O SR. EDUARDO LOPES (Bloco União e Força/ PRB-RJ. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senhoras e senhores, em primeiro lugar,bom dia, já quase boa tarde. Eu quero cumprimentar a Mesa, em primeiro lugar o nosso Presidente do Senado, Senador Renan Calheiros, e o nosso Presidente da Câmara dos Deputados, Exmo. Sr. Deputado Henrique Eduardo Alves. Cumprimento o nosso companheiro Deputado Federal que também foi signatário do pedido desta sessão, o Deputado Federal Antonio Bulhões. Cumprimento também o nosso querido Ministro Marcelo Crivella e o nosso Ministro Alexandre Padilha. Cumprimento o Presidente da emissora, o Presidente da Rede Record, o Sr. Luiz Cláudio Costa, e também o Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV, o Sr. Daniel Pimentel Slaviero. E mais uma vez cumprimento os convidados, os artistas presentes, que muito honram também a nossa emissora.

     Eu quero nesta manhã chamar a atenção e também trazer alguns fatos da longa e vitoriosa história da Rede Record. Alguns fatos ainda poderiam ser citados, mas eu vou trazer outros que ainda não foram citados a respeito da história da Rede Record.

     As duas Casas do Congresso Nacional estão de parabéns por promoverem, conjuntamente, esta sessão solene em comemoração aos 60 anos da Rede Record de Televisão. Trata-se de justa homenagem a um órgão de comunicação social que se tem esmerado por oferecer às famílias brasileiras o melhor conteúdo em termos de informação jornalística, serviços, educação, cultura e entretenimento de qualidade.

     Há 60 anos, para ser mais exato, no próximo dia 27 de setembro, como já foi citado, a Record realmente comemora os 60 anos. Ela foi fundada pelo advogado e empresário Paulo Machado de Carvalho e, na época, dava-se, então, a aurora da TV brasileira, a primeira emissora.

     Eram tempos de pioneirismo em que havia pouquíssimos aparelhos receptores, quase nenhum equipamento técnico de filmagem, rara mão de obra qualificada e um mercado publicitário composto por apenas quatro anunciantes.

     Graças ao empreendedorismo de Assis Chateaubriand fomos o primeiro País da América Latina a ter uma emissora de televisão, a Tupi, em 1950, e o sexto, no mundo, atrás apenas da Inglaterra, dos Estados Unidos, da França, da Alemanha e da Holanda.

     Ao lado das extintas TV Tupi e TV Paulista, a TV Record nascia e gradualmente, ao se consolidar, contribuía para a formação de um fenômeno social, econômico, cultural, educativo e de entretenimento que atravessou gerações e modificou a face da sociedade brasileira em paralelo a um intenso e inédito processo de urbanização ocorrido nos meados do século XX.

     Em poucos anos, outras TVs surgiram, como a TV Rio e a TV Excelsior, e, no final do decênio, as emissoras televisivas ultrapassaram, pela primeira vez e para sempre, o faturamento das dezenas de rádios então existentes.

     Em outras palavras, não é possível compreender a história da TV, a não ser no contexto mais amplo do sistema de comunicação a que pertence e em profunda interação com o meio social que se tem modificado aceleradamente, gerando novos hábitos e novas

necessidades.

     Eu quero falar um pouco da história da TV Record, colocando, em primeiro lugar, que ela deu o seu início com um programa musical apresentado por Sandra Amaral e por Hélio Ansaldo.

     Aliás, pudemos contar com esse fantástico homem da TV e do rádio por muitas décadas, até 1996, quando, por motivo de saúde, saiu do comando do telejornal Record em Notícias.

     O primeiro programa habitual foi o Grandes Espetáculos União, também musical, que não tardou a se tornar líder de audiência. Logo em seguida, a emissora produziu o primeiro seriado de aventuras, chamado Capitão 7, e que ficou no ar por 10 anos.

     O pioneirismo da Record evidenciou-se ainda nos programas esportivos do tipo mesa-redonda, que permanecem até hoje, e que a emissora lançou em 1955, sob a batuta de Geraldo José de Almeida e Raul Tabajara.

     Em abril do mesmo ano, estreou o programa infantil Grande Gincana Kibon, um verdadeiro sucesso, que permaneceu no ar por 16 anos.

     Na mesma linha inovadora, a TV Record foi a primeira emissora brasileira a fazer uma transmissão direta do Grande Prêmio Brasil de Turfe, a partir do Hipódromo da Gávea, no Rio de Janeiro, e também uma transmissão externa de um jogo de futebol: a partida entre Santos e Palmeiras, direto da Vila Belmiro, na cidade de Santos.

Em âmbito interno, a proeminente produção musical de artistas brasileiros encontrou nos festivais promovidos pela Record o seu melhor canal de expressão. Em meio ao fechamento do regime militar, é possível afirmar, sem exagero, que todo o País centrava sua

atenção no festival, organizado em grandes estádios. O festival de 1967, por exemplo, trouxe às suas finais artistas do gabarito de Edu Lobo, Gilberto Gil, Chico Buarque e Caetano Veloso. Alguns estudiosos demarcam o período como o de conformação do gênero que veio a ser denominado MPB, a nossa Música Popular Brasileira.

