Discurso durante a Sessão Solene, no Congresso Nacional

Sessão solene destinada a comemorar os 100 anos do Dia das Mães no Brasil.

Autor
Telmário Mota (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Telmário Mota de Oliveira
Casa
Congresso Nacional
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Sessão solene destinada a comemorar os 100 anos do Dia das Mães no Brasil.
Publicação
Publicação no DCN de 10/05/2018 - Página 17
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • SESSÃO SOLENE, CELEBRAÇÃO, CENTENARIO, DIA NACIONAL, HOMENAGEM, MÃE, COMENTARIO, ATUAÇÃO, MULHER.

     O SR. TELMÁRIO MOTA (Bloco/PTB-RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Deputado JHC, é uma honra ter V.Exa. na direção dos trabalhos! E V.Exa. já pode ir treinando, porque a Senadora Ana Amélia, naturalmente, vai subsidiar V.Exa. (Risos.)

      V.Exa. não poderia estar ladeado de pessoa melhor. Eu sempre digo que a Senadora Ana Amélia é dessas que dignifica esta Casa, num momento em que a política está tão desgastada, Deputado Vitor Lippi, e nós sentimos isso em todos os cantos. A Senadora Ana Amélia estabeleceu um modelo dentro desta Casa, o modelo da coerência. S.Exa. é uma pessoa extremamente coerente em tudo, na forma como trabalha, como encara as coisas. Sem nenhuma dúvida, é a defensora número um de políticas públicas corretas. E o Rio Grande do Sul sempre colabora, colocando nesta Casa pessoas que enobrecem, ainda, a política brasileira. A política brasileira tem que ser resgatada neste ano!

      Sr. Presidente, na pessoa de V.Exa. e do Deputado Vitor Lippi, quero saudar todos que compõem a Mesa, todos que estão no plenário.

      Digo que convoquei audiência pública para hoje, que neste momento trata da reforma agrária, assunto que muito me diz respeito. Contudo, quando eu soube que estava havendo sessão solene e que esta dizia respeito à mãe, pensei: “Eu não posso deixar de estar ali”.

      Digo isso porque fui criado sem pai, fui criado pela minha mãe. Minha mãe era empregada doméstica; meu pai, vaqueiro. Vivi com ela em uma comunidade indígena até os 9 anos de idade, na escuridão do analfabetismo. Na época, era muito difícil estudar, no interior de Roraima. Não havia colégio. Então, ela me deu para um fazendeiro rico, que prometeu os meus estudos. Eu tinha 9 anos de idade.

      Quando completei 11 anos, ela andou trezentos e poucos quilômetros a cavalo para me buscar, porque soube que eu não estava estudando. Realmente, eu não estava.

      No dia em que ela chegou lá, eu estava chegando do campo. Nem desci, e ela já me mandou montar na garupa, e viemos embora. Ela disse: “Agora nós vamos para a cidade”. Eu falei: “Como? Eu não sei ler, não estudo, não sei nada, e a senhora também não sabe”. Ela disse: “Mas eu sei trabalhar, sei cozinhar, sei passar. Meu filho, o que o homem não pode perder é a sua dignidade, o seu caráter. Ser pobre não é defeito, mas fazer coisas erradas é defeito. Então, você vai ter sempre a sua cabeça erguida. Vamos trabalhar, vamos vencer. Vamos para a cidade”.

      Por isso, eu não poderia deixar de dizer: Ana Cabral de Oliveira, muito obrigado! Você foi tudo na minha vida! Você foi mais do que mãe, mais do que pai. Só me ensinou os bons caminhos e as boas maneiras. Se eu errei na vida foi porque não ouvi todos os seus conselhos. Mas no céu a senhora está, com certeza, cuidando não só dos seus familiares, mas do povo brasileiro.

      Em nome de minha mãe, Ana Cabral, quero saudar todas as mães do Brasil!

      Muito obrigado. (Palmas.)


Este texto não substitui o publicado no DCN de 10/05/2018 - Página 17