universidade do Amazonas. A ditadura fez tudo para transformá-lo num pária, ao cassá-lo, ao suspender seus direitos políticos, e, de repente, a verdade veio à tona. Hoje, o Amazonas está diferente, em situação econômica e social diversa, impulsionado pelo Pólo Industrial de Manaus e pela Universidade Federal do Amazonas, à qual se junta hoje a Universidade Estadual do Amazonas. Mas foi a Universidade Federal do Amazonas que virou a mola propulsora do desenvolvimento, inclusive formando a mão-de-obra técnica que hoje faz do meu Estado e da minha cidade um centro de tecnologia avançado neste País.

Agradeço a V. Exª de coração mesmo, como seu amigo e admirador.

Mas, Sr. Presidente, antes de tudo, encaminho à Mesa a versão em inglês do documento preparado pelo Senador João Pedro, meu colega de bancada do Amazonas, que teve a generosidade de solicitar que o Senador Jefferson Praia e eu assinássemos o documento endereçado ao Sr. Joseph Blatter, Presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), mostrando as razões pelas quais Manaus merece ser uma das subsedes da Copa de 2014. Trata-se de documento muito bem preparado, que faço questão de colocar nos Anais da Casa como homenagem à atitude diligente e correta do meu colega Senador João Pedro.

Do mesmo modo, Sr. Presidente, faço ainda um breve relato. Hoje, conversei com um amigo muito simples do Município de Borba, no Estado do Amazonas, e ele me dizia algumas coisas sábias. Faço questão de, ao citar seu nome, Alcemir, dizer que ele vê como necessário que, neste momento, cuidemos de algumas coisas no Amazonas. Para enfrentar a crise, que o Governo proteja - como faz com as montadoras - as empresas eletroeletrônicas e as empresas do Pólo Industrial de Manaus! Afinal de contas, o Pólo Industrial de Manaus faturou, no ano passado, algo acima de US$30 bilhões. Isso não é desprezível! Talvez, seja o terceiro pólo industrial do País. E ele dizia que os habitantes do interior do Amazonas não têm, até hoje, a dignidade para desembarcar suas cargas nem para o desembarque pessoal, o embarque e o desembarque.

Isso é humilhante para uma mulher grávida, para uma pessoa idosa. É realmente humilhante! Ele diz que tem de haver um terminal de passageiros decente em Manaus. Também falou que deveríamos aparelhar a Justiça Federal, para que ela se instalasse nos Municípios do Estado com mais ação do Governo Estadual, com mais ação do Governo Federal, para coibirmos abusos de compra e de venda de terras a estrangeiros, a exemplo do que aqui já denunciei desta tribuna, que terminou dando matéria ampla na televisão e nos jornais brasileiros a respeito, por exemplo, do Sr. Johan Eliasch, um sueco britânico que comprou terras monumentais entre Itaquatiara e Monicoré, no Amazonas, e a gente não sabe o que ele é, nem se sabe como ele conseguiu comprar tanta terra, se foi para fazer pirataria biológica, se foi por qualquer outra razão. A desculpa que ele dá é muito esfarrapada: a de que ele produz, Senador Goellner - e comprou em nome de uma ONG dele -, raquetes Head e esquis Head e a de que ele não quer ver o clima se deteriorar, porque isso prejudicaria a venda dos esquis dele. É uma resposta tão estúpida, que chego a pensar que uma pessoa não teria obtido a fortuna que ele obteve se fosse tão atrasada mentalmente assim. Então, é dever do Governo brasileiro saber o que ele faz ali e, se for o caso, tomar as terras dele - ou melhor, não as terras dele, mas as terras que pertencem ao Amazonas, ao Brasil - e não permitir esse vai da valsa de estrangeiro que chega e compra o que quer, como se fosse mesmo a casa da sogra. Na casa da minha sogra, eu me porto com muito respeito.

