Discurso durante a 73ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registra a decisão do PSDB de autorizar a coleta das assinaturas favoráveis à instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar irregularidades na PETROBRAS e na ANP.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
REGIMENTO INTERNO.:
  • Registra a decisão do PSDB de autorizar a coleta das assinaturas favoráveis à instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar irregularidades na PETROBRAS e na ANP.
Publicação
Publicação no DSF de 15/05/2009 - Página 17314
Assunto
Outros > REGIMENTO INTERNO.
Indexação
  • REGISTRO, AUTORIZAÇÃO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), RECOLHIMENTO, ASSINATURA, APOIO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA, IRREGULARIDADE, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), AGENCIA NACIONAL DO PETROLEO (ANP), INFORMAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, REUNIÃO, PRESIDENTE, EMPRESA ESTATAL, OBJETIVO, ESCLARECIMENTOS.
  • COMENTARIO, REALIZAÇÃO, REUNIÃO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), DEBATE, ASSUNTO, UNANIMIDADE, DECISÃO, COBRANÇA, AGILIZAÇÃO, LEITURA, REQUERIMENTO, PROPOSIÇÃO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), ALEGAÇÕES, SUFICIENCIA, ASSINATURA, NECESSIDADE, GARANTIA, DIREITOS, MINORIA.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, temos duas posições a afirmar neste momento. A primeira é a cobrança dos porquês de a Mesa ainda não ter definido a data para a oitiva dos Srs. Agaciel Maia, ex-Diretor do Senado, e João Carlos Zoghbi. Era para ter sido...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Foi a falha do Vice-Presidente, que não esteve presente; faltou à reunião. Todos nós estamos nos debruçando, trabalhando muito para o encaminhamento da moralização neste Senado. Faltou o Vice-Presidente do seu Partido, do PSDB. Mas quero dizer que ele fez um requerimento. Queríamos auscultar as intenções da melhor maneira possível.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Muito bem. Então, isso significa dizer que, na semana que vem, ele estando aqui, veremos isso?

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Vamos.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Então, Sr. Presidente, peço a V. Exª que ouça a outra parte.

            Ouvi atentamente o Líder Renan Calheiros e gostaria de dizer que temos uma decisão de Partido, tomada com muita maturação e com muita maturidade. Nós autorizamos o Senador Alvaro Dias a coletar assinaturas para a Comissão Parlamentar de Inquérito que investigará a Agência Nacional de Petróleo e a Petrobras, em função de fatos determinados, justos, que indicam a justeza, indicam a razoabilidade dessa investigação parlamentar.

            Eu respeito as posições todas. V. Exª mesmo, que é um amigo tão querido, acabou de dizer: CPI “contra” a Petrobras. Jamais! Nós entendemos que seria uma CPI “a favor” da Petrobras, porque nós não podemos passar um habeas corpus para praticarem corrupção lá dentro.

            Eu pergunto: quem é que estaria contra a Petrobras, os que praticam corrupção lá dentro, porventura - não posso prejulgar ninguém -, os que porventura possam estar praticando corrupção lá dentro, ou aqueles que estejam querendo coibir esse fato?

            Muito bem, temos conhecimento da reunião de Líderes que, com toda liberdade, optaram por - e o Senador Calheiros acabou de falar isso - exigir ou sugerir uma audiência pública de determinado número de comissões para ouvirem o Dr. Sérgio Gabrielli e quem mais ele possa com ele trazer da sua assessoria.

            Nós fizemos questão de fazer uma reflexão muito profunda. E fizemos. Eu não estava me sentindo muito bem ontem, porque ontem eu entendi que, se tivéssemos solicitado a leitura ontem dessa CPI - e, por mim, nem teríamos apresentado ontem -, nós teríamos atropelado um processo. Estávamos em plena negociação com o Senador Aloizio Mercadante, Líder do PT. Em plena negociação. O Senador Aloizio Mercadante nos pediu um prazo para nos oferecer o que nós obtivemos hoje: foi a conversa com o Sr. José Sérgio Gabrielli. E esse ritual, Senador Renan Calheiros, foi cumprido; esse ritual hoje foi cumprido.

