Pronunciamento de Mão Santa em 05/11/2009
Discurso durante a 203ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Saudação pela passagem do Dia da Cultura, celebrado na data de hoje. Homenagem a Rui Barbosa, patrono do Senado Federal, nascido no dia 5 de novembro de 1849.
- Autor
- Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
- Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
HOMENAGEM.
ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.:
- Saudação pela passagem do Dia da Cultura, celebrado na data de hoje. Homenagem a Rui Barbosa, patrono do Senado Federal, nascido no dia 5 de novembro de 1849.
- Publicação
- Publicação no DSF de 06/11/2009 - Página 57478
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.
- Indexação
-
- HOMENAGEM, DIA, CULTURA, ANIVERSARIO DE NASCIMENTO, RUI BARBOSA, VULTO HISTORICO, PATRONO, SENADO.
- IMPORTANCIA, ENSINO SUPERIOR, ESTADO DO PIAUI (PI), REGISTRO, ANTERIORIDADE, GESTÃO, ORADOR, GOVERNADOR, INCENTIVO, SETOR, CRITICA, INEFICACIA, ATUAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, ATUALIDADE, MELHORIA, EDUCAÇÃO, FALTA, CONCLUSÃO, AEROPORTO, CONSTRUÇÃO, USINA HIDROELETRICA, FERROVIA.
- REGISTRO, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, CAMPUS AVANÇADO.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. MÃO SANTA (PSC - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Paulo Paim, que preside esta sessão de 5 de novembro, Parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros aqui no plenário do Senado da República e os que nos assistem pela TV Senado e pela Rádio AM, FM e ondas curtas.
Professor Cristovam, hoje é o Dia da Cultura. E, pelo nascimento, 5 de novembro, do nosso Rui Barbosa. Ele completaria 160 anos se vivo fosse. Cristovam, nós fomos Governadores de Estado - V. Exª aqui do Distrito Federal, e eu do Piauí. Eu sou orgulhoso, Cristovam, porque plantei, no Estado do Piauí, a semente que acho mais importante: a do saber. V. Exª criou, com Darcy Ribeiro, essa universidade federal.
Mas V. Exª está olhando para um dos homens que mais desenvolveu o ensino universitário neste País. É porque eu acredito mesmo, a crença vai formando, foi-nos formando a ter a cultura que nós temos para que possamos ser os pais da Pátria.
Bastava dizer, Paim, que em um livro Charles De Gaulle disse - precisamos meditar neste Dia da Cultura - que nunca encontrou um chefe bom que não tivesse uma boa cultura. E nós estamos no dia de hoje.
A vida me ensinou e eu aprendi na Alemanha o que é uma universidade. Cristovam, eu tinha sido convidado... Na cidade em que eu era Prefeito, a minha cidade de Parnaíba, tinha uma filial da Merck Sharp & Dohme, que extraiu do jaborandi, uma planta que tem no Piauí e no Maranhão, a pilocarpina, que era de uma utilidade médica extraordinária. Hoje tem outros produtos que superaram. Mas aquilo era muito importante para a Merck, e eles me deram uma viagem. E eu fui, Paim. Eu fui recebido pelo Professor Basedow. Esse Professor Basedow tinha andado aqui, na América Latina, representando a Merck, e era o meu intérprete e meu anfitrião.
Interessante, Professor Cristovam, que, quando ele tinha uma dificuldade, ele dizia “Professor Basedow”; e acabava. A gente ia a um restaurante, eu me lembro, em Frankfurt, aquele que fica rodando, a gente pensa que está é bêbado, mas não é não. Viu, Cristovam Buarque, eu tinha tomado lá umas, e o bicho rodando; eu olhava, era uma paisagem, três minutos depois, outra paisagem. Mas, a melhor mesa, os melhores lugares no teatro. Aonde se ia, ele: “Professor”. Um dia, engarrafou o trânsito, aí ele: “Professor Basedow”. Facilitaram tudo.
