Discurso durante a 154ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Regozijo pela confirmação da existência de jazidas de gás natural na região mineira do rio São Francisco. Comentários acerca de matéria publicada pela revista Veja, desta semana, que classifica três cidades mineiras no rol das novas metrópoles brasileiras. Homenagem ao jornalista Emanuel Carneiro, que está assumindo, hoje, a presidência da Associação Brasileira de Rádio e TV, Abert.

Autor
Eduardo Azeredo (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/MG)
Nome completo: Eduardo Brandão de Azeredo
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ENERGETICA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. ELEIÇÕES.:
  • Regozijo pela confirmação da existência de jazidas de gás natural na região mineira do rio São Francisco. Comentários acerca de matéria publicada pela revista Veja, desta semana, que classifica três cidades mineiras no rol das novas metrópoles brasileiras. Homenagem ao jornalista Emanuel Carneiro, que está assumindo, hoje, a presidência da Associação Brasileira de Rádio e TV, Abert.
Publicação
Publicação no DSF de 03/09/2010 - Página 44631
Assunto
Outros > POLITICA ENERGETICA. DESENVOLVIMENTO REGIONAL. ELEIÇÕES.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, ANUNCIO, DESCOBERTA, JAZIDAS, GAS NATURAL, MUNICIPIO, MORADA NOVA DE MINAS (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), PROXIMIDADE, RIO SÃO FRANCISCO, IMPORTANCIA, INDUÇÃO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, CRIAÇÃO, EMPREGO, RENDA, REDUÇÃO, DEPENDENCIA, BRASIL, GAS, PAIS ESTRANGEIRO, BOLIVIA, REGISTRO, REUNIÃO, SENADO, DIRIGENTE, AGENCIA NACIONAL DO PETROLEO (ANP), AGILIZAÇÃO, LICITAÇÃO, EXPLORAÇÃO, GESTÃO, ORADOR, INVESTIMENTO, REALIZAÇÃO, OBRAS, INFRAESTRUTURA, REGIÃO.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CLASSIFICAÇÃO, MUNICIPIOS, BRASIL, SITUAÇÃO, CRESCIMENTO ECONOMICO, SAUDAÇÃO, INCLUSÃO, RELAÇÃO, MUNICIPIO, SETE LAGOAS (MG), VARGINHA (MG), DIVINOPOLIS (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), REGISTRO, ESFORÇO, ORADOR, EX GOVERNADOR, EFETIVAÇÃO, POLITICA FISCAL, ATRAÇÃO, INVESTIMENTO, MELHORIA, INFRAESTRUTURA, TRANSPORTE RODOVIARIO, BENEFICIO, INDUSTRIALIZAÇÃO, VALORIZAÇÃO, INTERIOR.
  • SAUDAÇÃO, ELEIÇÃO, JORNALISTA, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), PRESIDENCIA, ASSOCIAÇÃO NACIONAL, EMISSORA, RADIO, TELEVISÃO.
  • REGISTRO, EMPENHO, CAMPANHA ELEITORAL, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), REELEIÇÃO, GOVERNADOR, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), ELEIÇÃO, AECIO NEVES, JOSE SERRA, EX GOVERNADOR, CANDIDATO, SENADO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, CANDIDATURA, ORADOR, DEPUTADO FEDERAL.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. EDUARDO AZEREDO (PSDB - MG. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente. Quero dizer que também tenho uma neta, já que todos nós estamos falando dos netos.

            Sr. Presidente, Srª Senadora, Srs. Senadores, aqui, quero trazer também hoje notícias positivas. Acredito que, nesse processo político, sempre somos obrigados a vir aqui para cobrar, para criticar, mas é importante que também comemoremos as notícias boas. Foi assim que, nesta semana, foi confirmada a existência de jazidas significativas de gás natural na região mineira do rio São Francisco. A confirmação foi feita nesta semana pela Empresa Orteng, empresa líder do consórcio que conduz o processo de exploração de combustível no Estado.

