Pela Liderança durante a 134ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Conclamação para que o Senado contribua da melhor forma para a superação da atual crise político-econômica.

Autor
Eunício Oliveira (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/CE)
Nome completo: Eunício Lopes de Oliveira
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
SENADO:
  • Conclamação para que o Senado contribua da melhor forma para a superação da atual crise político-econômica.
Publicação
Publicação no DSF de 14/08/2015 - Página 150
Assunto
Outros > SENADO
Indexação
  • DEFESA, NECESSIDADE, SENADO, AUXILIO, RESOLUÇÃO, CRISE, POLITICA, ECONOMIA, PAIS, ENFASE, MELHORAMENTO, ECONOMIA NACIONAL, OFERTA, EMPREGO.

            O SR. EUNÍCIO OLIVEIRA (Bloco Maioria/PMDB - CE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, este momento difícil que o Brasil atravessa requer mais racionalidade, mais dedicação cívica e menos emoção.

            Ao longo da minha vida pública, participei dos esforços empreendidos por lideranças empresariais, políticas e sociais, para enfrentar os mais variados desafios que o Brasil experimentou. Posso dizer, com orgulho, que não foram poucas as provas superadas nos últimos 30 anos.

            Na década de 80 do século passado, vivemos a grande crise da dívida externa, que desencadeou a hiperinflação e levou a economia à estagnação. A desesperança e a tristeza coletiva refletiam o ânimo do brasileiro, que recobrou forças a partir da grande mobilização popular das Diretas Já pela Constituição cidadã de 1988.

            Reconquistamos, Srª Presidente, a democracia no que talvez seja a mais significativa vitória da sociedade brasileira em aliança com os partidos políticos, com os políticos na segunda metade do século XX. Criamos instituições que nos deram um horizonte de longo prazo, garantidoras da estabilidade em torno de um projeto de desenvolvimento centrado na inclusão, na igualdade de direitos e de oportunidades e na sustentabilidade. Também superamos a inflação a partir do advento do Plano Real, uma competente engenharia financeira e política. A isso se aliaram ações de assistência social, experimentadas inicialmente no governo Sarney e empreendidas com mais vigor a partir da rede de proteção social comandada pela saudosa primeira-dama. Essa foi a raiz das políticas sociais de transferência de renda que reduziram significativa e verdadeiramente a desigualdade social no Brasil, já nos governos do ex-Presidente Lula.

            Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, nas últimas três décadas, houve significativos avanços sociais e, durante muitos anos, um irrefutável crescimento econômico. Houve, sim, esforços para atender às demandas pontuais de segmentos da sociedade, e algumas dessas demandas foram plenamente atendidas.

            Chegamos ao momento atual com muitas questões para tratar, pois as conquistas e os avanços obtidos estão sendo dilapidados por duas crises, uma crise econômica e uma crise política, uma alimentando a outra. A indústria e o comércio já reduziram significativamente suas atividades; demitem empregados e fecham as portas, enquanto as taxas de juros voltam a figurar entre as mais altas do mundo. Investidores nacionais e estrangeiros se retraem diante das incertezas. A população, acostumada a olhar o futuro com perspectiva, passou a vislumbrar aquilo que não queremos, que são as nuvens negras no horizonte.

            Ignorar essa multiplicação de crises seria o melhor caminho para quem não as quer resolver. Por isso, esta Casa apresentou à Nação brasileira uma agenda com propostas capazes de retomar uma ampla discussão, a partir de uma questão vital: que medidas o Brasil deve adotar para redirecionar recursos para investimentos produtivos, capazes de gerar renda e realimentar a economia?

            Queremos conhecer as propostas dos setores produtivos, nacionais e estrangeiros, para questões como a melhoria da infraestrutura nacional e qual o potencial de seus investimentos em prol do crescimento sustentado da nossa economia.

            Queremos maximizar a eficiência do Governo e, mesmo à luz do ajuste fiscal - que em breve esta Casa dará por encerrado em sua primeira fase, pois medidas de austeridade devem ser uma preocupação constante de qualquer governo -, mostrar que é mais do que necessário, é urgente, é imprescindível que favoreçamos os setores produtivos deste País. Medidas como a redução na taxa de juros - a taxa de juros dos empréstimos às empresas - e dos preços dos insumos para a indústria, principalmente em favor do aumento da produtividade do trabalhador brasileiro.

            Srªs Senadoras, Srs. Senadores, precisamos ouvir as entidades representativas da indústria, do comércio, da área de serviços, do agronegócio, da agricultura familiar, do cooperativismo, dos micro e pequenos negócios, para que todas as cadeias produtivas tragam suas demandas, mas também nos orientem nas soluções possíveis. A Agenda Brasil não é a tábua de salvação deste ou daquele partido, inclusive do Governo, mas, sim, representa um grande gesto do Parlamento à sociedade pelo diálogo e pelo entendimento, principalmente pelo Brasil. Se houver um esforço conjunto e coordenado, com a participação de toda a sociedade, levaremos muito menos tempo para sair dessa grave situação de crise econômica.

            Temos a convicção, Srª Presidente, de que esta encruzilhada em que nos encontramos é também uma grande oportunidade para que o Congresso Nacional retome seu papel histórico de catalizador de ideias e de soluções eficazes. Digo isso, cara Presidente, digo isso, caros colegas, porque nós, brasileiros, temos competência para vencer qualquer desafio, e isso já foi demonstrado em várias ocasiões.

            É chegada a nossa hora de dar o melhor para superar os problemas atuais e construir a grande transição de que o Brasil precisa, dentro da normalidade, dentro do regime democrático, da forma como nós temos que conduzir o nosso trabalho. É chegada a nossa hora de dar o melhor para superarmos todas essas crises atuais e construir a transição, como eu disse, de que o Brasil precisa. Essa é a grande batalha dos nossos dias. Esse, Srª Presidente, é o compromisso desta Casa; esse é o compromisso deste Senador e deste Líder; esse é o compromisso do meu Partido, o PMDB, com o nosso querido Brasil.

            Muito obrigado, Srª Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 14/08/2015 - Página 150