Discurso durante a 37ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Críticas à falta de investimentos do Governo em obras no Estado do Piauí.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Críticas à falta de investimentos do Governo em obras no Estado do Piauí.
Publicação
Publicação no DSF de 28/03/2009 - Página 7154
Assunto
Outros > ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • ELOGIO, TRABALHO, SENADO, ESPECIFICAÇÃO, FUNÇÃO FISCALIZADORA, DENUNCIA.
  • CRITICA, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), REITERAÇÃO, DENUNCIA, PARALISAÇÃO, OBRA PUBLICA, GOVERNO FEDERAL, GOVERNO ESTADUAL, DESCUMPRIMENTO, PROMESSA, LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, INTERNET, ACUSAÇÃO, INEXATIDÃO, JORNAL, GOVERNADOR, DIVULGAÇÃO, TURISMO, MANIPULAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Geraldo Mesquita, que preside esta sessão de sexta-feira, 27 de março; Parlamentares presentes na Casa; brasileiros e brasileiros que nos assistem no plenário e que nos acompanham pelo sistema de comunicação do Senado, sistema muito bom - a televisão, a rádio AM e FM e o jornal. O Jornal do Senado é uma perfeição! Isso causa inveja.

Mas exigi falar primeiro que o Efraim porque Cícero, o grande orador, disse: “Nunca fale depois de um grande orador”. Então, desculpe-me, Efraim, mas, desde ontem, eu estava presidindo. O nome de V. Exª estava aí, e V. Exª tem umas famosas páginas amarelas, é ouro.

Quero dar um testemunho. Ele acresceu a grandeza deste Senado. Essas reuniões de sexta e de segunda nunca antes existiram - Camões dizia “nunca dantes”, e o Luiz Inácio diz “nunca antes”. O Senado não abria às sextas-feiras, não abria às segundas. Foi Efraim Morais quem inovou e teve a coragem de ser o Líder de uma Minoria, que se tornou Maioria aqui no Senado. Nós que ganhamos as eleições aqui mesmo. Mas, no começo, eu tive também um destaque, não só pelos pronunciamentos da tribuna, mas também por presidir esta Casa, porque, no começo, a idéia foi de Efraim: trabalhar sexta e segunda. Ele é de cabelo branco assim porque ele não pinta. Éramos eu, o Arthur Virgílio e o Antero Paes de Barros. E ele recrutava. Aí ele chegava e dizia: Mão Santa, vá presidir. Aí o Paim, na sua condição de Vice do PT - isso não era bom para o PT, era bom para a democracia e para a Pátria -, não queria, vamos dizer aí, afrontar, porque aqui tinham voz as oposições, as minorias. E o Paim deixava abrir, e aí ele chegava. Sempre apoiou e esteve aqui. Aí foi aumentando, Heloísa Helena, Geraldo, e hoje estamos aqui. E Antero Paes de Barros e Arthur Virgílio.

E eu presidia, não sabia porque ele mandava - porque eu tinha realmente, não parece, não é, mas eu sou mais velho do que ele e do que o Arthur Virgílio -, e depois vinham o Paim, o Presidente, e nós estamos aqui. Isso engrandeceu, foi a base até para as vigílias, que antigamente não tinha, e fizemos. E é necessário.

Teotônio Vilela, Teotônio, Teotônio, moribundo. Todo mundo cantou o Nordeste, ele, moribundo. Nós não vimos o Teotônio, mas vimos o nosso Ramez Tebet naquela situação. Quando vi Ramez Tebet, eu imaginava o que tinha sido Teotônio Vilela. Aqueles heróis que valorizaram o Parlamento.

E ele dizia que o que o Parlamento e o Senado podiam fazer, e nós tínhamos que fazer de mais importante, eram as denúncias.

Eram as denúncias. Leis já tinham demais, já existem 300 mil leis. Fiscalizar e a denúncia. E ele repetia: é resistir falando e falar resistindo. E a denúncia é importante.

