Discurso durante a 77ª Sessão Especial, no Senado Federal

Homenagem aos vinte anos de fundação da Associação dos Jovens Empresários de Fortaleza - AJE.

Autor
Inácio Arruda (PC DO B - Partido Comunista do Brasil/CE)
Nome completo: Inácio Francisco de Assis Nunes Arruda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. ENSINO PROFISSIONALIZANTE.:
  • Homenagem aos vinte anos de fundação da Associação dos Jovens Empresários de Fortaleza - AJE.
Publicação
Publicação no DSF de 21/05/2009 - Página 18265
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. ENSINO PROFISSIONALIZANTE.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESENÇA, AUTORIDADE, HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ENTIDADE, JUVENTUDE, EMPRESARIO, MUNICIPIO, FORTALEZA (CE), ESTADO DO CEARA (CE), IMPORTANCIA, CONSTRUÇÃO, REDEMOCRATIZAÇÃO, REGISTRO, HISTORIA, BRASIL, CRISE, ECONOMIA, RELEVANCIA, ASSOCIAÇÃO PROFISSIONAL, COMBATE, PROBLEMA, PREPARAÇÃO, NATUREZA POLITICA.
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, CONSOLIDAÇÃO, DEMOCRACIA, ATUALIDADE, RELEVANCIA, ATUAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, PRIORIDADE, POLITICA SOCIAL, DEFESA, UNIÃO, JUVENTUDE, NECESSIDADE, PROTEÇÃO, EMPRESA, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS).
  • REGISTRO, VISITA, ORADOR, MINISTRO DE ESTADO, SECRETARIA ESPECIAL, POLITICA, LONGO PRAZO, ESCOLA TECNICA FEDERAL, MUNICIPIO, LIMOEIRO DO NORTE (CE), ESTADO DO CEARA (CE), RELEVANCIA, ATUAÇÃO, FORMAÇÃO PROFISSIONAL, JUVENTUDE, EMPRESARIO, AUXILIO, CONSTRUÇÃO, BRASIL.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. INÁCIO ARRUDA (Bloco/PCdoB - CE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Bom-dia a todos.

Quero cumprimentar a Senadora Patrícia Saboya, pela iniciativa. Quero cumprimentar o Vice-Governador do Estado do Ceará, nosso amigo Francisco Pinheiro. Quero cumprimentar o Secretário Executivo do Ministério do Trabalho, também um jovem executivo, digamos assim, mas que teve presença marcante na luta estudantil no Estado do Ceará, nos movimentos de juventude. Então, a sua presença aqui tem uma forte ligação com o movimento juvenil do nosso Estado e do nosso País. Quero cumprimentar o Capitão-de-Mar-e-Guerra, representante do Comandante da Marinha do nosso País; o Vice-Presidente da Confederação Nacional dos Jovens Empresários, Sr. Leonardo Bayma, presente à Mesa dos nossos trabalhos; o Sr. João Rafael Furtado, Coordenador da Associação dos Jovens Empreendedores de Fortaleza; os Srs. Deputados Estaduais que comparecem a esta sessão; o nosso Secretário da Fazendo do Estado do Ceará, Mauro Filho; o nosso Deputado Tomás Figueiredo Filho, que também é um jovem representante do Estado do Ceará; o Deputado Delegado Cavalcante, presente na nossa sessão; o Carlos Matos, não só ex-dirigente da AJE, mas também ex-dirigente da Secretaria de Agricultura do Estado do Ceará; o nosso ex-Senador - quer dizer, não existe ex-Senador, na verdade -, o Senador Mauro Benevides, na função hoje de Deputado Federal do nosso Estado, o Ceará, uma pessoa muito querida entre nós, pela sua trajetória. É muito significativa a sua presença à Mesa, porque dá demonstração da intimidade com a força juvenil. O Mauro está aqui à Mesa, com todo o seu vigor e todo o seu entusiasmo em ajudar o Ceará e ajudar o Brasil, mostrando que a juventude está sempre presente, junto com ele, Mauro Benevides, nosso Senador e Deputado Federal.

Eu me congratulo com a Senadora Patrícia Saboya por esta iniciativa de trazer aqui os jovens empresários do Estado do Ceará e do Brasil, porque essa relação sempre foi de muita intimidade, meu caro Deputado Federal Chico Lopes e nosso Deputado Federal Paulo Henrique Lustosa, que está conosco também, presente em nossa sessão, prestigiando esta iniciativa da Senadora Patrícia.

