Discurso durante a 28ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações acerca da atuação de S.Exa. quando do exercício da Liderança do Governo no Senado Federal.

Autor
Romero Jucá (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RR)
Nome completo: Romero Jucá Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO, HOMENAGEM.:
  • Considerações acerca da atuação de S.Exa. quando do exercício da Liderança do Governo no Senado Federal.
Aparteantes
Alfredo Nascimento, Ana Amélia, Armando Monteiro, Casildo Maldaner, Demóstenes Torres, Eduardo Braga, Eduardo Lopes, Eduardo Suplicy, Eunício Oliveira, Fernando Collor, Flexa Ribeiro, Francisco Dornelles, Inácio Arruda, Jorge Afonso Argello, José Agripino, Lobão Filho, Lídice da Mata, Marta Suplicy, Paulo Paim, Renan Calheiros, Valdir Raupp, Vital do Rêgo.
Publicação
Publicação no DSF de 15/03/2012 - Página 6452
Assunto
Outros > SENADO, HOMENAGEM.
Indexação
  • DISCURSO, SAIDA, ORADOR, CARGO DE CONFIANÇA, LIDERANÇA, GOVERNO FEDERAL, SENADO, COMENTARIO, REFERENCIA, ATUAÇÃO, SENADOR, TEMPO, EXERCICIO, POSIÇÃO, LIDER.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Agradeço a V. Exª, Senador Jayme Campos, as palavras de carinho e de atenção.

            Realmente, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, pedi a palavra nesta tarde exatamente para me dirigir aos meus colegas Senadores e Senadoras no sentido de registrar o meu posicionamento perante os momentos que estamos vivendo.

            Venho a este plenário com muita tranquilidade, com a consciência do dever cumprido e com o equilíbrio de quem sabe que cargos públicos são feitos para ocuparmos e desocuparmos com a mesma grandeza e com o mesmo tirocínio.

            Encaro com naturalidade, como disse, o rodízio implementado pela Presidenta Dilma nos cargos da Liderança do Governo na Câmara e no Senado. A Presidenta entendeu que era hora de fazer mudanças, a Presidenta entendeu que era hora de fazer o rodízio das lideranças. E eu, com muita humildade, recebo essa decisão com a tranquilidade de quem tem o dever cumprido. O cargo de líder é um cargo de confiança do Presidente da República. Sei disso mais do que ninguém; trabalhei com três presidentes da República.

            Tive a honra e tenho o orgulho de ter tido a confiança do Presidente Fernando Henrique Cardoso, esse grande brasileiro, um grande Presidente; do Presidente Lula, em seus dois mandatos, um Presidente que fez a história do Brasil, escreveu um novo rumo para o nosso País; e tive também, e tenho, a confiança da Presidenta Dilma no que diz respeito ao mandato de um ano e três meses que exerci como Líder do Governo.

            Fico feliz de saber que no rodízio de líderes a Presidenta Dilma valorizou o PMDB. Sai um líder do PMDB e entra um Senador também do PMDB e também da Amazônia, o Senador Eduardo Braga. Portanto, nosso partido se sente respeitado, aquinhoado e, sem dúvida alguma, engrandecido pela indicação do Senador Eduardo Braga.

            O Senador Eduardo Braga é meu amigo, nós nos conhecemos há muito tempo, respeito seu trabalho e sua vida pública; fez grandes administrações na Prefeitura de Manaus e no Governo do Estado do Amazonas; é um grande Senador, experiente. E eu não tenho dúvidas de que exercerá a Liderança do Governo em condições melhores do que eu. Sem dúvida alguma, vai exercer grande mandato. E vai ter o meu apoio, vai ter a minha amizade, vai ter a minha participação, porque é assim que eu entendo a política, um somatório de homens e mulheres para melhorar a vida do povo brasileiro.

            Estou deixando a Liderança do Governo com muita tranquilidade, sem qualquer tipo de rancor, de raiva ou de sentimento negativo. Pelo contrário, com o sentimento do dever cumprido, com a tranquilidade de quem, por doze anos, se preocupou com a governabilidade deste País, atuou neste plenário no sentido de aprovar matérias importantes, que modificaram o panorama social, político e econômico do Brasil.

            Nos últimos doze anos, este Plenário, os Senadores e as Senadoras que fizeram a história deste País, mudaram o Brasil para melhor, para muito melhor. Nós aprovamos aqui emendas constitucionais que reestruturaram o País no campo da economia, das ações sociais e da infraestrutura. Aprovamos legislações que modernizaram e fizeram justiça tributária, aprovamos legislações que ampliaram os direitos sociais e a liberdade para o nosso País.

            Ouço, com muita satisfação, o aparte do Senador Vital do Rêgo.

            O Sr. Vital do Rêgo (Bloco/PMDB - PB) - Senador Romero Jucá, tenho a honra de estar nesta sessão ouvindo o discurso de despedida da Liderança do Governo que V. Exª faz. Posso dizer a V. Exª que, ao longo de doze anos, em que em três governos - alguns diferentes, outro de forma mais continuada, mas três governos -, o Líder permanecer com a confiança da maior liderança política do país, que é o Presidente da República, agora a Presidente da República, é, efetivamente, é um caso raro. V. Exª já acumula mais de mil vitórias neste plenário. Virou até motivo de brincadeira de seus pares, como eu. Cada MP que V. Exª defendia aqui, V. Exª o fazia com o brilhantismo de quem tinha a responsabilidade de ver amanhecer e anoitecer o dia pensando em executar as tarefas que lhe são incumbidas. V. Exª o fazia com muita propriedade e com muito brilhantismo. Por isso que o PMDB se sente honrado em poder ter na sucessão de V. Exª outro grande brasileiro, outro homem que vai se esforçar, e muito, para alcançar o mesmo êxito de V. Exª. O Senador Eduardo Braga vem, com a humildade que lhe é peculiar, se somar aos caminhos que V. Exª percorreu, para produzir, no futuro, as mesmas vitórias que V. Exª produziu. Fica a certeza do carinho e da unidade do PMDB. V. Exª é um dos mentores dessa unidade e desse amálgama que funciona entre todos nós.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) -Agradeço, Senador Vital do Rêgo, as palavras de V. Exª.

            Eu, realmente, procurei exercer o meu mandato na Liderança do Governo com muita humildade, com muita responsabilidade, entendendo as circunstâncias de cada companheiro, entendendo a circunstância política de cada partido, respeitando os partidos políticos, respeitando os membros da base do Governo e ouvindo a base do Governo, respeitando os membros da oposição - de qualquer tamanho que fosse ela. A oposição já foi maior neste plenário e era ouvida. A oposição ficou menor neste plenário e continuou sendo ouvida, continuou sendo respeitada, porque entendo que, independentemente da coloração partidária aqui neste plenário, todas as Senadoras e todos os Senadores querem o melhor para o Brasil. Podem ter diferenças de ótica, podem ter diferenças de posições, podem ter diferenças eleitorais, mas, sem dúvida alguma, no âmago, no coração de cada um, cada um quer ver o Brasil melhor. E eu acho que quem está na Liderança do Governo - eu fiz isso e tenho certeza de que o Senador Eduardo Braga fará também - tem que ter essa consciência de colher, de respeitar, de ouvir, de procurar entender, exatamente para construir convergências. A Liderança do Governo é o lugar de construir convergências, não é um lugar de divergências. Procurei fazer e me especializei nisto esses anos todos: olhar a circunstância de cada um e procurar como poderíamos dar um passo além, um passo a mais, um passo em direção ao companheiro, um passo na direção de melhorar a matéria que estava sendo votada aqui.

            Ouço, com muita satisfação, o aparte do Senador Eduardo Braga.

            O Sr. Eduardo Braga (Bloco/PMDB - AM) - Senador Romero Jucá, V. Exª demonstra a grandeza do mandato de V. Exª, mais uma vez, na tribuna desta Casa. Liderança não é algo que se adquira, é algo que se conquista. V. Exª conquistou o status de Líder no Senado da República. Diria eu que foi, talvez, o mais longevo líder de governo da história da República brasileira. Ontem, tive a oportunidade de fazer um pronunciamento em que disse isto da tribuna: V. Exª, além da relação pessoal que tem com o Senador Eduardo Braga, é um exemplo a ser seguido na relação com os companheiros, na relação com os Senadores, na relação com a base aliada e com a oposição. Senão, V. Exª não teria ficado doze anos na Liderança do Governo. Liderar o Governo em uma Casa sofisticada, complexa como o Senado da República é algo bastante desafiador, e apenas aqueles com talentos especiais como V. Exª é capaz de fazê-lo por tanto tempo. Quero, portanto, dizer da minha satisfação de ser liderado de V. Exª. E chego à Liderança do Governo não para substituí-lo, mas para acompanhá-lo, para fazer a continuidade do seu trabalho com a equipe valorosa que V. Exª montou na Liderança do Governo. E sob a presidência do Presidente Sarney, que também é um político maduro, um político que tem responsabilidade institucional na democracia brasileira, repetidas vezes, ao longo da história. O Presidente Sarney não foi apenas Presidente da República em um dos mais delicados momentos da nossa República e da nossa democratização, exatamente na transição democrática. O Presidente Sarney foi, inúmeras vezes, Presidente do Senado. E, nessas inúmeras vezes, adquiriu experiência, sabedoria e conhecimento. Portanto, é uma combinação muito importante: a liderança que V. Exª exerceu no Governo, sob a sabedoria, a experiência e a condução tranquila que o Presidente Sarney traz a esta Casa republicana, a esta Casa da Federação brasileira. Quero dizer, portanto, Senador Romero Jucá, que enfrento um grande desafio em substituir V. Exª na Liderança do Governo. Eu espero ter V. Exª ao meu lado, mostrando os caminhos, mostrando os atalhos, mostrando como fazer com que o Brasil consiga avançar mais, aprovando os projetos da Presidenta Dilma, que faz desse rodízio na Liderança do Governo uma nova instituição. V. Exª foi Líder do Governo durante doze anos. Eu fui Governador do Estado do Amazonas por oito anos, porque a Constituição não me permite e não me permitiria ser governador por doze anos. E veja como o trabalho de V. Exª nesta Casa é reconhecido e importante. Mas essa questão do rodízio, do movimento, da alternância, vai nos fazer compartilhar e formar novas gerações de líderes neste País. E uma nova geração de líderes que se inspire na sua capacidade de articulação, na sua capacidade de ouvir e na sua capacidade de fazer e operar no Senado da República. Portanto, Líder, eu queria, neste momento, dizer da minha gratidão por V. Exª ter me recebido na condição de Líder do Governo aqui, no meu primeiro ano de mandato, e poder, ao lado de V. Exª, ter ajudado o Governo da Presidenta Dilma a ter tantas vitórias consecutivas neste plenário.

E espero, mais uma vez, que V. Exª, com a sandália da humildade que ontem mencionei no meu discurso, possa, juntamente com os companheiros da base aliada, os companheiros do PMDB e os companheiros da oposição, ajudar-nos a fazer com que a Presidenta Dilma possa continuar a transformação do Brasil. O Brasil avança no tamanho da sua economia, mas avança na diminuição das desigualdades sociais, na diminuição das desigualdades regionais e faz com que o nosso povo se prepare para um futuro que seja de oportunidades e de justiça para todos. Portanto, V. Exª tenha neste Senador que lhe fala um companheiro e alguém que compartilhará com V. Exª todo o desafio de preparar o Brasil para o futuro. Muito obrigado pelos serviços que V. Exª tem prestado à Nação brasileira como Senador da República.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Eu agradeço, Senador Eduardo Braga, as palavras de V. Exª e quero reafirmar a certeza de que V. Exª fará um grande trabalho. V. Exª tem qualidades que eu não tenho e não tem defeitos que eu tenho. Portanto, com certeza, vai poder imprimir, na Liderança do Governo, a sua marca, contando com a colaboração de todos, com a minha ajuda, com a ajuda do Senador Renan Calheiros, do Senador Francisco Dornelles, Líder do PP, dos Senadores que estão aqui, dos Senadores da oposição, porque, Senador Demóstenes, eu disse e reafirmo que todos os Senadores deste plenário, independentemente de matiz partidária, de coloração ou de questão eleitoral, têm no âmago e no coração, lá no fundo, o desejo de ver este País melhor. Portanto, nós, na Liderança do Governo, temos que ampliar o debate e buscar as convergências com a base do Governo e com a oposição.

