Discurso durante a 176ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Congratulações ao Governo Federal pelo incentivo aos atletas brasileiros; e outro assunto.

Autor
Anibal Diniz (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Anibal Diniz
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, SENADO.:
  • Congratulações ao Governo Federal pelo incentivo aos atletas brasileiros; e outro assunto.
Publicação
Publicação no DSF de 14/09/2012 - Página 47947
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO, SENADO.
Indexação
  • CONGRATULAÇÕES, GOVERNO FEDERAL, REFERENCIA, INCENTIVO, ATLETA PROFISSIONAL, DEFICIENTE FISICO, FATO, DEMONSTRAÇÃO, POLITICA, INCLUSÃO SOCIAL, CRIAÇÃO, VITORIA, RESULTADO, ATLETAS, PESSOA DEFICIENTE, OLIMPIADAS, PAIS ESTRANGEIRO, INGLATERRA.
  • AGRADECIMENTO, ESCOLHA, ORADOR, OCUPAÇÃO, CARGO, VICE PRESIDENCIA, SENADO.

            O SR. ANIBAL DINIZ (Bloco/PT - AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Tomás Correia, Sr. Senador Rodrigo Rollemberg, Senadora Ana Amélia, telespectadores da TV e ouvintes da Rádio Senado, ocupo a tribuna hoje por dois motivos. O primeiro deles é fazer um reconhecimento ao Governo brasileiro; à Presidenta Dilma; ao Ministro dos Esportes, Deputado Aldo Rebelo; e ao Comitê Paralímpico Brasileiro pelo excelente desempenho dos nossos atletas paralímpicos na Paralimpíada de Londres.

            Foi um desempenho excepcional, e é motivo de maior orgulho para nós brasileiros que a maioria dos atletas que participaram dessa Paralimpíada fazem parte do grupo que tem o benefício do Bolsa Atleta.

            Faço esse reconhecimento com algumas informações que julgo da máxima importância: todos os medalhistas paralímpicos, na realidade, são do Bolsa Atleta.

            O Brasil conquistou o sétimo lugar nos Jogos Paralímpicos de Londres. Nos 10 dias de competição, os atletas brasileiros subiram ao pódio 43 vezes! Foram 21 ouros, 14 pratas e 8 bronzes.

            Todas as medalhas paralímpicas brasileiras em Londres foram conquistadas por competidores beneficiados pelo Programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte. Na delegação nacional, de 182 atletas, 156, ou seja, 85%, são bolsistas - os destaques ficaram para a natação e o atletismo, que ganharam, juntos, 32 medalhas para o Brasil; dessas 32 medalhas, 16 foram medalhas de ouro.

            A avaliação é a melhor possível, e atingimos nossos objetivos gerais, conseguimos o 7º lugar, no quadro de medalhas, e conquistamos 21 ouros, o que também foi estabelecido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.

            Vale ressaltar que o apoio do Governo Federal, na preparação dos atletas brasileiros, para os Jogos Paralímpicos, aconteceu não só durante o jogo, mas no período preparatório. O Ministério do Esporte destinou R$12 milhões para o Comitê Paralímpico, só neste ano. Para a pré-temporada em Manchester, foram R$3,5 milhões. Tivemos um planejamento estratégico, em conjunto com as confederações e com o Governo Federal, que garantiu o apoio a todas as modalidades disputadas em Londres, explicou o Presidente do Comitê Paralímpico, Andrew Parsons.

            O mesmo aconteceu com os atletas que disputaram as Olimpíadas de Londres - 42% dos competidores brasileiros, em 32 modalidades, obtiveram apoio, por meio do Programa Bolsa Atleta. Para se ter uma ideia, dos 259 atletas classificados para os jogos, 111 receberam o benefício do Programa Bolsa Atleta. Os atletas do País conquistaram 17 medalhas - melhor resultado da participação brasileira em jogos olímpicos.

            Entre os medalhistas, dez são beneficiados pelo Programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte. Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, o Brasil conquistou uma medalha de ouro na ginástica artística - Arthur Zanetti, 22 anos, beneficiário do Programa Bolsa Atleta do Ministério do Esporte. A judoca Sarah Menezes, também bolsista, ganhou medalha de ouro em Londres.