            Tivemos uma reunião, que eu reputo do mais elevado nível, com o ex-Presidente da Petrobras, ex-Senador José Eduardo Dutra, e com o Dr. Sérgio Gabrielli, que é o atual Presidente dessa empresa;. nos deu algumas explicações, houve um debate muito acirrado, com muita acuidade de ambas as partes, mas um debate de alto nível, eu repito, e nós fizemos exatamente o que o script exigia. Ouvimos o Dr. Gabrielli, discutimos mais um pouco com o Senador Mercadante, com quem vínhamos conversando há muito tempo, e fomos, então - o Senador Sérgio Guerra, Presidente do Partido, eu próprio e o Senador Tasso Jereissati -, ouvir os nossos companheiros. Colocamos a cada companheiro do Partido, como fizemos no episódio da candidatura Tião Viana, como fizemos no episódio da CPMF; ouvimos cada companheiro. E os companheiros, unanimemente, decidiram que devemos cobrar de V. Exª a imediata leitura do requerimento.

            Gostaria, portanto, de ver como está isso. Queremos a leitura do requerimento, deixando bem claro que não estamos aqui tentando travar nenhuma batalha de comunicação. Soube, ainda há pouco, que o próprio Senador Mercadante estaria dizendo que seria o caos, enfim. Não gostaríamos de levar para esse lado.

            Queremos fazer uma investigação séria, sóbria. Colocaremos o que temos de mais experiente nessa Comissão Parlamentar de Inquérito, entraremos com o que temos - sem menosprezo a nenhum colega de Partido -, entraremos com aquilo que temos de mais competente na especificidade do assunto Petrobras. Longe de nós fazer qualquer mal a uma empresa desse porte e, se essas tratativas duraram tanto, é precisamente porque nós temos consciência da dificuldade do momento econômico e temos consciência do que significa a Petrobras para todos nós.

            Agora, temos consciência também de que não podemos dar um aval, um habeas corpus para se praticarem desmandos na Petrobras.

            Então, Sr. Presidente, nós maturamos. Não fizemos nada de afogadilho, nada com açodamento. Maturamos, ouvimos e decidimos - e essa decisão nossa é uma decisão soberana - que os 32 nomes, se não me engano, que aqui estão representando o direito da Minoria de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que esses 32 nomes sejam respeitados e que a Mesa - sobretudo como V. Exª atesta e tal -, que V. Exª proceda à imediata leitura da CPI. Abre-se um prazo para algo que considero impossível... Respeito muito meus colegas todos; eu acho que essa história de retirar assinatura, já vi isso acontecer algumas vezes, mas não quero acreditar que neste Senado aconteça, não quero acreditar mesmo. Acredito que assinatura é uma coisa séria, quando alguém a apõe, o faz para valer; quando alguém apõe, o faz por razões nobres; quando alguém apõe, o faz meditando. Quando tenho dúvida, peço para me darem um tempo. Depois que assino, está assinado. Entendo que todos os demais que assinaram raciocinam do mesmo jeito.

            Então, em primeiro lugar, nada contra a Petrobras. Ao contrário. Pode haver diversos ângulos que levam a uma suposta defesa da Petrobras. O nosso... Não sou dono da verdade, meu Partido não é dono da verdade. Estamos na convicção de que estamos defendendo a Petrobras.

            Por outro lado, é uma decisão que sequer é minha, Senador Calheiros, Senador Mão Santa, Senador Mozarildo. Sequer é minha. É uma decisão do Partido, dos 13 Senadores do PSDB que foram consultados, um a um, e que, portanto, estão aqui cobrando que a Mesa...

            V. Exª deu uma explicação muito razoável já e, se o problema então é o Vice-Presidente, não tenho dúvida de que, semana que vem, será marcada a oitiva dos dois diretores.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Senador Arthur Virgílio...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Só uns minutos. Já completo, Sr. Presidente.