            Já estive aqui várias para falar sobre essa questão da perspectiva de gás. Sobre elas, falei por diversas vezes nesta tribuna. É uma história importante diante da perspectiva de grande crescimento econômico. Fizemos duas audiências públicas no Senado, convidando os dirigentes da Agência Nacional de Petróleo (ANP), exatamente para que houvesse mais agilidade na colocação das áreas em licitação. A exploração de gás natural nessa região de Minas teve início apenas em julho, depois de mais de duas décadas de início dos estudos que depois foram abandonados. A Petrobras fez os primeiros estudos e, depois, abandonou-os. Foi preciso essa pressão, esse acompanhamento junto a ANP, para que ela colocasse em licitação essa novas áreas.

            Essa notícia que trago hoje é importante especialmente para a população do centro norte de Minas, da cidade de Morada Nova de Minas, onde o gás foi encontrado agora em um poço pioneiro, a 1.440m de profundidade. Chamamos de poço pioneiro porque esse era um alvo secundário do consórcio. Agora, as perfurações vão até 2.500 metros, com expectativa de gás excepcional, segundo técnicos da Codemig, estatal mineira que também participa desse investimento.

            Eu, particularmente, Presidente Augusto Botelho, tenho ligação muito estreita com essa região de Morada Nova de Minas. Meu pai, Renato Azeredo, sempre foi muito votado naquela região e sempre trabalhou bastante por ela também. Ainda no meu governo, quando Governador de Minas, tivemos a oportunidade de asfaltar essa estrada que liga Morada Nova a Biquinhas e, dali, a Paineiras e Abaeté. Essas cidades ficaram, de alguma forma, ilhadas com a construção da represa de Três Marias, na década de 60, e perderam terras importantes com a represa hidrelétrica. Agora, existe ainda uma batalha, uma luta pela conclusão da ligação asfáltica, pela continuação dessa estrada: uma parte é percorrida de balsa, e outra parte liga a BR-040, que liga Belo Horizonte a Brasília. Estou certo de que, com os avanços da exploração de gás, somados à definitiva infraestrutura para transporte da produção, esses esforços darão impulso enorme à economia daquela região.

            A bacia do São Francisco é considerada de grande potencial para a descoberta de gás natural. Especialistas dizem que seria o caminho mais fácil para que o Brasil, assim como aconteceu com o petróleo, alcançasse a autossuficiência em gás, eliminando, por exemplo, a dependência da Bolívia e, cá entre nós, de seus governantes ocasionais que podem trazer problemas, como, recentemente, ocorreu. Para Minas Gerais, especialmente para aquela região central do Estado, esse seria um passo enorme para obter desenvolvimento, trabalho e emprego. Em outras regiões também do centro norte, já foi feita a pesquisa, como na cidade de Buritizeiro, vizinha à cidade de Pirapora. Em toda essa bacia do rio São Francisco, que é uma bacia semelhante à região da Sibéria, há essa perspectiva do gás natural.

            Falando em desenvolvimento, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, gostaria aqui de comentar também matéria publicada pela revista Veja desta semana - está aqui - que trata das novas metrópoles brasileiras. Fiquei muito feliz de ver entre as dez cidades médias mais promissoras do País três cidades de Minas Gerais: Sete Lagoas, Varginha e Divinópolis. Fiquei orgulhoso disso por vários motivos, mas, sobretudo, porque sei que pude também contribuir muito para o crescimento desses Municípios, seja como Governador, seja como Senador.

            Sete Lagoas é minha terra de coração, é a terra natural do meu pai, que era sete-lagoano, é a terra da minha família, da família Avelar, da família Azeredo. Todos sempre tiveram uma ligação histórica com a cidade. Sou cidadão honorário, já que nasci em Belo Horizonte. Agora, a revista Veja aponta, em suas páginas - está aqui a revista -, que “fábricas de bens de consumo tão díspares, como cerveja e veículos de transporte, praticamente triplicaram o PIB de Sete Lagoas”. Caros colegas, é preciso compartilhar essa conquista de Sete Lagoas.