Paulo Paim, com todo o respeito, o Partido dos Trabalhadores é muito importante na história do Brasil, ninguém pode negar. Tem muitos valores. No domingo passado, tive o prazer de estar lá. Vi Porto Alegre, o Rio Grande do Sul, o Brasil prestarem uma homenagem ao Paulo Paim. A maioria era do Partido dos Trabalhadores, né? E convivi lá. É bela a história. Mas, ô Paim, me permita, está aí o Heráclito Fortes, eu votei no Luiz Inácio em 1994. Eu dizia era assim, sabe como eu dizia Geraldo Mesquita? “Lula lá e Mão Santa cá, Lula lá e Mão Santa cá, Lula lá e Mão Santa cá”. O Heráclito não votou nele, mas eu votei e no governador. Mas olha, em São Paulo, dizem que esse PT fez o diabo lá. Dizem lá e dizem toda hora, e ninguém contesta, roubou, mentiu, até matou. No Piauí, ele não matou ainda não. Isso eu sou franco. Não matou ainda, mas roubar e mentir... Ô Geraldo Mesquita, lá no Acre, V. Exª, eu vi a sua apreensão, que V. Exª conhece. No Piauí, eu confesso: ele ainda não matou, mas roubar e mentir... Olha! Então, nós estamos aqui, e V. Exª há de ser testemunha, Geraldo Mesquita, dessa história.

         No dia 13 de março - por isso que vi que o mundo quase desabou em cima de mim, porque S. Exª o Governador estava aí -, eu citei, com muito respeito - e eu respeito todos, os grandes e os pequenos -, vinte obras inacabadas. Eu apenas as citei, não ofendi ninguém. Rapaz, mas a mídia, olha... Rapaz, eu não compreendi. Mas aí eu voltei, no dia 13 de março - V. Exª estava aqui; era uma sexta-feira -, elenquei e mostrei. Mas sabe por quê, Geraldo Mesquita? No dia 13 de março, estava preparada a “festa da mentira”. Hoje ele é conhecido por um blog como “Senhor Mentira”. O nosso Dante Oliveira não ficou o “Senhor Diretas-Já”? E eles anunciaram, fizeram, convidaram, uma festa que é do Governo Federal, do Exército, que eles... Apenas a obra, o monumento foi construído por Alberto Silva e foi mantido por todos os Governadores, inclusive eu o mantive, e ele, o Partido dos Trabalhadores, só fez pintar de vermelho a entrada e botar um arco, e isso se estendeu a todos os educandários do Piauí. Para lavar dinheiro, eles pintam de vermelho. Efraim, eu não sei, eu sei que a bandeira do seu Estado tem “Négo”, na certa é nego a corrupção, a malandragem. As cores lá eu não sei bem. Eu adoro a Paraíba, João Pessoa, o Tambaú, aquele peixe comprido... O agulha! Aquilo é uma maravilha. Mas as cores da bandeira, Efraim, do Piauí são as mesmas da bandeira do Brasil. Eu acho a nossa bandeira melhor, porque só tem uma estrela, a da vergonha, da decência da gente do Piauí.

Mas olha o que eles fizeram... Então, no dia 13 de março - daí a raiva, o enfurecimento -, eu citei vinte obras federais inacabadas, apenas citei. Geraldo Mesquita, eles pegaram e fizeram um jornalzinho, que chega comentado... Eu peço que mostre aqui. Esses portais são bons porque eles dominam toda a imprensa, a televisão, o dinheiro. Então é um tal de 180graus... Atentai bem! Eu quero render uma homenagem. Não sou eu, não... Então, eles fizeram folhetos no dia... Eu fiquei surpreso por estar sendo agredido por um sistema de comunicação todo se, nesta Casa, eu fiz apenas a reivindicação para que o Governo concluísse vinte obras inacabadas. Mas foi o seguinte: no dia da festa, eles fizeram um panfleto colorido, caro, bonito, só de mentiras. Mas eu quero dizer que eu sou muito o homem do campo e sabedoria popular. A sabedoria popular diz, Efraim, que é mais fácil tapar o sol com a peneira do que esconder a verdade. Aí vem a verdade. Rapaz, o folheto é bonito, é caro. Mas olha o que diz o blog, depois vem. Eu fui atacado porque, no dia em que ele lançou isso, eu disse que tinha vinte obras federais inacabadas. Citei-as apenas. Pode ir aí. Eu renuncio se fiz alguma ofensa a alguém no dia. Apenas citei, na presença do Governador, que simboliza o Luiz Inácio, do Partido dos Trabalhadores.

Mas está aqui a verdade. Efraim, olha, e eu vou arrolar como testemunha o nosso Geraldo Mesquita. No portal 180graus: “É Governo do Desenvolvimento?” Olha aqui, eu trago. Eu, como o caboclo diz, eu mato a cobra e mostro a cobra e o pau. “Veja as fotos das obras do futuro no Piauí; Promessa, promessa”. Não sou eu, é o 180graus. É um portal que está aqui.

