Discurso durante a 115ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Explicações acerca das acusações que acometem S. Exª, negando a existência de relação ilegal com o Sr. Carlos Cachoeira.

Autor
Demóstenes Torres (S/PARTIDO - Sem Partido/GO)
Nome completo: Demóstenes Lazaro Xavier Torres
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CORRUPÇÃO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Explicações acerca das acusações que acometem S. Exª, negando a existência de relação ilegal com o Sr. Carlos Cachoeira.
Publicação
Publicação no DSF de 03/07/2012 - Página 29850
Assunto
Outros > CORRUPÇÃO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • EXPLICAÇÃO PESSOAL, DEFESA, ACUSAÇÃO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, CORRUPÇÃO, NEGAÇÃO, EXISTENCIA, RELAÇÃO, REU, ACUSADO, LIDER, QUADRILHA, JOGO DE AZAR.
  • SOLICITAÇÃO, PERDÃO, SENADOR, RELAÇÃO, APOIO, DEFESA, ACUSAÇÃO, ORADOR, CORRUPÇÃO.

            O SR. DEMÓSTENES TORRES (S/Partido - GO. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, virei à tribuna, até a próxima quarta-feira, todos os dias, para provar a minha inocência das acusações que me foram feitas e o farei com o plenário repleto ou com o plenário vazio. Assim o faço, porque, na próxima quarta-feira, disporei de 20 minutos, prorrogáveis por mais 10. Ou melhor dizendo, na quarta-feira da semana vindoura. Então, terei pouquíssimo tempo para me justificar. E, em decorrência disso também, não concederei apartes, para que eu possa apresentar a minha versão - a versão dos demais já foi totalmente apresentada.

            Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, há quatro meses, vivo um calvário sem trégua. São 125 dias de demolição sem sossego, sem paz. No âmbito jurídico, sequer fui acusado, mas, no tribunal das manchetes, já fui denunciado, julgado e condenado. Estou em pleno cumprimento da pena mais cruel que pode ser imposta a um homem direito. É a punição de se saber íntegro e de se deparar esmagado pela infâmia ao extremo e não ter nem como reagir. Não me pesa a consciência. Ela continua limpa. O que pesa é carregar, pelo isolamento dos corredores, os grilhões impostos pelos holofotes. Na mídia, aparece contra mim um incrível repertório de ofensas, em uma quantidade inédita de aleivosias assacadas à moral de uma pessoa. A campanha é recorde em seu tamanho e incalculável em seu volume. É difícil mensurar e impossível descrever a dor que esses ataques provocam em mim e o estrago no meu prestígio, na minha honradez.

            A tática dos detratores é implodir vagarosamente o edifício da probidade erguido ao longo de décadas de trabalho, esforço e dedicação. Tem sido uma destruição tijolo a tijolo, no ardil de vazar em pílulas, para ter continuamente assunto que aniquile a minha imagem. Quando os temas se exaurem, requentam tudo; o mais do mesmo vira novidade como se tivesse acabado de sair do forno.

            Nenhum cidadão merece tal castigo, até porque o desgaste ultrapassa a pessoa do massacrado e se estende à família, e não há situação mais angustiante do que olhar nos olhos dos filhos e, em vez do brilho habitual, ver nesse olhar a pergunta: “Quando essa atribulação vai acabar?”

            A resposta que tenho para meus filhos é a mesma que divido com as Srªs Senadoras e os Srs. Senadores: o tormento parece sem fim. A aflição se descobre interminável, porque atinge o cristal da reputação, e mesmo a cola da obediência aos princípios imutáveis não dá liga para emendá-la. Minha saga, a cada fim de noite maldormida, é buscar em jornais, revistas, blogs e TVs os cacos de minha biografia. É uma procura estilo moto-contínuo, que se renova em questão de segundos, no Twitter, no Facebook, nos portais, em rádios. Enfim, onde couber um adjetivo pejorativo, ali estará meu nome associado a alguma ignomínia. Na manhã seguinte, aliás, no instante seguinte, recomeça tudo outra vez. Nada fiz para merecer a desconstrução da minha honra. Apenas, como admiti em pronunciamento aqui na tribuna no dia 6 de março passado, fui amigo de Carlinhos Cachoeira e conversava frequentemente por telefone, mas nunca tive negócios legais ou ilegais com ele.