            Tenho certeza, Senador Eduardo Braga, de que V. Exª vai ampliar esse diálogo e, sem dúvida nenhuma, vai trabalhar no sentido também de unir o PMDB, para que o PMDB possa efetivamente estar mais forte e mais unido do que nunca.

            Ouço, com muita satisfação, o aparte do Senador Francisco Dornelles.

            O Sr. Francisco Dornelles (Bloco/PP - RJ) - Senador Romero Jucá, a liderança verdadeira é aquela que não se apoia na força, mas na confiança dos liderados. V. Exª foi um grande líder. V. Exª soube conciliar uma fidelidade ampla e plena ao Governo com respeito a posições políticas dos Senadores liderados e até mesmo dos Senadores da oposição. Eu quero reiterar, neste momento, a minha amizade pessoal com V. Exª e o maior respeito que eu tenho pelo trabalho que V. Exª desenvolveu como Líder do Governo. Muito obrigado.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Muito obrigado, Senador Dornelles. V. Exª, que é uma referência para todos nós, tem sido decisivo para que o País e este Senado possam avançar. Sempre procurei aconselhar-me com V. Exª, ouvir as suas ponderações, porque, sem dúvida nenhuma, com a experiência, com a carreira, com a história que V. Exª tem no Parlamento e na economia brasileira, V. Exª é um símbolo, é um lema, é um caminho a ser seguido e a ser honrado neste plenário. Eu agradeço. Realmente, para mim, na Liderança do Governo, foi muito importante contar com os ensinamentos de V. Exª.

            Mas eu quero também, Sr. Presidente, registrar o apreço e o apoio que recebi dos Presidentes desta Casa, como o Presidente José Sarney, esse grande mestre, esse homem, esse brasileiro que realmente representa um ícone, uma história na política do nosso País e, para mim, pessoalmente, muito mais. Foi o Presidente Sarney que, quando Presidente da República, nomeou-me três vezes no Governo Federal - para Presidente do Projeto Rondon, Presidente da Funai e no Governo de Roraima - e quem, sem dúvida alguma, ensejou que eu pudesse fazer essa carreira política de Senador por terceiro mandato aqui no plenário, Presidente Sarney, que, na Presidência do Senado, tem avançado no fortalecimento da instituição.

            Assim como o Presidente Sarney, o Presidente Renan Calheiros foi Presidente enquanto eu fui Líder, o Presidente Edison Lobão, o Presidente Garibaldi Alves, o Presidente Antonio Carlos Magalhães. Todos eles contribuíram com a sua história, com a sua administração, com a sua marca para que a Liderança do Governo pudesse empreender as ações de mudança e aprovação de leis que foram importantes para o País.

            Ouço, com muita satisfação, o aparte do Senador Demóstenes Torres.

            O Sr. Demóstenes Torres (Bloco/DEM - GO) - Senador Romero Jucá, V. Exª deixa um legado nesta Casa. Quando eu cheguei aqui, V. Exª já tinha sido Líder de outro governo. Foi Líder também dos Governos atuais. Nós até brincamos que V. Exª era um Líder eterno. Poderia mudar o governo, mas o Líder o governo já tinha. Era naturalmente um chiste, uma piada que V. Exª suportou muito bem, porque tem traquejo, tem experiência, tem história, tem habilidade. E convivência entre oposição e situação não é fácil. Existem pontos de vista diferentes. Em relação às medidas provisórias, quem está no Governo é a favor, quem está na oposição é contra, a não ser alguns extremamente pragmáticos, que são contra por princípio, e V. Exª conseguiu administrar bem. V. Exª viveu um período de turbulência, depois viveu um período de bonança nesta Casa, e posso dizer que a sua trajetória foi linear, uma trajetória, independentemente da turbulência ou da calmaria, de um timoneiro que conseguiu fazer com que o barco do Governo chegasse aos seus objetivos comuns. E o Governo conseguiu muita coisa com V. Exª. Eu lembro, para ficar apenas num exemplo, da DRU, no ano passado, quando a aparência do Plenário era de que todos votariam contra a DRU. E V. Exª, creio, claro que com a ajuda do Poder Executivo, claro que com a ajuda da Senhora Presidente da República, conseguiu convencer a sua própria base a prorrogar a DRU. Então, V. Exª prestou serviços ao Governo, prestou serviços a esta Casa, teve uma convivência harmoniosa conosco. Difícil, é claro. Convivência entre Oposição e Governo não é convivência pacífica, mas foi uma convivência muito correta. E espero sinceramente que o Senador Eduardo Braga, que está entrando, já tem uma experiência muito grande no Executivo, tem uma experiência já relativa aqui, no Poder Legislativo... Na Comissão de Constituição e Justiça, onde nós tratamos com ele mais de perto, ele já deu mostras de habilidade, de tolerância, de diálogo. E é isso que nós esperamos do novo Líder do Governo. Repito: não para que nós afinemos as nossas posições, porque isso é praticamente impossível. É claro que, em muitos projetos, nós estamos juntos, por questão de princípios, e em outros tantos, não, mas auguramos que o Senador Eduardo Braga tenha essa trajetória feliz que teve V. Exª, reconhecido aqui pela Oposição. Nós queremos fazer esse reconhecimento de público. V. Exª foi um Líder sábio, porque conseguiu, dentro das maiores divergências, conquistar o respeito também da Oposição. Parabéns a V. Exª.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Agradeço a V. Exª, Senador Demóstenes. Sem dúvida, esse testemunho é muito importante para mim. Sem dúvida alguma, eu sempre entendi e entendo que a posição da Oposição é importante para o País. É importante que a Oposição exista, é importante que a Oposição seja respeitada, é importante que a Oposição coloque as suas questões, faça as tensões necessárias, até para que nós possamos discutir e melhorar os textos que chegam a esta Casa. Tive muitos embates com a Oposição, embates duros muitas vezes, mas sempre enxerguei, como disse antes, no coração da Oposição a vontade de melhorar o Brasil, a vontade de agir com responsabilidade, a vontade de contribuir com a sociedade e a vontade de exercer o seu papel firme e duro de fiscalização, de contestação. É importante que isso exista. E eu sempre agi no sentido de buscar essa convergência, não convergência de votações, mas convergência de debates, convergência de ideias, muitas vezes, convergência de visões que podiam se somar no sentido de melhorar os textos e aprovar matérias importantes aqui. Quantas vezes a Oposição não melhorou o texto neste plenário? Quantas vezes nós não concordamos e fizemos acordo?

            Fico feliz de ouvir o testemunho de V. Exª, porque ele mostra que realmente estávamos agindo na direção correta, na direção do interesse do País, da coisa pública, no interesse de melhorar as ações democráticas da nossa sociedade e do nosso Senado.

            Ouço, com muita satisfação, o aparte do Senador Renan Calheiros.

            O Sr. Renan Calheiros (Bloco/PMDB - AL) - Senador Romero Jucá, nós estamos vindo de uma reunião da bancada em que, de forma unânime e absolutamente expressiva, preponderou o sentimento que vimos incorporado no aparte do Senador Demóstenes Torres. É indiscutível o papel que V. Exª tem prestado ao País, ao Senado Federal, ao nosso Partido, o PMDB. O Brasil avançou. Muitas vezes as pessoas não olham para isso. Nós fizemos o aprimoramento das instituições. Mesmo na época em que o risco Brasil nos preocupava, tivemos, na sustentação congressual e na governabilidade, o ponto forte, talvez o primeiro ponto forte deste País. E V. Exª, em todos os momentos, colaborou para que isso efetivamente acontecesse. Como Líder do PMDB, tenho oportunidade de fazer a formal indicação de V. Exª para ser o Relator Geral do Orçamento de 2013. E tenho absoluta convicção de que V. Exª vai, à frente da relatoria do Orçamento, cumprir o mesmo destacado trabalho que cumpriu ao longo dos anos como Líder do Governo. V. Exª conta com o nosso respeito, com o nosso apoio, com a nossa absoluta solidariedade. Tenho a convicção plena também de que o Senador Eduardo Braga vai, por sua trajetória, pela experiência que acumulou como Deputado Federal, como Líder, na Câmara Federal, do seu Partido, como Prefeito de Manaus, como Governador do Estado, fazer um grande trabalho. Substituir V. Exª, suceder V. Exª em um cargo já exige uma dedicação muito grande, para que possa garantir um resultado semelhante, parecido, igual. No que depender do PMDB - esse sentimento ficou claro na reunião que acabamos de fazer -, vamos colaborar para que essa unidade do Partido se fortaleça. O Partido é estratégico na sustentação. Somos 21 Senadores na prática, e qualquer movimento no sentido da unidade tem de ser apoiado. Quando a Presidente Dilma nos chamou e nos comunicou de que tinha feito uma opção, que tinha decidido com relação ao rodízio nas lideranças do Governo, eu fiz questão de dizer à Presidente Dilma: “Essa é uma decisão da senhora, porque a liderança do Governo cabe à Presidente da República exatamente decidir com relação ao critério e com relação ao perfil.” E fiquei muito feliz quando soube que a escolha tinha também recaído em um membro destacado do PMDB, Senador Eduardo Braga. De modo que V. Exª tem, teve e terá sempre nosso apoio e nossa solidariedade.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Eu agradeço V. Exª, Senador Renan Calheiros. Quero aqui registrar, em público, meus agradecimentos à forma como V. Exª, na liderança do PMDB, agiu durante todos estes anos, contribuindo com o País, contribuindo com a liderança do Governo, fazendo com que nós pudéssemos avançar, discutindo as matérias, sendo presentes nos debates e na transformação em leis de matérias relevantes que chegaram aqui. Então, eu queria realmente agradecer a V. Exª toda essa colaboração e dizer que, como membro do PMDB, luto também por essa unidade do PMDB. Estou ao lado de V. Exª para que nós possamos unir cada vez mais o PMDB. O PMDB unido é bom para o Brasil, o PMDB unido é bom para o Senado, é bom para a democracia e, sem dúvida nenhuma, nós vamos perseguir essa unidade de todas as formas construtivas que nós possamos.

            Quero agradecer também a V. Exª a indicação para a relatoria do Orçamento Geral de 2013. Sem dúvida nenhuma, é uma ação destacada para mim. Eu, que saio da liderança e volto para a bancada do PMDB, para seguir as orientações de V. Exª, recebo essa missão de ser Relator-Geral do Orçamento com muita responsabilidade, partilhando com a bancada do PMDB, partilhando com os Senadores, procurando trabalhar no sentido de fazer, se Deus quiser, um grande orçamento para a Nação. Já fui Relator do Orçamento, já fui Relator-Geral do Orçamento no ano de 2004, fui Relator Geral da Receita no ano de 2007, e espero novamente poder trabalhar no Orçamento de forma construtiva, aprimorando a aplicação dos recursos públicos.

            Ouço, com muita satisfação, o Senador Casildo Maldaner.

            O Sr. Casildo Maldaner (Bloco/PMDB - SC) - Conheci V. Exª, Senador Romero Jucá, quando vim para cá em 1995, primeira vez.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - É verdade.

            O Sr. Casildo Maldaner (Bloco/PMDB - SC) - E o que me chama a atenção, desde essa época, é a maneira de o senhor andar quietinho, vai daqui vai de lá, costura quieto um artesanato com uma paciência de Jó, eu diria até uma sacrossanta paciência. Vi o Senador Jucá na liderança, desde o Governo Fernando Henrique, desde o Governo Lula e agora com Dilma, nesta Casa, nos momentos mais difíceis que exaltam a todos, V. Exª costurando com habilidade, com sacrossanta paciência; sempre chamou a atenção aquele jeito de conduzir. Como disse o Senador Luiz Henrique: líder é que aquele que usa a agulha e a linha para costurar, arquitetar. E V. Exª tem feito muito bem isso. Aliás, como economista, acredito que tenha até economizado linha para passar ao sucessor, que é o Senador Eduardo Braga, para que S. Exª continue passando naturalmente a agulha e a linha nessa engenharia política, que é o artesanato na liderança. Sem dúvida alguma, um grande exemplo, um grande modelo de paciência e costura que V. Exª desempenhou. Quero lhe cumprimentar, Senador Jucá.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Muito obrigado, Senador Casildo Maldaner. Realmente, V. Exª tem razão. Procurei exercer na plenitude a humildade e a paciência, porque, ao fazer isso, era uma forma de respeitar os companheiros e companheiras de Senado.

