Fala da Presidência durante a 113ª Sessão Especial, no Senado Federal

Abertura da Sessão Especial destinada a comemorar os 110 anos do início da imigração japonesa no Brasil.

Autor
Hélio José (PROS - Partido Republicano da Ordem Social/DF)
Nome completo: Hélio José da Silva Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM:
  • Abertura da Sessão Especial destinada a comemorar os 110 anos do início da imigração japonesa no Brasil.
Publicação
Publicação no DSF de 28/08/2018 - Página 6
Assunto
Outros > HOMENAGEM
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, INICIO, IMIGRAÇÃO, ORIGEM, PAIS ESTRANGEIRO, JAPÃO, DESTINO, BRASIL.

    O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PROS - DF) – Declaro aberta a sessão.

    Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.

    A presente sessão especial destina-se a comemorar os 110 anos do início da imigração japonesa no Brasil, nos termos do Requerimento nº 384, de 2018, do Senador Hélio José e outros Senadores.

    Meus cumprimentos e meus agradecimentos, em nome do Senado brasileiro, a todos que aqui comparecem a esta importante sessão solene, em comemoração aos 110 anos do início da imigração japonesa.

    Tenho a honra de convidar para compor a Mesa, em primeiro lugar, meu amigo, meu professor, meu companheiro de longas jornadas, da luta do Brasil e Japão, Representante Chefe do escritório da Agência de Cooperação Internacional do Japão no Brasil.

    Eu quero é o Sato. Onde está o meu amigo Sato aqui? Professor, como é o primeiro nome do senhor? (Pausa.)

    Aqui, o nosso monge aqui, eu quero convidar o meu monge aqui, para vir aqui para a Mesa.

    Qual o telefone do meu amigo? Ademar Sato.

    Convido para compor a Mesa meu ilustre amigo, que tanto representa bem a comunidade do Japão no Brasil, com o seu trabalho ali no Templo Brasil-Japão, meu amigo Ademar Sato, do meu lado aqui. (Palmas.)

     Abençoe-nos nesta sessão tão importante, meu monge querido. Meu professor, professor da minha esposa, um democrata, uma pessoa que bem representa toda a comunidade japonesa no Brasil e que é uma pessoa que nós respeitamos muito.

    Em seguida, quero convidar o nosso querido representante do Embaixador do Japão no Brasil, Ministro Osamu Yamanaka, por favor, com muita satisfação. (Palmas.)

    Quero convidar também o Diretor-Geral do Instituto Rio Branco, Embaixador José Estanislau do Amaral Souza Neto, por favor. Está presente? Não está? (Pausa.)

    Então, já aproveito e convido imediatamente o nosso representante do Ministro das Relações Exteriores, o Sr. Embaixador Eduardo Paes Saboia, nosso novo Embaixador já sabatinado e aprovado no Congresso, Brasil-Japão. (Palmas.)

    O Representante Chefe do escritório da Agência de Cooperação Internacional do Japão no Brasil, Sr. Akio Saito. (Palmas.)

    Dando sequência, chamo para compor a Mesa também o nosso Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil, Sr. Aiichiro Matsunaga. Está presente? Não? (Pausa.)

    Então, convido também o Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Dr. Eiiti Sato. Está presente? (Pausa.)

    Convido o nosso nobre Deputado... Aqui a nossa Keiko não está – não é? –, a Keiko Ota. Então, o nosso nobre Deputado Vitor Lippi, do Estado de São Paulo, para compor esta Mesa aqui inicial. (Palmas.)

    O Presidente da Federação das Associações Nipo-Brasileiras do Centro Oeste, meu nobre Sr. Hermínio Hideo Suguino. (Palmas.)

    Convido a Srª Angela Hirata, ex-Presidente da Japan House, São Paulo. Está presente? (Pausa.)

    Convido a fundadora e Presidente da rede Blue Tree Hotels, Srª Chieko Aoki. Está presente? Não? (Pausa.)

