Discurso durante a 217ª Sessão de Premiações e Condecorações, no Senado Federal

Sessão do Senado destinada a conferir a Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara.

Autor
Davi Alcolumbre (DEM - Democratas/AP)
Nome completo: David Samuel Alcolumbre Tobelem
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Outros:
  • Sessão do Senado destinada a conferir a Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara.
Publicação
Publicação no DSF de 19/12/2015 - Página 10

    O SR. DAVI ALCOLUMBRE (Bloco Oposição/DEM - AP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente desta sessão e Presidente do Conselho da Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara, eminente Senador Marcelo Crivella, em nome do qual cumprimento todos os membros do Conselho da Comenda...

    O SR. PRESIDENTE (Marcelo Crivella. Bloco União e Força/PRB - RJ) - Senador, um momentinho!

    Apenas para saudar os alunos da Universidade Federal de Goiás, do curso de Direito, que hoje visitam o Senado Federal.

    Sejam muito bem-vindos e vieram num dia bom, pois estamos homenageando a Gleice, lá de Goiás.

    Sejam bem-vindos! (Palmas.)

    Obrigado, Senador Davi.

    O SR. DAVI ALCOLUMBRE (Bloco Oposição/DEM - AP) - Pois não, Presidente.

    Quero cumprimentar a Senadora Lídice da Mata, que prestigia esta solenidade, o Senador Eduardo Amorim, a Senadora Ana Amélia, o Senador Lasier Martins, em nome dos quais cumprimento também todas as Lideranças do Senado Federal.

    Deixei para cumprimentar por último o meu amigo e companheiro de Bancada, Líder amapaense, Senador Randolfe Rodrigues, e agradecer-lhe publicamente o apoio incondicional quando da apresentação do nome do querido Padre Paulo Roberto para disputar esta honraria. O Padre Paulo, em seguida, terá a oportunidade de fazer uso da palavra nesta sessão solene.

    Senador Randolfe Rodrigues, publicamente agradeço o apoio de V. Exª à nossa indicação, indicação do povo do Amapá, do nome do Padre Paulo.

    Cumprimento as lideranças e as autoridades presentes, em nome do Embaixador da República do Equador, Sr. Horacio Sevilla Borja, que se faz presente nesta solenidade, e também do Presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros, Sr. João Ricardo dos Santos Costa.

    Sr. Presidente, lideranças que compõem hoje esta sessão solene, cumprimento a comitiva que veio do Estado do Amapá acompanhando o nosso agraciado, assim como todos os outros que receberam a homenagem neste dia. Faço menção à comitiva que acompanha o nosso querido Padre Paulo, uma comitiva que engrandece esta homenagem e que vem lá do Amapá, trazendo a solidariedade e o apoio a esta proposição que, com certeza, engrandece esta sessão.

    Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, agraciados, assumo a tribuna desta Casa, nesta sessão especial, para prestar minhas homenagens a todos os agraciados com a Comenda de Direitos Humanos Dom Hélder Câmara:

    - Cesare de Florio La Rocca;

    - Gleice Francisca Machado;

    - Maria Berenice Dias;

    - Wellington Dantas Mangueira Marques;

    - Yvonne Bezerra de Mello.

    No mesmo sentido, faço minha homenagem especial ao querido amigo, companheiro, ao grande líder espiritual, que faz um belo trabalho social no Estado do Amapá e recebe homenagem no dia de hoje, o nosso querido Padre Paulo Roberto, natural de Macapá, do meu Estado do Amapá, fundador e ativo participante de movimentos afrodescendentes há mais de 14 anos. Atualmente, o Padre Paulo preside o Instituto do Câncer Joel Magalhães, luta pelos direitos dos doentes de câncer e por atendimento e tratamento digno. Tive a honra de indicar e ver o nome dele consagrado pelo douto Conselho do Senado Federal, razão pela qual, Sr. Presidente, parabenizo todos os membros do Conselho pelas escolhas entre tantas personalidades merecedoras deste insigne prêmio, que é concedido às personalidades que relevantes serviços prestam na defesa dos direitos humanos no País. Todos são merecedores desta Comenda.

    Em tempo, presto minha homenagem ao religioso Dom Moacyr José Vitti, que foi Arcebispo auxiliar e depois Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Curitiba, em 1987, falecido em junho de 2014, e que hoje também é lembrado aqui e agraciado in memoriam.

    A Comenda ora concedida por esta Casa, criada pela Resolução n° 14, de 2010 - portanto, neste ano, estamos na 6ª edição -, leva o nome de Dom Hélder Câmara.