            É através da paciência, de escutar, de procurar convergência, de conversar, de procurar somar ideias, que estamos contribuindo com a sociedade e aprovando leis. Então, procurei fazer realmente deste lema da paciência, da humildade, da busca da convergência o meu caminho na Liderança do Governo.

            Graças a Deus, só fiz amigos aqui no Senado. Sem dúvida nenhuma, não tenho ninguém aqui que possa dizer que exerci a Liderança do Governo em desrespeito a esse Senador ou àquela Senadora. Pelo contrário, sempre respeitei todos. Sempre procurei atender a todos, porque entendia que essa é a forma de atuação da Liderança do Governo. E tenho certeza de que o Senador Eduardo Braga vai agir da mesma forma.

            Ouço, com muita satisfação, o aparte do Senador Edison Lobão Filho.

            O Sr. Lobão Filho (Bloco/PMDB - MA) - Senador Jucá, eu queria registrar a minha absoluta admiração pelo líder que V. Exª é, pelo Senador que V. Exª é, pelo homem que V. Exª é e pelo amigo que V. Exª é, porque acho que a liderança é composta disso tudo. Tive o prazer de compartilhar sua companhia ao longo desses três últimos anos e confesso que várias vezes, mesmo contra as minhas convicções, em determinadas votações aqui neste plenário, fui obrigado a acompanhá-lo pelo respeito do seu posicionamento em relação ao governo, mas também pelo convencimento que V. Exª trouxe a mim sobre determinados temas. É isso que um líder faz. Fui abordado agora, lá fora, por vários jornalistas amigos meus, que queriam saber das suas mágoas, das suas tristezas de ter sido afastado da Liderança e substituído. Comuniquei o que acabamos de vivenciar naquela reunião do PMDB: o seu alívio em poder transmitir o cargo a outro companheiro nosso de bancada e poder se dedicar a um novo desafio na sua vida profissional, a sua certeza de ter mais tempo para desempenhar as suas funções de Senador, mais tempo para dedicar ao seu Estado e poder compartilhar com outros companheiros essa missão de estar junto ao Governo, defendendo os interesses do Governo nesta Casa. Então, a postura de um verdadeiro líder. A conclusão a que chego, Senador Romero Jucá, é que V. Exª não é mais o Líder do Governo, mas essa liderança jamais sairá de dentro de V. Exª.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Agradeço a V. Exª, Senador Edison Lobão Filho, e sem dúvida nenhuma vamos somando experiências. Na verdade, aprendi muito na Liderança do Governo, aprendi a cada dia, com cada Senadora e com cada Senador desta Casa, aprendi a exercitar a paciência, a humildade, a convergência, a discussão técnica, aprendi a buscar efetivamente os avanços na legislação, os avanços para a sociedade, e acredito que esses anos todos foram muito válidos.

            Volto a dizer aqui o que disse antes: saio, deixo a Liderança do Governo sem nenhuma mágoa, com a maior tranquilidade do mundo, até porque, no meu jeito de ser, na minha formação, na minha alma não cabem mágoas. Não fico remoendo o passado, não fico remoendo coisas ruins, acho que temos que olhar para frente e aprender com os acertos e com os erros. Os acertos foram muitos, os erros, graças a Deus, foram poucos e, efetivamente, temos que olhar para frente.

            Ouço, com muita satisfação, o aparte do Senador José Agripino Maia.

            O Sr. José Agripino (Bloco/DEM - RN) - Senador Romero Jucá, ontem, eu estava aqui, depois de 8 da noite, quando o Senador Eduardo Braga fez o seu primeiro pronunciamento como Líder indicado do Governo. Tive oportunidade de desejar a S. Exª bom êxito e tecer alguns comentários com relação à atuação de V. Exª e quero repeti-los. Começo por onde V. Exª terminou: V. Exª disse que não é homem de carregar mágoas e não é por conta do seu temperamento, que lhe ajudou muito a ser um líder de governo eficiente. Líder de governo tem como ser avaliado todos os dias pela quantidade de projetos que consegue aprovar ou não; todo dia ele é avaliado, e foi por isso, por essa avaliação, que V. Exª permaneceu por tanto tempo na Liderança do Governo. V. Exª foi um longevo líder de governo, longevo, pela sua capacidade de tolerância, pelo seu temperamento. V. Exª é esperto, mas não é desleal. V. Exª tem a compreensão de que a oposição, pela sua obrigação de agir, não tem o dever de concordar. Pelo contrário, a obrigação da oposição é discordar, é debater, e, às vezes, em tom alto. E V. Exª tem a rara capacidade da tolerância, de conduzir o diálogo - V. Exª é bom no diálogo - em bom nível, aguentando a provocação. Quantas vezes... Fomos líderes aqui, Arthur Virgílio, eu e V. Exª. Durante anos e anos, eu, pelo Democratas, venho do tempo do PFL, Arthur Virgílio pelo PSDB, e V. Exª, pelo Governo, quantos embates nós tivemos! Mas ficamos amigos o tempo todo, porque nós nunca permitimos que mesmo a acidez do diálogo comprometesse o resultado final dos objetivos: a oposição defender o seu ponto de vista, marcar posição, e V. Exª reunir condições para votar. Reunir condições para votar, porque uma das armas é a obstrução. E V. Exª conseguia, com a sua capacidade de dialogar, votar, que é o mais importante. Então, eu queria fazer o registro do Romero Jucá que não é um intrigante. Não é traço característico da sua personalidade promover a intriga, o que gera sequela na relação das pessoas. V. Exª é uma pessoa de trato afável, é franco, sincero; promete, e a mercadoria que promete entregar, entrega, e é eficiente. Por essa razão é que o Governo deve, e deve muito, à ação parlamentar de V. Exª. Queira Deus que o Senador Eduardo Braga consiga fazer o que V. Exª conseguiu. O Governo tem as suas razões para fazer as substituições na Câmara e no Senado, mas o Governo deve muito a V. Exª. E o processo democrático também deve muito. Todo mundo tem virtudes e defeitos, todo mundo tem. Eu tenho, V. Exª tem, mas todos nós temos compromissos maiores com o País, com a democracia. E acho que V. Exª pode bater no peito e dizer que cumpriu bem o seu papel de Líder do Governo, conseguindo levar para a urna os objetivos do Governo, e permitindo que a oposição marcasse a sua posição e registrasse, democraticamente, as suas obrigações. Meus parabéns, meus cumprimentos, e votos de que continuemos convivendo bem, como até hoje ocorreu.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Eu agradeço a V. Exª, Senador José Agripino. E, sem dúvida nenhuma, o traço da lealdade, a marca da lealdade sempre foi a relação que eu tive com a oposição. Sempre fui leal e sempre recebi lealdade. Sempre entendi a oposição como uma parte importante desse todo que é o Senado. Sempre entendi o papel da oposição como imprescindível ao debate. E sempre procurei convergências, sempre procurei ampliar o diálogo, exatamente para tentar buscar caminhos que pudessem levar ao que V. Exª falou: às votações e, na maioria das vezes, na grande maioria das vezes, às vitórias que o Governo pretendia obter nesta Casa. Então, agradeço as palavras de V. Exª. Quero pessoalmente agradecer o gesto, o carinho, a amizade pessoal que V. Exª tem para comigo, que foram, durante todos esses anos, uma marca importante, que me ajudou e me ensinou também nesse trânsito que eu tive, esses anos todos, como Líder do Governo. Fica aqui o meu reconhecimento ao trabalho, à seriedade da oposição, ao compromisso da oposição e, principalmente, à forma como nos tratamos durante esses doze anos em que atuei na Liderança do Governo.

            Ouço, com muita satisfação, o Senador Armando Monteiro.

            O Sr. Armando Monteiro (PTB - PE) - Senador Romero Jucá, eu teria, não apenas por ser pernambucano, seu conterrâneo, conhecer a sua família, conhecer a sua trajetória, mas eu tenho, sobretudo, a obrigação, de quem conviveu aqui com V. Exª, nesses últimos treze meses, de dar um testemunho aqui público, da sua eficiência, da sua correção no trato das questões aqui do Senado, da sua maneira sempre acessível, permeável ao diálogo, da sua forma humilde e respeitosa para com seus pares e seus companheiros. Tudo isso, sem nenhuma dúvida, justifica esse reconhecimento, esse tributo que os seus colegas lhe prestam neste momento em que V. Exª sai da Liderança do Governo. Mas a contribuição ao Senado e ao Parlamento V. Exª continuará a dar, porque com a sua experiência, com o que V. Exª acumulou desse capital de relacionamento nesta Casa, tenho certeza de que continuará a servir ao nosso País. Faço votos, Senador Romero Jucá, de que V. Exª continue a ter, na sua trajetória, sucesso, porque a sua atuação o credencia para que V. Exª possa conquistar outras posições nesta Casa. Receba, portanto, o testemunho do meu apreço e do meu reconhecimento.

             O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Agradeço, Senador Armando Monteiro, sem dúvida nenhuma, a palavra de V. Exª, esse homem experiente, que conduziu a Confederação Nacional das Indústrias, que ajudou na Câmara dos Deputados, enquanto eu estava no Senado, a aprovar matérias importantes. Conseguimos fazer avanços importantes no sistema tributário, na simplificação tributária e temos novos desafios pela frente. V. Exª agora, como Senador, tem enfrentado esses desafios. Temos de fortalecer a economia brasileira; temos de continuar gerando empregos no Brasil; temos de proteger o nosso mercado; temos de desenvolver a competitividade; temos, enfim, muitas tarefas pela frente.

            Eu vou continuar, mesmo não estando na Liderança, somando nesses ideais que V. Exª tem defendido tão bem na CNI, tem defendido na Câmara e tem defendido no Senado. Conte comigo; conte com o nosso trabalho. Eu fico grato pela palavra pernambucana, neste momento, no plenário, já que Pernambuco é tão importante no meu coração. Agradeço a V. Exª representar aqui todos os pernambucanos e poder fazer essa menção ao nosso trabalho e à nossa passagem pela Liderança do Governo.

            Ouço o Senador Valdir Raupp, Presidente do meu PMDB, com muita satisfação.

            O Sr. Valdir Raupp (Bloco/PMDB - RO) - Eu queria cumprimentar V. Exª. Tenho certeza de que V. Exª está saindo de cabeça erguida. V. Exª é homem de cumprir missão e cumpriu muito bem a missão que lhe foi confiada pela Bancada do PMDB, pelo Presidente Lula, anteriormente, e pela Presidente Dilma Rousseff. E a alternância de cargos é inerente à democracia. O PMDB é um partido democrático, e V. Exª, que é o Vice-Presidente nacional do PMDB, certamente vai ter um pouco mais de tempo para me ajudar nessa tarefa de organizar o partido para eleger um bom número de prefeitos e vereadores em todo o Brasil. Eu queria também agradecer e, ao mesmo tempo, parabenizar o Senador Renan Calheiros, que tão bem tem conduzido a Bancada do PMDB e que já lhe confiou mais uma tarefa, mais uma missão difícil, mas que, com certeza, vai complementar todo esse trabalho que V. Exª tem feito aqui no Senado Federal, que é a Relatoria-Geral do Orçamento, que já é no âmbito do Congresso, do País, que é um posto também que já ocupei e é muito importante. Ele vai poder ajudar, desde o funcionário, do salário-mínimo até os grandes empreendimentos, as obras do PAC, de que o Brasil tanto precisa. Então, eu lhe desejo todo o sucesso e conte sempre com o apoio deste companheiro.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Eu lhe agradeço, Senador Valdir Raupp, e quero registrar o trabalho grandioso que V. Exª está fazendo à frente da Presidência do PMDB; é claro, em conjunto com todos nós, em conjunto com o Vice-Presidente Michel Temer, que também é uma figura por quem tenho muita gratidão e que efetivamente tem contribuído nesse processo de avanço do PMDB e do País, e que hoje é Vice-Presidente da República, o que nos orgulha muito, na chapa da Presidenta Dilma. Devo muito ao Presidente Michel Temer; devo ensinamentos, devo aprendizado ao Presidente Michel Temer. E quero aqui registrar a V. Exª e ao Presidente Michel Temer os agradecimentos.

