Discurso durante a 121ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações em relação à apresentação do relatório das atividades do Senado Federal, durante o primeiro semestre do ano de 2009.

Autor
Geraldo Mesquita Júnior (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AC)
Nome completo: Geraldo Gurgel de Mesquita Júnior
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO.:
  • Considerações em relação à apresentação do relatório das atividades do Senado Federal, durante o primeiro semestre do ano de 2009.
Publicação
Publicação no DSF de 18/07/2009 - Página 33398
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • ELOGIO, PRESENÇA, PRESIDENTE, SENADO, SESSÃO, ENCERRAMENTO, SEMESTRE, REITERAÇÃO, AMIZADE, ORADOR, DEFESA, CUMPRIMENTO, REGIMENTO INTERNO, AUSENCIA, COBRANÇA, LICENCIAMENTO, PERIODO, CRISE, EXPECTATIVA, SOLUÇÃO, REFORMA ADMINISTRATIVA, OPORTUNIDADE, RENOVAÇÃO.
  • ANALISE, SUPERIORIDADE, VISITA, CIDADÃO, SENADO, CONTESTAÇÃO, ALEGAÇÕES, FALTA, CONFIANÇA, LEGISLATIVO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. GERALDO MESQUITA (PMDB - AC. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Sarney, Srs. Senadores, a sua presença hoje aqui, Senador Sarney, confesso que para mim é uma surpresa em algum sentido. Mas ela revela um fato muito interessante. Foi dito reiteradamente que V. Exª ansiava e talvez trabalhasse avidamente, inclusive, pela antecipação do recesso do Senado Federal ou do Congresso Nacional. V. Exª hoje vem aqui cumprir um ritual da Casa, ritual esse que poderia ter sido delegado a qualquer membro da Mesa, diga-se de passagem. Sua presença hoje aqui, pelo menos nesse ponto, desmente algo que foi dito e atribuído a V. Exª, ou seja, a sua ânsia de antecipar, inclusive, o recesso da Casa para melhor se resguardar.

Senador Sarney, há uma coisa que ninguém, nada me fará mudar. Eu, ao longo desses tempos, habituei-me e me aproximei de V. Exª. Não devo nada a V. Exª, e V. Exª não deve nada a mim. Isso é o que de bom resulta do nosso relacionamento parlamentar. Sua presença hoje aqui me dá ensejo de desejar-lhe um bom recesso, como aos nossos colegas Senadores e funcionários. Quero reiterar, inclusive publicamente, a amizade que tenho a V. Exª. Como eu disse, nada e ninguém fará com que isso se altere.

Nos momentos em que, nesta Casa, alguns colegas - aqui, não discuto o mérito das suas falas - pediam e pedem insistentemente que V. Exª se afaste do cargo, fui um dos que advoguei a obediência e o cumprimento do nosso Regimento, que hoje prevê esse tipo de situação, introduzida no ano passado em razão de outros problemas vividos pelo Senado.

Aguardo serenamente, Senador Sarney. Sou um homem do Direito e frequentei fórum muitos anos. Aguardo serenamente o desdobramento disso tudo. Acompanho o esforço de V. Exª em retomar o melhor tom administrativo desta Casa. Aguardo serenamente o desdobrar disso tudo.

E quero aqui expressar, com toda sinceridade, o desejo de que V. Exª tenha tranquilidade no recesso, de que tenha um bom recesso, assim como os demais colegas. E digo a V. Exª, com toda franqueza, com toda lealdade, com toda sinceridade, e pela amizade que lhe devoto, que lhe tenho, que ela será exercitada em qualquer circunstância. Em qualquer circunstância.

Eu não sou daqueles... Eu não diria aqui, Senador Sarney, que não temo a opinião pública. Com ela, devemos nos conciliar, mas ela não fará, em momento algum, que eu me acovarde a ponto de tentar jogar para debaixo do tapete ou esconder essa amizade que eu prezo muito. E acho que é uma das coisas mais importantes da vida estarmos em paz com aquilo que pensamos, com aquilo que sentimos.

Portanto, quero renovar, quero reiterar aqui a V. Exª essa coisa que digo que é algo que surgiu natural e espontaneamente no nosso relacionamento - respeitoso, diga-se de passagem. E eu não gostaria de perder esta oportunidade. Temo, sim, a opinião pública, mas eu digo que, com ela, precisamos estar sempre em consonância, tentando se conciliar, mas ela, em momento algum, nem a opinião pública nem a opinião publicada, fará com que, nos bons e nos maus momentos, e principalmente nos maus momentos, eu me afaste um milímetro desse compromisso espontâneo que tenho de amizade a V. Exª. Acho que, nos bons momentos, às vezes, nem precisa disso, mas a gente precisa mesmo é naqueles momentos de maior aflição, de maior turbulência, de maior preocupação.

Portanto, o meu voto, o meu desejo para que V. Exª, o Senador Mão Santa, todos os Senadores aqui presentes, servidores desta Casa tão leais e dedicados e aqueles que nos acompanham, a imprensa e a população que, por vezes, acorre a nossas galerias para acompanhar... Isso contradiz, inclusive, o que dizem sobre a população brasileira, de que há certo desencanto com a política. Digo que não, Senador Sarney.

Eu observo que algumas unidades do Poder Legislativo podem viver momentaneamente processos de crise, mas o Poder Legislativo é ainda um poder respeitado pela população brasileira. Eu creio que crises, como disse alguém na história há muitos anos, crise é a parteira da história. Sempre foi e sempre será. A crise é uma oportunidade para que a gente se renove, para que a gente proceda de outra forma, para que a gente se reaproxime das maiores expectativas da população brasileira. Tenho certeza absoluta de que esse será o nosso caminho, o nosso futuro, o nosso objetivo. Não enxergo, por mais que se tente atribuir à população brasileira todo esse descrédito. Não vejo isso. As visitas diárias e frequentes da população brasileira às galerias do Senado Federal comprovam isso. Os nossos corredores vivem cheios de visitantes. Essa é a constatação que faço.

Portanto, Senador Sarney, sem mais delongas, é apenas para renovar publicamente a amizade, o carinho e o respeito que tenho por V. Exª, na crise, no melhor e no pior.

Um bom dia e um bom recesso a todos.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 18/07/2009 - Página 33398