     A audiência da Record chegou a inacreditáveis 97 pontos no IBOPE, o maior da história em todo o planeta. Em todo o tempo e em toda a história a audiência da Record bateu os inacreditáveis 97 pontos de IBOPE.

     No início dos anos 70, a empresa investe na tecnologia em cores, transmitindo imagens da Festa da Uva, em Caxias do Sul. A grade de programação continua a dar ênfase ao jornalismo, mas também abre espaço para esportes, programas humorísticos, programas

de auditório e musicais.

     A década seguinte é sumamente importante para a história da Record. O controle acionário, anteriormente de posse da família Machado Carvalho e do empresário Sílvio Santos, passa para o grupo liderado por Edir Macedo.

     Mas o grande feito desse empreendedor foi a aquisição, em 1989, dos direitos sobre a Rede Record de Rádio e Televisão, uma empresa então infelizmente em decadência. Sua transformação em uma das maiores do mundo foi possível através de ações de coragem e

também de empreendedorismo do Edir Macedo.

     Desde então, a prioridade desloca-se para a construção de uma rede nacional, a partir de emissoras co-geradoras da Rede Record em São Paulo e no Rio de Janeiro.

     Hoje, com sua programação distribuída para 110 países, a emissora está situada entre as 30 maiores do mundo. Falo isso porque é motivo de orgulho para todo o povo brasileiro.

Sras. e Srs. Deputados Federais, Sras. e Srs. Senadores, senhores convidados, todos que estão aqui presentes, a Record, nesses 60 anos, ajudou a compor o rico painel que acabei aqui de mencionar a todos vocês.

     Fatos, como eu disse, que não foram citados eu tive a oportunidade de ser o primeiro a citá-los. Então, é com prazer, com alegria, que nós comemoramos aqui os 60 anos da Rede Record de Televisão.

     E finalizo, como na última frase: isso é para orgulho de todo o povo brasileiro. A Record e o povo brasileiro estão de parabéns!

     Obrigado a todos. (Palmas.)

SEGUE CONCLUSÃO DO DISCURSO DO SR. SENADOR EDUARDO LOPES.

     Ela se destacou no nobre papel de levar serviços, informação e entretenimento à população brasileira. A sua missão institucional está ligada a valores como

verdade, ética, transparência, pluralidade e respeito. Hoje, é a emissora televisiva mais antiga do Brasil, fato que muito envaidece e comove todos os seus colaboradores e funcionários.

     Importa considerar que a Rede Record de Televisão continua com seus projetos de expansão e melhoria, seja quanto à gestão, seja quanto aos produtos que oferece ao mercado e ao povo brasileiro.

     Está em curso, por exemplo, uma ampla reforma administrativa, que visa incorporar estratégias empresariais bem-sucedidas em todo o mundo, sem descurar das peculiaridades do nosso Brasil.

     A digitalização do precioso acervo da Record também é uma das prioridades, apesar da existência de complexos empecilhos jurídicos relacionados a “direitos conexos de imagem”.

     A nós, Parlamentares de ambas as Casas do Congresso Nacional, caberá, muito em breve, a discussão de questões importantes para o futuro da televisão e de outras midias no País.

     Uma delas é a iminente revisão da Lei nº 9.472, de 1997, a “Lei Geral das Telecomunicações”. A outra é o ansiado projeto da “Lei da Comunicação Eletrônica”, voltado à organização dos serviços de rádio e televisão, substituindo a obsoleta legislação anterior,

datada dos anos 60.

     Sras. e Srs. Parlamentares, a cobertura do serviço de televisão, segundo estudo de autoria da Consultoria do Senado Federal e para citar um só exemplo, continua a depender fortemente do apoio - ainda que sem previsão legal - prestado pelas antenas parabólicas.

     Estima-se que existam mais de 15 milhões de lares servidos pelo sinal do satélite, que passa a ser ameaçado com a interferência dos serviços móveis na faixa de 3,5 Gigahertz.

     Os serviços de rádio também precisarão de apoio para passar pela necessária digitalização.

     Que novas fontes de receita a legislação irá conceder para os radiodifusores para que seus serviços possam ser atualizados e sustentados?

     Esta pergunta, Sras. Deputadas e Srs.Deputados Federais, Sras. Senadoras e Srs. Senadores, está a ecoar pelos plenários, à espera de nossa compenetrada participação e célere resposta.

     Senhoras e Senhores aqui presentes, saúdo ainda uma vez mais os dirigentes, funcionários e colaboradores da Rede Record de Televisão, pelo exemplo de liberdade de expressão.

     Que os 60 anos de proficua existência se multipliquem, legando ao povo brasileiro um farto manancial de informação, cultura, educação e entretenimento, cumprindo papel sumamente importante como ferramenta de livre expressão e liberdade de manifestação

do pensamento.

     Parabéns à família Record.

     Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente. Muito obrigado a todos pelas honrosas presenças!