Discurso durante a 147ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do sexagésimo aniversário de fundação do jornal O Dia, ocorrido em 5 de junho último.

Autor
Renan Calheiros (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/AL)
Nome completo: José Renan Vasconcelos Calheiros
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do sexagésimo aniversário de fundação do jornal O Dia, ocorrido em 5 de junho último.
Publicação
Publicação no DSF de 30/08/2011 - Página 35439
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, O DIA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ).

            O SR. RENAN CALHEIROS (Bloco/PMDB - AL. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras e Srs. Senadores, no dia 5 de junho passado, o jornal O Dia comemorou 60 anos de existência, consagrando-se como um dos mais importantes meios de comunicação do nosso País.

            o veículo de informação foi fundado pelo jornalista Chagas Freitas, que foi Deputado Federal, Governador da Guanabara e do Estado do Rio de Janeiro. Ele foi um homem público polêmico e de grande prestígio na cena política do Rio de Janeiro e do Brasil, entre os anos 1955 a 1983.

            O jornal O Dia começou sua trajetória inovando frente aos demais. Surgiu como um matutino e era o primeiro a chegar às bancas. Nas primeiras horas da madrugada, já estava disponível, estampando na primeira página notícias quentes da cidade do Rio de Janeiro e do País. Os outros jornais só chegavam mais tarde, normalmente no final da manhã, e traziam manchetes sobre assuntos que não interessavam ao grande público. Com o tempo, eles perceberam que precisavam também se tomar madrugadores, para poderem competir com O Dia, que não parava de crescer.

            Além dessa inovação de sair de madrugada, O Dia contava com um sistema de distribuição bastante simples e eficiente, que também o diferenciava dos outros concorrentes. A estratégia usada era a seguinte: o distribuidor recolhia o jornal no seu local de impressão, na Rua Marechal Floriano, no centro do Rio de Janeiro, e o levava para o Largo da Carioca, onde centenas de jornaleiros já estavam à espera para buscá-Io. Com isso, em menos de um mês de circulação, O Dia assumiu a liderança de vendas em todas as bancas do Rio de Janeiro.

            Por outro lado, é importante relembrar que, naquela época, não existia a concorrência da televisão e os jornais tinham um papel fundamental como fonte de informação e, também, como formadores de opinião. Dessa forma, pela sua própria característica de divulgar notícias de impacto popular, de chegar às mãos dos leitores em primeiro lugar e de dispor de um sistema de gestão e de distribuição cuidadosamente monitorados, o jornal O Dia logo assumiu o lugar de líder incontestável de preferência. Normalmente, o veículo de comunicação era visto e lido por toda parte. Nas ruas, nos locais de trabalho, nos bares, nos cafés, nos ônibus, nas lotações, nos trens suburbanos e em outros transportes de massa, via-se que a maioria da gente simples trazia consigo O Dia.

            A partir de 1983, o jornal foi comprado pelo jornalista Ary Carvalho, que fez uma reforma profunda no matutino. Como acabei de assinalar, no tempo de Chagas Freitas, o veículo se caracterizava pela publicação de notícias populares, que eram preferidas pelas camadas de baixa renda e serviam aos interesses políticos e eleitorais do seu dono. Após as transformações, o jornal mudou seu conteúdo e praticamente abandonou o caminho anterior. Passou a apresentar matérias visando os leitores de maior nível educacional e abriu uma concorrência com outros meios de comunicação, tais como O Globo e o Jornal do Brasil, que tinham como foco principal o público de classe média e os consumidores mais intelectualizados.

            Após o falecimento do jornalista Ary Carvalho, em 2003, a empresa jornalística passou a ser administrada por suas três filhas. Naquela ocasião, o Grupo como um todo compreendia a Rádio MPB FM; a Editora O Dia; o Jornal Meia Hora; o Portal O Dia Online; a TV O DIA; a Rádio FM O Dia; uma agência de notícias e o Instituto Ary Carvalho. Em 2010, a Editora O Dia foi vendida, por 75 milhões de dólares, à Empresa Jornalística Econômico S.A. (EJESA), que publica o Brasil Econômico.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desde a sua primeira edição até os dias de hoje, O Dia teve a preocupação de refletir a realidade do Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo, por meio de um estilo jornalístico direto e contundente. Inegavelmente, ao longo desses 60 anos de história, o estilo de jornalismo praticado em O Dia transformou o jornal em testemunha fidedigna dos acontecimentos do Rio de Janeiro e do Brasil. Assim, nessas seis décadas de serviços prestados, O Dia foi comentado nas ruas, no cotidiano e fez parte do imaginário popular. Podemos dizer que, em seu acervo, estão gravados 60 anos da história do homem comum carioca, do nosso comportamento social e do nosso processo político e histórico recente.

            Por tudo isso, por tudo o que representou e representa esse jornal para a sociedade carioca e brasileira, nossos parabéns pelo transcurso de seus 60 anos de fundação.

            Era o que tinha a dizer.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/08/2011 - Página 35439