            O que disse naquele discurso repito agora, porque se trata da verdade. E aproveito para rebater os pontos da representação movimentada contra mim no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, onde já apresentei defesa falada e escrita.

            Não, eu não tenho nem sociedade nem nada a ver com os delitos investigados pelas operações Vegas e Monte Carlo. Faço questão de repetir não apenas por ser a realidade, mas porque também foi o que concluíram os policiais, os juízes e os procuradores da República atuantes no caso, conforme se lê em seguidos relatos no inquérito.

            Não, eu não coloquei meu mandato a serviço de Cachoeira, mas tão somente à disposição das forças produtivas do meu Estado e do Brasil. Os setores da economia que me procuraram foram atendidos, na medida da presteza que determinados ocupantes de órgãos públicos reservavam para integrantes da oposição. Nunca pedi nada de ilegal a nenhum deles nem a ninguém. Simplesmente atuei apenas em nome do desenvolvimento do meu Estado, o que inclui apoiar as reivindicações de suas empresas, de suas entidades e de seus Municípios.

            Não, eu não percebi nem recebi vantagem indevida nem algo em troca de minhas ações no Senado, como os Srs. Senadores e as Srªs Senadoras são testemunhas. Nunca procurei qualquer Senador ou Senadora para a legalização de jogos. V. Exªs são as maiores provas de que nossas conversas sempre foram republicanas, às claras, transparentes.

            Não, eu não tive servidores fantasmas, pois sempre agi de acordo com as regras estabelecidas na Casa e fiz em relação aos assessores todas as adaptações necessárias ao cumprimento das inovações criadas.

            Não, eu não pedi que pagasse o frete de aeronave conforme consta na representação e alerto para a montagem descoberta no aludido trecho. A fraude grosseira revela o perigo de se julgar alguém com fundamento em gravações que, além de ilegais, não foram periciadas. Por encomenda do meu advogado, houve um pequeno serviço de um perito, e, apesar do brevíssimo tempo disponível, ele encontrou disparidade entre o que está gravado e o que está transcrito. Deveria ser feito idêntico procedimento em todas as escutas. É essencial para a defesa de qualquer investigado uma perícia sem açodamento na totalidade dos áudios e no inteiro teor das transcrições. Como todo político que disputou cargo majoritário sabe, é muito difícil obter mandato de Senador e muito fácil acusar com base em provas ilegais e não periciadas.

            Asseguro que, em nenhum momento, faltei com a verdade no meu pronunciamento, elaborado de acordo com as ações à época conhecidas pelo País inteiro. A ele, seguiu-se o vazamento dos mínimos detalhes do inquérito nas páginas concernentes a mim, como se toda hora eu cometesse um delito com o desígnio exclusivo de gerar posts e matérias. Houve período de 50 tweets por segundo me difamando, caluniando-me, injuriando-me, e de 50 ofensas por segundo, contada apenas uma das redes sociais. Não há honra que resista a tão grande turbilhão! Havia site que, a cada expediente, anunciava cinco reportagens diferentes sobre o caso. Nos jornais, era primeira página todo dia. Nas revistas, era capa toda semana. Assim, de vazamento em vazamento, de grão em grão, foi moída a história de uma vida honrada.

            A própria Procuradoria-Geral da República está investigando a autoria do abastecimento com material fruto de investigação ilícita. São papéis que deveriam estar sob sigilo, anotados por tiras hermeneutas com base em gravações não periciadas, mas montadas, editadas, aproveitadas como quis a força denunciante.

            Minha súplica pela realização de perícia é não apenas para mostrar a ilegalidade na colheita da prova, mas, principalmente, para compreender, contextualizar, transcrever corretamente os diálogos gravados. Só assim é possível afastar as maldosas fraudes realizadas pela Polícia. Já temos exemplos de áudios editados e cortados, conversas suprimidas e emendadas, trechos transcritos de forma errada com a intenção clara e desesperada de tentar, a todo custo, realizar acusações contra um Senador da República.

            A estratégia do vazamento em pílulas surtiu um efeito devastador. Até quem confiava muito em mim ficou cético, porque não era possível que tanta gente estivesse inventando tanta coisa apenas para me incriminar. Não se inventou a gravação, mas o método. Foi ele que, de pouco em pouco, de vazamento em vazamento, arruinou a minha conduta. A eficiência do estratagema de divulgação incessante, em pílulas, trucida qualquer moral, por mais que a vítima o tenha.

