Pela Liderança durante a 111ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Cobrança à Mesa do Senado Federal por posicionamento da Casa sobre a possível abertura do voto secreto. (como Líder)

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
SENADO, REGIMENTO INTERNO.:
  • Cobrança à Mesa do Senado Federal por posicionamento da Casa sobre a possível abertura do voto secreto. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 27/06/2012 - Página 28014
Assunto
Outros > SENADO, REGIMENTO INTERNO.
Indexação
  • REGISTRO, NECESSIDADE, DECISÃO, POSIÇÃO, ASSUNTO, VOTO ABERTO, SENADO, OPORTUNIDADE, DEMONSTRAÇÃO, INDEPENDENCIA, CONGRESSO NACIONAL, MANUTENÇÃO, DEMOCRACIA, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna na tarde de hoje para chamar a atenção da Mesa Diretora deste Senado para a necessidade de tomarmos uma posição em relação ao voto secreto. A Pátria, infestada por corrupção; o partido do Governo, desmoralizado pelo envolvimento em centenas de casos de corrupção. O partido do Governo - o PT -, envolvido no mensalão, infestou a Pátria com corrupção.

            Este Senado tem uma rara oportunidade, Presidenta, de mostrar à Nação, nesses próximos dias em que teremos julgamentos com voto fechado, de mostrar à Pátria que este Congresso é independente. A submissão nesta Casa nos leva a uma descrença e a uma desmoralização. Senadoras e Senadores submissos ao Governo, e aqui nós atuamos todos os dias sem discussões de projetos, apenas para atender o que quer o Governo.

            A democracia neste Parlamento não existe. No Brasil, é uma democracia disfarçada, onde os representantes do povo não têm o direito de legislar. Voto secreto é a maneira, Presidenta, que o Parlamentar tem de esconder o seu voto àqueles que o mandaram para cá. Voto secreto é uma maneira a mais de desmoralizar o Senado Federal. Voto secreto é aquilo que já devia ter acabado há muitos e muitos anos.

            A população brasileira quer saber como vota o seu representante nesta Casa. A população brasileira quer olhar para cada um daqueles que integram este Poder e saber qual o caráter de cada um. Temos de ser julgados pelo povo; assim não poderemos mais votar secretamente, Presidenta.

            Isso é uma vergonha nacional. O voto secreto traz a cada um, Parlamentar, o direito de fazer de uma urna secreta o que ele quer, não o que o povo quer. Isso não é direito.

            O direito é atendermos àqueles que nos mandaram para cá. As nossas vidas não nos pertencem a partir do momento em que a população, confiando em cada um, mandou-nos para cá. A ela cabe o direito de cobrar. Nós não pertencemos mais às nossas famílias, politicamente. Nós pertencemos ao povo politicamente. A ele temos o dever e a obrigação de prestar contas, e o voto secreto não deixa!

            A quem, Presidenta, a quem interessa o voto secreto? A quem, Senadores? A quem, Senadoras, interessa o voto secreto? Só ao Governo, este Governo que não tem uma política de saúde; que não tem uma política de educação; que não tem uma política de estradas e que não deixa; não deixa, por imposição; não deixa pela ditadura branca implantada neste País; não deixa que este Senado decida aquilo que o povo quer. E, se perguntássemos ao povo, hoje, qual seria o seu desejo em relação ao voto aberto, tenho certeza de que mais de 90% dos brasileiros gostariam de saber como votam os Srs. Senadores.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco/PSDB - PA. Fora do microfone.) - Assim como fizemos ontem no Conselho de Ética.

            O meu voto será aberto. Eu abrirei o meu voto. Não sei quais são as consequências que virão atrás dessa minha decisão, mas eu vou abrir o meu voto. Eu direi desta tribuna, daqui para frente... Em todas as votações que forem secretas, eu vou prestar contas com o meu povo. O povo que me mandou para cá vai saber como eu voto.

            Eu venho à tribuna declarar o meu voto, paraenses, paraenses da Virgem de Nazaré. Eu quero que vocês saibam como é que vota este Senador, este Senador que cada um de vocês mandou para este Senado Federal.

            Assim, deveriam ser todos, Presidentas, e o Governo. Deveriam deixar todos os membros votarem abertamente, porque este Senado não é aquele Senado que decide. Este Senado não é aquele Senado independente como era. Este Senado vive com as decisões do Governo Federal.

            Infelizmente, Pátria amada!


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/06/2012 - Página 28014