    Convido o Professor do Departamento de Direito Internacional da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Dr. Masato Ninomiya. Está presente? Não? (Pausa.)

    Então, quero convidar o Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Sr. Eiiti Sato. Está presente? Não? (Pausa.)

    Já foi aqui o meu monge querido. Não tinha achado aquela hora. Assessor do Secretário-Geral... Não. Já foi. Assessor da Embaixada do Japão.

    O.k. Vamos começar nossa solenidade.

    Quero cumprimentar todos os presentes, cumprimentando o Embaixador dos Estados Unidos Mexicanos, Sr. Salvador Arriola. Meus cumprimentos.

    Quero cumprimentar o Professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, Sr. Eiiti Sato. Presente? Não? (Pausa.)

    Quero cumprimentar o Sato, que está aqui do meu lado.

    Quero cumprimentar a Assessora da Secretaria-Geral do Ministério das Relações Exteriores, Srª Cecilia Kiku Ishitani. Está presente? (Pausa.)

    Meus cumprimentos. Eu queria que a senhora, representando nossas mulheres, compusesse esta Mesa conosco, por favor. Meus cumprimentos à senhora. Tenha a gentileza, venha compor a Mesa conosco. (Palmas.)

    As nobres mulheres nipo-brasileiras representadas aqui pela senhora.

    Quero cumprimentar também... Onde eu parei aqui? Está aqui. A Assessora da Embaixada do Japão, Srª Sueli Takako Aoto. Obrigado pela presença.

    Cumprimento também o Chefe do Setor de Assuntos Políticos da Embaixada do Japão, Sr. Kazuu Wakaeda. Presente? (Pausa.)

    Obrigado, Sr. Kazuu. Obrigado.

    Cumprimento o Assessor de Assuntos Políticos da Embaixada do Japão, Sr. Roberto Jimmy Hideki Yamamura. Meus cumprimentos.

    Cumprimento o Chefe da Divisão do Japão e da Península Coreana do Ministério das Relações Exteriores, Sr. Maurício Candeloro. Muito obrigado.

    Cumprimento a Assessora do Chefe da Divisão do Japão e da Península Coreana do Ministério das Relações Exteriores, Srª Helena Hoppen Melchionna. Pronuncia-se Hoppen Melchionna. Presente? (Pausa.)

    Obrigado.

    Cumprimento o representante sênior da Agência de Cooperação Internacional do Japão, Sr. Atsunori Kadoya.

    Presente? (Pausa.)

    Muito obrigado.

    O Administrador do Riacho Fundo do Distrito Federal, o Sr. Heitor Kanegae. O Heitor está por aqui? (Pausa.)

    Meu abraço e meus cumprimentos, Heitor. Você nos orgulha, a comunidade nipônica de Brasília, Brasil, se orgulha de você, que é um excelente administrador. Muito obrigado aqui pela presença, Heitor Kanegae.

    Cumprimento o Presidente da Associação Nikkey do Brasil, Sr. Waldemar Hiroshi Umeda. Muito obrigado. Você colaborou muito para fazermos esta audiência pública. Meus agradecimentos a você e a todos do Clube Nipo-Brasileiro. Muito obrigado, Umeda.

    Demais representantes do corpo diplomático, meus cumprimentos a todos.

    Alunos do Instituto Rio Branco, meus cumprimentos a todos vocês. Se vocês quiserem, há cadeiras vazias aqui embaixo.

    Eu quero cumprimentar todas as senhoras e os senhores que estão aqui presentes.

    Eu convido a todos para, em posição de respeito, acompanharmos o Hino Nacional brasileiro.

(Procede-se à execução do Hino Nacional.) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PROS - DF) – Eu quero cumprimentar todos antes da minha fala. Cumprimento minha esposa, que está ali, Edy Gonçalves, está aqui no Plenário, também aluna do nosso mestre, do nosso Monge querido Ademar Sato, coordenador do nosso Templo Budista no Distrito Federal, uma pessoa respeitadíssima por todos nós, com quem temos a honra muito grande de contar. O nosso Umeda é um dos parceiros principais na nossa parceria Brasil-Japão aqui em Brasília.

