Discurso durante a 41ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Leitura de carta a todas as pessoas que apoiaram a candidatura de S.Exa. ao Governo do Estado de São Paulo.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Leitura de carta a todas as pessoas que apoiaram a candidatura de S.Exa. ao Governo do Estado de São Paulo.
Publicação
Publicação no DSF de 31/03/2010 - Página 10497
Assunto
Outros > ATUAÇÃO PARLAMENTAR. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, PRESIDENTE, ASSOCIAÇÃO DE CLASSE, ZOOTECNIA, BRASIL, VISITA, SENADO, DIALOGO, PROJETO, CONSELHO FEDERAL, SETOR, COMPROMETIMENTO, ORADOR, RELATOR, AGILIZAÇÃO, PARECER, COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO JUSTIÇA E CIDADANIA.
  • LEITURA, CARTA, AUTORIA, ORADOR, DESTINAÇÃO, POPULAÇÃO, APOIO, CANDIDATURA, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ESCLARECIMENTOS, PERMANENCIA, MANDATO PARLAMENTAR, OBEDIENCIA, DECISÃO, POLITICA PARTIDARIA, UNANIMIDADE, OPINIÃO, DIRETORIO ESTADUAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
  • ESCLARECIMENTOS, SEMELHANÇA, MOTIVO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, CRIAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), INTERESSE, DISPUTA, ELEIÇÕES, GOVERNO ESTADUAL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ESPECIFICAÇÃO, DEFESA, ETICA, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA, MELHORIA, EDUCAÇÃO, SISTEMA DE TRANSPORTES, SISTEMA PENITENCIARIO, SEGURANÇA PUBLICA, AMPLIAÇÃO, REFORMA AGRARIA, ACESSO, SAUDE, INCENTIVO, MICROEMPRESA, CONSOLIDAÇÃO, PARCERIA, GOVERNO FEDERAL, PROGRAMA DE GOVERNO, ACELERAÇÃO, CRESCIMENTO, IMPLEMENTAÇÃO, PROGRAMA, TRANSFERENCIA, RENDA, BOLSA FAMILIA, RENDA MINIMA, CIDADANIA.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, CARTA, INCENTIVO, POPULAÇÃO, CANDIDATURA, ORADOR, ELEIÇÕES, GOVERNO ESTADUAL, AGRADECIMENTO, APOIO, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Senador Mão Santa.

            Eu gostaria, em primeiro lugar, de dar as boas-vindas ao Professor Dr. Walter Motta Ferreira, Presidente da Associação de Zootecnia no Brasil, e que juntamente com a Fabiana, o Ricardo, o Ézio, veio fazer-me uma visita para dialogar sobre o projeto do Conselho Federal de Zootecnia, do Deputado Max Rosenmann, que, infelizmente, nos deixou em 2008, mas deixou uma contribuição muito importante.

            Fui designado relator na Comissão de Constituição e Justiça e espero poder contribuir com parecer em breve a respeito desse conselho.

            Mas, Sr. Presidente, eu me sinto na responsabilidade, hoje, de aqui ler uma carta a todas as pessoas que apoiaram a minha candidatura a Governador do Estado de São Paulo, nestes termos:

             Brasília, 30 de março de 2010.

            Agradeço imensamente a todas as pessoas, filiadas ou não ao Partido dos Trabalhadores, que me apoiaram como pré-candidato ao Governo do Estado de São Paulo, neste ano de 2010. Em novembro passado, o Presidente Edinho Silva, do Diretório Estadual do PT, reuniu o diretório e anunciou que o PT apoiaria o Deputado Ciro Gomes, do PSB, em coligação com os partidos aliados, ou teria candidatura própria. Tendo em conta que o Senador Aloizio Mercadante havia manifestado sua disposição de ser candidato à reeleição para o Senado, a direção, considerando o sentimento das bases do partido, à época, definiu que tínhamos, então, como partido, seis pré-candidatos: Marta Suplicy, Antonio Palocci, Fernando Haddad, Emídio de Souza, Arlindo Chinaglia e Eduardo Suplicy. Ademais, o Presidente Edinho informou que cada um de nós, para ter convalidada a pré-candidatura, deveria ter o apoio de pelo menos 2.970 assinaturas, correspondentes a 1% dos 297.000 filiados no Estado.