            Hoje, realmente, sou Vice-Presidente Nacional do PMDB. E espero poder me dedicar mais ao PMDB; espero poder me dedicar mais ao meu Estado de Roraima, aos projetos meus, como Senador, no plenário, porque, quando a gente ocupa o cargo de Líder do Governo, a gente perde um pouco da individualidade - um pouco, não, a gente perde muito.

            Na verdade, a gente fala pelo Governo. A gente tem que representar o Governo, tem que correr em todas as frentes, e a nossa ação fica prejudicada no intuito de ter tempo disponível para fazer outros tantos afazeres que são importantes.

            Então, agradeço a V. Exª e quero registrar o meu compromisso de trabalhar pela união do PMDB. Volto a dizer, o PMDB unido é importante para o Brasil, e vamos continuar trabalhando para ter o PMDB unido.

            Peço vênia aos Senadores que já levantaram o microfone com antecedência, mas temos que ser cavalheiros. Concedo um aparte à Senadora Marta Suplicy.

            A Srª Marta Suplicy (Bloco/PT - SP) - Parece que as mulheres estão com tudo neste Senado.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Sempre estarão.

            A Srª Marta Suplicy (Bloco/PT - SP) - Eu lhe agradeço, Senador Jucá. Sou sempre muito breve. Quero dizer que ninguém, durante 12 anos, ocupa o cargo que V. Exª ocupou se não é extremamente competente e extremamente hábil. Fiquei feliz que o PMDB o conduz agora para ser Presidente da Comissão de Orçamento, porque essa bagagem vai ser muito utilizada em uma das comissões mais difíceis, de mais disputa e dura do Congresso. Vai ser um cargo em que, de novo, V. Exª vai ter um grande desafio. Me deu muita alegria ouvir o discurso do seu sucessor, Eduardo Braga, porque pude perceber no seu discurso um grande entendimento e uma humildade, porque não se chega a esse cargo com capacidade para executá-lo se não for aproveitar, utilizar a bagagem que V. Exª acumulou - e muito mais acertos que erros - esses anos todos. Gostei de ouvir também, nos apartes que V. Exª concedeu aos colegas, essa disposição de ajuda, de não ressentimento e de vontade de ajudar também o nosso companheiro Eduardo Braga agora a poder fazer o melhor para que o Brasil possa caminhar. Meus parabéns pelo exercício desses 12 anos com tanta competência! Sucesso também ao sucessor Eduardo Braga, que tenho certeza, com o discurso que fez hoje aqui, realmente vai atrás dos conselhos, vai atrás das parcerias para que possamos juntos governar cada vez melhor o nosso País! Muito obrigada.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Muito obrigado, Senadora Marta Suplicy. Realmente estamos fazendo uma transição com muita tranquilidade, com muito respeito, com muita naturalidade, porque deve ser assim na entrada e na saída dos cargos públicos. Temos que ter consciência do que é um cargo público e do momento que ocupamos esse cargo público.

            Meu compromisso é de apoiar e ajudar não só o Senador Eduardo Braga, mas continuar firme ao lado da Presidente Dilma, reafirmando nosso compromisso na base do Governo, votando com o Governo, melhorando os textos, procurando a convergência, procurando construir ações, atos e projetos que possam fazer com que o povo brasileiro possa ter melhores condições de vida.

            Acho que nossa missão aqui é essa, a de todos nós. Na Liderança do Governo, procurei fazer isso com mais instrumentos. Agora, em outras funções, procurarei continuar fazendo isso, porque entendo que esse é o âmago dos nossos mandatos, esse é o caminho que temos que trilhar.

            Temos uma responsabilidade muito grande. Representamos aqui os Estados Federados. Cada um de nós representa aqui uma unidade da federação. Temos ao nosso lado uma população que aguarda ansiosa por mudanças, por melhorias, e temos que agir dessa forma.

            Então, agradeço as palavras de V. Exª. Vamos continuar firmes no sentido de buscar o equilíbrio, a ação e as vitórias do Governo da Presidenta Dilma.

            Ouço com satisfação o Senador Gim Argello.

            O Sr. Gim Argello (PTB - DF) - Senador Romero Jucá, minha primeira palavra é dizer muito obrigado. Muito obrigado! O senhor para mim foi um professor aqui de como conduzir as matérias, de como se portar no plenário, de como ser cada vez mais amigo dos seus amigos. Você tem o traço de lealdade tolerante e eficiente. Romero, você, quantas e quantas... Vi esse relatório da Presidência e fiquei imaginando se você fizesse um relatório de quantas matérias o Governo passado e esse Governo lhe devem pela aprovação aqui. Seria um livro que eu não dou conta de calcular o tamanho, porque as matérias que passaram por aqui, na sua grande maioria, são mérito seu, pela sua habilidade de fazer, pela sua habilidade de tratar, de conversar, de dialogar, de compor. Você nasceu com esse dom, Romero. Você é um líder de resultados. Você não ligava para... O que era importante? É o resultado, a votação. Isso você em todos, não foi um, dois, não... Acredito que mais de mil projetos assisti você aqui a administrar e conseguir no final um “vamos votar” e conseguir a aprovação. Você, Romero, foi talhado para isso. Agora, com esses novos desafios já estou preocupado até com o seu tempo. Renan quer que você ajude em determinada área; Raupp já quer que você vá tomar conta do PMDB no Brasil. Todo mundo tem missão para você. Por quê? Porque você é isto: você é cumpridor de missão; você é um homem de resultados. Tenho muito a lhe agradecer. Tenho muito orgulho de poder ter sido seu Vice-Lider esses anos, porque você realmente tem muito a ensinar, porque seus traços são estes: lealdade, amizade. Muito obrigado, Romero! O Brasil lhe deve muito!

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Muito obrigado, Senador Gim Argello. V. Exª é um amigo querido. É uma pessoa com quem compartilhei muitos momentos de vitória e algumas dificuldades também, porque isso faz parte do processo político. Mas, sem dúvida nenhuma, sempre com a lealdade, sempre com a amizade que lhe é característica. V. Exª é um grande parceiro, o meu 1º Vice-Líder na Liderança do Governo - era, até então, e será mantido pelo Senador Eduardo Braga, pela competência que tem. O Senador Eduardo Braga já anunciou isso. Portanto, sem dúvida nenhuma, V. Exª tem dado uma contribuição inestimável ao nosso País.

            Eu gostaria de registrar o nome dos outros Vice-Líderes e agradecer, também, ao Senador Jorge Viana, ao Senador Benedito de Lira, à Senadora Lídice da Mata, que são Senadores que nos ajudaram durante esse período, Senadores que contribuíram com a Liderança do Governo e que vão continuar contribuindo com o Senador Eduardo Braga, porque cada um deles representa um partido importante no nosso País.

            Ouço, com muita satisfação, o aparte do Senador Flexa Ribeiro.

            O Sr. Flexa Ribeiro (Bloco/PSDB - PA) - Senador Romero Jucá, eu estava em audiência no gabinete, quando fui informado de que V. Exª estava usando da tribuna, e fiz questão de vir ao Plenário para poder dar o meu testemunho e agradecer esses anos de convivência, esses sete anos em que estive com V. Exª, sendo V. Exª Líder do Governo. Quero dizer que V. Exª, ao longo desses sete anos, foi de uma competência ímpar na Liderança do Governo, de um diálogo permanente. V. Exª teve, ao longo desse tempo todo, com a oposição um trato leal; foi combativo, mas, como eu disse, combateu o bom combate, de forma leal; teve a competência de dialogar, de conversar, de articular. Tivemos embates fortes aqui no plenário do Senado, mas o seu gabinete sempre esteve aberto para os seus companheiros. Eu, por diversas vezes, estive dialogando com V. Exª, em campos opostos, e tentando convencê-lo, V. Exª tentando me convencer, não chegávamos a nenhum entendimento, na maioria das vezes, mas, em nenhum momento, tivemos a nossa amizade abalada. Eu o considero amigo, tenho respeito por V. Exª e tenho certeza absoluta de que vamos continuar a nossa trajetória. Quero parabenizá-lo pelo trabalho que V. Exª fez, defendendo o Governo, que V. Exª defendeu ao longo desse tempo todo - trabalho que vai continuar agora como relator do Orçamento da União em 2013 -, e desejar ao Senador Eduardo Braga sucesso na nova missão que vai desempenhar como Líder do Governo. Sucedê-lo na Liderança, tenho certeza absoluta de que será um desafio que o Senador Eduardo também tem competência para exercer. Que Deus continue abençoando V. Exª. V. Exª tem, na pessoa do Senador Flexa Ribeiro, um amigo. Vamos continuar juntos e espero que estejamos juntos em 2014 na campanha eleitoral, para que V. Exª possa reassumir a liderança do nosso governo a partir de 2014.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Eu agradeço a V. Exª, Senador Flexa Ribeiro. E quero registrar que V. Exª também é um amigo querido, é um Senador operoso, trabalhador. V. Exª é competente, é perseverante e foi um dos Senadores que mais interagiram com a Liderança do Governo no sentido de apresentar propostas, procurar convergências, discutir tecnicamente e procurar avançar nos debates. Então, fica aqui a minha gratidão pela sua colaboração ao longo de todos esses anos. Tenho certeza de que V. Exª é reconhecido pelo povo do Pará exatamente pela forma como atua, com seriedade e com compromisso com a coisa pública. V. Exª é um grande Senador. Eu agradeço as suas palavras. Fica aqui o meu carinho pela contribuição, pela ajuda, pela lealdade que nós tivemos durante todos esses anos.

            Ouço, com muita satisfação, o Senador Alfredo Nascimento.

            O Sr. Alfredo Nascimento (PR - AM) - Meu caro Senador Jucá, hoje, pela manhã, tive a oportunidade, em sessão presidida pelo Senador Eduardo Braga, de me manifestar a respeito dessa mudança aqui no Senado. E disse ao Senador Eduardo Braga que o meu partido, o Partido da República, partido que eu presido, terá com ele, nesta Casa, a maior boa vontade. Eu mesmo, adversário político dele lá no Estado, terei também com ele, por responsabilidade política que tenho com o País e com os bons resultados do Governo, a melhor das relações. Mas disse-lhe que ele tinha uma incumbência muito difícil, porque ele iria substituir um craque. E V. Exª é um craque, pelo homem que é, pelo político que é, pela forma como conduz as negociações e pelo legado que deixa nesta Casa. Fiz até uma brincadeira na hora que fiz essa observação, dizendo ao Senador Eduardo Braga que V. Exª havia sido convidado pelas principais universidades do País para ministrar, como professor, o curso de gestão e liderança para os alunos dessas universidades, pelo aprendizado que V. Exª teve ao longo de doze anos nesta Casa. Então, tudo que foi dito sobre V. Exª é muito pouco. V. Exª é um político de valor, deve se orgulhar do trabalho que prestou ao País. Tenha a certeza de que estarei com V. Exª, ombreado em todas as ações que V. Exª tenha que desempenhar nesta Casa. Parabéns pelo trabalho que desempenhou. Sei que V. Exª sai de cabeça erguida e vai continuar de cabeça erguida, porque sabe ser um bom político e conduzir com competência as tarefas que recebe. Parabéns, Senador.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Agradeço a V. Exª, Senador Alfredo Nascimento, que exerceu um grande e excelente trabalho no Ministério dos Transportes, na Prefeitura de Manaus, é presidente do PR, hoje, um partido importante. E quero registrar aqui quão importante é que o PR faça parte da base do Governo, que haja o entendimento do Governo com o PR, no sentido de fazer com que isso possa avançar, porque o PR é um partido que tem muito a contribuir. Já contribui, mas pode contribuir muito mais ainda para o governo da Presidenta Dilma. Eu não escondo, tenho defendido em todos os fóruns que o Governo faça esse entendimento com o PR, porque é importante para o Governo, para o PR e para o País.

            Eu agradeço as palavras de V. Exª. Deixo a Liderança, vou continuar atuando na Bancada do PMDB, recebendo missões do Senador Renan Calheiros, somando com os companheiros de PMDB o meu trabalho. Sem dúvida nenhuma, todos nós aqui queremos melhorar o Brasil, e nós vamos melhorar porque este País tem mudado para melhor ao longo desses últimos anos. Ao longo dos últimos doze, vinte anos, o Brasil tem avançado. Desde o Presidente Sarney na Presidência, o Brasil tem avançado. Hoje, é um País cada vez mais respeitado e, sem dúvida nenhuma, isso é muito fruto da classe política que tem, das ações da Câmara, do Senado, da estabilidade democrática, da estabilidade das instituições que nós temos aqui. E os partidos políticos são muito importantes nessa construção. Portanto, V. Exª, pelo Senador que é e pelo que representa na presidência do PR, tem um papel destacado neste Senado e vai continuar tendo, sem dúvida nenhuma.