E, finalmente, me propõe o Alcemir que nós priorizemos algumas coisas daqueles inúmeros pontos da agenda de Governadores, priorizemos alguns pontos. Porque ele diz o seguinte: quem prioriza muito não prioriza nada.

Então, eu sugeriria que o governo, nessa hora de crise, descontingenciasse totalmente, cem por cento, os recursos da Suframa, que não são recursos orçamentários, são recursos obtidos de preços públicos, cobrados das empresas locais. Isso é muito doído para a nossa região. Vai para o Tesouro Nacional e é um dinheiro feito lá. Não tem nada a ver com o Orçamento do País. Isso seria de muita valia para toda a Amazônia Ocidental para propiciar a Prefeitos que fizessem obras de infraestrutura numa hora de crise e de escassez econômica.

Sr. Presidente, tomadas essas providências, eu analiso aqui com olhos bastante claros, bastante duros, talvez, mas com muita vontade de colaborar. Eu disse isso ao Presidente da República ao encontrá-lo na homenagem que ele prestou ao Presidente Álvaro Uribe, da Colômbia, que conta conosco para enfrentar a crise. Agora, é fundamental que nós olhemos com realismo.

Eu trago, aqui, alguns dados que eu julgo relevantes.

Bem, recentemente, saiu um research, do Morgan Stanley Bank, que prevê que a avaliação de crescimento do Brasil caia para crescimento zero em metade do ano. Bem diferente isso dos 4% que, ainda, ingenuamente, talvez, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, insiste em apregoar. Eu vejo que, quando alguém maquia, não enfrenta a crise, não admite a gravidade da crise, talvez, esse alguém esteja impedindo que atitudes sérias sejam tomadas, agora, para nós enfrentarmos a própria crise. Então, como não enfrenta a crise, a crise tende a ser mais grave.

Mas, muito bem! O dólar continua com tendência de alta, hoje, aproximando-se de 2,40, acima de 2,35, enfim. Nós temos o fato de que a Bovespa tem caído; caiu, nos últimos dias, cerca de 6% e está em torno de 40 mil pontos, podendo descer para 35 mil pontos.

Quanto à taxa de desemprego, amanhã se anuncia nova taxa; eu imagino que terá subido um por cento; então vai para 7,8%, 8%. É a primeira vez desde 1999 que a taxa de desemprego sobe no País. É bom que se registre: isso mostra o tamanho da crise e a gravidade dela. E a previsão que se faz entre pessimismo e realismo - eu prefiro essa medida ao otimismo delirante - é que a taxa de desemprego atinja dois dígitos, o que seria muito complicado, muito ruim.

As commodities vão perdendo ainda em preço. O preço do petróleo não para de cair. Eu faço uma advertência à Casa, Senador Gilberto Goellner, Presidente Mão Santa. Parece-me que nós devemos colocar os nossos olhos todos no Leste Europeu, porque é preocupante a situação da maioria dos países do Leste Europeu: dívidas altíssimas, incapacidade de pagar essas dívidas e sistemas bancários frágeis, o que significa dizer que pode vir uma nova onda de quebradeira de bancos, desta vez do Leste Europeu, novamente agitando, empurrando para baixo as expectativas econômicas de países que estão interligados ao mundo, como é o caso do Brasil.

Eu ainda complementaria, dizendo que a Fundação Getúlio Vargas aponta que o clima econômico da América Latina registrou uma queda para 2,9 neste primeiro trimestre do ano e no outro trimestre esse índice estava em 3,4. O número atual de 2,9 é o pior, é o menor desde 1999, de acordo com a sondagem econômica para a região feito pela própria Fundação Getúlio Vargas.