Aí, eu disse: “Professor, é o seguinte, o senhor não é engenheiro químico, diretor da Merck Darmstadt?”. Ele disse: “É, realmente eu sou. Mas, antes de sê-lo, eu fui professor de Heidelberg”. Conhece, professor Cristovam, Heidelberg, na Alemanha, Universidade de Heidelberg, a mais velha da Europa? Ele disse: “Eu fiz um concurso para professor de química, passei 10 anos ensinando, aí apareceu essa oportunidade de trabalhar na Merck. Sou químico e progredi. Sou diretor da empresa, muito dinheiro.” Ele disse. “Mas acontece que eu uso o título de professor porque, na Alemanha, o título mais honroso é o de professor. Não é ter dinheiro, não é diretor da Merck, não é milionário e poderoso não. Professor. E, prefeito, eu tenho que ir uma vez por semana dar uma aula em Heidelberg para poder usar o título, não recebo remuneração, só para não perder o titulo e dizer professor Basedow”.
Olha, Cristovam, e V. Exª querendo um pisozinho e não consegue. Oh, Justiça! Oh, Justiça! Oh, Justiça! Como conseguem dormir vocês ganhando tanto e as professorinhas nossas não conseguem o piso? Onde está? É, e a imprensa calada, morta, adormecida, que não compara esses salários? Hein, Cristovam?! Entendeu o negócio? E o Dia da Cultura.
Aí eu vi, Paim - e fiquei perplexo -, a arquitetura de Heidelberg. É antiga, histórica. É uma daquelas cidades antigas, com mais de mil anos. Viu Cristovam! E a Alemanha toda modernizada. Foi bombardeada duas vezes, em duas guerras, e reconstruída. Eu vendo Heidelberg, e o professor disse: “Esta cidade nunca foi bombardeada em duas guerras mundiais. Eles perderem, mas respeitou-se Heidelberg porque de lá saíram os gênios”. Albert Einstein estudou lá. Respeitaram. Os americanos não soltaram bombas porque o general americano tinha feito curso lá em Heidelberg.
Sendo Governador do Piauí, decidi investir na universidade. Paim, dei o maior palácio que tinha, o do Governo, para instalar a reitoria. Voltei para o antigo, para o pequenininho. Dei, Cristovam Buarque, o maior palácio do Governo, o do Pirajá, para o reitor. Ele tinha um palácio melhor e desenvolveu-se.
Senador Paim, construímos quatrocentas faculdades no Piauí, 36 campi avançados, 65 mil brasileiros iam fazer vestibular lá. Eu oferecia 13 mil vagas. O Partido dos Trabalhadores, os aloprados que estão lá, resumiram isso a um quarto. A Uespi (Universidade Estadual do Piauí) estava entre as três melhores universidades federais. Nós fizemos convênios, Cristovam, com Cuba, com São Marcos, do Peru, a mais antiga, com Coimbra, e era supervisionada pela Fundação Getúlio Vargas, a fundação que é hoje uma Harvard. Ela que supervisionava o crescimento da Uespi. Eu mesmo fui beneficiado, porque um dos primeiros cursos, Paim, que a Fundação Getúlio Vargas deu e que eu levei para lá, foi o de gestão pública. E eu, governador, fui fazê-lo. Eu tenho curso de gestão pública.
Olha por que não estou aí apoiando essa gente. Paim, eu sei que todos os partidos têm gente boa e ruim. Mas, lá, no Piauí... Por isso que eu disse: afasta de mim esse cálice.
Paim, eu recebi - e ia comparecer - um convite de 15 anos do campus avançado que criamos em Floriano. Nós criamos 36 campi avançados. Interiorizamos, Cristovam Buarque, o ensino universitários nas 36 maiores cidades do Piauí. Eu recebi um convite da mocidade estudiosa, estudantes, independentes e livres, para ir ao aniversário do 15º aniversário do campus avançado de Floriano.
Floriano é uma cidade extraordinária, chamada “princesa do sul do Estado”. Floriano é banhada pelo Parnaíba. Foi o primeiro campus avançado que eu fiz, dos 36. Eles me convidaram. Paim, eu disse que ia. Está aqui:
17:00 - ENCERRAMENTO
SENADOR MÃO SANTA (a confirmar)
- A EXPANSÃO DA UESPI.