            Em plenária realizada em dezembro, com a presença de dezenas de filiados que acompanham de perto meu trabalho, afirmei minha disposição de cumprir com esmero meu mandato de Senador até janeiro de 2015, para o qual fui eleito pelo povo de São Paulo, em 2006, com 8.986.803 ou 47,82% dos votos do Estado. Na oportunidade, levantei a hipótese de que, caso avaliassem que poderia colaborar como Governador, meu nome estaria à disposição. Foi então que muitos resolveram se empenhar para que eu pudesse ter as assinaturas correspondentes. Com muitos de vocês, percorri inúmeros diretórios municipais, zonais e as mais diversas reuniões do PT por todo o Estado. Com a maior boa-vontade e entusiasmo, recolhemos 3.530 assinaturas de filiados no manifesto de apoio ao meu nome como pré-candidato a Governador, as quais entreguei ao Presidente Edinho Silva, em 1º de março. Na ocasião, reafirmei minha disposição de apoiar o candidato que o PT viesse a escolher por um processo democrático que respeitasse todas as pessoas no partido.

            Há cerca de um mês, tendo em conta que o Deputado Ciro Gomes reiterou que pretende ser candidato à Presidência da República, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou ao Senador Aloizio Mercadante que se tornasse candidato a Governador, abrindo a possibilidade de Marta Suplicy ser a candidata do PT ao Senado. Os demais pré-candidatos, de dezembro para cá, comunicaram que abriram mão da indicação e não entregaram as assinaturas de confirmação de apoio. O único dos pré-candidatos que cumpriu aquela exigência fui eu, graças ao apoio espontâneo de tantos de vocês.

            Ponderei a todos os companheiros e companheiras que seria próprio que o PT levasse em consideração o sentimento de todo o partido sobre qual candidato contribuiria mais para o sucesso de nossa candidata, Dilma Rousseff, e de todos os nossos candidatos em São Paulo. Para isso, seria próprio que levássemos em conta resultados de pesquisas de institutos independentes ou encomendadas pelo PT. Minha percepção é a de que poderia contribuir para um desfecho positivo. Os dados divulgados pelo Datafolha, de 29/3/2010, ontem, confirmaram esse diagnóstico.

            Nesta segunda-feira, a convite do Presidente Edinho Silva, participei de uma reunião com a Direção Estadual do PT em sua sede, na cidade de São Paulo, lá na Rua da Abolição. Dos aproximadamente 20 dirigentes, 12 usaram da palavra fazendo-me um apelo respeitoso, porém veemente e consensual, isto é, um a um dos 12 falaram que seria melhor que eu abrisse mão de ser candidato em favor do Senador Aloizio Mercadante, o que abriria a possibilidade de a Marta ser a candidata ao Senado.

            Recordei-me da situação que vivi em dezembro de 1991, quando ainda estava no primeiro ano de meu primeiro mandato de Senador. Na sede do PT Nacional, na Rua Conselheiro Nébias, reuniram-se as direções municipal, estadual e nacional do PT, com a presença da então Prefeita Luísa Erundina, que era do PT, de Lula e ainda de Marilena Chauí e Plínio de Arruda Sampaio, que poderiam ser candidatos, e me disseram: “Eduardo, o Paulo Maluf está muito forte. Ainda que você tenha vontade de continuar Senador, é responsabilidade sua perante o PT ser o candidato a Prefeito em 1992, pois é quem tem as melhores condições de enfrentá-lo”. Aceitei e conseguimos chegar ao segundo turno, embora Maluf tenha vencido naquela ocasião.

            Agora, em 2010, a direção estadual pediu-me, unanimemente, para abrir mão da candidatura ao Governo. Por mais entusiasmado que possa ter sido o apoio de todos que assinaram o manifesto a meu favor, me dei conta que não faria sentido manter o meu nome como candidato, quando a própria direção, que tem a responsabilidade de administrar a campanha, me pede para não ser.

