Discurso durante a 207ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Saudação ao Dr. Dráuzio Varella pela série “Brasil sem Cigarro”, transmitida pelo Programa Fantástico no último domingo, na Rede Globo de Televisão.

Autor
Eduardo Suplicy (PT - Partido dos Trabalhadores/SP)
Nome completo: Eduardo Matarazzo Suplicy
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • Saudação ao Dr. Dráuzio Varella pela série “Brasil sem Cigarro”, transmitida pelo Programa Fantástico no último domingo, na Rede Globo de Televisão.
Publicação
Publicação no DSF de 17/11/2011 - Página 47479
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • ELOGIO, CAMPANHA, EMISSORA, TELEVISÃO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), PARTICIPAÇÃO, MEDICO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), MOTIVO, DIVULGAÇÃO, COMBATE, UTILIZAÇÃO, CIGARRO.

            O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Agradeço à Senadora Marinor pela inversão.

            Srª Presidenta, Senadora Marta Suplicy, quero hoje saudar aqui o programa Fantástico, da Rede Globo de Televisão, que apresentou, no último domingo, um capítulo da série, coordenada pelo Dr. Drauzio Varella, Brasil sem Cigarros. Foi o primeiro de uma sequência de três, já precedido da introdução, no domingo retrasado.

            Saúdo a TV Globo, em especial o Dr. Drauzio Varella, um dos mais renomados médicos brasileiros, que têm já prestado tão relevantes serviços ao nosso País, ilustrados, por exemplo, pela sua obra Carandiru e por sua dedicação a todos aqueles que têm ouvido as suas palavras com respeito à prevenção da Aids.

            Essa belíssima iniciativa de informar a todos os brasileiros sobre os malefícios provocados pelo cigarro, que mata milhares de brasileiros todos os anos, além de incentivar as pessoas a largarem esse vício, fornecendo orientações de como fazê-lo.

            Ao longo dos programas da série, Dr. Drauzio apresentou os danos causados pelo fumo à saúde. Ele explicou que largar o cigarro é uma prova de resistência e força de vontade e que, apesar de não ser fácil, não é impossível, pois, segundo ele, “a nicotina é muito mais difícil de largar do que qualquer droga conhecida pelo homem”.

            Todo fumante quer parar de fumar. Mesmo aqueles que dizem o contrário. Quem pode ser feliz sendo dependente de uma droga que provoca crise de abstinência a cada trinta minutos? Pergunta o Dr. Drauzio.

            Segundo os produtores do programa, no Brasil o tabagismo é uma doença negligenciada. Existem tratamentos com adesivo de nicotina e medicamentos. Mas eles não custam barato e não estão ao alcance de todos. Especialistas estimam que existam no Brasil cerca de quinze milhões de dependentes de nicotina.

            O Dr. Drauzio Varella se apresenta com enorme credibilidade para esta campanha porque ele mesmo foi fumante por dezenove anos, conforme deu seu testemunho, e conseguiu parar inteiramente de fumar. O que muito impressionou na sua exposição tão didática foi quando o Dr. Drauzio mostrou um pulmão de um não fumante, com apenas poucos pontos pretos pela poluição, e, comparado ao de um fumante, um pulmão inteiramente preto.

            Ao longo da série, a TV Globo vem mostrando que a tomada de decisão para largar o cigarro resulta de um processo que costuma levar anos ou décadas para se completar. Opiniões de especialistas, ouvidos pelo Fantástico, demonstram que, do ponto de vista didático, é possível reconhecer cinco estágios pelos quais a maioria dos fumantes passa antes de largar o vicio.

            Assim, segundo eles, a primeira é a fase de pré-contemplação, ou seja, quando os fumantes não pensam em mudar seu comportamento e racionalmente veem mais vantagens em fumar do que deixar de fazê-lo. Já a fase de contemplação acontece quando o fumante sente no corpo alguns problemas causados pelo fumo, tenta reduzir o número de cigarros, mas ainda não se convenceu completamente de que vale a pena ficar livre da dependência.

            A terceira é a fase de preparação. O fumante já sabe que o cigarro é seu inimigo, pensa seriamente em largar, mas ainda lhe falta coragem para adotar medidas radicais.

            Depois vem a fase da ação quando finalmente o fumante se confronta com sua condição de dependente e toma a decisão de parar. Muitos dos que estão nessa fase chegam a marcar data para fumar o último cigarro. Mas a etapa considerada a mais difícil é mesmo a fase da manutenção, porque muitos hábitos associados ao fumo precisam ser modificados.

            Ao longo desse processo, podem ocorrer recaídas. Entretanto, não há problema! A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que os fumantes fazem, em média, três ou quatro tentativas antes de conseguirem parar de fumar definitivamente.

            Dr. Drauzio alerta que é preciso se preparar para largar o vício. “Corte pela metade o número de cigarros que você fuma. Cortar pela metade é completamente possível. Você pode fazer isso sem sofrer”.

            A segunda dica é cortar o cigarro da manhã, logo depois do café. O médico diz: “Só acenda o primeiro cigarro duas horas depois do café. Dá pra aguentar, passa depressa”.

            Por fim, segundo o Dr. Drauzio Varella, marcar a data para parar de fumar é uma decisão fundamental dos que desejam largar o vício. Mas isso não é garantia de que o compromisso será cumprido, mas é um importante passo para que o fumante atinja seu objetivo.

            Assim, o Fantástico elegeu o dia 13 de novembro, o último domingo, como o dia do “Pare!”. Nesse final de semana, a Rede Globo de Televisão, em parceria com Sesc e o Instituto Nacional do Câncer (Inca), promoveu, em Porto Alegre e no Rio de Janeiro, diversos exames clínicos gratuitos, orientação nutricional e palestras com o Dr. Drauzio. No próximo fim de semana, ele estará em Fortaleza, no sábado, dia 19, e em Belo Horizonte, no domingo, dia 20. 

            Parabéns à Rede Globo de Televisão por essa iniciativa!

            De minha parte, agradeço muito pelas recomendações de meus pais, Paulo e Filomena, e os exemplos por que eu resolvi não ser um fumante. Graças a eles, felizmente, nossos filhos também não fumam.

            Muito obrigado, Srª Presidenta, Marta Suplicy.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/11/2011 - Página 47479