            As pessoas têm o hábito sempre de criticar, dizendo que os governantes nada fazem, mas tenho muito orgulho de ter sido um governante - por que não comemorar isso? - que, com ousadia, conseguiu implantar no Estado uma política fiscal de atrair empresas, como a Iveco, do Grupo Fiat, que se instalou em Sete Lagoas e que, inclusive, vai fabricar, além de caminhões, de ônibus e de vans, veículos para o Exército brasileiro para substituir o Urutu. É uma encomenda grande, um contrato grande com o Exército brasileiro.

            Nessa matéria da Veja, estão exatamente chamando a atenção para a cidade, com 225 mil habitantes, que tem na indústria automobilística e na siderurgia seus polos principais, especialmente com a instalação da Iveco, que já representa, com a cadeia automotiva, 33% da receita fiscal do Município, e 27% vem da área do ferro gusa. Portanto, é uma cidade próxima a Belo Horizonte que tem uma perspectiva muito boa para o futuro.

            Foi também com muito empenho que participei da decisão que aconteceu no Governo Aécio Neves de instalação de uma nova fábrica da AmBev, que não instalava fábricas novas do Brasil há quase dez anos. E ela instalou a nova fábrica também em Sete Lagoas.

            Então, são indústrias novas, que se somam à infraestrutura necessária, para impulsionar mais o desenvolvimento do Município, como a duplicação da rodovia que liga Sete Lagoas a Belo Horizonte. Agora, conseguimos, com emendas minhas, que também se seguisse a duplicação até o chamado Trevo de Curvelo. São mais de cem quilômetros na Rodovia Belo Horizonte-Brasília hoje duplicados.

            Quero ainda lembrar uma segunda cidade, Varginha, também citada na Veja, que fica no sul de Minas e que recebeu os benefícios da duplicação da Fernão Dias, também, Senador Augusto, da época do meu governo. Então, hoje, estou mais satisfeito aqui, contando as coisas boas da época do meu governo e do Presidente Fernando Henrique. Na verdade, essa obra foi decidida ainda com o Presidente Collor e com o ex-Governador Hélio Garcia. Depois, coube a mim e ao Presidente Fernando Henrique, na verdade, concluir a duplicação, porque ela tinha sido apenas contratada antes. Essa obra atraiu empresas para a região, para o sul de Minas, uma das regiões que mais têm potencial, como é o caso que estou citando de Varginha, abordado pela revista Veja. Assim é que nós temos o caso da Phillips-Walita, que foi para o Município em 1998, levando junto mais sete fábricas de seus fornecedores. Então, Varginha é outro exemplo, além de Sete Lagoas, das cidades médias de Minas que crescem muito.

            Divinópolis, no centro-oeste, é a terceira cidade também aqui lembrada. Divinópolis começou ainda na década de setenta, com a chegada das tecelagens, dando contrapartida à redução do setor siderúrgico. Divinópolis tem um povo empreendedor, um povo que tem nessa confecção uma atividade que gera muitos milhares de empregos. Também é uma cidade da faixa de 220 mil habitantes, a cento e poucos quilômetros de Belo Horizonte. E Divinópolis também tem um centro universitário, um centro médico.

            Portanto, veja bem como é importante a existência de cidades médias, como é importante nós não ficarmos com essa mentalidade às vezes restrita às capitais brasileiras. Existe muita gente morando... Em Minas Gerais, três quartos da população moram no interior. Existe gente morando em cidades médias, em cidades pequenas.

            Existe gente morando na sua terra lá de Roraima, onde eu fiquei muito bem impressionado com a capital, com Boa Vista. Gostei muito da cidade. Existe gente morando na Amazônia. Tem estrangeiro que acha que na Amazônia só tem floresta, só tem bicho. Nós temos seis milhões de pessoas na Amazônia, ou até um pouco mais do que isso. Então, veja bem como é grande e diversificado este nosso País.

            E eu quero, mais uma vez, manifestar a minha satisfação de ter podido contribuir para esse desenvolvimento, para a exploração do gás natural em Morada Nova, no centro-norte mineiro, Morada Nova, Biquinhas, Paineiras, para que estas três cidades aqui que eu citei, Sete Lagoas, Divinópolis e Varginha, estivessem hoje como cidades metrópoles do futuro.

