O SR. ALVARO DIAS (PSDB - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Prezado Presidente Geraldo Mesquita Júnior, nossas homenagens a V. Exª pela iniciativa, já que proclamar os feitos da comunicação no País, da imprensa brasileira, é valorizar aqueles que dão suporte ao regime democrático com inteligência e com uma presença insubstituível no Estado de direito democrático.

            Saúdo o Senador Adelmir Santana, o Senador Roberto Cavalcanti, saúdo o Sr. Serguey Akopov, Embaixador da Federação da Rússia, o Sr. José Alberto Bardawil, Presidente da Rede União de Rádio e Televisão; o Presidente da Rede Brasil União, o amigo Marcos Tolentino da Silva; o Desembargador José Mário dos Martins Coelho, representando o Desembargador Ernani Barreira Porto, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará; o Presidente do Grupo de Comunicação, Zildêni Falcão; saúdo todos os presentes.

            Lembro-me, Srs. Senadores, senhores convidados, que, há muito tempo, Thomas Jefferson afirmou: “Entre um governo sem imprensa e a imprensa sem governo, prefiro a última alternativa”. É certo que é uma frase radical, mas certamente ela guarda relação com a verdade.

            Se com uma imprensa atuante, exercitando a sua atividade num ambiente de liberdade, há abusos, há ilegalidades, há ameaças ao Estado democrático de direito, imaginemos sem a existência dela!

            A Constituinte de 88 proporcionou-nos avanços significativos em matéria de consolidação das liberdades democráticas no País, e, certamente, a segurança de que a imprensa no País pode ser livre foi essencial, já que a liberdade de imprensa é liberdade fundamental: quando ela falece as demais sucumbem.

            Portanto, justifica-se a homenagem a uma organização que tem essa tarefa essencial.

            Ainda ontem, amiga Moema, participei de um debate a convite do Centro Acadêmico 11 de agosto, na Faculdade de Direito do Largo do São Francisco, na USP. O debate tratava de ideologia partidária. No entanto, a imprensa foi a estrela do debate. Críticas, é verdade, ao comportamento da grande imprensa brasileira. Respeitamos os críticos, mas queremos ressaltar a importância do papel que tem desenvolvido a imprensa do Brasil, especialmente o jornalismo investigativo, que combate a impunidade com veemência.

            Tivemos, há alguns anos, um grande escândalo que sacudiu o Brasil: o escândalo do mensalão. Uma única revista produziu em torno desse escândalo 18 capas.

            Faço referência a esse papel essencial da imprensa especialmente porque há uma indignação no País que se generaliza em relação às instituições públicas, partidos políticos, políticos de forma geral. Duas razões essenciais estimulam essa indignação: o modelo político que nos orienta e certamente os escândalos de corrupção. Por isso, a proclamação do valor do papel desempenhado pela boa imprensa do nosso País nos últimos anos. E quero destacar o pioneirismo, que foi a marca da Rede União de Rádio e Televisão desde a sua fundação, nos idos de 1988, exatamente o ano da nossa última Constituinte, no Estado do Acre.

            E a montagem da emissora, vim a saber, foi uma verdadeira odisséia: após a aquisição da concessão da TV, a emissora tinha um prazo estipulado de 15 dias para ir ao ar. Num mutirão sem precedentes, em 14 dias a TV União estava montada e em pleno funcionamento. Entrava no ar, em Rio Branco, a TV União, emissora que em pouco tempo se tornou referência entre as camadas mais populares da comunidade, que passaram a contar com um canal no qual podiam expressar sua voz e seus reclames. Até então, apenas as vozes dos detentores do poder econômico eram vocalizadas na mídia eletrônica.

            A TV União inaugurou um portal que propiciou debates políticos e abriu espaço para o pluralismo das idéias, o que, sem dúvida, contribuiu para mudar a história do Estado do Acre.

           À época, um episódio emblemático foi incorporado aos anais da emissora: o líder sindical e seringueiro Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, após ser convidado a conceder uma entrevista, revelou que, a princípio, relutou em adentrar os estúdios da TV, por imaginar que a mesma pertencia a mais um grupo de fazendeiros. A presunção reinante era de que um espaço privilegiado de comunicação de massa jamais estaria aberto para um seringueiro. Na verdade, a TV União se consolidou como um canal aberto e sensível às causas populares. Cito esse exemplo também porque vem na esteira daquilo que vinha relatando. Essa discussão sobre o papel da Imprensa, a importância dos meios de comunicação no Estado de direito democrático. Há que se oferecer espaço a todas as vozes. O País não pode ser habitado por leitores de um livro só. O contraditório é essencial e esse exemplo que acabo de citar demonstra a característica e o perfil dessa organização de comunicação hoje aqui homenageada por iniciativa do Senador Geraldo Mesquita Júnior.

            A pauta e a característica do jornalismo da TV União são bastante diferenciadas. Voltado ao telespectador, se distingue um jornalismo dinâmico e criativo. Por exemplo, eles fazem inserções jornalísticas de, no máximo, três minutos, transmitidas durante todo o dia no intervalo dos programas. As reportagens abordam temas nacionais, regionais e locais de interesse público.

           Em sintonia com as novas mídias, a TV União mantém constante interatividade com o universo dos telespectadores. No Papo União, permite a conectividade entre milhares de pessoas em tempo real. No Contexto Nacional, personalidades da política e da sociedade têm espaço privilegiado para expor suas ideias e debater temas relevantes. Um vetor de extrema utilidade pública utilizado na rede de programação da TV União são as enquetes jornalísticas sobre temas que estão na ordem do dia da comunidade. O objetivo é permitir que a população possa expressar sua opinião sobre temática diversificada em debate no cenário local, nacional e mundial. As enquetes estão inseridas na programação da TV União, sendo transmitidas durante todo o dia nos intervalos da programação. Exercita, portanto, em sua plenitude, a missão de conscientizar a sociedade, ao permitir a ela uma participação ativa no debate dos assuntos do dia a dia.

            Vale ressaltar que equipamento digital assegura transmissões ao vivo para qualquer parte do mundo. Isso é modernidade. Por intermédio da Internet, a TV União alcança todo o mundo e pode ser vista em canal aberto, por assinatura, via satélite, em mais de 200 cidades de vários Estados brasileiros, aqui já citados.

            Fazemos referência a esses avanços da TV União para que os telespectadores da TV Senado possam ter conhecimento real da importância dessa organização de comunicação que nasceu há algum tempo e que cresce, que avança e que alcança tantos Estados e tantas cidades em nosso País. É mister ressaltar que a TV União pode ser vista via satélite nas três Américas, na Europa e parte do continente Africano.

            A comunicação aberta e o acesso da população à informação são conquistas que consolidam o ambiente democrático. O trabalho desenvolvido pela Rede União é meritório, merece ser louvado por todos aqueles que reverenciam a democracia e a liberdade de expressão e comunicação. Parabéns a todos os profissionais que tornaram possível a implantação dessa emissora, em especial o seu fundador e empreendedor cearense de nascimento, José Alberto Pinto Bardawil.

            Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

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