Discurso durante a 18ª Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão solene destinada a reverenciar o transcurso dos 61 anos da morte de Getúlio Vargas.

Autor
Lasier Martins (PDT - Partido Democrático Trabalhista/RS)
Nome completo: Lasier Costa Martins
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Sessão solene destinada a reverenciar o transcurso dos 61 anos da morte de Getúlio Vargas.
Publicação
Publicação no DCN de 26/08/2015 - Página 25
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, GETULIO VARGAS, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ELOGIO, VIDA PUBLICA.

    O SR. LASIER MARTINS (Bloco Apoio Governo/PDT-RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Elmano Férrer, vou atender ao seu pedido e saudá-lo. Saúdo o Deputado Paes Landim. Cumprimento meu prezado amigo João Vicente Goulart, filho de Jango Goulart, que recebeu a carta testamento naquele fatídico dia 24 de agosto de 1954. Cumprimento meu prezado amigo e conterrâneo, Deputado Afonso Motta.

    Muito já foi dito, e eu estaria aqui repetindo o que foi dito dessa personalidade extraordinária, o maior Presidente da história do Brasil, aquele que fez uma verdadeira revolução de costumes, uma verdadeira refor- ma política que até então se impunha. De lá para cá, não tivemos nada parecido. Presentemente estamos discutindo uma nova reforma política muito distante daquilo que a sociedade brasileira quer.

    Daqui a instantes, teremos mais uma sessão para tratar da reforma política. Getúlio fez essa transformação política, social e trabalhista. Foi o homem que criou a Justiça do Trabalho, a CLT, o salário mínimo, a jornada de trabalho, o voto feminino, enfim, tudo isso que se sabe. Nenhum Presidente trouxe tantas mudanças para a vida nacional como Getúlio Vargas.

    Já que tudo isso foi dito aqui, eu me permito fazer uma rápida referência ao porquê de ter me tornado trabalhista. Sou filho de uma família trabalhista. Meu pai e minha mãe, já falecidos há muito tempo, eram fervorosos trabalhistas, admiradores de Getúlio, de Brizola, de Alberto Pasqualini.

    E eu me lembro muito bem de que naquela manhã de 24 de agosto de 1954, no Rio Grande do Sul, numa manhã fria de neblina, eu estava ainda no meu grupo escolar quando a diretora da escola mandou reunir todos os alunos no pátio, por volta das 9h30min, e comunicou a todos que fossem para suas casas em silêncio, porque o País estava de luto. O Presidente da República havia morrido. Ao chegar a casa, a minha mãe me recebeu no portão e disse: “Eu imaginava, meu filho, que você viesse antes, porque eu já ouvi no Repórter Esso agora de manhã que Getúlio Vargas, o pai dos pobres, morreu”. Ao meio-dia, meu pai chegou e chorou durante o almoço. Meu pai era um homem simples, costumava ler muito, nos jornais do Estado, os artigos de Alberto Pasqualini, o grande ideólogo do trabalhismo. Meu pai chorou e disse: “O Brasil talvez nunca mais tenha um Presidente igual a esse, voltado para os trabalhadores”. Uma doutrina, aliás, como seguiu Alberto Pasqualini, que previa que o desenvolvimento só se faz pelo trabalhador, que plasmou daquela doutrina do equilíbrio entre o capital e o trabalho.

    Meus prezados Senadores, esta é uma data importantíssima. Parece-me que não existe, no Congresso Nacional, nenhuma data que anualmente altere os trabalhos para homenagear uma personalidade da República, o que, por si só, diz da importância deste homem que foi Getúlio Vargas, o pai dos pobres.

    Agradeço esta oportunidade. É evidente que poderíamos passar uma tarde, e várias horas já transcorreram, para recapitular a atividade histórica deste homem que alterou a vida do Brasil.

    Ainda ontem, Praça da Alfândega, em Porto Alegre -- o Deputado Afonso Motta estava lá e também se pronunciou --, bem no centro da capital, como se faz todos os anos, à frente da carta testamento, houve uma sessão solene, com mais ou menos cem trabalhistas prestando sua homenagem, assim como hoje aqui esta- mos fazendo, e por muitos anos isso ainda vai se seguir.

    Por muitos anos, vamos ainda relembrar e valorizar este que foi o maior Presidente da história da República: Getúlio Vargas.

Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 26/08/2015 - Página 25