O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Mão Santa, primeiro signatário do requerimento da presente sessão, Exmº Sr. Senador Paulo Paim, queria dizer aos senhores que o primeiro signatário significa o pai da criança, significa o Senador que teve a ideia mãe, a ideia mater de fazer esta homenagem. Em nome do Senador Paulo Paim, parabenizo a todos os Senadores desta Casa e, fundamentalmente, a grande ideia de fazer esta homenagem aos 45 anos do Ipea.

            Saúdo o Presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea, Sr. Márcio Pochmann.

            Srªs e Srs. Senadores, ilustres servidoras, servidores e visitantes que nos honram com suas presenças neste plenário, minhas senhoras e meus senhores, no início da década de 60, o Brasil apresentava um quadro grave de estagnação econômica, com o esgotamento do modelo de crescimento industrial baseado na substituição de importações, elevados níveis de inflação, desequilíbrios persistentes no balanço de pagamentos, gerando uma situação insustentável de crise social e econômica.

            A inteligência brilhante de Roberto Campos verificou a necessidade de criar um organismo de planejamento para pensar o Brasil e traçar cursos de ação necessários ao nosso processo de desenvolvimento econômico e social.

            A ação decisiva desse homem dotado de grande talento e extraordinária visão prospectiva contribuiu para criar as condições necessárias para que o País pudesse recuperar os elementos que fizeram dele um dos países de maior crescimento econômico no século XX.

            João Paulo dos Reis Veloso voltava de um curso de doutorado na Universidade de Yale e foi chamado por Roberto Campos para criar uma entidade que deveria pensar o Brasil: fazer pesquisas e propostas relativas ao desenvolvimento da Nação, no médio e longo prazos.

            Assim se criou uma das mais importantes instituições de pesquisa do Brasil. Uma instituição independente, com plena liberdade intelectual e dotada de um grande patrimônio técnico e constante aprimoramento.

            Ao comemorarmos os 45 anos de existência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea, uma das mais importantes entidades do serviço público brasileiro de todos os tempos, temos a obrigação de também homenagear a figura ímpar de seu criador: o Professor, Economista, Deputado, Senador, Embaixador e Ministro Roberto de Oliveira Campos.

            Podemos afirmar, com certeza, que grande parte do sucesso da economia brasileira, o fato de hoje integrarmos o G-20 e estarmos entre as maiores economias do mundo se deve ao trabalho de pesquisa e reflexão, planejamento e propostas de ação realizadas pelo Ipea ao longo desses 45 anos de atividades.

            O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada é muito mais do que uma entidade pública, pois ele representa uma nova era no planejamento econômico e social no Brasil, uma nova e ampla visão de análise, diagnóstico e propostas de ação com o objetivo de construção de uma sociedade mais forte e mais aberta, social e economicamente.

            Como todas as entidades e instituições nacionais, o Ipea também passou por momentos de sucesso e de fracasso, em decorrência de mudanças de rumos políticos.

            Ao longo de sua história, o órgão nem sempre desfrutou de momentos positivos. Houve momentos de incompreensões e dificuldades, inclusive com desprestígio de seu quadro de excelentes técnicos e pesquisadores. No entanto, o Ipea nunca perdeu aquilo que de mais importante existe em toda a sua trajetória: o nível de excelência de seu quadro técnico, que sempre atuou com objetividade, espírito público, eficiência e competência no sentido de encontrar os melhores e mais adequados caminhos para a transformação do Brasil na grande Nação, cumprindo o nosso destino histórico.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, na comemoração dos 45 anos de existência de uma das mais importantes entidades do serviço público brasileiro, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, temos grande dificuldade em qual ponto centrar nossa homenagem, quais pontos ressaltar e que aspectos considerar mais relevantes numa trajetória meritória, de grandes serviços prestados ao Brasil, às ciências sociais, à economia, à cidadania, ao planejamento e à pesquisa.

            O Ipea é uma instituição de pesquisa e de formulação de políticas públicas que adota uma orientação multidisciplinar e pluralista.

            O campo de atuação do Ipea comporta uma imensa gama de temas de interesse nacional: economia, educação, emprego, democracia, gasto público, saúde, dívida pública, política fiscal, saneamento básico, responsabilidade fiscal, política monetária, racismo, exportações, balanço de pagamentos, empreendedorismo, desigualdades sociais e regionais, política tributária, globalização econômica, reforma agrária, corrupção, nutrição, mortalidade infantil, qualificação profissional, desemprego, agricultura, tecnologia da informação, segurança pública, previdência social e cidadania.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, atualmente, o Brasil ainda sofre em decorrência do abandono do planejamento adequado e da falta de investimentos em áreas estratégicas. Já sofremos um apagão elétrico, um apagão aéreo e, atualmente, sofremos um apagão na área de segurança pública. Tudo isso decorre em grande parte do abandono do planejamento estratégico. Ainda estamos pagando o alto preço da imprevidência, da falta de rumos, da falta de gestão adequada no serviço público e da falta de competência.

            Tudo isso o Ipea sabe fazer e tem feito ao longo desses 45 anos.

            Quero, neste momento - em que nos congratulamos com todos os técnicos, especialistas e pesquisadores que fazem o Ipea -, desejar os melhores votos de continuidade do trabalho meritório dessa entidade, que tanto nos orgulha por sua competência reconhecida internacionalmente.

            O Brasil deve muito ao Ipea e a todos os seus servidores, aqui personificados e homenageados na figura de seu jovem presidente, o talentoso economista Márcio Pochmann, a quem o Brasil muito deve no campo das apropriações estatísticas a serviço das políticas públicas.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

            (Palmas.)

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