Pela Liderança durante a 38ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa do impeachment da Presidente da República.

Autor
Mário Couto (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Mário Couto Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO, IMPEACHMENT. :
  • Defesa do impeachment da Presidente da República.
Publicação
Publicação no DSF de 27/03/2014 - Página 40
Assunto
Outros > PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO, IMPEACHMENT.
Indexação
  • DEFESA, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, MOTIVO, INEFICACIA, GESTÃO, PAIS, REALIZAÇÃO, CRIME, PROBIDADE, ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA. Pela Liderança. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, antes mesmo de iniciar o meu pronunciamento, quero parabenizar V. Exª pelo grau de maturidade na direção da Presidência e dizer a V. Exª que fico muito feliz, quando vejo atitudes como a que V. Exª acabou de dar como exemplo, deixando o orador inteiramente à vontade, não cortando a fala do orador, deixando-lhe o direito de expressão.

            O único direito que a minoria tem nesta Casa, hoje, é este, o direito de falar. Eu aplaudia V. Exª dali, ao ver como um Senador honrado, o Senador que me antecedeu, usou tranquilamente da palavra, aqui, nesta tribuna.

            É difícil, meus caros companheiros da Aerus, lidar com esse Governo. É muito difícil.

            Lembro que, há cinco ou seis anos, nós já tentávamos resolver o problema de V. Sªs nesta Casa: reunião com Ministro, com o Presidente do Senado, com a Procuradoria-Geral da República. Enfim, foi preciso o Supremo. E, hoje - pasmem, senhoras e senhores! -, ainda brigam para que a Presidência cumpra a ordem do Supremo Tribunal Federal.

            É muito sofrimento! É o que passa este País inteiro. Pensem nos aposentados deste País. Aquele que tem condição de trabalhar já sofre. Até ir e vir, que é um direito constitucional, porque ir à sua própria casa e dela vir... Ele pode não chegar à sua casa mais, de tanta violência que há neste País. Até esse direito se perdeu nesta Pátria.

            Os aposentados desta Pátria sofrem demais. Prometeram tanto! O Lula disse que ia tratar os aposentados de uma maneira diferente. Tratou de uma maneira diferente - pisando. A Dilma também tratou de uma maneira diferente - fazendo com que passem fome.

            Brasileiros e brasileiras, paraenses da minha querida terra de Nossa Senhora de Nazaré, a minha padroeira, fiquei chocado, esquecido. A minha Santa que eu uso na lapela do meu paletó, esqueci de colocar.

            É difícil, Senador Jorge Viana, meu querido companheiro, hoje é muito difícil vir a esta tribuna defender este Governo. Estava pensando ali na minha mesa enquanto o Senador falava: como se pode defender um país totalmente estraçalhado?

            Trago na minha mão hoje um pedido de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff. Quero que os brasileiros me acompanhem, aqueles brasileiros que sofrem e veem a realidade do País. Não adianta tentar aqui tentar tapar o Sol com a peneira. A realidade deste País está exposta para quem quiser ver: a Presidenta da República apadrinha os ditadores. Ou é mentira minha? Seiscentos somados ao total que já foi passado a Cuba dão mais de R$1 bilhão. E não querem pagar a conta dos aposentados do Aerus.

            Dão a um ditador que não se sabe a conta de quantos mandou matar, o maior assassino da humanidade depois de Hitler. E a Dilma, companheira desse assassino criminoso, dá dos brasileiros mais de R$1 bilhão.

            Ora, o Brasil precisa de hospitais. Brasileiros, brasileiras, paraenses, homens e mulheres da minha terra querida, você lá do interior do Pará, da minha cidade natal do Marajó...

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - ... de Soure, de Salvaterra, que não têm um aparelho de ultrassonografia, que, às vezes, não tem dinheiro para comprar um remédio, como você entende se gastarem bilhões e bilhões de reais, num país totalmente esfacelado para sediar uma Copa do Mundo? Quanto vale o estádio daqui de Brasília? Quanto vale? Ele tem o nome de Mané Garrincha. Sabe quantos clubes profissionais há em Brasília? Três ou quatro.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - O que vai ser feito, brasileiros, depois da Copa do Mundo, com esse estádio e com os outros estádios? Se fossem hospitais, todos nós saberíamos o que seria feito!