            Por isso, faço este cumprimento especial à Presidenta Dilma, por essa atenção especial aos atletas que precisam de apoio, ao Ministro do Esporte, Deputado Aldo Rebelo, que tem uma visão social do esporte - o esporte precisa ser financiado pelo Poder Público, para que tenhamos mais e mais talentos sendo revelados, e, nesse caso, pelo menos 85% dos nossos atletas foram patrocinados pelo Bolsa Atleta - e também ao Comitê Paralímpico brasileiro, pelo trabalho de catalogação das excelências, de colocar atletas verdadeiramente em condição de disputar e ganhar medalhas.

            O Bolsa Atleta, iniciativa gestada pelo Ministério do Esporte, dá ao competidor de alto rendimento que não possua patrocínio um salário mensal. O objetivo é permitir que os esportistas se dediquem integralmente aos treinos. Cada categoria recebe diferentes valores de auxílio. A contribuição mensal é de R$370, 00 para atletas estudantis, R$950,00 para os esportistas nacionais, R$1.850,00 para os esportistas internacionais e R$3.100,00 para atletas olímpicos e paralímpicos.

            O programa já distribuiu mais de 18 mil bolsas e, só neste ano, 4.243 atletas estão sendo beneficiados em 53 modalidades dos programas olímpicos e paralímpico.

            Um patrocínio pode durar ou não. O Bolsa é uma política de Estado para apoiar o atleta de forma consistente. É uma diferença importante para a gente reforçar, porque, quando se trata de um patrocínio, depende muito do próprio rendimento, naquele momento de participação do atleta. Agora, quando se trata de uma política como o Bolsa Atleta, o Estado se propõe a apoiar um trabalho continuado. E essa é uma informação que vem de Marco Aurélio Klein, que é um dos integrantes da equipe do Ministro Aldo Rebelo, que trabalha com alto rendimento no Ministério do Esporte.

            Também temos o Bolsa Técnico, programa voltado a técnicos, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais de apoio ao atleta. Esse programa começará a funcionar no ano que vem. Ele já está estruturado e os valores de financiamento serão definidos de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), de 2013, que já aprovamos. Agora, teremos o Orçamento, no mês de novembro, sendo apreciado aqui, no Senado, e na Câmara.

            O Ministro Aldo Rebelo, que tem tido uma atuação brilhante, merece todo o nosso reconhecimento, por esse trabalho da máxima importância para o esporte brasileiro, tanto o esporte olímpico, quanto o esporte paralímpico.

            Para finalizar este meu pronunciamento, Sr. Presidente, Senador Tomás Correia, eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para fazer um reconhecimento e um agradecimento especial a todos os meus Pares desta Casa, pela oportunidade que me foi dada ontem de me tornar Vice-Presidente do Senado Federal. Foram 61 votos de 65 Senadores e Senadoras presentes.

            Então, quero fazer este agradecimento especial, primeiro, à Bancada dos Trabalhadores, por ter-me indicado, por unanimidade, e, depois, ao conjunto dos Senadores e Senadoras desta Casa, porque homologou, através do voto, aquilo que foi indicação da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

            E faço este agradecimento de maneira muito sensibilizada, exatamente porque não planejei isso para a minha vida; foi acontecendo de acordo com as possibilidades, com as situações criadas. E eu, como sou uma pessoa de fé, acredito que as coisas na vida da gente vão acontecendo de acordo com os desígnios de Deus. Então, muito provavelmente, foi Deus quem definiu esta possibilidade para a minha vida.

            Sou muito agradecido a Deus por isso. Sei que Ele não escolhe os preparados; Ele prepara aqueles que escolhe. Então, sinto-me um escolhido para esta missão. Tenho certeza de que Deus vai me ajudar, vai me dar sabedoria e entendimento para seguir em frente e fazer este trabalho da melhor maneira possível, com a ajuda de todos os Senadores, até o dia 2 de fevereiro de 2013.

            Gostaria de fazer um agradecimento especial também ao Senador José Sarney, Presidente desta Casa, por dois motivos: pela honra que tive quando ele me deu posse aqui, como Senador da República, no dia 21 de dezembro de 2010; e agora pela honra que tive de, novamente, ser empossado pelo Presidente José Sarney, como 1º Vice-Presidente desta Casa.