            Segundo, a outra parte: esta está nas mãos de V. Exª; se estava nas mãos do Senador Perillo a outra parte, esta está nas mãos de V. Exª. Então, estamos aqui aguardando a leitura, para cumprirmos essa outra etapa do ritual democrático que é se conceder à Minoria o direito de propor uma investigação parlamentar, Sr. Presidente.

            Ouço V. Exª com muito prazer.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Senador Arthur Virgílio, a minha admiração por V. Exª cresce a cada instante, mas - eu admiro a formação de V. Exª como político, filho daquele histórico político Arthur Virgílio -, primeiro, a Mesa Diretora: estou aqui com o apoio de V. Exª, com o voto de V. Exª. De 74 presentes, quando meu nome foi, recebemos 71 votos.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Só não votei em V. Exª duas vezes porque não sou fraudador. A vontade era votar dez vezes.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Mas, em reunião da Mesa Diretora, todos nós, exaustivamente... De todos os que compõem os sete da Mesa Diretora, só faltou o Senador Marconi Perillo, que, no espírito democrático do Presidente Sarney, abriu uma vaga para o PSDB, porque, se fosse chapa batida, talvez....

            Mas ele estava ausente.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - E o Senado viraria um Vietnã?

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Não!

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Se fossem negar vaga para o PSDB, viraria um Afeganistão isto aqui.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - A Mesa Diretora votou todos os requerimentos, inclusive vários requerimentos de V. Exª foram todos aprovados, e muitos fatos de avanço na moralidade administrativa, de todos nós.

            Então, apenas esse, nós estamos aguardando o Marconi Perillo, para, como ele deseja a acareação internamente lá.. Mas ficou acertado, a opinião de cada um lá, com a presença...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Sr. Presidente, permita-me? Sequer propusemos a acareação. Propusemos a oitiva e, se necessário, a acareação, ou seja...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Audiência. Então, nós apenas estamos aguardando aquele que fez o requerimento por entendimento. E eu aqui sei que cada um tem sua formação. Todos têm formação extraordinária, mas sei que político lê muito O Príncipe, de Maquiavel, mas, eu gosto mais de O Pequeno Príncipe. E em O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupéry, tem lá um capítulo “O Rei”: “Como você manda? Não vi exército”. Só mando aquilo que posso. Então, estou aqui como 3º Secretário e acho que, nessa atitude de determinar a leitura, devo uma obediência hierárquica ao Presidente da Mesa. E isto eu posso avançar, porque, para onde se vai, se leva sua profissão... Aonde se vai de ler, compete a eles, e a vocês indagarem. Não me compete ler agora.

            Competiria também ao legítimo substituto do Presidente, que é o ausente Marconi Perillo. Continua... Mas estamos aqui. E aí se leva para onde está a nossa formação profissional. Não se trata de uma urgência. Isso aqui pode...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Sr. Presidente, V. Exª me permite usar da palavra?

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Permito.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Sr. Presidente, olhe, V. Exª que é um homem de coragem, é um homem de caráter, é uma figura que merece admiração.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Meu nome está na assinatura...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Eu sei.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Só Deus, baixando, fará eu tirar.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - E só se Deus tirasse sua vida, porque conheço a sua palavra. Como V. Exª não morre tão cedo, ainda vamos comemorar o bicentenário do Flamengo, enfim, vamos estar juntos aqui velhinhos e honrados: V. Exª e nós.

