Fala da Presidência durante a 178ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoraçãodo fim da Guerra do Contestado.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoraçãodo fim da Guerra do Contestado.
Publicação
Publicação no DSF de 09/10/2009 - Página 50579
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, AUTORIDADE, PRESENÇA, SESSÃO, LEITURA, PRONUNCIAMENTO, AUTORIA, JOSE SARNEY, PRESIDENTE, SENADO, HOMENAGEM, ANIVERSARIO, EXTINÇÃO, GUERRA CIVIL, HISTORIA, ESTADO DE SANTA CATARINA (SC), CONTESTAÇÃO, TERRAS, FRONTEIRA, ESTADO DO PARANA (PR), IMPORTANCIA, RESGATE, MEMORIA NACIONAL, DETALHAMENTO, CONFLITO, SUPERIORIDADE, INFLUENCIA, AUTORIDADE RELIGIOSA, DEFESA, MONARQUIA, VIOLENCIA, REPRESSÃO, EXERCITO, REPUBLICA.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PSC - PI) - Neste instante, vou ler as palavras do Presidente José Sarney.

            Minhas senhoras e meus senhores, como Casa do Poder Legislativo que representa a Federação brasileira, o Senado da República age dentro de seu papel institucional ao promover comemorações como esta, em que são lembrados momentos importantes da história dos entes federados.

           Inicio, portanto, cumprimentando o nobre Senador Raimundo Colombo pela iniciativa de propor que o Período do Expediente da sessão deliberativa do dia de hoje seja dedicado a comemorar o fim da Guerra do Contestado.

           Vivemos em um país que ainda valoriza pouco seu passado, que ainda não preza suficientemente sua memória. Eis uma faceta de nossa cultura que precisamos modificar. Valorizar a história é engrandecer nossa identidade como povo e como Nação: e é isso o que o Senado tem feito ao promover comemorações como esta de hoje.

           A Guerra do Contestado, a despeito de ainda ser pouco conhecida da grande maioria do povo brasileiro, foi a maior revolta civil de nosso período republicano, que chegou a envolver, no auge do conflito, nada menos de metade do Exército brasileiro.

           As causas da Guerra do Contestado são bastante complexas, mas tudo começou com duas disputas de terra, ambas relacionadas ao oeste de Santa Catarina. A primeira se deu entre Brasil e Argentina, ainda por conta do Tratado de Tordesilhas, e foi definitivamente resolvida em 1895. A outra se deu entre os Estados do Paraná e de Santa Catarina. Tais conflitos deram nome à região: Contestado.

           Como toda área fronteiriça em que há disputa de terras, as desavenças internas também fervilharam ali. Sobre a região do Contestado pairavam interesses empresariais e rixas sangrentas entre coronéis, assim como uma religiosidade popular exacerbada pela influência de monges que eram considerados santos pelo povo.

           Uma briga entre coronéis deu origem ao conflito em fins de 1912. Seguidores do monge José Maria, abrigados em Curitibanos sob os auspícios do coronel Henriquinho, e que acreditavam na monarquia como um regime divino, incomodaram, com sua pregação, um coronel rival, que convocou as tropas do Estado para reprimi-los.

           Refugiados no Paraná, os seguidores de José Maria foram duramente confrontados pelo Governo paranaense, que pensou se tratar de uma invasão de Santa Catarina a seu território. O monge foi morto em conflito, mas seus seguidores perseveraram, fundando diversas “cidades santas” na região do Contestado, que chegaram a abrigar 20 mil pessoas.

           A proliferação dos seguidores de José Maria começou a incomodar o Governo Federal, que via no movimento uma nova Canudos. Desencadeou-se, então, uma repressão sangrenta, comandada pelo General Setembrino de Carvalho, que dizimou os fiéis.

           O fim da Guerra do Contestado resultou na fixação definitiva dos limites fronteiriços entre o Paraná e Santa Catarina, em acordo firmado em 20 de outubro de 1916.

           Seu maior legado, no entanto, foi forjar e formar a identidade sociocultural do povo catarinense, cuja fibra e união é hoje reconhecida por todos nós, quando vemos a enorme capacidade desse povo de recomeçar do zero após as inúmeras tragédias naturais que vêm atingindo Santa Catarina.

           Ao povo catarinense, nossa profunda admiração e solidariedade. Que a comemoração do fim da Guerra do Contestado traga ainda mais união e força a essa gente tão forte e batalhadora!

           Muito obrigado.

            São as palavras do Presidente José Sarney.

            Convidamos agora, para usar da palavra - por cessão especial do patrono da festa, Senador Colombo -, a Senadora Ideli Salvatti.

            Enquanto ela chega à tribuna, ela que é mulher, temos que relembrar a valorosa mulher brasileira Anita Garibaldi, que traduz a bravura e o amor à nossa Pátria. A libertadora, a precursora da libertação dos escravos e da própria República.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 09/10/2009 - Página 50579