            Oh, Dilma, você confessou, Dilma, você confessou um crime agora, depois de tantos crimes praticados contra esta Pátria! E agora açodadamente você fez uma carta ao jornal O Estadão e declarou um crime de improbidade administrativa.

            Por isso, quero hoje aqui, como brasileiro, não quero como oposição, eu quero como brasileiro...

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - ... protocolar o pedido de impeachment, baseado no art. 51 da Constituição Federal, baseado no art. 85 da Constituição Federal, inciso V, que fala da probidade na administração.

            A nossa Presidente sabia. Ela que não venha fazer a mesma coisa do Lula, que nunca sabe e nunca viu! A nossa Presidenta sabia! Ela declarou isto por escrito, que ela sabia.

            Aliás, brasileiro, você não deve mais agüentar o tanto de corrupção que passa a...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB-PA) - ... o tanto de corrupção que se tem neste País. É trágico, Brasil! É trágico, Brasil, ligar a televisão e ver, quase toda semana, o envolvimento do governo em atos de corrupção, brasileiros e brasileiras!

            Chega, Brasil!

            Não se agüenta mais comparar o governo Fernando Henrique com o governo Lula. Como recebemos o País? Quanto era a inflação? Como deixamos a inflação? Como está a inflação, hoje, brasileiros? Como a Dilma recebeu? Como o Lula recebeu este governo e como está este governo?

(Soa a campainha.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB-PA) - Desço, Presidenta, mas não posso deixar de observar: primeiro, estou altamente coberto pela Constituição; estou coberto pela Lei nº 1.079 - altamente coberto! Vou dar entrada no impeachment da Presidenta.

            Eu quero dizer ao Brasil sempre, aqui desta tribuna: o que aconteceu com este pedido de impeachment? O que fizeram com ele? O que os Deputados, submissos ao governo - e vou dar entrada na Câmara - e os Senadores submissos ao governo vão fazer com esse documento, altamente constitucional, pedindo o impeachment da Presidenta?

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB-PA) - Quero dizer ao povo brasileiro que faço a minha obrigação como cidadão brasileiro. (Fora do microfone.) Estou cumprindo a minha obrigação dê no que der, rasguem ou não rasguem o meu pedido; mas eu darei entrada sentindo na pele o que está acontecendo com a minha Nação, com o meu povo, com o meu Estado.

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB - PA) - O sinal... Desço, Presidenta. Não vou tomar o mesmo tempo que o tomou o Senador Jorge Viana. Não preciso; para justificar. O País está vendo.

            O melhor advogado e o melhor juiz é o momento. E o momento que se vive é claro...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB-PA) - O momento que se passa nessa Pátria é cristalino. (Fora do microfone.) A Pátria está sem rumo; a Pátria está sem leme. A inflação, a corrupção, a criminalidade, a incompetência tomaram conta do País. E, agora, querem dizer que a empresa que baixou a nota do Brasil não vale nada, que a empresa é uma empresa comum.

            A luz amarela acendeu: rebaixaram o País! Estão dizendo assim: “Investidores, cuidado; cuidado, investidores, que aquele país está quebrado”. “Cuidado ao investirem lá; não invistam lá. Tenham cuidado, porque aquele país está quebrado”.

(Interrupção no som.)

            O SR. MÁRIO COUTO (Bloco Minoria/PSDB-PA. Fora do microfone.) - Só um minuto mais, Presidenta.

            Desço, Presidenta, dizendo ao povo brasileiro: não há um Senador do governo que possa vir aqui defender com clareza a Presidenta Dilma - nenhum! -, porque as evidências estão claras, porque os números não mentem, porque o País desgraçadamente foi cair na mão dos petistas. Mentirosos! Mentiram a vida inteira! E, hoje, felizmente, a Nação começa a perceber quem são eles.

            Muito obrigado, Presidenta, pelo seu carinho.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 27/03/2014 - Página 40