Quero elogiar os jornalistas que fazem parte, todos. Mas está aqui um, Toni Rodrigues, cabra macho! Está aí o Zózimo Tavares, entre outros, e toda a equipe. E esse trabalho aqui é feito pelo repórter Toni Rodrigues. Meu filho, atento, disse: “Papai, você tem lido o Toni Rodrigues?” Eu conheço, ele fez até um romance uma vez, é um bom escritor. E Allisson Paixão. Aí eu entendi.

           Veja as fotos das ‘obras do futuro’ no Piauí; Promessa, promessa. Jornalzinho tratando do turismo no Piauí, acreditem, vem só com ilustrações do que ainda não existe.

Olha aí, olha aí como se engana. Ele pensa que é aquele negócio do Goebbels: uma mentira repetida, repetida, repetida... Efraim, você me arrumou uma viagem para a Etiópia. Eu disse: “Efraim, rapaz, não dá, vou falar com a D. Ângela. Etiópia? Me mande para a Grécia”. Ele disse: “Não, mas está perto de Dubai. Tu vais”. Eu não preciso ir mais a Dubai. Aqui está mais civilizado e avançado - a mentira do Governador, o “Sr. Mentira” - do que Dubai. Não precisa mais, Paim. Àquela viagem eu não vou. Ele disse: “Depois tu voltas por Dubai, que é encantador”. Nunca vi tanta mentira.

Olha o que diz o jornal:

Exercício de futurologia. É assim que deve ser interpretada a publicação feita pela Secretaria de Turismo e Piemtur (Empresa Piauiense de Turismo), órgãos do Governo do Estado encarregados de promover a atividade turística no Piauí. O jornal em tamanho ofício e impresso em policromia, intitula-se: “Informativo Turismo”...

O “Sr. Mentira” excedeu em descaramento. Nunca vi antes, nunca vi dantes... Rapaz, os Governadores do Piauí - não sou eu, mas a história toda - eram homens sérios, respeitáveis, como Petrônio, Chagas Rodrigues, Alberto Silva, Cel. Gaioso, Pedro Freitas, tinham verdade, passavam isso. Tibério Nunes, Helvídio Nunes, Dirceu Arcoverde, que morreu aqui e daqui foi para o céu; Ludício Portela... 

Eu nunca vi um descaramento tão grande. Eu estou aqui falando para... O jornal em tamanho ofício e impresso em policromia intitula-se “Informativo Turismo” (...). O Governo de Wellington Dias (PT) cada vez mais se caracteriza pelas promessas não cumpridas.

            Daí a ofensa. Porque fizeram isso e eu citei vinte obras inacabadas. Agora eu estou entendendo. Há quem diga que “brincar de futurologia é divertido, mas as pessoas podem acabar quebrando a cara. É o jornalista que diz. É o blog. É Toni Rodrigues e Allisson Paixão. É esse blog aqui.

Olha aqui, olha a imagem do futuro. Olha aqui.

Ô Efraim, rapaz, eu não sei não, mas eu nunca vi, eu nunca vi antes, Lula, tamanho descaramento. Ainda não mataram, mas mentem, mentem, mentem, mentem, mentem, que dão bom-dia a jumento, como se diz no Piauí.

Olha aqui o aeroporto de São Raimundo Nonato. Na última vez que eu fui lá, tinha dois jumentos na pista. Olha aqui. Nunca na política do País houve uma desgraça tão grande como a que nós estamos vivendo. É do Partido dos Trabalhadores. Mário Couto, vamos trocar: eu quero essa mulher no lugar desse mentiroso. V. Exª todo dia fala do PT do Pará. Olha aí: São Raimundo Nonato. Este é o aeroporto. Não tem lá, não, Efraim, em Dubai. Olha aqui por fora: duas imagens. Só na maquete. E assim a praia da Pedra do Sal. V. Exª foi lá. Olha o encantamento! V. Exª foi lá, eu o levei!

Mas há mais: a Lagoa do Portinho. Olha aí as lanchas!

Nunca vi tanto descaramento como esse império do PT!

Agora, quero o testemunho de um dos homens de mais vergonha da nossa Pátria: Geraldo Mesquita. Em nome do seu pai, do seu e da Maria Helena - você foi lá; foi bacana.