Nós olhamos os países. A China não crescerá de maneira exuberante, 5% ou 6% para a China significam muito pouco, muito pouco. É um país que tem que alimentar um bilhão (b de bola) e quatrocentos milhões de bocas. Olhando o Japão, vê-se que o Japão se mantém em posição paquidérmica, parado. A taxa de juro inalterada em 0,1%, não tem mais o que baixar. E alguma coisa viciosa impede aquele País de demarrar. Os números que saíram hoje do mercado de trabalho americano são desalentadores. A economia vai perdendo gastos cada vez mais, o desemprego aumenta. O número de trabalhadores naquele país que foram pela primeira vez solicitar o auxílio desemprego foi de quase 630 mil, já concluo, Sr. Presidente, na semana encerrada em 14 de fevereiro, perto do recorde histórico de 25 anos. O auxílio desemprego subiu para cinco milhões de pessoas. São dados piores do que os do período da recessão de 1981 e 1982.

Ainda sobre o desemprego nós temos o Cajed, aqui no Brasil, que revelou que desde 1999 o País não apresentava uma queda tão grande, não apresentava queda no número de vagas. Caíram. Já perdemos 102 mil postos de trabalho com carteira assinada. É um sinal muito nítido de crise. O mercado está desanimado, nós percebemos que as Bolsas americanas permanecem em queda, com os bancos, até pela situação precária de que desfrutam, os bancos lideram a queda nas Bolsas americanas. Dou exemplos: Bank of America e Citibank. O risco Brasil, até o momento em que observei, estava subindo acima de 6%, indo para 462 pontos. Portanto, eu diria que a notícia ruim de ontem era o alerta que importantes analistas de economia faziam sobre a crise que se avizinha a partir do Leste Europeu. A notícia ruim de hoje é o crescimento do risco País, em função de todo esse quadro à nossa volta.

Eu diria que temos dois embaraços que impedem a recuperação da economia no mundo: primeiro, a crise dos bancos nos Estados Unidos, a crise financeira - ou se resolve isso ou vai ser difícil encontrarmos um bom caminho - e a crise do Leste Europeu, que, observem Srs. Senadores, eu posso estar enganado, tomara que esteja, mas me parece que, de fato, vem como bola da vez. Estou aguardando com ansiedade a taxa de desemprego, torcendo para estar mais uma vez errado. Mas, Sr.Presidente, gostaria de retomar o que estava dizendo: estou inteiramente, meu partido também, à disposição do Senhor Presidente da República para tudo o que significar saída efetiva para a crise. Encaro a crise com muita seriedade, com muito medo inclusive, porque mexe com a vida das pessoas, mexe com emprego. E não vou cultivar aqui otimismos ululantes. Eu vou ser realista; vou dizer o que sinto, vou dizer o que vejo, o que observo dos números. Para mim, nós tínhamos uma saída muito simples. A melhor saída para o Brasil agora, já que a crise é inevitável e está aí, seria o Brasil fazer uma troca, cortar rigidamente gastos de custeio, Senador Gilberto Goellner, para poupar recursos para o investimento no essencial. Não adianta se endividar para fazer investimento se o custeio continua aumentando: isso significará, para o Brasil, que, quando a crise para os outros países acabar, ela vai começar para nós outra vez. Cortar rigidamente gastos de custeio; trocar, ou seja, x milhões para o investimento. Onde corta? Eu sugiro decepar logo 10, 12, 15 Ministérios, acabar com tanto gasto em passagem, diária e despesas desnecessárias. Não seria necessário gastar R$2,5 milhões com aquela história dos Prefeitos. Enfim...

Aqui não é o oposicionista que fala; é o brasileiro que fala. Não estou torcendo para o “quanto pior melhor” coisa nenhuma. O que vai definir eleição não é isso. Não estamos pensando na eleição. Digo isso de coração. Até porque tive uma conversa com o Presidente, do melhor nível, do melhor respeito.

