Discurso durante a 125ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação sobre o discurso do Presidente José Sarney durante a sessão de ontem. Referência à representação do PMDB apresentada ao Conselho de Ética, contra S.Exa.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO.:
  • Manifestação sobre o discurso do Presidente José Sarney durante a sessão de ontem. Referência à representação do PMDB apresentada ao Conselho de Ética, contra S.Exa.
Publicação
Publicação no DSF de 07/08/2009 - Página 34723
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • REGISTRO, CONTRADIÇÃO, PRONUNCIAMENTO, JOSE SARNEY, PRESIDENTE, SENADO, CRITICA, FALTA, ESCLARECIMENTOS, DENUNCIA, PERIODICO, VEJA, APROPRIAÇÃO, TERRAS, EXISTENCIA, GAS NATURAL, AUSENCIA, COMENTARIO, CENSURA, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DIVULGAÇÃO, ACUSAÇÃO, FILHO, SENADOR, PARTICIPAÇÃO, IRREGULARIDADE, UTILIZAÇÃO, FUNDOS PUBLICOS.
  • CRITICA, INICIATIVA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ENTRADA, REPRESENTAÇÃO, CONSELHO, ETICA, OPOSIÇÃO, ORADOR, REPRESALIA, DENUNCIA, IRREGULARIDADE, ADMINISTRAÇÃO, PRESIDENTE, SENADO, EXPECTATIVA, EFICACIA, ATUAÇÃO, COMISSÃO DE ETICA, APRECIAÇÃO, ACUSAÇÃO.
  • DEFESA, NECESSIDADE, AFASTAMENTO, JOSE SARNEY, SENADOR, PRESIDENCIA, SENADO, POSSIBILIDADE, SOLUÇÃO, CRISE, RETORNO, VOTAÇÃO, PROJETO.

                          SENADO FEDERAL SF -

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            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, antes de tudo, peço licença ao Senador Jefferson Praia para subscrever com S. Exª esse requerimento de voto de sessão especial.

            Sr. Presidente, gostaria muito de ter, ontem, comentado o discurso de V. Exª - não foi possível -, porque vi nele contradições. Não me convenceu. Foi um discurso vago, que não foi aos pontos fundamentais, inclusive não foi à acusação que a revista Veja fez de apropriação de terras, terras ricas em gás natural; não se falou da censura ao jornal O Estado de S. Paulo.

            Por outro lado, sem surpresa, recebo hoje a informação de que, finalmente, o PMDB resolve entrar com a tão propalada representação contra mim no Conselho de Ética da Casa. E soube - tirei o dia para não ler notícias on-line - que, ao contrário do que ontem acontecera, em que, a toque de caixa, cinco matérias envolvendo acusações que eu julgava graves - se não as julgasse graves, não as teria assinado - foram arquivadas liminarmente pelo Senador Paulo Duque, S. Exª hoje teria dito que, nessa representação contra mim, vê consistência.

            Vou responder com toda disciplina a cada questionamento que está sendo posto na representação do PMDB, lamentando apenas que isso não tenha sido feito pela indignação que a mim me moveu, mas que tenha sido feita a representação em represália às atitudes que tomei, às atitudes que meu Partido tomou. Isso foi fartamente declarado por figuras responsáveis e por figuras importantes desse Partido.

            Estou pronto, absolutamente pronto. E vou dizer a V. Exª, se V. Exª me permitir extrapolar o tempo um pouquinho - acho que ainda tenho três minutos; enxergo mal -, algumas coisas bem tópicas, Sr. Presidente. A primeira é que confio muito no plenário do Conselho de Ética da Casa; nem tudo ali, para mim, é tropa de choque. Em segundo lugar, confio muito - talvez, mais ainda - no plenário desta Casa, no conjunto desta Casa. Em terceiro lugar - entendo que pesam sobre V. Exª acusações muito graves, e, se elas são tratadas desse jeito, elas desembocarão aqui -, se acontece uma conjunção de forças que diga que meu mandato não cabe, mas que cabe o de V. Exª, eu lhe digo de maneira muito clara: eu não faria mesmo, se fosse essa a realidade da Casa, a menor questão de permanecer nesta Casa; nesse caso, eu não faria a menor questão, a menor, a mínima questão de permanecer nesta Casa, sob qualquer condição.

            Eu me conheço e devo dizer que, ao longo desse processo, não farei concessão alguma e não solicitarei concessão alguma. Eu me portarei com equilíbrio, com altivez; eu me portarei com apego às minhas convicções e às minhas verdades, acreditando que uma instituição de 183 anos de idade saberá encontrar a melhor embocadura para sua crise.

            Continuo entendo que o melhor caminho para o desfecho dessa crise, haja o que houver... Esqueça a minha pessoa! Não agi, em nenhum momento, em represália a V. Exª. Se tiver de agir, em qualquer circunstância, não agirei em represália a quem quer que seja. É a convicção que me move.

            Digo, Sr. Presidente, que considero, sob todos os títulos, que cada dia a mais de permanência de V. Exª no comando da Casa significa um dia a mais de agudização dessa crise. Estamos aqui sem votar, não se cogita mais votação. Estamos aqui vendo V. Exª, que, ontem, disse: “Tentei pelo silêncio; agora, vou fazer pela palavra”. V. Exª não tem ficado silente, V. Exª já fez vários discursos. Em cada discurso, acrescenta uma explicação. Depois do discurso, vem a errata; no discurso, vem uma nota que explica aquilo que não ficou bem explicado no discurso.

            Muito bem, Sr. Presidente, aceito a representação do PMDB como um galardão, como uma medalha, e a enfrentarei com as armas da minha convicção, com as armas da minha palavra, com as armas da minha vida, com as armas do meu mandato, confiando, sobretudo, no Senado Federal.

            Portanto, Sr. Presidente, neste momento e por hora, era o que eu tinha a dizer.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/08/2009 - Página 34723