            Ouço o Senador Eduardo Suplicy com muita satisfação.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Prezado Senador Romero Jucá, V. Exª tem cumprido um papel importante, aqui no Senado, como Líder da Presidenta Dilma Rousseff, do Presidente Lula e, antes, na liderança do governo Fernando Henrique Cardoso. Procurei sempre ter com V. Exª a relação mais construtiva possível, sempre tendo em conta o que avalio seja o interesse maior da população brasileira, assim como também os interesses do Estado que represento, a população de São Paulo. Mas sou testemunha do seu empenho em procurar fazer com que os objetivos maiores do Chefe do Executivo pudessem ser aqui compreendidos por todos e os projetos serem aprovados. Eu gostaria que, mais e mais, aquela pessoa que estiver na chefia do Executivo pudesse sempre dizer a cada um de nós, Senadores e Deputados Federais: procurem sempre votar de acordo com a sua consciência, de acordo com o que avaliam ser o interesse maior da população brasileira, dos seus respectivos Estados da Federação, nunca estando a depender de eventuais emendas que possam ser aprovadas, liberadas, ou cargos que eventualmente possam ser apontados por cada um de nós. Pelo menos é assim que compreendo a minha função como Senador. E V. Exª é testemunha de que tenho procurado agir assim. Nesses últimos meses, transmiti a V. Exª que seria importante isso. Eu até gostaria de ter a colaboração de V. Exª, porque há alguns assuntos pendentes como, por exemplo, o projeto de lei sobre as licitações. V. Exª sabe que foi realizado um esforço bastante grande aqui entre nós, inclusive no diálogo, por exemplo, com o Senador Francisco Dornelles. Muitas vezes o Presidente Lula me perguntou: “Como está a Lei de Licitações? Vamos aprovar o projeto?” E eu disse: estou pronto, na minha parte, como relator na Comissão de Assuntos Econômicos. E, agora, por lá passou. Então, eu queria lhe transmitir que gostaria ainda de ter a colaboração de V. Exª, junto ao Líder, Senador Eduardo Braga, para que venhamos, neste semestre, a votar esta matéria, assim como outro projeto que também considero muito importante. Tenho dialogado com o secretário de Economia Solidária, o Prof. Paul Singer, referente à Lei de Licitações. Eu gostaria de contar com a colaboração de V. Exª, bem como do Líder Eduardo Braga, para que possamos logo votar essa matéria que consideramos muito importante. Por outro lado, lembro que, em dezembro de 2002, V. Exª, então, era líder do Bloco - salvo engano do PSDB e do PTB - e, naquela ocasião, foi aprovada, no Senado e depois na Câmara, a Lei nº 10.835, que institui por etapas a renda básica de cidadania, a critério do Poder Executivo, começando pelos mais necessitados, como faz o Programa Bolsa Família ao longo desses anos. Lembro isso porque considero essa lei, como V. Exª sabe, das mais importantes. Nós vamos aqui, no Congresso Nacional, em colaboração com o Governo da Presidenta Dilma, olhar os passos na direção daquilo que um dia poderá tornar-se algo exemplar do Brasil para o mundo. Quero até transmitir a V. Exª que, em setembro próximo, em Munique, na Alemanha, se realizará o 14º Congresso Internacional da Rede Mundial da Renda Básica. Conversei ontem com a Ministra Tereza Campello, porque avalio que será de enorme relevância que possa ela - e ela aceitou - ali proferir uma palestra sobre como está o desenvolvimento do objetivo maior da Presidenta Dilma Rousseff, de tornar o Brasil sem miséria, erradicar a pobreza extrema, a pobreza absoluta, em nosso País, sobretudo com o aperfeiçoamento cada vez melhor dos programas de transferência de renda, como o Bolsa Família e outros, até termos, um dia, a renda básica de cidadania. V. Exª, como líder do Governo que foi nesses anos, e da Presidente Dilma, e certamente na continuidade de sua cooperação com a Presidenta Dilma, espero eu poder também colaborar com V. Exª nesses propósitos maiores. Ainda ontem, a Presidenta Dilma afirmou que é seu objetivo fazer com que toda pessoa no Brasil tenha efetiva igualdade de oportunidades, pelo menos a partir de um patamar básico, seja de oportunidades de educação, de atendimento à saúde pública, do seu direito à moradia, do seu direito a uma renda básica. Então, poderá V. Exª continuar a contar comigo nesses propósitos maiores que são do Governo da Presidenta Dilma Rousseff. Meus cumprimentos a V. Exª.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Eu agradeço, Senador Suplicy. V. Exª é um Senador respeitado no Brasil e no exterior. V. Exª tem uma luta de vida, que é a renda básica de cidadania, e tem contribuído muito com o nosso País e com este Senado. Sem dúvida alguma, as suas palavras engrandecem o meu discurso.

            Já tinha lhe dito antes que a matéria da nova Lei de Licitações está pronta para ser votada. V. Exª fez um grande trabalho. O Senador Eduardo Braga já está informado de que essa matéria é prioridade do Governo, de que deveremos votá-la. Portanto, V. Exª vai poder coroar esse trabalho com a votação de plenário, que vai fazer com que modernizemos a Lei de Licitações brasileira, que precisa ser melhorada. Então, V. Exª tenha certeza de que vamos continuar a apoiá-lo na sua luta, no seu trabalho.

            E o projeto que trata das cooperativas também é outra prioridade que será apoiada por nós. Tenha certeza de que esses dois projetos que estão prontos serão encampados por todos nós. Eu posso falar por mim, como Senador, mas posso registrar que, entre as prioridades da liderança do Governo, já há o registro de que são dois projetos emblemáticos, importantes para a sociedade brasileira, que, portanto, precisam ser aprovados.

            Muito obrigado pelas palavras de V. Exª.

            O Sr. Eduardo Suplicy (Bloco/PT - SP) - Muito obrigado. Ainda hoje a Presidenta Dilma Rousseff, na posse do novo Ministro Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, enfatizou que quer prioridade para o desenvolvimento das cooperativas nos assentamentos com agricultura familiar. Muito obrigado.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Muito obrigado a V. Exª.

            Eu ouço o Senador Paulo Paim, com muita satisfação.

            O Sr. Paulo Paim (Bloco/PT - RS) - Senador Romero Jucá, eu quero ser muito rápido. Só quero dizer a V. Exª que foram praticamente dez anos convivendo com V. Exª - oito anos no mandato anterior e no segundo ano da Presidenta Dilma. Só quero dar um depoimento que tenho certeza de que o Presidente Lula daria se aqui estivesse. Em todos os momentos mais difíceis do mandato do Presidente Lula, quer seja nas comissões, quer seja em CPI, quando sequer um parlamentar do PT estava no plenário, V. Exª nunca vacilou - e sou testemunha - na defesa do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está atravessando esse momento difícil. Com certeza, ele diria a V. Exª “Muito obrigado” pelo período em que V. Exª foi líder do nosso querido Presidente Lula. De minha parte, sou obrigado também a dizer: dialoguei com V. Exª. Existe hoje um debate pelo fim do fator previdenciário porque V. Exª colaborou aqui para que o Senado o aprovasse, e está lá na Câmara; existe um debate para a política para os aposentados. V. Exª disse: “Aqui, nós vamos avançar; o resto vai ser com a Câmara, tanto na reposição das perdas, como na política permanente”. E vamos avançar. Estivemos dialogando com a Presidenta, e esta é a intenção: avançar nesses dois temas. Enfim, só quero dizer a V. Exª, de minha parte, muito obrigado. V. Exª foi um líder - não tenho dúvida - comprometido com o Governo que V. Exª representou aqui e só por isso cumprimento V. Exª. E sei que, na Comissão de Orçamento, V. Exª será um grande relator da peça orçamentária que interessa muito ao País. Parabéns a V. Exª.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Eu agradeço a V. Exª, Senador Paulo Paim. Quero registrar que sempre entendi a luta de V. Exª como a busca do bem comum e por isso dialoguei. Muitas vezes o governo tinha posições mais fechadas, mais herméticas, mas sempre procurei avançar nos debates, porque sempre entendi que conversando e debatendo se avançaria e se buscariam convergências. Respeito o trabalho de V. Exª. Quero dizer que recebi de V. Exª nesses anos todos muitos ensinamentos, ensinamentos importantes que fizeram com que eu pudesse melhorar minha atuação de líder.

            Quanto ao Presidente Lula, que V. Exª citou, quero registrar, com muito carinho, que recebi hoje pela manhã uma ligação do Presidente Lula me abraçando. Ele está se recuperando, vai se recuperar, se Deus quiser, é um grande brasileiro, que faz falta ao Brasil. Nós todos queremos o Presidente Lula com saúde, falando, atuando, para que possa realmente ajudar o Brasil a avançar ainda mais.

            Ficam aqui os meus agradecimentos a V. Exª por todo esse longo período em que estive à frente da liderança do Governo, porque V. Exª contribuiu com o bom debate, contribuiu com os avanços do País e merece todo o meu respeito.

            Eu ouço o Senador Eunício Oliveira, com muita satisfação.

            O Sr. Eunício Oliveira (Bloco/PMDB - CE) - Senador Romero Jucá, acabo de receber o relatório da Presidência, encaminhado pelo nosso Presidente José Sarney. Aqui temos 1.040 páginas de matérias importantes, benefícios que ele, no comando desta Casa, fez com que os brasileiros recebessem. Aqui tem a participação de vários líderes, inclusive o líder do meu Partido, Senador Renan Calheiros, mas tem a harmonia de V. Exª como artífice de tantos debates, tantos embates com todos os demais partidos, inclusive com a oposição nesta Casa da República. Convivi com V. Exª durante muitos anos. Eu tenho mais de 40 anos no PMDB. Convivi com V. Exª, sempre com muita admiração pelo seu trabalho. Vejo aqui, hoje, que o Brasil deve muito a V. Exª pela paciência, pela busca da harmonia, pela compreensão das divergências. Tive oportunidade, como presidente da Comissão de Constituição e Justiça, de acompanhar o trabalho de V. Exª no dia a dia. Quantas vezes quantas angústias eu presenciei no rosto de V. Exª para resolver questões importantes para o Brasil, como a DRU e tantas outras matérias polêmicas. V. Exª sempre procurou harmonizar esta Casa e, por consequência, prestou um grande serviço ao Brasil e ao nosso querido PMDB. Receba do Senador Eunício Oliveira o agradecimento pela participação de V. Exª como líder do Governo. Tive a honra de ser Ministro do Presidente Lula, e V. Exª já estava aqui como líder do Governo. Todas as matérias importantes para o Brasil contaram com a participação de V. Exª, sempre conciliador, sempre paciente, sempre buscando prestar serviço ao povo brasileiro. Portanto, V. Exª, ao deixar a liderança do Governo, passou-a para as mãos de outro nosso companheiro, Senador Eduardo Braga, que tem a missão árdua, difícil, de conciliar esta Casa e os interesses dos partidos e os da população brasileira. V. Exª haverá de dar uma grande contribuição à peça orçamentária. O Líder Renan Calheiros teve oportunidade de indicá-lo para ser o relator do Orçamento em nome do nosso querido PMDB. Portanto, tenho aqui que agradecer a V. Exª as interferências que sempre fez na Comissão de Constituição e Justiça, para que pudéssemos aprovar ali matérias importantes para o povo brasileiro. Agradeço a V. Exª a participação nesse período. Tenho certeza de que V. Exª, independentemente de ser líder do Governo, vai continuar prestando serviços ao País e à Presidente Dilma, para que este seja um País de todos.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Agradeço a V. Exª, Senador Eunício Oliveira, que é um amigo antigo, companheiro da Executiva do PMDB; presidente, com tanta competência, da Comissão de Constituição e Justiça. Sem dúvida alguuma, tem ajudado o nosso País e o nosso Partido a avançar.

            Nós temos o compromisso de continuar lutando pela unidade do PMDB e vamos fazer isso com a ajuda de V. Exª, com a ajuda do Senador Renan Calheiros, do Presidente Sarney, do Senador Eduardo Braga e de tantos outros valorosos companheiros que querem um PMDB atuando em prol do Brasil.