A outra sugestão que faço, muito clara, é que o Brasil, fazendo essa redução de gastos em custeio, deve aproveitar a chance que lhe dá a crise para reduzir juros. Desta vez, pode. Eu nunca fui doidivana de ficar pregando rebaixamento de juros só porque eu quero, até porque se a gente aumenta e baixa juros feito doidivanas, o mercado depois rejeita isso. Vai ter que aumentar; é pior. Entendo que dá para reduzir juros, sim, se cortar custeio. Reduzindo juros, nós nos aproximaremos dos padrões internacionais. Quando a crise amainar, quando a crise acabar, nós estaremos perto do consenso internacional, e não essa coisa esdrúxula, essa coisa meio jabuticaba que só tem no Brasil: um País com uma economia exuberante, uma economia com aspectos modernos fantásticos e, ao mesmo tempo, uma economia que pratica os maiores juros reais do planeta e os maiores juros nominais do planeta. Nós temos de aprender a nos financiar com menos recursos.

Então, faço este pronunciamento, quando vamos parar para os feriados de Carnaval, faço este pronunciamento de coração absolutamente desarmado. Não me peçam para entrar num otimismo desvairado, porque não vou entrar em otimismo desvairado. Eu tenho a visão de que a crise é muito dura e muito grave. Se alguém me perguntar se eu entendo, de certa forma, a tentativa do Presidente Lula de passar otimismo, eu entendo. Eu entendo, claro! Ele não tem de ficar dizendo que tudo vai ficar ruim, senão a coisa piora. A economia é muito expectativa também. Mas é fundamental que essa tentativa de passar otimismo por parte dele, que é o Líder desta Nação, não impeça o Governo de tomar medidas duras, porque, às vezes, para não admitir que há uma crise, terminam não tomando uma medida dura que enfrentaria a crise. Então, é bom que diga: “Muito bem. Vamos enfrentar a crise, vamos vencer a crise. Agora, para vencê-la, é fundamental tomar as medidas tais, tais e tais”. Não vejo como o Brasil escapará de cortar custeio para fazer sobrar dinheiro para investimento. Ou nós vamos plantar as bases de uma crise fiscal que se agudizará quando a crise mundial tiver arrefecido.

O que preconizo é que o Brasil enfrente a crise bem, com austeridade, feito formiga e não feito cigarra, para, quando amainar a crise internacional, o Brasil estar na pole position, na largada para a nova etapa de crescimento que poderá não ser tão exuberante quanto a anterior, mas que seja um crescimento saudável, sustentável. O Brasil tem condições de crescer 4%, 4,5%, sem aumentar inflação, se fizer uma política fiscal justa. Ao longo de 10, 15 anos, isso mudaria a face econômica do País. E 4%, 4,5% já são razoáveis para o Brasil. O ideal seriam 5%, 5,5%, com inflação baixa. Isso para a China não é nada. Para nós, é bastante.

Então, desejo sinceramente que o País encontre seu eixo e que o Governo nos lidere, que o Presidente seja o líder equilibrado e forte de que a Nação precisa. Estamos aqui para colaborar. Não vetaremos nenhuma medida boa para o País. E mais: eu gostaria muito que o Governo não mandasse para cá mais nada que significasse aumento de gastos públicos e que percebesse que é hora de segurar, trincar os dentes e segurar, porque a crise passa. O Brasil é maior do que ela, mas temos de saber ser timoneiros na hora de dirigir este País.

Mesmo na parte que toca a uma liderança de oposição, que não tem o poder de decisão nas mãos, eu diria que o nosso papel é colaborar propondo medidas corretas. E a melhor forma de colaborar neste momento é fazendo, neste modestíssimo discurso, este apelo para que o Presidente crie as condições para baixar os juros. Agora, seria ótimo ele fechar-se com seus assessores no Palácio e, na quarta-feira de cinzas, ele amanheceria anunciando um corte drástico de gasto de custeio. Isso significaria mais credibilidade para a economia brasileira, significaria garantia de investimentos, significaria termos aberta a possibilidade de cortar juros para valer, juros nominais e juros reais - portanto, na consequência.

Muito obrigado, Presidente Mão Santa.

Mais uma vez, muito obrigado, em nome de minha família, pela generosidade com que V. Exª sempre se porta. E ontem especialmente, demonstrou em relação à memória de meu pai.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/02/2009 - Página 3113