Discurso durante a 156ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do Dia Internacional da Democracia.

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. ESTADO DEMOCRATICO.:
  • Comemoração do Dia Internacional da Democracia.
Publicação
Publicação no DSF de 16/09/2009 - Página 43492
Assunto
Outros > HOMENAGEM. ESTADO DEMOCRATICO.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, DEMOCRACIA, COMPARAÇÃO, DIRETRIZ, RELIGIÃO, CRISTÃO, ETICA, IGUALDADE, ELOGIO, CAPACIDADE, RENOVAÇÃO, IMPORTANCIA, VIGILANCIA, RESPEITO, DIGNIDADE.

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            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gostaria de encerrar em dois minutos ou três, dizendo que a democracia é realmente a síntese, no curso da história, de todas as experiências humanas; a criação de norma de vida, que, assegurando a ordem, o desenvolvimento material e cultural, permite a expansão dos povos sem a quebra dos valores inerentes à dignidade humana.

            Maritain via nos evangelhos as raízes da democracia - razão de sua elevação ética -, por ser o único regime político compatível com as exigências da consciência do homem. Ela nunca se cristaliza em fórmulas definitivas, não descansa em postulados imutáveis, não se funde em normas empedernidas. A democracia é dinâmica por essência, repudia os conceitos estáticos. Cada conquista alcançada abre novas perspectivas para novas reivindicações, numa constante sucessão de lutas e conflitos, na busca de melhores estágios de bem-estar, segurança e felicidade do gênero humano.

            É nessa mobilidade e nessa incessante capacidade para se modificar e se renovar que reside o segredo da sua resistência e da sua perenidade. A democracia não pode envelhecer. Se o faz, entra em caducidade, perecendo. Se não se adapta às novas situações geradas no bojo dos processos sociais, deixa de ser instrumento de civilização do processo de elevação da raça humana e da convivência entre os homens e acaba transformando-se num obstáculo à evolução.

            Sr. Presidente, a democracia busca a reforma, não a revolução. E a reforma, Sr. Presidente, tem aqui, nesta Casa, o seu dínamo. O que é democracia? Representatividade. E o que é a representatividade? São os partidos. E o que são os partidos? São os votos.

            Agora, é duro constatar e mais duro ainda proclamar - e está aqui um candidato da cidade de Valença, Dr. Álvaro, que busca hoje na Justiça seus direitos - que o voto em nosso País caminha para a desmoralização. Ele é corrompido pelo poder econômico. Ele é aviltado, muitas vezes, por setores da imprensa - a imprensa onipotente, que não consegue conjugar, harmonizar o direito da liberdade de imprensa com outro direito que a ele se sobrepõe ou que o antecede, que é o direito a esta verdade, a dignidade humana, aos princípios da democracia.

            Então, Sr. Presidente, não tenho muito tempo, agora, às 14 horas, deve começar a Ordem do Dia, mas eu queria apenas dizer que continuo com fé na democracia, mais nos princípios de substância cristã, porque foi Cristo quem, primeiro, no curso da nossa história, nos ensinou que somos todos irmãos e temos o direito à repartição das conquistas econômicas, pelo menos, no nível da nossa necessidade, para que possamos praticar as virtudes e cada um cumprir com o seu destino.

            Muito obrigado, Presidente.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/09/2009 - Página 43492