Pela Liderança durante a 95ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Defesa da rejeição do impeachment de Dilma Rousseff, Presidente da República, em razão de não existir crime de responsabilidade e por ser vítima de golpe político.

Apoio ao João Paulo, candidato do Partido dos Trabalhadores à prefeitura de Recife (PE)

Autor
Humberto Costa (PT - Partido dos Trabalhadores/PE)
Nome completo: Humberto Sérgio Costa Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Pela Liderança
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL:
  • Defesa da rejeição do impeachment de Dilma Rousseff, Presidente da República, em razão de não existir crime de responsabilidade e por ser vítima de golpe político.
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Apoio ao João Paulo, candidato do Partido dos Trabalhadores à prefeitura de Recife (PE)
Publicação
Publicação no DSF de 15/06/2016 - Página 11
Assuntos
Outros > GOVERNO FEDERAL
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • DEFESA, REJEIÇÃO, IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, CANDIDATO ELEITO, MAIORIA, VOTO, ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), MOTIVO, AUSENCIA, CRIME DE RESPONSABILIDADE, VITIMA, GOLPE DE ESTADO, INTERESSE, POLITICO, RESPONSAVEL, MICHEL TEMER, VICE-PRESIDENTE DA REPUBLICA, EDUARDO CUNHA, DEPUTADO FEDERAL, PRESIDENTE, CAMARA DOS DEPUTADOS, APOIO, DIRETORIA DE ENGENHARIA DA MARINHA (DEM), PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB), OPOSIÇÃO, PROCESSO, IMPEDIMENTO, PARTIDO SOCIALISMO E LIBERDADE (PSOL), PARTIDO REPUBLICANO BRASILEIRO (PRB), PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT).
  • APOIO, ORADOR, DILMA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPUBLICA, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), JOÃO PAULO, EX PREFEITO, EX-DEPUTADO, CAMARA DOS DEPUTADOS, CANDIDATO, ELEIÇÃO MUNICIPAL, PREFEITO, RECIFE (PE), ESTADO DE PERNAMBUCO (PE), ELOGIO, VIDA PUBLICA.

          O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Srª Presidenta, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, telespectadores da TV Senado, ouvintes que nos acompanham pela Rádio Senado, nós vivemos momentos decisivos na política nacional, em que este Senado discute, seja na Comissão Especial do Impeachment, seja no plenário, o destino de uma Presidenta legitimamente eleita e os votos que 54 milhões de brasileiros lhe confiaram.

    Tratamos de uma governante que, mesmo com o respaldo maior da vontade popular, foi apeada por um golpe parlamentar que a derrubou do cargo que conquistou pelas urnas para o benefício daqueles que não têm votos.

    Estamos aqui lutando para mostrar o grave erro que se está cometendo com a nossa jovem democracia e a imensa injustiça perpetrada contra a Presidenta Dilma Rousseff, uma mulher honesta e digna, que não cometeu nenhum dos crimes que lhe imputam.

    Ela foi vítima, como não cansamos de denunciar, de um ato de política rasteira e vil, baseado na vingança e no ódio ao PT; foi vítima de um golpe desferido também contra uma forma de governar que incomodou uma elite indignada com as oportunidades que foram abertas pelos nossos governos aos trabalhadores e àquelas parcelas da população historicamente excluídas.

    Os que lutam para restaurar a democracia, a dignidade e a legalidade estão do nosso lado nessa caminhada, estão com a Presidenta Dilma, que foi vítima desse conluio golpista. Juntos, nós vamos mostrar a verdade para as páginas da história, e muitos dos Senadores aqui - que, num primeiro momento, votaram pela admissibilidade da abertura do processo, depois de ouvir os argumentos, ponderar sobre eles e ter conhecimento de tudo o que foi recentemente revelado - já veem que não há razão política ou jurídica para o impedimento da Presidenta da República.