            Esta é a razão pela qual avaliei que não teria sentido criar uma tensão no partido insistindo em ser pré-candidato e, inclusive, levado à realização de prévias. Quero ressaltar que considero muito democrático o processo de prévias precedido de debates. Considero importante estimular o PT a utilizá-lo com frequência. Tivemos um exemplo notável nos Estados Unidos, na escolha da última eleição presidencial, quando os Senadores Barack Obama e Hillary Clinton participaram de 21 debates transmitidos pelos meios de comunicação. Um enriqueceu a plataforma de governo do outro. Quando Barack Obama foi sagrado vencedor na convenção, Hillary Clinton conclamou a todos os seus correligionários a batalharem arduamente por ele. Ao se tornar Presidente, Obama a convidou para ser a sua Secretária de Estado. O PT, único partido que escolhe seus dirigentes por eleições diretas, terá muito a ganhar no futuro, se praticar o sistema de prévias de maneira construtiva e respeitosa entre nossos candidatos. Agora, entretanto, estou ciente de que, no caso de São Paulo, o tempo está escasso.

            Dentre as razões pelas quais aceitei ser pré-candidato estão os anseios e objetivos que me levaram a participar da fundação do PT e pertencer aos seus quadros nestes 30 anos: a defesa da ética, da transparência e retidão na administração pública, a busca dos instrumentos que contribuirão para a construção de uma sociedade justa, onde todas as pessoas tenham direito à voz. Isso, em contraste com as dificuldades que os movimentos sociais e entidades sindicais têm tido para dialogar com o Governo do Estado, o Governo do PT estaria sempre de portas abertas para dialogar com todos os segmentos da população. Estaríamos defendendo a melhoria significativa das boas oportunidades de educação, de assistência à saúde, do sistema de transporte viário, da segurança pública, do sistema penitenciário e da Fundação Casa. Tudo com a perspectiva de promover o desenvolvimento sustentável, grande preocupação com o meio ambiente, cooperação estreita com o Governo Federal para a expansão da reforma agrária e dos assentamentos no Estado de São Paulo, estímulos às formas cooperativas de produção e expansão das oportunidades de microcréditos produtivos.

            Obviamente um grande entrosamento também com o Governo Federal, em especial na consideração de que Dilma Rousseff poderá se tornar a Presidente eleita deste País, um grande entrosamento com o Programa de Aceleração do Crescimento, cuja segunda fase foi ontem anunciada pela Ministra da Casa Civil.

            No que diz respeito aos programas de transferência de renda, estaríamos nos empenhando para que o Governo do Estado contribuísse com o Governo Federal para que fosse realizada a transição do Programa Bolsa Família para a Renda Básica de Cidadania, conforme diretriz aprovada, consensualmente, no IV Congresso Nacional do PT, em fevereiro último. Como Senador, continuarei a batalhar por esse propósito.

            A todos aqueles que tanto se empenharam para que eu fosse o candidato a Governador pelo PT neste ano, o meu mais sincero agradecimento. Tenham a certeza de que seus esforços significam uma sinergia muito importante para a história de nosso partido e para os ideais que são comuns a todos que abraçaram estas causas.

            Estou certo de ter cumprido o que minha consciência ditava como meu dever.

            Muito obrigado,

            O grande abraço,

            Senador Eduardo Matarazzo Suplicy

            Quero aqui, Sr. Presidente, inclusive anexar a carta de apoio de inúmeras pessoas, de Alex Minouro e inúmeros outros companheiros, inclusive José Celso Martinez Correa, que na última semana encaminharam ao Presidente Edinho Silva.

            Peço a gentileza de o senhor pegar os papéis todos que estão inclusive na mesa ao lado porque preciso para registrar este documento.

            Pois tantos foram aqueles que insistiram muito para que eu pudesse ser o candidato a Governador pelo PT no Estado de São Paulo.

            Vou solicitar, Sr. Presidente, que seja registrado este manifesto que aqui foi colocado por esse conjunto de companheiros.

            Assim, Sr. Presidente, agradeço muito todo o empenho que essas pessoas tiveram.

            Muito obrigado!

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR EDUARDO SUPLICY EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, Inciso I, § 2º do Regimento Interno)

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Matéria referida:

Queremos um Governo do PT! Queremos Suplicy Governador.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 31/03/2010 - Página 10497