            Ouço, com muita satisfação, a Vice-Líder do Governo e Líder do PSB, Senadora Lídice da Mata.

            A Srª Lídice da Mata (Bloco/PSB - BA) - Caro Líder, caro Senador Romero Jucá, eu estava em audiência no Ministério da Integração Regional, mas cheguei a tempo de poder dar meu testemunho do Líder que V. Exª foi. Não sou uma Senadora antiga, sou uma Senadora nova, de um ano de Casa, e fui, durante muitos e muitos anos, uma política de oposição na Bahia. Eu sei muito profundamente o que é ser oposição - aliás, sei mais o que é ser oposição do que o que é ser governo - e posso testemunhar que o senhor foi um Líder de Governo leve, um Líder de Governo que sabe dialogar, que soube dialogar com a oposição. O meu testemunho neste ano foi de um Líder de Governo que soube retirar de pauta quando necessário para compor com a oposição, soube colocar a matéria na hora devida e que, portanto, mereceu e merece a consideração e o respeito dos seus pares da base do Governo. Tenho convicção de que, à frente do Orçamento, V. Exª vai emprestar toda a sua experiência para fazer refletir na lei orçamentária o equilíbrio necessário. E eu estarei importunando muito V. Exª para que a Bahia tenha a atenção e a prioridade merecidas no próximo Orçamento do Governo Federal. Tenho certeza também de que o espírito público de V. Exª vai continuar presente nesta Casa ajudando o próximo líder e toda a bancada com sua experiência para dar as vitórias de que o Governo da Presidente Dilma precisa nesta Casa. Muito obrigada.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Agradeço a V. Exª, Senadora Lídice. Já registrei aqui, antes de V. Exª chegar, a contribuição dos vice-líderes, agradeci o seu trabalho, profícuo, importante, em prol do País. V. Exª é uma Senadora combativa, que tem uma história de lutas no nosso País, o que não só a Bahia, mas o Brasil todo reconhece. Suas palavras engrandecem o meu discurso e quero incorporá-las registrando meu agradecimento e dizendo que deixo a Liderança do Governo, mas que vamos continuar juntos lutando pelo bem deste País. Nossa luta é permanente.

            Na verdade, nós temos que ter avanços sociais, avanços econômicos, este País tem que caminhar a passos largos ao encontro do seu destino, que é um destino de grandeza, e, sem dúvida nenhuma, todos nós vamos colaborar para isso.

            Agradeço, muito sensibilizado, as palavras de V. Exª e ouço, com muito prazer, a Senadora Ana Amélia.

            A Srª Ana Amélia (Bloco/PP - RS) - Caro Senador Romero Jucá, a minha chegada ao Senado me impôs uma observação do comportamento dos colegas Parlamentares, especialmente dos líderes, como V. Exª, Líder do Governo nesta Casa. Cheguei aqui e o meu Partido, o Partido Progressista, parte da base do Governo. E eu, tendo apoiado a candidatura derrotada, no Rio Grande do Sul, à Presidência da República, José Serra, tinha uma posição de independência aqui por questão de coerência e de respeito aos eleitores que me mandaram para esta Casa, com 3.401.241 votos. E o primeiro embate, o primeiro encontro com V. Exª, na condição de Líder do Governo, foi quando V. Exª foi ao meu gabinete me pedir que eu votasse com o Governo no momento mais importante do início do exercício legislativo, que foi votar o salário mínimo. E V. Exª me deu todos os argumentos pelos quais seria importante esse voto. Eu também lhe expliquei as razões pelas quais eu não poderia acompanhar a sua solicitação e atender o seu pedido. A forma, eu diria, republicana e respeitosa com que V. Exª me tratou mostrou que eu estava diante de um verdadeiro líder, que respeita as diferenças, inclusive entendendo as razões políticas de determinada posição. Depois, com a mesma atitude, V. Exª me pediu para a retirada de urgência de votação de uma matéria relacionada à questão das micro e pequenas empresas, porque estava a caminho um projeto em que o Governo tomava a iniciativa. Eu pedi a retirada da urgência. É esse tipo de reciprocidade respeitosa que me faz acreditar que há, ainda assim, a democracia, por mais problemas que tenhamos aqui nesta Casa. Sofremos tantas críticas, nos últimos dias, de toda ordem! Algumas justas, mas grande parte delas injusta; mas, é assim que vamos trabalhar. Cumprimentos a V. Exª e disponha de mim na missão espinhosa que tem agora de relatar a Comissão Mista de Orçamento, que é um dos desafios mais importantes do Congresso Nacional. Pena que o Orçamento não seja uma peça impositiva; é apenas autorizativa. Obrigada, Senador.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Obrigado, Senadora Ana Amélia. V. Exª é conhecida pela sua independência, pela sua competência, pela sua luta aguerrida em favor do Rio Grande do Sul e do Brasil. Fico muito feliz de receber suas palavras.

            Nós temos que lutar por um Orçamento impositivo. Esse tem que ser o caminho do Congresso Nacional. É claro que feito de outra forma, com mais cuidado na sua elaboração, mas, sem dúvida alguma, o futuro levará ao Orçamento impositivo, porque esse é um papel de que o Congresso não pode abrir mão. Então, sem dúvida nenhuma, é um trabalho a ser construído para o futuro: o Orçamento impositivo.

            Eu ouço V. Exª.

            A Srª Ana Amélia (Bloco/PP - RS) - Eu gostaria apenas de acrescentar, caro Senador Romero Jucá, que, quando faleceu o Vice-Presidente José Alencar, que passou por esta Casa e por quem todos tinham uma grande admiração, eu procurei saber qual foi a iniciativa legislativa que ele tinha assumido nesta Casa. Descobri que ele tinha apresentado uma PEC no seu mandato, uma PEC que tornava o Orçamento impositivo, e apresentei a PEC em homenagem à memória de José Alencar. Agora, o senhor acaba de concordar que o caminho, no médio e no longo prazo, será esse. Então, queria apenas participar a V. Exª que tomei essa iniciativa em homenagem à memória de José Alencar.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Eu diria que nós temos que buscar do curto para o médio prazo. Na verdade, esse é um assunto premente. A execução e a confecção do orçamento é uma peça importante de política pública que nós temos que resguardar e fortalecer. Então, sem dúvida nenhuma, vai ser um debate importante.

            Eu não conhecia essa PEC de V. Exª, mas é uma contribuição importante que V. Exª dá ao País e ao Congresso Nacional. Nós temos que nos debruçar sobre essa peça, discuti-la e, se for o caso, emendá-la, melhorá-la, debatê-la, para que nós tenhamos, efetivamente, uma ação forte na confecção e na execução do Orçamento brasileiro em prol da sociedade.

            Muito obrigado por suas palavras.

            Eu ouço, com muita satisfação, o Senador Eduardo Lopes.

            O Sr. Eduardo Lopes (Bloco/PRB - RJ) - Caro Senador Romero Jucá, eu quero aqui, também representando aquele que há duas semanas estava nesta Casa, o nosso Ministro, Senador Marcelo Crivella, cumprimentar V. Exª. Não tive a oportunidade, como outros aqui citaram, de trabalhar tanto tempo com V. Exª. Na verdade, na semana passada, na primeira votação de que participamos aqui, recebi a sua orientação, a sua direção. Lembro-me muito bem de que, quando apresentava ao Senador Crivella algum projeto que, saindo da Câmara, estaria vindo para o Senado e pedia ajuda dele, ele sempre dizia que iria conversar com V. Exª, com o Líder do Governo, e também falava sempre o seguinte: “Certamente, o Líder Romero Jucá vai ajudar, vai contribuir, porque é um homem sensível às causas, sensível àquilo que é bom para o País”. Então, quero aqui dizer o quanto eu, não como Senador, mas exercendo o mandato de Deputado, ouvi da parte do Senador Marcelo Crivella elogios a respeito do seu trabalho, da sua condução e da sua liderança. Quando apresentado por ele ao senhor, fui recebido com carinho. Todas as vezes que nós nos encontramos aqui na Casa, o senhor também se dirigiu a mim com o mesmo carinho, com o mesmo respeito que eu também tenho à sua pessoa. Quanto à Comissão Mista de Orçamento, costumo dizer às pessoas que não conhecem muito do trabalho legislativo - porque a impressão que se tem é que o Orçamento é aprovado numa noite em poucos minutos, as pessoas não sabem como tudo funciona - que a Comissão Mista de Orçamento é uma das que mais trabalham no Congresso, porque o que chega para ser aprovado no final do ano é resultado de um trabalho de vários meses. Então, o senhor agora assume essa relatoria. Sei que é muito trabalho, é uma missão árdua, grandiosa, mas tenho certeza de que o senhor, com a mesma competência com que trabalhou, com que serviu como Líder, também o fará na Comissão Mista de Orçamento. Parabéns, Senador Romero Jucá.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Obrigado, Senador Eduardo. Sem dúvida alguma, a chegada de V. Exª aqui engrandece a representação do Rio de Janeiro e este Senado.

            V. Exª substitui, na interinidade, um Senador que é muito querido, que tem uma marca social muito forte, o Senador Marcelo Crivella, que tem todo nosso respeito, tem projetos importantes, se notabilizou pela defesa do Rio de Janeiro em todos esses momentos. Portanto, nós queremos abraçar o Senador Crivella, que é Ministro hoje, tem todo o nosso apoio e, não tenho dúvida, fará um grande trabalho no Ministério da Pesca e também V. Exª, que chegou aqui para contribuir com o Brasil, que veio com a sua experiência de Parlamentar federal, de pessoa ligada ao PRB, com uma história de construção desse Partido para contribuir com os avanços sociais que nós precisamos buscar para o Brasil. Então eu agradeço as palavras de V. Exª.

            Conte comigo também. Não estarei mais na Liderança do Governo, mas quero registrar que, na fronteira do PMDB, estarei somando esforços para que a gente possa debater, discutir as melhores propostas.

            Ouço com muita satisfação o aparte do Presidente Senador Fernando Collor.

            O Sr. Fernando Collor (PTB - AL) - Meu prezado e querido amigo Senador Romero Jucá, desde que cheguei ao Senado da República, tive oportunidade de dizer isso em várias ocasiões a V. Exª, acompanhando o seu trabalho, enchia-me de admiração pelo exercício da sua liderança. Relembrava, nesses momentos, a época em que exercia a prefeitura da minha querida cidade de Maceió, das lideranças com que tive a oportunidade de contar quando exerci esse mandato, quando Governador do Estado e dos líderes que tive oportunidade de ter na Assembleia Legislativa e depois, quando exerci a Presidência da República. Em cada um daqueles momentos em que eu dizia: Senador Romero, o Presidente Lula não sabe, talvez, o quanto o seu trabalho aqui o tem ajudado a fazer o grande governo que vem realizando. O Governo do Presidente Lula e o Governo da Presidente Dilma, tendo em V. Exª a liderança que tiveram, puderam alcançar esses grandes êxitos, porque os êxitos dos governos sempre são êxitos de quem exerce a Presidência. Sempre. Os erros do governo, em geral, sempre são descarregados sobre os ombros dos líderes que não conseguiram aprovar as matérias para cá encaminhadas pelo Executivo. E V.’ Exª, como aqui já foi dito por vários outros companheiros, Senadoras e Senadores, teve em todos esses momentos, em primeiro lugar, algo muito importante na vida de um homem público, que é o espírito de renúncia. V. Exª em nenhum momento deixou que a vaidade tomasse o lugar da responsabilidade que tinha de conduzir matérias tão importantes para os avanços que o Brasil vem conquistando ao longo desses anos. V. Exª, com uma paciência inexcedível, sabia algo muito importante, que é saber ouvir. Ouvir. Nos seus ouvidos, o Senado da República confiava, da oposição ou do governo. Na sua palavra, os seus companheiros de Senado, da oposição ou do governo, confiavam. Trato era trato.