    O nome da Comenda já seria suficiente para enaltecer os serviços prestados pelos laureados, vez que Dom Hélder Câmara, cujo passamento se deu em 1999, foi Bispo auxiliar do Rio de Janeiro e, posteriormente, Arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, fundador, junto com outros, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e um dos maiores defensores dos direitos humanos em tempos difíceis, sob o regime militar.

    Não é sem outra razão que Dom Hélder Câmara foi indicado por quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz, único brasileiro a ter tal honraria.

    Homem simples, de pensamento linear e fala mansa, de profunda bondade no enfrentamento à violência pela paz social e em todas as suas formas de manifestação, reconhecido por todos que o conheceram e que motivou o Vaticano a aprovar o processo de beatificação.

    A rápida menção ao maior de todos os beneméritos, que empresta seu nome a esta Comenda a que hoje se destina esta sessão especial, já foi e será mais bem ilustrada por aqueles que me antecederam e aqueles que posteriormente ocuparão esta tribuna.

    Assim, salvaguardadas as proporções e as coincidências, tanto daquele que empresta o nome à Comenda, como do homenageado in memoriam, permito-me enaltecer o conterrâneo macapaense, um dos laureados nesta data, também religioso, Padre Paulo Roberto, e dar a conhecer a sua história e os serviços prestados no nosso Estado do Amapá.

    O Padre Paulo Roberto é exemplo de superação, destemor e dedicação. Superou a pobreza e, assim, as dificuldades inerentes à condição social de pobre. Egresso da rede pública de ensino, com mais 18 irmãos, enfrentou os preconceitos quanto à cor, justamente num País onde o cruzamento de raças humanas é tão rico e tão diferente.

    Desde os cinco anos de idade, dedica-se a viver na fé em Deus, ensinando Sua palavra e, a partir de sua consagração e ordenação, bebendo da sabedoria, conhecimento e ensinamentos de seus mestres, entre os quais gostaria de destacar o Padre Fúlvio, Dom José Maritano, Dom Soares Vieira e, ao nomeá-los, homenageamos todos os demais que forjaram o homem e religioso que é, em sua formação e no amadurecimento vocacional.

    Servo de Deus e da Igreja, trabalhou em diversas paróquias e comunidades do Estado Amapá e, com sua formação acadêmica, como graduado em Filosofia e Mestre em Direito Canônico, tem difundido os ensinamentos da Igreja e da Academia, o que o levou a um novo nível quando foi designado para a nossa querida Paróquia Jesus de Nazaré. A partir de então, o Padre Paulo passou a desenvolver um trabalho social e religioso que atrai mais de três mil fiéis em suas celebrações às quintas-feiras (Missa da Cura), que buscam a cura espiritual e física e lá encontram a paz e a palavra incansável e dedicada do Padre Paulo Roberto.

    Mas sua determinação e abnegada dedicação ao próximo não acomodaram e, assim, dedica-se hoje à Fundação do Instituto do Câncer Joel Magalhães, conhecido, no Amapá, como IJOMA, Sr. Presidente, tendo a sua sede na capital do Estado, Macapá.

    O IJOMA é obra de amor-ternura de Deus, Padre Paulo, e, parafraseando Madre Teresa de Calcutá, as mãos que ajudam são mais sagradas do que os lábios que rezam.

    Entretanto, o IJOMA, como a grande maioria das entidades filantrópicas, vem enfrentando dificuldades financeiras e operacionais. Ainda assim, acredita, como brasileiro, amapaense e religioso, que recursos cada vez menores por parte da União e do Estado haverão de ser renovados e redirecionados para o IJOMA, que, por sua excelência do tratamento, vem sendo procurado por um número cada vez maior de necessitados.

    Reafirmamos: o Padre Paulo Roberto é exemplo de superação, destemor e dedicação. Alimenta o sonho que também embala outros tantos abnegados brasileiros que sonham com dias melhores.

    Sim, senhoras e senhores, ouviram bem o que eu disse: "sonho". Vamos torcer por esse sonho.

    E, para concluir, Sr. Presidente, vamos torcer para que esse sonho - que é meu, que é seu, Padre Paulo, que é de todos aqui agraciados e de centenas e milhares que fazem deste País um grande país solidário, que é nosso, Sr. Presidente - supere todas as dificuldades deste momento de crise no Brasil, para que nenhum brasileiro, algum dia, seja deixado de lado. E que a todo momento possamos, cada um de nós em seu posto, fazer o bem, fazer o que tem que ser feito, fazer o que, com muito amor, faz hoje lá em Macapá, no meu Amapá, o Padre Paulo.

    Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

    Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/12/2015 - Página 10