            Sr. Presidente, eu quero dizer apenas uma coisa, se V. Exª me permitir. V. Exª é Presidente, neste momento, para todos os efeitos, senão, o que eu faço, nessa outra hipótese... E V. Exª é uma figura que primeiro, pela humildade, a todos nos encanta. A todos nos comove porque nos encanta. Segundo, V. Exª, com essa noção de hierarquia, mostra que é o Mão Santa que todos admiramos. Mas V. Exª pode, tranquilamente, tomar a atitude, porque V. Exª é o Presidente para todos os efeitos. E V. Exª, sincero, como sempre, não usou aquela velha... Há uma história velha, cansada, que V. Exª não usou, até porque é o Mão Santa que nós conhecemos. Se não fosse V. Exª, se fosse uma pessoa diferente, iria dizer que estava conferindo as assinaturas. Mas, como V. Exª é o Mão Santa, então V. Exª disse: “Eu não me sinto pronto para isso”. Mas está! V. Exª, neste momento, é o Presidente. Digamos que houvesse uma ameaça à família do Senador Jereissati ou do Senador Sérgio Guerra, V. Exª, hoje, poderia requisitar policial federal para proteger a família de ambos ou de um dos dois ameaçados, tanto quanto o Presidente José Sarney; tanto quanto poderia o suplente, Cícero Lucena, do meu Partido, ou qualquer outro suplente da Mesa, Senador Gerson Camata. V. Exª, hoje, é o Presidente da Casa. Se V. Exª, de todo, entender que não se sente à vontade para tomar esse gesto - e V. Exª dispõe de um crédito a perder de vista conosco -, eu faria a pergunta: primeiro, a que horas chega o Presidente Sarney; e, segundo...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - O Presidente Sarney teve, cumpriu, a reunião produtiva da Mesa Diretora, avançou... Isso é um desmando que nós reconhecemos. Isso foi contra a República, porque a República é de alternância... Perpetuaram isso aqui; fizeram esse desastre administrativo. Ele esteve, foi muito produtiva a reunião.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Sim, sim, sim. Eu não tenho dúvida.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - E apenas aguardamos Marconi Perillo para entrar em entendimento. Os Líderes estarão presentes, será aberto... Cada um tem uma sentença...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Não, e isso é o episódio Zoghbi e Agaciel.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Ah, é esse, o da leitura aqui…

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - O da leitura aqui.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - O episódio dos dois. Vamos separar os dois peraltas...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - A minha formação diz que eu devo à hierarquia, o Presidente é o Presidente Sarney, o 1º vice, nessa generosidade e grandeza do Presidente Sarney...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Já entendi...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) -...abriu a vaga para o PSDB...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Em função da ausência do Marconi Perillo, que estará aqui na semana que vem, não resolvemos hoje a oitiva...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Eu, no lugar dele, eu leria. Aí eu seria o reizinho, não é?

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Nós não marcamos ainda a oitiva dos dois peraltas, dos dois diretores peraltas, enfim. Estou falando agora da CPI, e quem está presidindo agora é V. Exª, com plenos poderes. Se V. Exª dissesse assim: “ah, eu não tenho como assinar, não me sinto bem, porque não sou o Presidente” - V. Exª é o Presidente hoje -, aí eu faria dois apelos: que o Presidente Sarney, que está nos ouvindo, viesse aqui para que nós pedíssemos a ele, e ele procedesse à leitura. Porque nada é mais importante, nada é mais importante...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Eu acrescentaria a V. Exª que também pedisse ao Marconi Perillo que...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Mas, Presidente Mão Santa...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - ...disciplinarmente e hierarquicamente, ele é o Vice-Presidente.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Sim, mas digamos que o Senador Marconi Perillo esteja um pouco mais longe, está um pouco mais longe que o Presidente Sarney. O Presidente Sarney está...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Marconi Perillo, onde V. Exª se encontre, venha assumir a postura de Vice-Presidente.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Sim, sim! V. Exª tem todo o direito de criticar o Senador Marconi Perillo...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Eu não estou criticando; eu o estou chamando.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Mas vamos para uma coisa lógica. V. Exª sabe que o seu Piauí é mais distante do que o Goiás do Senador Perillo, mas a casa do Senador Sarney, no Lago Sul, é muito mais perto daqui do que a casa do Senador Perillo, em Goiás. Por outro lado, se o Senador Perillo, que não é Presidente também, é Vice, é tanto quanto V. Exª; é uma hierarquia - ele Coronel e V. Exª é Tenente-Coronel, enfim -, se ele porventura aqui poderia fazer essa leitura, V. Exª reforça a minha crença de que V. Exª também pode fazer essa leitura. Então eu lhe peço: faça essa leitura em nome do que esperamos de V. Exª.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Não, porque para tudo tem um bom senso, e não é urgência assim. Vai ser feito. A minha assinatura...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Não, é um direito.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - É um direito.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Não, é um direito nosso de pedir.