Confirmei. Seria no dia 7, sábado. Vai haver a palestra:
8:00 às 9:15 - Palestra
Atividade física - promoção da saúde e qualidade de vida
Controle individual, medidas e avaliação
Acadêmicos do curso de Educação Física
9:20 às 10:30 - Palestra
Formação inicial do professor
Profª Ana Vivian Facão Du Carmo
Exposição
Ensaio fotográfico - a realidade de crianças e adolescentes em Floriano
10:35 às 12:00 - Palestra
Plano Diretor Participativo
Adm. Edilberto Araújo
12:00 às 14:00 - Almoço
14:00 às 15:20
Contabilidade de custos nas organizações de saúde
Profª Ângela Estrela de Sampaio
15:20 às 17:00 - Aula
Português para concurso
Profª Francisca
17:00 - ENCERRAMENTO
SENADOR MÃO SANTA
À noite, balada universitária dos jovens.
Quando fui ver, agora, mandei contratar um táxi aéreo. Vou até desculpar-me. Mandei o discurso. Não vou poder ir, não, porque não há mais aeroporto. Acabou tudo. Tudo mentira. Diziam: dois aeroportos internacionais. Mentiram tanto que acabaram no imbróglio Suplicy e Heráclito. Heráclito dizia a verdade, que não havia, e Suplicy trazia umas cartas falsas. E acabou no imbróglio na minha cidade.
Mas em Floriano? A cidade economicamente maior é Parnaíba - Teresina, Picos, Parnaíba e Floriano. É a quarta cidade com a capital. O aeroporto está todo destroçado. Eu tenho de dizer agora que não posso terminar o encontro e a comemoração.
Vive de mentira. Vive de mentira e mentira: ia construir cinco hidrelétricas no Piauí; um porto ia ser concluído agora em dezembro, e a estrada de ferro, em 60 dias. Levaram Alberto Silva, sonhador, sonhador, porque era engenheiro ferroviário; disseram que, em dois meses, recuperariam Parnaíba, Luís Correia... Parnaíba e Teresina, não trocaram um dormente. Deus chamou Alberto Silva para o céu, Dornelles, e ele não viu nada acontecer do que lhe prometeram, enganando-o.
Esse é o Governo da mentira, por isso eu me afastei. Aliás, eu fui para o Partido Social Cristão, que diz: “De verdade em verdade, eu vos digo [...]”. Assim falava Cristo, não é? Por isso, estamos nesse partido, que tem sido a nossa vida.
Mas queremos dizer: o Piauí está decepcionado. Mas ao Piauí resta a esperança. A esperança, como diz Ernest Hemingway, autor de O Velho e o Mar... Você já leu, Francisco Dornelles, Ernest Hemingway, aquele escritor americano que nasceu em Key West - que V. Exª conhece, próximo de Cuba - e que morreu em Cuba? Ele, em O Velho e o Mar, diz que a maior estupidez é perder a esperança. O homem não nasceu para ser derrotado. Ele pode até ser destruído; derrotado, nunca. Então, a maior estupidez é perder a esperança. E o povo do Piauí tem a esperança que a democracia oferece, a alternância do poder.
Essa é a mocidade estudiosa que foi buscar, e peço todas as minhas desculpas, porque não vou comparecer por isso. Mas haverá outras oportunidades. Nós vamos ter a alternância do poder e poder responsável. O aeroporto de Floriano funcionava. Eu fiz a pista, recuperei o aeroporto. E é uma cidade pujante. E esse é o Piauí.
O Piauí, a verdade é esta, é aquela propaganda que diz... Eu queria morar no Piauí da propaganda, porque só há propaganda e mentira. Eles querem governar, o Partido dos Trabalhadores, inspirado por Goebbles, o comunicador de Hitler, que dizia que uma mentira repetida se torna verdade.
E a verdade é esta: a segurança. É uma barbárie a sociedade que vivemos. A educação está aqui destroçada. E a saúde só é boa para os que têm dinheiro e plano de saúde.
Mas que fortaleça a esperança de uma alternância do poder no Piauí e no Brasil.
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