    Essa luta democrática está sendo travada em cada cidade brasileira e terá reflexos muito concretos nas próximas eleições municipais. Nas capitais, nas grandes e pequenas cidades, nas regiões metropolitanas e no interior, lá também importantes decisões estarão sendo tomadas pelos brasileiros quando forem às urnas para escolher os seus prefeitos e seus vereadores em mais de 5.500 Municípios.

    Não percamos a crença. Os 54 milhões de votos que foram usurpados da vencedora das eleições presidenciais de 2014 - e que agora nós tentamos recuperar - não podem fazer com que nós percamos a crença na democracia; ao contrário, na hora da verdade, vai estar em jogo, claro, a capacidade e a experiência desses candidatos a gestores, sobretudo nos casos de tentativas de reeleição. Quem prometeu e não cumpriu terá que prestar contas ao povo e o povo saberá cobrar.

(Soa a campainha.)

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE) - Mas, ao mesmo tempo, o quadro nacional vai se refletir, sim, nas eleições municipais. Será a hora de se separar o joio do trigo; será a hora de ver quem agiu com correção, com coerência, quem honrou o voto do povo que, há dois anos, elegeu um governo e o viu ser tirado de cena por manobras não republicanas; será a hora de ver quem o apoiou até o fim e quem o traiu; será a hora de ver quem esteve ao lado de Dilma e da democracia e quem apoiou o golpe.

    No meu Estado, Pernambuco, e, na minha cidade, Recife, não vai ser diferente. No segundo turno de 2014, Dilma saiu de lá consagrada por 70,2% dos votos válidos...

(Interrupção do som.)

    O SR. HUMBERTO COSTA (Bloco Apoio Governo/PT - PE) - ... numa vitória acachapante, uma das mais expressivas do Brasil.

    Lá, obviamente, teremos eleições nos 184 Municípios. E quero aqui tratar especificamente do Recife, em que, de um lado, temos um grupo de candidatos que pertence a partidos que nunca aceitaram o resultado das urnas em 2014, como é o caso do DEM e do PSDB, legendas que bancaram o golpe e se aliaram com o PMDB de Eduardo Cunha e Michel Temer para derrubar Dilma e decretar, finalmente, o resultado que eles queriam, mas que o povo não quis.

    Do mesmo modo, está o atual prefeito e candidato à reeleição, que pertence ao PSB, Partido que protagonizou um papel lamentável no processo do impeachment, voltando as costas para um governo federal e uma Presidenta que nunca negou apoio político e administrativo, seja para o governo estadual seja para a Prefeitura do Recife, uma ingratidão que, temos certeza, o povo não esquecerá na hora de colocar o seu voto na urna.

    Do outro lado, estão legitimamente colocados candidatos que não aceitaram o impeachment, como é o caso do candidato do PSOL e do PRB, embora esta legenda, em termos nacionais, tenha apoiado o impedimento.

    Nós do PT estamos construindo a nossa unidade, discutindo com todas as forças políticas o melhor nome para nos representar, que, particularmente, defendo que seja o do ex-Prefeito e ex-Deputado Federal João Paulo.

    João Paulo foi Prefeito do Recife por duas vezes, deixou a Prefeitura com mais de 80% de aprovação da sua gestão e é o quadro mais experiente para assumir a cidade pelos próximos quatro anos. Recife vive uma semana decisiva para a construção desta que, sem dúvida, será a melhor opção para governá-la pelos próximos quatro anos.

    Esse processo de construção de unidade política vem sendo tocado pelo presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro, que tem amplo respaldo no PT nacional, como já disse o nosso presidente Rui Falcão e como referendou o ex-Presidente Lula. Ambos receberam o ex-prefeito na semana passada e chancelaram o seu nome para essa disputa. Disseram eles: "nossas alianças serão com quem não traiu [...] o povo brasileiro".