            Cheguei a cair, fui ao fundo do poço, mas, graças a Deus, eu voltei, eu me reergui, levantei a cabeça, venci a maior das guerras, aquela travada no meu próprio inconsciente. Estou aqui de consciência tranquila, de peito aberto, lutando pela minha biografia, batalhando pelo meu mandato.

            A todos, reafirmo a minha inocência. Se persiste dúvida, foi gestada não no conteúdo, repito, mas na forma. Cada linha do inquérito virou milhares de textos. Cada palavra pronunciada nas gravações se transmutou em sentença condenatória, inclusive às pessoas mencionadas por terceiros. Fui citado irresponsavelmente, segundo a própria Polícia Federal, em 315 conversas dos outros, sem a minha participação, com eles claramente usando o meu nome. Ninguém, nem a própria Polícia Federal ou o Ministério Público, fez diligências para saber se tiveram consequências os temas tratados nas interceptações telefônicas. Pelo menos as relativas a mim, em que eu dizia tomar determinadas atitudes, não houve qualquer resultado. Só que, na enxurrada de gravações noticiadas, não interessa o acontecido, o que vale é a versão.

            É inaceitável se considerar normal a atrofia de conquistas da cidadania e zombar do Supremo Tribunal Federal, como fizeram alguns setores. O fim almejado é manipular a opinião massificada para ficar incontornável a degola do parlamentar. Com esse propósito, desde 2008, estão no meu encalço quatro delegados e dez agentes da Polícia Federal. E tudo o que conseguiram, em 250 mil horas de gravação, foram frases soltas, editadas e montadas.

            O conjunto probatório resultante é fraquíssimo, mas a dor provocada pelo escândalo é quase insuportável. Meu coração não tem espaço mais para a mágoa, bem como não possuo mais lágrimas a verter. Uma das feridas mais profundas causadas pelo vazamento sistemático foi o isolamento. Compreendo as razões de alguns me evitarem, pois a sanha punitiva crava suas garras até sobre quem estende a mão para me cumprimentar.

            Os holofotes transformam em comparsa o colega educado que apenas chega a mim com urbanidade. O vazamento em gotas sobre minha fronte me legou a chaga contagiosa do apodrecido pela exposição, não pelos fatos.

            Tudo que eu falava ao telefone, geralmente concordando para encurtar a ligação e me livrar logo do interlocutor insistente, é tido como conversa que pode me custar o mandato, ainda que nada tenha se realizado. Nada. Em virtude desses diálogos, divulgados a conta-gotas num bem-sucedido ardil para minar a resistência dos que acreditam em mim, fui delineado como o vilão que tanto combati. O que impulsiona contra mim não é o teor das gravações, a maioria desconhecida até dos advogados. O que coloca a população contra o homem público são três providências tomadas pela Polícia e o Ministério Público federais antes da divulgação: a edição, a montagem e a interpretação dos diálogos. Vou tratar disso em outro pronunciamento, mas adianto que aí se localiza a raiz das agressões.

            Se fosse pouco me impelir tamanho sofrimento, agora se tenta contra o mandato confiado a mim pelo povo de Goiás. Diante da evidente ilegalidade das provas, apela-se para o chavão de que o Judiciário vai cuidar do julgamento jurídico, e o Legislativo se encarregará do julgamento político. Como se algo que a Justiça haverá de anular fosse aceito por esta Casa com a única explicação de se atender à sanha de quem quer a derrocada de um de seus integrantes. O precedente seria perigoso, pois este Poder se encarregaria de sacrificar às pressas um Senador apenas porque, melhor analisado, o conjunto probatório que supostamente o incrimina não tem o menor valor probante. Deveria ser exatamente o contrário.