            O acordado era cumprido. Muitas vezes, assisti aqui a algumas tiradas de não muito bom humor em relação a V. Exª. Sempre assisti àquilo com muito desprazer e com muita tristeza, porque eu verificava que, ao invés de estarem exaltando as enormes qualidades de que V. Exª é possuidor, estavam querendo, de alguma forma, melindrá-lo e, com isso, tirá-lo do equilíbrio que um líder precisa exercer nesta Casa. Para ser líder do governo em uma Casa como o Senado da República, é necessário ter muita experiência, ter muita quilometragem, ter muita capacidade, como disse, de renúncia, humildade, paciência, tranquilidade, conhecimento de causa. V. Exª não exerceu a liderança do Governo no Senado República, em nenhum instante, para se vangloriar. Ao contrário, o governo do Presidente Lula e o Governo da Presidenta Dilma alcançaram vitórias importantíssimas nesta Casa, e eu nunca vi declaração de V. Exª se jactando de, graças à sua ação, o Governo ter alçando a sua vitória. Nunca vi nem ouvi. Ao contrário, após cada grande vitória ou uma vitória que fosse, V. Exª saía do plenário e, encontrando alguns representantes dessa mídia tão rasteira que hoje nós temos, da nossa imprensa, V. Exª, com muito cuidado - o que lhe é peculiar -, sempre tendo a paciência de responder a todas as perguntas, sempre atribuiu as glórias daquele momento ao governo que V. Exª defendia no plenário desta Casa. Soube conviver com cada um dos Senadores. Esta Casa - foi o que me foi dado apreender, pela convivência no Legislativo nacional - difere um pouco da nossa Casa ao lado. Aqui, cada Senador é líder de si próprio. É muito difícil conduzir bancadas, a não ser uma bancada como a do PMDB. E aqui eu desejo fazer uma referência muito especial à capacidade de articulação e à competência do Líder do PMDB, Senador Renan Calheiros, que tem a habilidade de manter essa coesão do PMDB. E graças à coesão do PMDB é que há a governabilidade que permitiu ao Presidente Lula e está permitindo à Presidente Dilma realizar a grande administração que vem realizando. Graças à sua habilidade de ter essa consciência de que não era falando somente com o líder de uma bancada que as coisas estariam resolvidas, mas sim conversando com cada um dos Senadores, sabendo das dificuldades que cada um eventualmente tinha em respeito à matéria que estava sendo votada - pois certos Senadores tinham alguma dificuldade de votar -, sendo esses Senadores da base, V. Exª sempre dizia: “Eu reconheço sua posição, reconheço a situação. Pode votar e pode deixar que eu farei o relato a quem de direito no Planalto, explicando suas posições.” Eu ouvi isso diversas vezes. De modo que sua saída da Liderança do Governo neste instante é uma saída que, queira Deus não desestabilize a unidade da base governista no Senado Federal. Queira Deus! Eu espero que seu substituto, Senador Eduardo Braga, homem que também vem do norte do nosso País, homem experiente, valoroso, impetuoso, inteligente, possa substituí-lo à altura. Mas acredito que ele haverá de necessitar muito ainda da sua ajuda neste período de transição, porque esta Casa está acostumada, há oito anos, com um tipo de liderança. Todos os Senadores já sabiam, quase automaticamente, como seriam conduzidas as matérias e como seriam levadas a cabo as negociações feitas em plenário. O homem é o seu estilo. E é claro, por mais identificado que estivesse com a sua conduta na liderança, o novo Líder do Governo no Senado, Senador Eduardo Braga, não teve a oportunidade dessa convivência com V. Exª. Por isso, eu lhe pediria, em nome da unidade da base do Governo nesta Casa, que V. Exª auxiliasse, neste primeiro momento, o Senador Eduardo Braga naquilo que fosse por ele solicitado, porque será muito importante para que mantenhamos a governabilidade. Não vejo com tanta tranquilidade, como alguns estão vendo, essa transição e essa mudança de lideranças. Não enxergo assim. Gostaria de estar errado, mas é um momento extremamente delicado. Muito delicado, muito. Matérias importantíssimas - e esta é uma das primeiras consequências da mudança das lideranças nesta e na outra Casa - não serão votadas mais este ano. Não serão mais votadas. A base do Governo está sentindo um gosto de certo azedume. O diálogo precisa ser reaberto. Esses canais de entendimento do Planalto com esta Casa e com a outra precisam estar inteiramente desobstruídos. É fundamental que o Planalto ouça esta Casa e ouça a Casa ao lado. E digo isso com a experiência de quem, exercendo a Presidência da República, desconheceu a importância fundamental do Senado e da Câmara dos Deputados para o processo democrático e de governabilidade. O resultado desse afastamento meu, então Presidente da República, do Legislativo brasileiro redundou no meu impeachment, no meu afastamento. A classe política brasileira carece única e exclusivamente de algo fácil. Fácil. E isso só vim a perceber depois, lamentavelmente, que é consideração e atenção. Muitas vezes, até não fazemos muita questão de termos uma solicitação atendida pelo Planalto, mas precisamos de consideração e atenção. Até para dizer um não, mas precisamos ter essa atenção. Queira Deus que as mudanças agora promovidas - e isso também se espraia nos ministérios - venham sendo iluminadas e que a Presidenta Dilma esteja agindo com acerto. Isso o futuro próximo nos dirá. Torço para que as coisas caminhem bem e o trem não descarrilhe, mas não posso deixar de dizer que tenho dentro de mim essas preocupações. Sua saída da Liderança do Governo vai nos deixar, a cada um de nós, tenho certeza disso, um pouco órfãos num primeiro momento. Acredito que, depois, logo num segundo momento, o Senador Eduardo Braga, com a sua competência, haverá de preencher esse vazio, mas esse é o sentimento que pelo menos me domina. E uma pessoa com a experiência que tenho, já acostumado, já com o couro grosso e conhecendo a vida pública como conheço, eu me sinto um pouco órfão neste momento em que V. Exª, ao descer da tribuna, descerá como um Senador do valoroso PMDB e não mais como Líder do Governo, deste grande governo que a Presidenta Dilma vem fazendo. Portanto, meus cumprimentos a V. Exª por todo o seu esforço, o seu denodo, a sua capacidade, os seus dias e noites, noites indormidas e dias de trabalho insano, negociações, entendimentos atrás de entendimentos, renúncias atrás de renúncias. Meu Deus, quanto sacrifício o senhor não fez na sua vida pessoal para servir ao Governo e servir ao Brasil! V. Exª ainda será reconhecido por esta Casa como um dos maiores e mais valorosos Senadores que esta República já teve nesse último quarto de século. O Senado se sente orgulhoso pela participação de V. Exª na política brasileira. Volte para sua bancada do PMDB ciente do dever cumprido, certo de que combateu o bom combate, e que desse combate sai de cabeça erguida e com o sentimento do dever cumprido. Seja muito feliz, Senador Romero Jucá.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Muito obrigado, Senador Fernando Collor, Presidente, que tem uma história importante em nosso País. V. Exª faz uma análise importante e profunda do momento político que o País vive, com a experiência de quem já exerceu tantos cargos públicos e viveu tantas questões importantes na nossa República.

            Eu quero dizer que, realmente, ao longo do meu período de Líder do Governo, sempre procurei entender as circunstâncias de cada Senadora e de cada Senador. V. Exª disse bem: ninguém lidera Senador ou Senadora aqui. Cada Senador, cada Senadora tem a sua história, a sua circunstância, representa o seu Estado, tem o seu povo a cobrá-lo e tem um papel muito importante na nossa República.

            O que um líder faz, na verdade, é coordenar, é procurar convergências, é ouvir, é ter a humildade de aceitar contribuições e de procurar articular as votações para que a vontade da maioria possa prevalecer, ouvindo inclusive a oposição, que tem um papel importante no processo de contribuição e de construção da democracia e das leis brasileiras. Então, V. Exª ressalta uma preocupação importante, que é preocupação de todos nós. Nós temos que recompor a base do Governo, nós temos que ter os partidos integrados, nós temos que unir o PMDB.

            Eu volto a dizer, já disse aqui algumas vezes: a união do PMDB é fundamental para o Brasil. O PMDB tem que estar unido. Nós estamos apoiando o Senador Eduardo Braga, ficamos honrados de ter repassado a Liderança do Governo a outro peemedebista. Saio eu, do PMDB de Roraima, o menor Estado da Federação brasileira, entra o Senador Eduardo Braga, da Amazônia, portanto, da região Norte também, do PMDB. Merece todo o nosso respeito, e não tenho dúvida de que ele vai, rapidamente, executar um grande trabalho na liderança do Governo.

            Mas V. Exª tem razão: o Governo tem que fazer política como um todo, o Governo tem que ter consideração política, o Governo tem que abrir as relações, o Governo tem que escutar; os Ministros têm que atender aos Senadores, têm que retornar os telefonemas, têm que resolver as questões e têm que entender que, quando um Senador entra no gabinete de um Ministro, ele não está indo lá para pedir nada pessoal, ele não está articulando para ele, ele está representando um Estado da República, ele é um representante da nossa Federação, que é igual, são três Senadores de Roraima, são três Senadores em São Paulo, com o mesmo peso de voto, exatamente para que cada um dos Estados tenha aqui a sua voz e a sua representação igualitária.

            V. Exª faz um apelo, que nós apoiemos o Senador Eduardo Braga - nós vamos apoiar. Faz um apelo para que o Governo atue - o Governo precisa atuar. Disse isso à Presidenta Dilma quando fui conversar com ela, e ela disse que queria fazer o rodízio da Liderança do Governo. Entendi com muita naturalidade. É um direito da Presidenta fazer o rodízio. O cargo é de confiança. Ocupei, como já disse antes, esse cargo com três Presidentes e procurei fazer o melhor que pude. Procurei aqui a convergência, procurei a união e o engrandecimento deste Senado, sempre com muita humildade, sempre entendendo o meu papel, sempre sabendo que eu era um animador, que eu era um articulador, mas que o papel fundamental era de cada Senador, era de cada Senadora desta Casa.

            Conseguimos aprovar matérias importantes no último ano. No primeiro ano da Presidenta Dilma, aprovamos aqui - uma vitória não da Liderança do Governo, mas de todos os Senadores e Senadoras, mesmo os que votaram contra, mas que debateram - uma política de salário mínimo de médio prazo.

            Nós aprovamos a PEC do Presidente José Sarney, que altera o rito das medidas provisórias. E, mais do que nunca, essa PEC se mostra num momento que tem que ser votada e aprovada pela Câmara dos Deputados, por conta da decisão que o Supremo Tribunal Federal acaba de dar na tramitação das medidas provisórias. O Presidente José Sarney, com o tirocínio, com a experiência que tem, propôs uma PEC que estava à frente do seu tempo e agora é o remédio para que nós tenhamos condições de pleno funcionamento do rito das medidas provisórias sendo votadas nesta Casa. Aprovamos essa PEC aqui rapidamente.

            Nós aprovamos a Lei da Comunicação Visual, que modernizou e democratizou a TV por assinatura.

            Nós aprovamos o Pronatec, a política de ensino técnico deste País, aprovado agora no Governo da Presidenta Dilma Rousseff.

            Nós aprovamos a Lei de Competências Ambientais, que definiu o papel de cada ente federado no tocante às ações ambientais e de fiscalização, matéria importante, porque havia uma superposição de ações que criava dificuldades para o setor produtivo e para as entidades que queriam cumprir a lei ambiental, mas não sabiam como fazer. Esta Casa aprovou, no ano passado, essa matéria.

            Aprovamos a Lei de Acesso à Informação. E aí quero registrar as ponderações importantes feitas pelo Presidente Collor. Nós debatemos, não votamos a toque de caixa. Discutimos aqui e aprovamos a Lei de Acesso à Informação.

            Aprovamos a Comissão da Verdade, outra matéria importante, que vai fazer o País se reintegrar com o seu passado. Aprovamos a Lei de Royalties, um clamor dos Estados brasileiros, para que a riqueza do pré-sal possa ser partilhada por todos os Estados.

            Aprovamos o Código Florestal, matéria importante que está na Câmara dos Deputados e que moderniza a questão ambiental brasileira.

            Aprovamos a regulamentação da Emenda nº 29, que foi outra matéria polêmica discutida por este Plenário. Resolvemos essa questão, porque era uma preocupação do Governo, que não tinha como arcar com despesas da área da saúde.

            E aprovamos, no último dia do ano passado, a DRU (Desvinculação de Receitas da União), num esforço coletivo das bancadas do Líder Renan Calheiros, do Líder Gim Argello, do Líder Alfredo Nascimento, que está aqui, do Líder Jayme Campos, enfim, dos líderes todos, que votaram uma matéria que era importante para o equilíbrio fiscal do nosso País.