Deus fez o Delta. Efraim, o rio Parnaíba não se lança burramente, como o Amazonas, ao mar. Ele se abre, abraça, cinco rios; mais ou menos como uma mão - com certeza, santa -, que forma 78 ilhas. Eu o levei; você namorou lá com a Maria Helena. Pegamos a lancha de um amigo.

Porto dos Tatus, Geraldo Mesquita, pelo amor de Deus! Deus fez brancas dunas, ventos que nos acariciam, sol que nos tosta, rio que nos abraça e gente boa.

Isso se chama canalhice!

Olha aí, Geraldo Mesquita, você foi lá recentemente! Tem até um helicóptero. Olha aqui o marketing, a propaganda. Nunca antes vi um descaramento tão grande! Porto dos Tatus. Está aqui. Você se lembra? Está recordando o passeio? A estrada de asfalto fui eu que fiz.

Lá, pegamos a lancha de um amigo, tomamos banho no Tatus. Você está vendo aqui? Encheu! Este Governo é descarado!

           No futuro, diz o Governo... Vejam o terminal de Luís Correia - do lado da minha casa! A Lagoa do Portinho! Maquete, eu o levei lá, Geraldo Mesquita!

Vou usá-lo como testemunha e recorrer à Corte Suprema. A mentira! Eles ainda não mataram, como em São Paulo, mas estão matando pela mentira. Meu pai me ensinou: quem mente rouba.

E tomem mais obras do futuro: o Centro de Convenções de Teresina. O que tem lá foi feito por Dirceu Arcoverde, e eu reformei. Esse Senador que morreu. Olha aqui.

Colônia de férias de Pedro II, uma cidade perto de Piripiri. Não existe nada... V. Exª passou por lá. O Caldeirão, um balneário com lancha e tudo. Tudo mentira!

Esta aqui é a praça de Castelo, no Piauí. Este Governo é tão desgraçado que Castelo tem a pedra de Castelo e a cachaça; a mangueira e o beija-flor. Sete fábricas de cachaça do Piauí faliram por incompetência desse Governo. A única que existe... Eles ainda mentem, ainda roubam!

Um jornalista aqui diz: “A única ação que, segundo o jornal, está em funcionamento é o Centro de Línguas de Parnaíba. O centro oferece cursos para profissionais de turismo. A primeira turma tem 15 taxistas matriculados”.

Mas foi construída pelo ex-Prefeito, médico, honrado, Paulo Eudes. Ele é do PV - Partido do Gabeira. É o único que existe. Não é deles, não; eles roubaram a obra do Prefeito Paulo Eudes.

Santa Cruz dos Milagres. Olha, aí não tem nada, nada, nada. Só um milagre de Deus poderia. Paes Landim é a cidade do... Até na cidade dele. É um descarado! Não tem nada a cidade. Olha a obra. Também vai ganhar um balneário no futuro. Já ganhou o filho, Sr. Mentira!

Cristiano Castro, Campo Maior, Piracuruca - olha, como é que se mente assim! Uruçuí.

Então, eu queria dizer o seguinte: é uma vergonha! Boris Casoy podia dizer isso e, hoje, não diz mais. Mas eu digo.

Está aí o Senador Heráclito Fortes. Então, o que queremos é isso.

Ô Presidente Luiz Inácio, acredito, tenho certeza de que V. Exª, no desespero, gritou: “Tô cercado de aloprados!” No mensalão. Eu acredito. Mas os aloprados do Piauí são uns mentirosos.

Tem um blog lá de Campo Maior, que eu li na semana passada, que diz que o Governador é hoje conhecido por Sr. Mentira.

Então, falo como Cristo: “Em verdade, em verdade, eu vos digo.”

Luiz Inácio - e falo em nome do Piauí; falo aqui em nome do Heráclito; falo em nome do João Vicente Claudino, Senador -, acabe com a mentira e termine as 20 obras federais que estão inacabadas no Piauí.

Ô Luiz Inácio, é para se aprender aqui; nós somos pais da pátria. Pedro II deixava o cetro e a coroa e vinha para cá, ouvir. Ouça, esta é a verdade: a mentira tem pernas curtas. Cristo falava: “Em verdade, em verdade, eu vos digo.” Luiz Inácio, em nome do Piauí, da honra, a única malandragem que eles fizeram foi pintar todos os monumentos, inclusive o da batalha do Jenipapo, de vermelho, em todos os colégios. Não é a nossa; a nossa bandeira só tem uma estrela: a honra, a dignidade e a verdade do povo do Piauí.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/03/2009 - Página 7154