            Todos os indícios constantes nas reportagens e inseridos nos documentos do Conselho de Ética e da Comissão de Constituição e Justiça foram extraídos das operações Vegas e Monte Carlo. Segundo se divulgou, foram 250 mil horas de gravações telefônicas. Ninguém conseguiu ouvir todas essas 250 mil horas de gravações. A própria Polícia Federal degravou somente 0,001%; repetindo, a polícia degravou apenas zero vírgula zero zero um por cento e ainda assim encheu dezenas de volumes. No total já conhecido, estimam-se em 150 minutos transcritos. Como no meio dessa barafunda não há informações precisas, unicamente palpites, algumas fontes falam em 30 mil horas de escuta e não em 250 mil. Mesmo sendo 30 mil, as inúmeras reportagens de rádio, jornal, revista, televisão e Internet foram produzidas com base em 60 vezes menos de meio por cento do que a polícia gravou. Sessenta vezes menos de meio por cento em 30 mil horas, ou zero vírgula zero, zero um por cento em 250 mil horas. E por que isso? Porque a Polícia Federal selecionou para divulgação apenas os trechos que interessavam às denúncias, as partes que supostamente me incriminariam. Se nas demais 249 mil e 997 horas e meia de conversas gravadas os diálogos contiverem tese de defesa dos investigados, a polícia não gastaria tanto tempo e estrutura propagando algo que levasse a inocentar quem ela ficou quatro anos tentando pintar como culpado.

            Das 250 mil horas de gravações, o relatório que embasa o pedido da cassação do meu mandato aproveita menos de três minutos de diálogo. Ou seja, de 15 milhões de minutos gravados, foram necessários cinco milhões de vezes menos tempo para fundamentar a perda do mandato de um Senador. Cento e oitenta segundos em meio a 15 milhões de minutos ao telefone. A ser correta a conta do delegado, de 416 conversas minhas com Cachoeira, 1% foi tachado de relevante. Nos cinco itens da representação, o considerado mais grave é também o mais falado, de acordo com o qual eu teria colocado o meu mandato a serviço de Cachoeira. Dentro dessa alegação, a parte mais lembrada é a do "te pega". Dentro de 250 mil horas de gravação, pode ser cassado um mandato de mais dois milhões de votos por causa de seis letras, três sílabas, duas palavras e uma interpretação. Se o texto, mesmo pequeno, tivesse significado prejuízo para o Erário ou um ilícito qualquer se poderia atribuir algum valor. Não é o caso. O "te pega" é parte do contexto da pesquisa, na Internet, de um projeto com trâmite no Congresso Nacional, cujo inteiro teor é aberto a quantos se dispuserem a entrar nos sites das duas Casas, parado de 2004 até hoje. Este diálogo é de 2009. Tirar o mandato de um Senador porque informa a alguém sobre uma proposição é desproporcional, é um precedente dos mais perigosos e assombrosos.

            A expressão "te pega" ficou famosa e a explicação para ela permanece no anonimato, ao que eu falei ninguém deu repercussão no Conselho de Ética, mesmo tendo sido dada por mim, em transmissão ao vivo na TV aberta e fechada, em portais e rádios.

            Em meu depoimento ao Conselho de Ética, relembrei a necessidade de perícia nas gravações acostadas aos autos. Lamentavelmente, não fui atendido, porque há celeridade em jogar para os leões o corpo esquálido que há 125 dias sangra nas manchetes. Mesmo rogando por perícia nas gravações, do pouquíssimo que me recordo do diálogo travado há tantos anos, justifiquei o teor do "te pega". Nada mais é do que fragmento de uma informação sobre um projeto de interesse legítimo de diversos setores da sociedade e até aqui do Congresso. Tratarei desse assunto, até porque sobre ele e demais temas em voga debati durante horas no Conselho de Ética.

            Para finalizar hoje, aproveito para me desculpar com as Srªs Senadoras e os Srs. Senadores que de alguma forma se sentem decepcionados comigo, que tinham de mim uma imagem e ela se dissipou nos 125 dias de noticiário incessante. Já dei as explicações necessárias no Conselho de Ética, já apresentei teses no Supremo Tribunal Federal, mas ainda não conversei com todos os senhores, com todas as senhoras. Não tive oportunidade de falar e, quando tive, fiquei com vergonha, não porque me faltasse argumento, mas porque me sobrava a memória dos bons momentos que tivemos aqui, mesmo nos embates.

            Peço perdão pelos constrangimentos que porventura causei, sobretudo aos que tiveram a gentileza de me apartear no mencionado discurso de 6 de março. Quem está aqui hoje é o mesmo homem daquele dia: envergonhado, abatido, deprimido, cansado e esgotado, mas que sente a injustiça lhe corroer o peito. E é de peito aberto que volto aqui, pedindo perdão pelos erros e compreensão para impedir que a injustiça se torne irreparável. Repito: mas que sente a injustiça lhe corroer o peito, e é de peito aberto que volto aqui, pedindo perdão pelos erros e compreensão para impedir que a injustiça se torne irreparável.