Tive a felicidade de estar presente no movimento social num período difícil da vida política brasileira, em que se exigia muita disposição, às vezes, muita disciplina da juventude para buscar alternativas para o nosso País. E era preciso fazer uma ampla frente política, meu caro Secretário de Turismo, Henrique Sérgio, aqui presente também na nossa sessão; era preciso uma ampla frente política para desenhar um novo projeto para o Brasil, um projeto calcado na liberdade, na democracia, na participação do conjunto da sociedade, das diferentes opiniões sobre o Brasil. E a AJE, quando surgiu, já no processo da Constituição - nós estávamos discutindo a atual Constituição brasileira na Assembléia Nacional Constituinte, quando surgiu a Associação dos Jovens Empresários -, essa turma de jovens empresários, desde o seu primeiro presidente até hoje, colocou esse tema como questão central para a juventude que tinha responsabilidade de conduzir empresas, de conduzir negócios, que eram filhos de empresários ou eram jovens empresários que, mesmo não tendo a tradição da família, entravam no mundo dos negócios. Essa turma de jovens empresários colocou o debate político à mesa: é preciso discutir a política, é preciso discutir os rumos do Brasil; não é possível um Brasil novo sem um grande e importante projeto com a presença da juventude. Então, essa turma de jovens empresários não teve, em nenhum instante, uma motivação - digamos assim - negativa, no sentido de excluir qualquer pensamento do debate sobre os rumos de nosso País, sobre qual a melhor saída para o Brasil, porque a crise era generalizada.

O Brasil veio quebrando a sua economia desde 82. Em 82, ele liquidou a economia brasileira. Depois, houve o período da redemocratização brasileira, o primeiro governo da redemocratização, o governo do Presidente Sarney; em seguida, o governo do Presidente Collor. Foram governos de grandes conturbações até chegar no período de 90 e no final dos anos 90, quando o País quebrou de novo, se arrebentou de novo. O Brasil teve que se desfazer de grandes empresas brasileiras, que tiveram que ser entregues a estrangeiros pela incapacidade do Governo e pela incapacidade também, digamos assim, das grandes empresas brasileiras de adquirirem aqueles ativos que estavam na mão do Estado brasileiro. Tivemos que entregar tudo a estrangeiros para pagar dívida, para pagar isso, para pagar aquilo. Então, continuamos devendo mais e perdemos os ativos. E hoje se mostra que aquela posição não era a mais acertada. Hoje. Lá atrás, considerou-se que aquele era o caminho que o Brasil deveria seguir, do ponto de vista do Governo.

A juventude empresarial colocou esse debate na mesa. Nós, que estamos aqui - a Senadora Patrícia; o Senador Tasso Jereissati; o Deputado Chico Lopes; eu, que estive várias vezes; Pinheiro; esse povo todo; Deputados estaduais; Deputados federais; todos os Partidos indistintamente, porque nunca houve exclusão de força política -, tivemos oportunidade de nos apresentar aos jovens empresários para que eles pudessem formar o melhor juízo sobre qual projeto era mais importante para o Estado do Ceará e para o Brasil. Isso é muito significativo na minha opinião. Mostra que essa juventude empresarial é aberta ao conjunto das opiniões da sociedade organizada do nosso País.

Todos puderam opinar e oferecer sua proposta até alcançarmos os dias de hoje, quando o País é conduzido por um conjunto de forças, tendo, no centro, forças do campo popular - então, ali está o Partido dos Trabalhadores. O Partido Comunista do Brasil, pela primeira vez na história, participa de um Governo central; pela primeira vez tem um Ministro de Estado, participa de várias instâncias do Governo. Este fato é alvissareiro do ponto de vista da democracia brasileira: o Partido Comunista do Brasil participa do Governo.

E vão-se criando condições mais favoráveis, desde José Bonifácio, passando-se por Deodoro, Floriano e Getúlio; desse tempo para cá, vão-se criando condições mais favoráveis, e, num momento de democracia, busca-se construir um projeto nacional, um projeto de Brasil. Isso não é fácil. A juventude sabe disso, porque lutou muito por isso e porque luta por isso, porque é importante. O projeto de Brasil não exclui o Brasil do mundo; ao contrário, é um projeto que inclui mais ainda o Brasil no mundo. É tanto que, mesmo sem dominar o inglês, o francês, o alemão, o russo ou o mandarim, o Presidente brasileiro, hoje, falando um português lá de Pernambuco, é facilmente compreendido em qualquer lugar do mundo; aliás, compreendido e muito aplaudido. Por quê? Por que é compreendido? É compreendido porque começa a se esboçar no Brasil um projeto de Brasil. E quando você levanta mais a cabeça, as pessoas respeitam mais e passam a compreender sua língua, mesmo sem nunca ter falado Português. Quando você se enverga, vai-se dobrando, ninguém consegue entender; mesmo que se fale perfeitamente o idioma estrangeiro, eles não conseguem entender você.