            O Senador Sarney tem uma longa trajetória de vida pública, uma longa trajetória de mandatos eletivos e, do ponto de vista da disputa eleitoral e do reconhecimento da sociedade, ele é uma pessoa inspiradora para todos os que estudam a política, que vivem a política. E para mim foi motivo de grande honra ser empossado como 1º Vice-Presidente desta Casa, pelas mãos do Presidente Senador José Sarney e, principalmente, pelas palavras de consideração, respeito e confiança que ele, representando todos os Senadores desta Casa, manifestou ontem a meu respeito.

            Sinto-me muito sensibilizado com as palavras de carinho que recebi de cada um dos Senadores, ontem nesta Casa, e, particularmente, pelas palavras do Presidente, Senador José Sarney, porque são palavras que vêm da pessoa que representa o conjunto desta Casa, que é o Presidente do Senado Federal.

            Gostaria de dizer também, Sr. Presidente, que, quando assumi o mandato aqui, no dia 21 de dezembro de 2010, eu fiz citação a um poema que é de autor desconhecido. Quem me levou ao conhecimento deste poema foi um grande amigo do Acre, o Cacá, Carlos Alberto, que trabalha no gabinete do Senador Jorge Viana e é uma pessoa que tem um espírito bem voltado para a Filosofia, que está sempre com muitas reflexões. E ele fez uma reflexão que me chamou muito a atenção, exatamente num dia que fazíamos um encontro do Partido dos Trabalhadores, e depois eu fui descobrir que era um poema de autoria anônima.

            O poema diz o seguinte:

Você sabe por que o mar é tão grande, tão imenso, tão poderoso? É porque teve a humildade de colocar-se alguns centímetros abaixo de todos os rios. Sabendo receber de todos, tornou-se grande. Se quisesse ser o primeiro, centímetros acima de todos os rios, não seria mar, mas, sim, uma ilha.

            Citei esse poema no ato da minha posse para dizer que considero este Senado Federal um poço de sabedoria, com a soma do conhecimento que está presente em cada um dos Senadores e Senadoras. E quis dizer que eu procuraria ser disciplinado no sentido de tentar aprender com todos. Então, eu queria buscar ter a humildade que o mar tem frente aos rios, eu gostaria de estar em - digamos - condição de receber ensinamentos de todos que compõem esta Casa. Assim, eu acredito - e acreditava naquele momento e reafirmo a minha crença - que só conseguimos crescer quando recebemos de todos. E aqui, no Senado Federal, nós temos, com todas as nossas divergências, com posicionamentos conflitantes em relação a temas, que reconhecer que é a Câmara Alta da Nação, onde estão ex-governadores, ex-presidentes, ex-ministros, ex-prefeitos, pessoas que já tiveram experiência na vida pública, como integrantes do Ministério Público Federal e Estadual, juristas, pessoas da mais alta competência. Então, eu me coloco, todos os dias, aqui, como um estudante aplicado que procura aprender o máximo possível desta Casa.

            E o meu maior compromisso, nestes quatro anos que estarei aqui no Senado Federal - dois deles já estão para acabar -, é exatamente procurar aprender o máximo deste Brasil, que é maravilhoso com sua diversidade. E acho que o Senado Federal é a Casa que representa o Brasil com maior precisão. Por quê? Porque tem representação igual dos Estados, seja do Estado de Rondônia, seja do Estado do Acre, ou do Estado de São Paulo, com seu imenso contingente populacional. Então, aqui nós temos a representação exata do que é a Federação brasileira.

            Sinto-me muito feliz por estar aqui presente, aprendendo com os colegas Senadores, e quero manter este espírito disciplinado de aprendizado com todos.

            Agradeço cada um dos ensinamentos, em cada pronunciamento, em cada defesa de matéria. E a minha presença aqui em plenário sempre foi de maneira muito espontânea, independentemente de estar presidindo ou não, exatamente porque sei que cada Senador que ocupa a tribuna traz um pouquinho do Brasil para debate nesta Casa. Por isso, eu me sinto conhecendo muito mais do Brasil e dominando muito mais as realidades e as peculiaridades de cada uma das regiões, quando me dou ao trabalho de dedicar atenção a cada pronunciamento que é feito aqui nesta Casa.