            Então, essas matérias todas foram votadas numa vitória de todos, coordenados pela Liderança do Governo; mas uma vitória principalmente do Governo da Presidenta Dilma.

            Eu ouço, com muita satisfação, o Senador Inácio Arruda.

            O Sr. Inácio Arruda (Bloco/PCdoB - CE) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, meu caro Jucá, ontem tivemos uma sessão histórica neste plenário. Nós tivemos uma homenagem a cinco mulheres, entre elas a nossa Presidenta Dilma Rousseff, uma mulher que, como disse uma outra homenageada, Maria Prestes, esposa do Cavaleiro da Esperança, que disse: “Eu sou uma arrumadeira, uma simples mulher do povo, como a Presidente Dilma, uma simples militante que alcançou a Presidência da República”. Maria Prestes disse isso numa linguagem muito simples, muito fácil de entender. E fez um apelo dirigido ao nosso Presidente e à Presidenta Dilma: que o Senado resgatasse o mandato do Luís Carlos Prestes, que se tirasse essa mácula do Senado brasileiro. E vamos fazê-lo. Digo isso porque coube exatamente a V. Exª dirigir a bancada de apoio ao Governo, de um governo histórico. Isso tem sido dito aqui seguidamente pelo nosso Presidente, Presidente Sarney, pelos líderes dos Partidos. Um governo de um operário, de um metalúrgico de um partido de esquerda do Brasil, apoiado por partidos de esquerda, entre eles, o meu Partido, o Partido Comunista do Brasil, que, pela primeira vez na história do País, participou de um governo tendo um Ministro de Estado e, por sorte, tendo uma bancada na Câmara dos Deputados, fruto de outro passo histórico no início do Governo do Presidente Sarney, quando João Amazonas foi convidado a subir a rampa do Palácio do Planalto para ser recebido, juntamente com Haroldo Lima, pelo Presidente Sarney. Ali, aquele ato, na prática, legalizava os partidos políticos. É esse o processo histórico que estamos vivenciando e que V. Exª vivenciou conduzindo no Senado a bancada de apoio ao governo de um operário, de um metalúrgico e, em seguida, a bancada de apoio à Presidenta Dilma. E V. Exª exerceu por mais de um ano nesta Casa, mostrando competência, capacidade de articular, de dialogar. Não é fácil. Os problemas são sempre grandes. Não há problemas simples. O Lula disse que, com toda alegria e satisfação, ele sabia e tinha consciência de que era difícil governar um país deste tamanho e que precisava do apoio e do trabalho de um articulador político que tivesse a capacidade de diálogo que V. Exª exerceu durante o governo desse Presidente da República, especialmente porque foi o período mais longo, oito anos. Iniciou juntamente com a Presidenta Dilma. Quero destacar o trabalho de V. Exª. Tivemos a felicidade de nos encontrar muitas vezes. O líder é o líder que abre a porta, que diz: “Ministro, receba. A bancada do PCdoB só tem dois Senadores, mas é muito importante, porque, daqui a uns dias, pode ter oito.” É importante o gesto político. “Receba a bancada do Ceará.” “Receba o povo do Piauí, do Maranhão, de Roraima, do Amapá, do país inteiro, de São Paulo, do Rio de Janeiro, desse país gigantesco. Receba cada um. Escute. Ouça.” É o trabalho do líder, mas o líder é aquele que tem a capacidade de enfrentar os problemas mais difíceis, as dificuldades. As dificuldades normalmente não encontram facilidades, às vezes, no meio público. Às vezes é difícil. É uma tarefa difícil. Às vezes, você tem, como governante, de restringir o espaço de alguns setores, mas o líder tem que vir aqui e pedir o voto dos Senadores para poder ganhar aquela posição dentro do Senado, na hora mais difícil. V. Exª foi daqueles que, na hora difícil, na hora em que o governo enfrentava turbulências, porque, nessa hora, não tem mídia a favor, não tem jornal a favor, não tem rádio a favor, não tem manchete favorável... Elas são todas negativas, elas são todas contra você, e você tem que segurar a onda naquela hora, na hora difícil. Na hora fácil é uma beleza, é uma maravilha. Aí é fácil ser líder. O problema são as horas difíceis. E V. Exª soube conduzir a bancada de apoio ao governo nessas horas difíceis. Estamos aqui eu, o Paim, muitos Senadores que têm uma relação fortíssima com o movimento social, com o movimento popular. V. Exª soube exatamente dialogar para manter a posição de apoio ao governo na hora difícil. Na hora fácil, amigo, todo mundo bate nas costas. Aí é bom demais! Mas, na hora difícil, V. Exª soube dialogar com os partidos da base do governo para levar o governo do Presidente Lula para ter o êxito que teve nesta Casa, e, em seguida, o governo da própria Presidenta Dilma. Por isso, V. Exª leva para as novas tarefas, para as novas missões também o apoio da nossa bancada, uma bancada muito humilde, uma bancada muito simples de dois Senadores, mas faz as coisas com muita convicção, sabendo o que estamos fazendo no Senado, qual a nossa responsabilidade de conduzir o Brasil nesse projeto de desenvolvimento, de crescimento. Acho que a atitude de V. Exª sempre foi muito neste sentido: ajudar um governo como esse, um operário, um metalúrgico, um torneiro mecânico, retirante nordestino. É evidente que V. Exª teve um valor muito grande no apoio ao governo do nosso Presidente Lula e, evidentemente, também no Governo da nossa Presidenta Dilma. Considero que V. Exª transferiu as atribuições para Eduardo Braga, que já assumiu aqui, dizendo que estava calçando os chinelos da humildade, as sandálias da humildade, nesse espírito de que está aberto para um diálogo com todos da base e da oposição para poder votar as matérias que interessam ao Brasil. Então, V. Exª tem o nosso apoio para as novas responsabilidades que já foram anunciadas pelo Líder do partido de V. Exª. Cabendo à Liderança indicar o relator do Orçamento da República, já o nome que Renan Calheiros escolheu foi exatamente o de V. Exª, o que é uma responsabilidade muito grande, porque trata de conduzir o Orçamento de um dos maiores países do mundo. Então, parabéns pelo trabalho que V. Exª desenvolveu aqui, junto aos seus colegas Líderes. V. Exª vai continuar tendo esse apoio também na relatoria do Orçamento da União.

            A Srª Ana Amélia (Bloco/PP - RS) - Senador Romero Jucá...

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Eu concedo...

            A Srª Ana Amélia (Bloco/PP - RS) - Antes de o senhor responder ao caro colega Inácio Arruda, com a elegância com que o tem feito com todos os Senadores que lhe apartearam, eu gostaria, até para significar o que esta Casa faz, de anunciar que aqui estão, atentamente nos ouvindo, concursados do Banco Central que tiveram o apoio de Parlamentares desta Casa, inclusive o de V. Exª, na chamada deles e também no contrato deles, feito o concurso público. Estão aqui porque acompanham a importância que a Casa pode dar no encaminhamento da solução desses jovens que assumirão, estão assumindo já o Banco Central do Brasil por concurso público. Então, faço questão. Presidente José Sarney, o senhor, que tem sido tão cordial, fazendo sempre a recepção calorosa a todos os visitantes, especialmente a esses jovens, homens e mulheres que passaram nesse concurso e a quem o Senador Romero Jucá deu um grande apoio, na ação que nós Parlamentares fizemos para o aproveitamento desses jovens. Cumprimentos a todos eles. E desculpe-me tê-lo interrompido, Senador Inácio Arruda. Eu o fiz porque ele também trabalhou em relação à demanda desses concursados do Banco Central.

            O SR. ROMERO JUCÁ (Bloco/PMDB - RR) - Senadora Ana Amélia, V. Exª faz uma interrupção muito bem-vinda. Na verdade, é muito bom ter aqui os concursados do Banco Central. Nós interagimos bastante. Procurei ajudá-los, porque entendo que fazer concurso público neste País para dotar os instrumentos de trabalho públicos do Banco Central, da Polícia Federal, da Receita Federal, da Advocacia-Geral da União, do Itamaraty - como aprovamos aqui alguns dias atrás - é fundamental para que possamos consolidar este País. E o Banco Central é um instrumento fundamental. Nós temos aí uma luta permanente pelo equilíbrio econômico, pela busca das condições viáveis deste País, e, sem dúvida nenhuma, o Banco Central tem um papel muito forte nisso. Eu fico feliz de vê-los aqui.

            Nós tínhamos uma audiência marcada, agora, às 18h30. Atrasei porque estou aqui neste plenário há quase duas horas, falando e recebendo o aparte carinhoso de tantos Senadores e Senadoras, que foram gentis comigo, que tiveram a condição de me apartear da forma com que me apartearam.

            E, sem dúvida nenhuma, é um prazer ter vocês aqui! Nós conversamos daqui há pouco, o discurso já está terminando, mas quero agradecer a presença. Quero dizer ao Senador Inácio Arruda que é um orgulho muito grande ter o seu aparte e o seu apoio pessoal como Senador valoroso do Nordeste, do Estado do Ceará e também do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, que tem história neste País, que tem luta, que tem sofrimento, que cresceu com o Brasil, que se solidificou com o Brasil e que tem um papel importante aqui no plenário do Senado. É verdade que são dois Senadores só, mas são dois Senadores muito valorosos: o Senador Inácio Arruda e a Senadora Vanessa Grazziotin honram os seus Estados, são Senadores que estão aqui contribuindo permanentemente na luta, na coragem, na determinação, no debate técnico, nas proposições, construindo melhores leis para o nosso País.

            Então, Senador Inácio Arruda, fico feliz com o aparte de V. Exª e quero dizer que deixo a Liderança do Governo só fazendo amigos nesta Casa, só fazendo amigos, somando, aprendendo com cada um, fazendo com que esses anos todos possam ser encarados de frente. Eu posso olhar no olho de cada Senador e Senadora e dizer com consciência tranquila que a gente procurou fazer o melhor. Procurei respeitar cada um, procurei ouvir, procurei articular, fui leal ao Governo sem deixar de ser leal ao País e sem deixar de ser leal ao debate e à democracia interna nesta Casa.

            Portanto, fico muito feliz de poder ter feito esse pronunciamento, Sr. Presidente.

            Quero encerrar as minhas palavras dizendo ao povo de Roraima que vou poder estar mais presente no meu Estado agora. Procurei exercer esse mandato de Líder durante todos esses anos em nome de cada roraimense, de cada homem, de cada mulher, de cada jovem, de cada criança, que sempre me receberam com extremo carinho. Nas últimas eleições, fui o político mais votado do Estado, tive mais voto do que qualquer candidato a Presidente da República, a Governador, a Senador, qualquer um, fui o político mais votado, exatamente por conta do respeito e da dedicação que tenho tido ao meu Estado.

            Então, ao povo do Estado de Roraima, a minha gratidão, o meu reconhecimento e a minha certeza de que vou continuar trabalhando para engrandecer o nosso Estado. É um Estado que tem muitas carências, é um Estado que está se implantando, que tem muitas dificuldades, mas tem o que é fundamental: um povo trabalhador, um povo ordeiro, um povo corajoso que sabe lutar por dias melhores.

            Então, nós vamos atuar agora como Senador, apresentando-me à tropa, ao Senador Renan Calheiros, como um soldado que vem buscar missões, já recebendo a missão de relatar o Orçamento Geral da República para o ano de 2013. Mas há disposição para todo tipo de missão que possa engrandecer esta Casa, que possa engrandecer o País e que possa engrandecer o meu Estado de Roraima.

            Ao Presidente Sarney: quero encerrar as minhas palavras, agradecendo novamente ao Presidente Sarney, dizendo que ele tem o meu carinho, a minha admiração e o meu respeito por tudo que representa no nosso País, pelo que representa de equilíbrio nesta Casa. Ao Presidente Sarney, eu quero dizer que eu cumpri a missão. Estão aí anos dedicados a este País, no sentido de viabilizar o melhor deste Senado. Eu acho que nós fomos vencedores.

            Então, fica aqui a minha admiração a todos os Senadores e Senadoras desta Casa e a minha certeza de que nós temos novas páginas para escrever, porque este País não para, este País é um país que todos nós amamos, a que nos dedicamos. E há muita coisa para fazer. Nós temos que arregaçar as mangas e construir o futuro, porque o futuro é agora.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/03/2012 - Página 6452