O Brasil hoje vai esboçando esse caminho novo, e a juventude tem responsabilidade sobre esse caminho, porque boa parte dos primeiros dirigentes da AJE - e depois esses primeiros dirigentes da AJE foram responsáveis pela criação de várias AJEs pelo Brasil afora, até se ter uma confederação dessas associações de jovens empresários -, de 20 anos atrás, muitos deles são hoje dirigentes do Estado brasileiro; muitos estão participando, de forma central, da condução desse novo projeto de Brasil, que ainda é um esboço. Agora, esse esboço tem reação. Vocês não imaginam o que é a reação ao Brasil ou a uma instituição brasileira, respeitadíssima, por ter conseguido tecnologia suficiente para buscar petróleo a mais de cinco mil metros de profundidade no mar. Não se imagina o que é colocar um tubo de ferro e, dentro dele, outro tubo de ferro para se buscar esse petróleo. Tudo isso com um aço especial. E, para explorar só um dos campos do pré-sal, você precisa de mais de cinco mil furos desses, cada um com grande equipamento de grande tecnologia. Então, é preciso bombardear esse projeto e pegar, às vezes, como veio central, um discurso que o Brizola e outros grandes brasileiros identificaram como “banda da UDN”; faziam um discurso chamado de “falso moralista”. Eram os que não tinham moral nenhuma para falar em moralismo, mas que se arvoravam nas vestais do Brasil para defender a moral e os bons costumes. E passavam, então, a atacar ou a levantar a suspeição sobre tudo, para, no fundo, atacar a questão central, que era não permitir que o projeto de Brasil se pusesse de pé.

         E, numa hora como essa, sempre é muito significativa a participação da juventude. Em nenhum momento da história política do Brasil, a juventude deixou de estar presente para dizer: “Não. Alto lá! Aqui é o Brasil. O que está em curso aqui é o Brasil.” Vamos examinar, vamos olhar, vamos saber o que ocorre, mas vamos pensar no principal, que é defender nosso País, defender o Brasil e defender as empresas brasileiras que ajudam a construir a Nação brasileira. E uma dessas empresas chama-se Petróleo Brasileiro S.A. - Petrobras. Hoje, não é fácil conduzir um projeto de País sem essa empresa. Basta dizer que metade do programa hoje emprega quase todos os engenheiros, quase todos os geólogos. Não há pessoal disponível no Brasil; com essa crise profunda que o mundo está vivendo, não há pessoal disponível.

Estive agora com o Ministro Mangabeira Unger, em Limoeiro do Norte, no Centro Federal de Educação Tecnológica, que forma do soldador, que tem o 2º ano primário, até o mestre com doutorado; até um doutor. Forma do soldador até o doutor. Desses soldadores que estão sendo formados lá, nenhum vai ficar desempregado. Todos já estão sendo contratados dentro da escola. E não há gente disponível.

Este é o momento. Na crise mais profunda, estamos vivendo uma situação em que esse povo da área da Engenharia e todas as suas correlatas estão sendo convocados para ajudar a construir este novo momento em que o Brasil vive.

Considero um pouco assim: a juventude tem papel destacadíssimo. E o debate sobre esse projeto, que está em curso no Brasil, ele é que é central, ele é que é o mais significativo, ele é que é o mais importante, do qual não devemos nunca nos perder na periferia dos acontecimentos, devemos tomá-lo como nosso, lá no Ceará, através da AJE, e, no Brasil, através da Conaje. Devemos tomar em nossas mãos o debate sobre o projeto em curso no Brasil, o novo projeto de Brasil, que está caminhando, que considero ainda um esboço, ainda tímido. Podemos avançar mais e com mais velocidade, se a juventude ajudar a empurrar o projeto de Brasil e não se deixar enganar pelo falso discurso udenista, que, vira e mexe, está de volta na Ordem do Dia, com muitas vestais se apresentando, mas que depois caem como um castelo de areia; apresentam-se como grandes vestais e, daqui a pouco, somem.

Então, chamo, convido e convoco - e sei que estão imbuídos desse espírito - vocês a abraçarem esse projeto de Brasil, para que não deixemos o Brasil recuar nesse rumo, nessa trilha do desenvolvimento do progresso, porque é isso que ajuda a tirar o povo da miséria, a tirar o povo do narcotráfico; é isso que ajuda a combater com mais firmeza uma das bandeiras mais importantes da Senadora Patrícia Saboya, que é a questão - porque ela trata de todos assuntos, mas esse ela segurou com muita disposição, com muita vontade - das crianças, da nossa juventude, que muitas vezes é levada pelo tráfico de drogas ou é levada pela prostituição infantil. Ela abraçou essa causa, e é preciso progresso, é preciso desenvolvimento, é preciso o crescimento do nosso País para que possamos, efetivamente, resolver esses problemas sociais que atingem ainda a nossa Nação.

Agradeço esta oportunidade de me dirigir aos jovens empresários do meu Estado e do nosso Brasil. Agradeço à Senadora Patrícia, pois foi ela que tomou a iniciativa tão significativa de homenagear os 20 anos dessa instituição, que tem discutido o Ceará e o Brasil, em conjunto, porque nós não estamos separados.

Parabéns! Viva a nossa Associação de Jovens Empresários! E, mais uma vez, parabéns à nossa Senadora Patrícia Saboya.

Obrigado. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 21/05/2009 - Página 18265