O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Senador Suplicy, neste fim de noite, eu recebi um documento em apoio aos movimentos sociais que estão acontecendo, não só em São Paulo, mas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, no Rio. É um documento bem pequeno, que leva a assinatura de todas as centrais sindicais.

            Registro aqui nota assinada pelas centrais sindicais em apoio ao Movimento da Juventude. Diz o texto:

[Sr. Presidente do Senado, nós, presidentes das centrais sindicais, registramos o documento abaixo]:

A luta contra o aumento das passagens em curso em todo o país expressa a insatisfação dos trabalhadores e do povo, submetidos, diariamente, a condições desumanas no transporte (ônibus, trens, metrô etc.), em especial nas grandes cidades.

O preço das tarifas é absurdamente elevado frente às condições de prestação deste fundamental serviço público.

Mais do que uma reação contra as tarifas, as manifestações mostram que os/as trabalhadores/as, estudantes e a sociedade como um todo, não admitem mais o descaso com questões como a falta de políticas de mobilidade urbana e melhoria urgente da qualidade do transporte coletivo.

Neste sentido, as centrais sindicais consideram que as manifestações são absolutamente legítimas e democráticas.

A virulência da repressão policial contra os manifestantes é inadmissível, avilta o direito constitucional à livre manifestação e resgata o velho bordão de que os poderes constituídos tratam assuntos de interesse social como assunto de polícia.

Sendo assim, as Centrais Sindicais que assinam esta nota manifestam seu apoio à luta contra os aumentos das passagens, contra a violência [...], pelo amplo direito de manifestação, pela criação de canais de diálogo e de negociação com a sociedade para, juntos, debatermos e encontrarmos saídas para o problema da mobilidade urbana, que tanto afeta a vida da classe trabalhadora.

É fundamental [dizem os presidentes de todas as centrais] que manifestações pacíficas avancem para a abertura de negociações com os governos dos Estados e Municípios sobre o valor das tarifas e as condições oferecidas aos usuários do transporte público.

            Assinam esta nota, que está sendo, neste momento, numa coletiva, distribuída a todo o País: Central Única dos Trabalhadores (CUT); Força Sindical; União Geral dos Trabalhadores (UGT); Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Senador Inácio Arruda; e Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST).

            Enfim, Sr. Presidente, deixo nos Anais da Casa esta nota muito bem dirigida, pedindo que haja diálogo, negociação, não violência e sensibilidade para a pauta apresentada pela juventude brasileira à sociedade do País.

            Sr. Presidente, encaminho a V. Exª esta nota, que é de todos os movimentos sindicais - centrais, confederações, sindicatos, associações, aposentados e pensionistas -, que se somam a esse justo movimento, na busca somente de igualdade, de justiça, de mais mobilidade e, também, de melhoria da qualidade de vida de todo o nosso povo.

            Era isso, Sr. Presidente.