            Se V. Exª, então, então diz que Marconi Perillo poderia fazer a leitura é porque Mão Santa pode fazer também.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Não, não, não.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Sim.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Não, não, não.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Por quê? Onde está escrito que não.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Estou como 3º Secretário. Não está escrito, mas sou oficial da reserva. E existe uma hierarquia.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Não existe nada disso escrito. Por outro lado, V. Exª é 3º Secretário por injustiça desta Casa. V. Exª poderia ser Presidente. V. Exª tem toda...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Quero ser Presidente no lugar de Luiz Inácio. Eu botaria o povo para estudar e trabalhar.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Não tenho nenhuma dúvida.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Quero ser é Presidente da República.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Senador Mão Santa, antes de termos sua candidatura na rua, uma candidatura que o povo apreciará muito...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Vamos fazer as primários que me candidato igual ao Barack Obama. Ele surgiu nas primárias.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Não tenho dúvida. Agora, é importante, neste momento, fazer jus a isso, ou seja, Marconi Perillo poderia assinar, V. Exª poderia - pode assinar, não -, qualquer um da Mesa poderia fazer a leitura da.... Não quero polemizar com a Mesa. V. Exª sabe do carinho que V. Exª me merece. Apenas, e agradecendo de novo, porque V. Exª não saiu com aquela desculpa que foi, tantas vezes, esfarrapadamente dada: “estamos conferindo as assinaturas”, enfim, como se o pessoal aí não estivesse careca de saber a assinatura de todo mundo. Eu, às vezes, assino uma assinatura que nem eu mesmo reconheço como minha, e o pessoal sabe que é minha, a Drª Cláudia, a turma toda. Eles lêem do avesso.

            Aqui tem uma cultura na Casa, que o Deputado, quando vem no primeiro dia, o Deputado novinho, quando ele vem, no primeiro dia, ele entra como Deputado, ninguém mexe com ele. E aquelas figuras que sabem do retrato dele, que sabem ler as fisionomias, porque são treinadas para isso, barram o irmão dele, a cunhada, o primo, mas não barram o Deputado porque conhecem o Deputado. Então, a nossa assinatura é mais do que conhecida. Tenho certeza de que a Drª Cláudia está lhe dizendo isso.

             O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Está traduzindo uma praxe, que é levar à reunião de líderes, foi levado, aí os líderes estão decidindo.

            Mas eu quero apenas relembrar a V. Exª que ...

            O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE) - Presidente,...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Pois não, Senador Tasso Jereissati.

            O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE) - ... está havendo uma reunião de líderes?

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - A Secretária Executiva, Drª Cláudia Lyra, me informa que já houve hoje, pela manhã, reunião de líderes. É a praxe.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Mas é um direito nosso. A Drª Cláudia tem toda razão, houve a reunião de líderes. Ela está correta geograficamente, inclusive no espaço, ela está correta no tempo e no espaço. Houve reunião de tal hora a tal hora. Muito bem.

            Só que o PSDB, que coletou 27 assinaturas mais cinco, o PSDB entende que é para se fazer a leitura. É um direito nosso. No momento em que a gente começar a negar à Minoria o direito de instalar uma CPI a gente vai cair naquilo que já revoltou tanto V. Exª. Nós precisamos ver essa CPI instalada. Mas se tiver gente, e eu não acredito, que vai retirar assinatura, a hora de retirar é agora, é chegar lá e tirar, assumir.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Vou usar da minha sinceridade.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Use, use, Presidente.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - A do Dnit tiraram. Eu não tirei a minha, essa aqui, não vou tirar, só se Deus aí, não é? O Divino Espírito Santo...