    No Recife, a nossa luta também é para reunir, ao nosso lado, todos os partidos aliados, inclusive esses demais candidatos do campo progressista. Se não for possível no primeiro turno, estaremos juntos no segundo. Cremos que, se houver esse momento, o apoio deles será essencial para que nós vençamos a disputa final.

    A candidatura de João Paulo também vem sendo construída junto com os recifenses, que conhecem a sua capacidade, a sua liderança e o seu amor a nossa cidade.

    Em seus dois governos, o grande elenco de ações voltadas para a população, até hoje, não encontra precedentes em outra administração. Vários de seus programas foram depois adotados nacionalmente pelos governos do ex-Presidente Lula e da Presidenta Dilma, como é o caso do Samu, das academias das cidades transformadas em academias da saúde, que tive a honra de criar como Secretário de Saúde daquela cidade.

    As comunidades e as faixas mais carentes da população de Recifes se lembram dos governos de João Paulo, dos governos do PT, do governo João da Costa. Tinha João Paulo, como mote do seu governo, que a grande obra é cuidar das pessoas, não apenas um slogan, mas um conceito que norteava a sua gestão. E lembram-se, com saudade, sobretudo diante do vazio administrativo e político que caracteriza a atual administração municipal. O PT do Recife, junto com seus aliados, vai lutar para manter o legado de João Paulo e do PT e resgatar um governo exitoso e amplamente aprovado em todas as pesquisas feitas na época. Teremos o melhor candidato e não temos dúvida disso. Dos nomes colocados, João Paulo é o que mais agrega em termos de confiança e de experiência. Sua história é sobejamente conhecida em Recife e em Pernambuco. Já exerceu também mandatos de Deputado estadual e Deputado Federal, duas vezes Presidente da Frente Nacional dos Prefeitos e, como gestor municipal, já comprovou do que é capaz e do muito que pode fazer.

    Um contraponto à inércia e à falta de norte que hoje vagueiam pelo Palácio do Capibaribe. Eleger João Paulo para prefeito será também resgatar o sentimento de rebeldia e de coragem política que sempre caracterizou o eleitor de Recife, um eleitor que não aceita - e vai mostrar isto nas urnas - traições e golpes aos ideais democráticos. Um Estado que deu à Dilma a vitória que ela teve em 2014 não vai perdoar os que se prestaram ao triste papel de Judas da vontade majoritária.

    Mas, por fim, Srª Presidenta, quero aqui informar que, na próxima sexta, Recife viverá um dia muito especial, pois receberá Dilma Rousseff e, ao lado dela, estarão João Paulo, João da Costa e tantas outras lideranças do nosso Partido.

    Ao contrário do Presidente interino e golpista Michel Temer, que teve que desmarcar a sua visita a Recife com medo do povo e do que iria ouvir se saísse às ruas, a Presidenta vai receber o apoio e o abraço desse mesmo povo que nela votou em massa e que não aceita o golpe que nela está sendo dado. Dilma vai ouvir dos recifenses que a nossa cidade não aceita a traição e a covardia de que ela está sendo vítima.

    Esse levante popular que acontece em todo o País ganhará corpo no Recife, hoje governado por forças que aderiram claramente a esse golpe e, aliás, integram o governo interino. Esse ato mostrará também que haverá, sim, uma nacionalização de todas as disputas políticas e eleitorais locais que acontecerão em outubro próximo.

    A candidatura de João Paulo para prefeito do Recife tem o apoio de Dilma, de Lula e terá ao seu lado o PT unido e - temos plena confiança - as forças progressistas do nosso Estado. A sua eleição será a volta da capacidade administrativa de um gestor que entende da cidade e é compreendido por ela. Mas, ao mesmo tempo, será o retorno de um político lutador, de uma história construída sempre ao lado das forças progressistas e contra o atraso e o conservadorismo. No momento que vivemos, a eleição de João Paulo será também uma resposta do recifense à mentira, à traição, ao golpe e um sonoro "sim" à democracia;

    Obrigado pela tolerância, Srª Presidenta.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/06/2016 - Página 11