            Eu quero, Sr. Presidente, já encaminhando para o final deste meu pronunciamento, que destaca as grandes conquistas de Minas Gerais, dos municípios mineiros, lembrar da característica da qual eu me orgulho, que é de ser um político essencialmente municipalista. Tendo sido, primeiro, Prefeito de Belo Horizonte e, depois, Governador, eu pude conhecer a realidade das cidades, das grandes e das pequenas cidades, e pude - digo isto com muito orgulho - contribuir para o seu desenvolvimento, seja com ações diretas, como foi a lei de distribuição do ICMS, a Lei Robin Hood, que implantou novos critérios para a distribuição desse imposto estadual, seja cobrando das demais instâncias de poder a atenção que as nossas cidades merecem. Ainda agora, eu vejo nos jornais de Belo Horizonte a sugestão de um candidato à eleição querendo criar a Secretaria das Cidades. Essa Secretaria já existiu no passado, a Secretaria dos Municípios, a Secretaria de Assuntos Municipais.

            Essas matérias, Presidente, que trago aqui, seja da revista Veja, seja dos jornais de Belo Horizonte - “Enfim, o gás do São Francisco” e “O sonho com o gás natural para sair da pobreza” -, isso tudo vai trazer emprego, vai trazer riqueza para o meu Estado, o Estado de Minas Gerais.

            Mas ainda quero finalizar com uma última mensagem, Sr. Presidente, aproveitando da sua paciência, da sua atenção, que é, um assunto de hoje mesmo, a eleição do jornalista Emanuel Carneiro da rádio Itatiaia de Minas Gerais, que está assumindo hoje a presidência da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

            É um jornalista que tem uma longa tradição; seu irmão, Januário Carneiro, foi o fundador da rádio Itatiaia, que é a rádio mais ouvida de Minas e que tem agora o seu Presidente, Emanuel Carneiro, como o Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).

            A comunicação em todo o Brasil tem um trabalho extremamente relevante, especialmente essa comunicação das regiões, a comunicação local, a comunicação regional, que se soma às grandes redes nacionais para a comunicação mais ampla.

            Portando, Sr. Presidente, Senador Augusto Botelho, agradeço a oportunidade de, nesta quinta-feira, ainda poder trazer aqui essas notícias boas de Minas Gerais e poder voltar para Minas ainda para continuar nesse processo eleitoral que estamos vivendo, em que estou empenhado na campanha do meu partido, do PSDB, na busca da eleição do nosso Governador Antonio Augusto Anastasia, para a reeleição dele para Governador de Minas, e para a eleição para Presidente da República do ex-Governador José Serra.

            O nosso partido continua firme, a eleição agora está a trinta dias e vamos continuar no processo político didático de explicar, relembrando que o Brasil está mais maduro, que o Brasil está em condições de fazer a decisão eleitoral de forma que não seja levada apenas por emoções. As emoções são importantes, mas, em determinado ponto da vida de um país, a racionalidade deve ser também muito colocada em importância, a racionalidade deve ser levada em consideração.

            Assim, considero que nós do PSDB fizemos, durante esses oito anos, uma oposição racional, não uma oposição do quanto pior, melhor. É assim que vejo a política. Pode até ser um caminho mais difícil o caminho de reconhecer acertos e propor soluções, mas é o caminho que continuaremos defendendo. Continuaremos defendendo a candidatura de José Serra dentro desta linha, a linha da racionalidade, do respeito às leis, em que não tenhamos essa indústria de dossiês, de vazamentos, que só trazem insegurança a um país que avançou muito, que sofreu muito para retomar a democracia, para retomar a estabilidade econômica.

            O Brasil não pode estar sujeito a interesses menores, que tentam denegrir a história que tantos políticos que são respeitados, como é o caso de José Serra.

            Portanto, volto para Minas para continuar a disputa das eleições, defendendo José Serra, defendendo a candidatura do Anastasia, do Governador Aécio, que espero ver sentado na minha cadeira aqui no Senado, para que eu, então, se Deus quiser, possa ir para outra cadeira, na Câmara dos Deputados, onde meu pai se assentou por seis mandatos seguidos.

            Muito obrigado, Senador Augusto Botelho.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/09/2010 - Página 44631