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Aqui tem gente que vai tirar tanta assinatura que quando chegar em 2010... o povo vai tirar. ...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Eu não vou, a minha está lá.

            Mas eu estava aqui secretariando o Presidente Sarney - eu estou aqui com toda a sinceridade, que acho que isso é fundamental, é uma das virtudes que todos nós temos que ter -, do lado do Presidente Sarney, ele mandou ler a do Dnit, eu ali, na minha função de Secretário, e quando ele soube do dia seguinte, vamos ser justos, que tinham tirado, ele manifestou... assim... para mim que não foi bom terem tirado assinatura.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - V. Exª me permite de novo? Eu parabenizo o Presidente Sarney pela firmeza e pela condenação que fez, moral, das pessoas que, de maneira inadequada, retiraram as suas assinaturas. Agora, vamos ser francos, o Presidente Sarney não tem nada a ver com isso, porque é um direito do cidadão... até mesmo de se desmoralizar... Quer se desmoralizar, se desmoralize!

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Eu estou de acordo com V. Exª.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - A assinatura de alguns vira ioiô: assina, desassina. Isso está virando praxe aqui. O Presidente Sarney não tem o direito de se zangar com essa atitude, nem eu. Eu estou dizendo o seguinte: exponhamos as assinaturas, e o Presidente Sarney não tem nada a ver com isso, nem eu, nem ninguém, nem Tasso, nem Mozarildo, ninguém. Não temos nada a ver com isso. Quem quiser retirar que retire e assuma seus compromissos perante a Nação, assuma sua responsabilidade perante a Nação. Nós só queremos uma coisa, que é o que nos compete pedir e é um direito nosso, não é um favor: que nós queremos a leitura da CPI para a qual nós coletamos assinaturas...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Líder Arthur Virgílio, um dos momentos mais felizes da minha vida nesse Senado foi quando formou-se um grupo... graças a Deus, está chegando aí o Heráclito, Secretário... quando formou-se um grupo suprapartidário para enterrarmos a CPMF e V. Exª nos liderava...

            Senador Arthur Virgílio (Pausa.)

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Não, Presidente, isso está ficando grave porque não tem acordo. É acordo dos outros líderes, dizendo que eu não posso pedir uma CPI? Não dá! Não dá!

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Nós pedimos também aqui para o Senador Heráclito Fortes...

            Então, Senador Virgílio, um dos momentos mais felizes foi quando V. Exª nos liderou naquele momento de enterrarmos a CPMF. Mas aqui não estão todos os líderes, e eu...

            O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE) - Sr. Presidente, nenhum líder pode decidir por todos nós, não existe isso. Isso aqui é um direito...

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Não, não, não...

            O SR. TASSO JEREISSATI (PSDB - CE) - Presidente Mão Santa, V. Exª conhece muito bem o carinho e a amizade que eu tenho por V. Exª e que não é de hoje, é de muitos e muitos anos, e a solidariedade entre nós sempre foi total, mas não existe nenhum motivo, neste momento, nenhum Líder pode impedir que seja lido agora pelo Presidente aquilo que está sendo legalmente representado pelo número de assinaturas colocadas. E V. Exª é o Presidente. Para todos os efeitos, V. Exª é, neste momento, o Presidente.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Eu passarei a Presidência ao Heráclito, porque ele acompanhou a reunião de Líderes. Ele estava lá. Eu não acompanhei.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Nem eu. Também não acompanhei.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Nós estamos aqui. Eu sou favorável a qualquer CPI. Acho que o Senado é para fazer leis boas e justas e fiscalizar o Governo. Essa é uma maneira de fiscalizar... V. Exª se lembra de que, na sua função, sobre o affair da má administração do Senado, daqui eu disse: peçam uma CPI, que eu assinarei.

            Heráclito Fortes.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Obrigado, Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/05/2009 - Página 17314