            Eu peço desculpas então ao Sr. Senador Eduardo Suplicy.

            Desculpe-me, Senador Lobão Filho.

            Eu peço perdão para o Sr. Senador Luiz Henrique.

            Perdoe-me também, Senador Jarbas Vasconcelos.

            Peço perdão também ao Senador Pedro Simon.

            Eu me escuso também com o Sr. Presidente do Conselho de Ética, Antônio Carlos Valadares.

            Peço desculpas, igualmente, ao Líder Eduardo Braga.

            Peço perdão ao Sr. Senador Waldemir Moka.

            Desculpe-me, Corregedor Vital do Rêgo Filho.

            Também ao Senador Cristovam Buarque peço desculpas.

            Peço desculpas ao Senador Alfredo Nascimento.

            Desculpe-me, Senador Romero Jucá.

            Peço perdão ao Senador Cyro Miranda

            Peço perdão à Senadora Lúcia Vânia.

            Peço perdão ao Líder Alvaro Dias.

            Peço desculpas ao Líder Jayme Campos.

            Peço desculpas ao Líder Blairo Maggi.

            Apresento as minhas escusas ao Senador Pedro Taques.

            Peço desculpas ao Líder Inácio Arruda.

            Peço desculpas ao Senador Vicentinho Alves.

            Perdoe-me, Senador Aécio Neves.

            Peço perdão também ao Senador Roberto Requião.

            Peço perdão, igualmente, ao Senador Mário Couto.

            Peço perdão ao Presidente Eunício Oliveira.

            Peço perdão ao Senador Rodrigo Rollemberg.

            Peço perdão ao Senador Cássio Cunha Lima.

            Desculpe-me, Senador João Ribeiro.

            Peço desculpas ao Senador Benedito de Lira.

            Peço desculpas também ao Senador Casildo Maldaner.

            Apresento minhas escusas ao Líder Randolfe Rodrigues.

            Peço desculpas ao Senador Mozarildo Cavalcanti.

            Peço desculpas ao Senador Flexa Ribeiro.

            Peço desculpas ao Líder Francisco Dornelles.

            Peço desculpas à Srª Senadora Ana Amélia.

            Peço desculpas ao Senador Paulo Paim,

            Peço desculpas ao Senador Aloysio Nunes Ferreira.

            Peço desculpas ao Senador Jorge Viana.

            Peço desculpas à Srª Vice-Presidente Marta Suplicy.

            Peço perdão à Srª Senadora Kátia Abreu.

            Perdoe-me, Senador Ricardo Ferraço.

            Peço perdão ao Senador Armando Monteiro.

            Peço perdão ao Senador Antonio Russo.

            Peço perdão ao Líder José Agripino.

            Peço perdão ao Senador Ivo Cassol.

            Citei nominalmente os que me apartearam no mais recente discurso nesta Casa, mas peço perdão igualmente a todos os demais Senadores e Senadoras.

            Agradeço pela atenção, rogo pela compreensão de V. Exªs e anuncio que vou continuar vindo à tribuna para apresentar os fatos na dimensão da verdade, não pelo viés que o achincalhe ininterrupto os impôs ao Brasil na tentativa de se criar clamor público.

            Estou ciente e seguro da injustiça das acusações. Hoje peço perdão por algum constrangimento ou decepção possivelmente causados, e o motivo é a desproporcional campanha difamatória, que pode ter atingido de alguma forma e provocado o silêncio das vozes de apoio. A campanha foi tão ostensiva, tão cruel, que os Senadores e as Senadoras podem realmente estar questionando e duvidando da minha honradez, o que por si só já me fere de morte. Mas o grito de indignação será dado agora mais forte e vigoroso do que nunca.

            Mantenho a certeza de que agora, nesta reta final, conseguirei mostrar a todos a injustiça e a impertinência das acusações. Assim, V. Exªs verão que os apartes àquele pronunciamento de 6 de março não foram em vão, não mais lhes causarão qualquer decepção ou constrangimento. Fora da precipitação empreendida pela mídia nesses meses de sofrimento, provarei que minha honradez e retidão são dignas daquele apoio recebido num momento tão difícil e em virtude do qual sou eternamente grato.

            Tenham a certeza: sou inocente.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.

            Amanhã voltarei à tribuna.

            Obrigado a V. Exª e obrigado a todos os presentes.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/07/2012 - Página 29850