            Por isso, sou muito agradecido e feliz pela minha indicação, pela confiança que todos depositaram em mim para ser, durante estes quatro meses e alguns dias, 1º Vice-Presidente do Senado Federal. Recebo com alegria e com apreensão. Alegria pela confiança demonstrada, pelo respeito; tensão porque eu sei que uma missão a mais exige também maior dedicação, maior esforço. E quero fazer de tudo para que o povo do Acre seja dignificado através deste mandato, através do meu trabalho aqui no Senado Federal. Eu quero cumprir um mandato que seja motivo de honra e de respeito do povo acriano, que é o povo que nos elegeu através daquela nossa chapa Tião Viana e Anibal Diniz. Tivemos duas vitórias: em 2006, quando Tião Viana foi eleito Senador, sendo eu o 1º suplente; e depois, em 2010, quando foi confirmada a minha vinda para cá, após Tião Viana ter sido eleito Governador e, com essa decisão do povo do Acre, eu acabei me tornando Senador da República.

            Então, agradeço imensamente esta oportunidade, este momento da minha vida. Agradeço à minha família, à minha esposa Elisângela, às minhas filhas Janaína e Ana Beatriz, que são pessoas que sempre estão do meu lado, ajudando-me em todas as dificuldades, partilhando comigo os momentos difíceis.

            E agradeço muito aos meus companheiros do Partido dos Trabalhadores, aqui do Senado e lá do Acre, que têm partilhado comigo todos esses momentos. Nas situações difíceis, estão sempre ao lado; nas situações em que temos uma vitória, estão todos comemorando conosco. Então, é algo que é motivo de muita alegria. Por isso, agradeço imensamente aos meus companheiros do Partido dos Trabalhadores e aproveito para falar da nossa agenda, que vamos cumprir amanhã.

            Estaremos em Rio Branco pela manhã, onde teremos atividades, teremos coletiva com a imprensa e reunião com dirigentes partidários, na sede do Partido dos Trabalhadores. Depois, à tarde, gravaremos também algumas entrevistas e, depois, à tarde, seguiremos para Brasileia, onde cumpriremos agenda institucional com o Governador Tião Viana e, à noite, quando as nossas atividades institucionais terminarem, teremos atividade de campanha política, aí, sim, em Brasileia, apoiando o nosso Prefeito Alvani, e em Epitaciolândia, com o nosso candidato Marcos Fernando. Ainda à noite, finalizaremos a nossa atividade com a presença também do Senador Jorge Viana, em Assis Brasil, a última cidade da fronteira do Acre com o Peru e a Bolívia, na tríplice fronteira. Teremos lá um comício com a nossa Prefeita Eliane Gadelha, que vai disputar a reeleição. Estaremos lá para manifestar o nosso apoio, para dizer que todo esforço que nós pudermos fazer para continuar essa parceria, que está fazendo tanto bem ao povo do Acre, nós estaremos lá para realizar.

            E, na semana que vem, teremos outras atividades em outras cidades, cuja agenda ainda vamos definir.

            De tal maneira que termino este pronunciamento fazendo esse agradecimento especial, cumprimentando também a nossa Senadora Marta Suplicy pela sua posse, que aconteceu hoje. Tive a honra de participar com ela no Palácio do Planalto. Tomou posse como Ministra da Cultura e comemorou a aprovação do Sistema Nacional de Cultura, que aprovamos ontem. Foi a primeira matéria aprovada aqui, no Senado, sob a minha Presidência. De tal maneira que estamos completamente solidários também com a Senadora Marta Suplicy, agora Ministra da Cultura, que, certamente, vai dar continuidade a essa política de cultura que faz o Brasil ser conhecido por todos os brasileiros, respeitado por todos os brasileiros e amado por todos os brasileiros, porque o melhor do Brasil é o povo brasileiro, e o povo é quem simboliza melhor a cultura do nosso País.

            Sigamos em frente.

            Muito obrigado, Sr. Presidente, pela atenção.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/09/2012 - Página 47947