    Sato, você é muito importante na nossa vida, porque você nos ensinou bons princípios. Se eu sou um Senador da República hoje, devo muito também a seus ensinamentos e à sua sempre clareza de posição para o bem-estar da população e do nosso povo. Muito obrigado a você pela sua existência e por estar aqui no Brasil, em Brasília, nos ajudando sempre com a sua iluminação. Está bom?

    Eu gostaria de fazer meu pronunciamento.

    Onde está meu pronunciamento, meu pessoal, por favor? Meu pronunciamento está onde? (Pausa.)

    Iara, minha assessora querida, onde você está? (Pausa.)

    Enquanto meu pronunciamento chega aqui, eu quero dizer que, como Senador da República do Distrito Federal, uma cidade onde temos uma comunidade japonesa pujante, muito grande, atuante principalmente na nossa zona rural, produzindo as nossas hortaliças, as nossas frutas e também com uma vocação comercial muito grande, é com muita honra, mesmo com o Senado praticamente paralisado, com o Congresso paralisado, porque todo mundo está nas suas campanhas eleitorais, que nós estamos aqui. Fiz questão de aprovar esta sessão especial, porque o Japão é um parceiro de primeira linha do Brasil, de primeira linha de Brasília. O Umeda, que representa bem o Clube Nipônico aqui em Brasília, o meu amigo Ademar Sato, professor e monge, que representa bem a relação de amizade Brasília-Japão, a Embaixada japonesa, todos que estão aqui, a relação nossa é muito profícua.

    Meu nobre Heitor Kanegae, que é um administrador desta cidade, que tão bem trabalha a amizade, a harmonia, e é exatamente por isso – não é, meu nobre Deputado Lippi? – que nós fazemos questão de trabalhar, no Grupo de Amizade Brasil-Japão, a melhor relação possível. E essa relação não poderia passar em branco aqui no Senado Federal, especialmente numa data tão importante como esta em que se comemoram os 110 anos de início da imigração japonesa para o Brasil, uma questão tão importante. (Pausa.)

    Antes de começarmos os nossos trabalhos propriamente ditos, eu gostaria de informar aos presentes que o áudio que nós vamos ouvir em seguida é um resumo de uma reportagem especial produzida pela Rádio Senado no ano de 2008, quando da comemoração dos 100 anos da migração japonesa para o Brasil.

    Naquela oportunidade, em 2008, foram entrevistados descendentes de imigrantes e autoridades, Senadores e personalidades, que marcaram a história da cultura nipônica em solo brasileiro. Assim, peço a todos vocês atenção para o áudio que exibiremos agora.

    Por favor, podem exibir o áudio.

(Procede-se à execução de áudio.)

    O SR. PRESIDENTE (Hélio José. Bloco Maioria/PROS - DF) – Pessoal, como todos podem perceber, não é de hoje que o Senado Federal da República tem, pela cultura nipo-brasileira, profunda admiração, e não o faz sem razão. Esse áudio, esse filmete – ao qual eu quero agradecer a produção da TV Senado e da Comunicação do Senado – retrata bem algumas ações que unem os nossos povos no dia a dia. Está intrínseco na nossa cultura.

    Quando apresentei a esta Casa o Requerimento nº 384, de 2018, solicitando que fosse promovida uma sessão especial em comemoração aos 110 anos do início da imigração japonesa para o Brasil, tinha em mente a imagem viva dos 781 labradores, que, embarcados no Porto de Kobe, e depois de 52 dias a bordo do Navio Kasato Maru, chegaram ao Porto de Santos no dia 18 de junho de 1908.

    Como nós temos um lugar na mesa, permitam-me fazer mais uma homenagem antes de continuar o meu discurso.

    Umeda, dê-me a honra de sentar à mesa comigo, porque você representa bem o povo de Brasília japonês, aqui da relação. Por favor, dê-me a honra.

    Meu amigo Waldemar Umeda, que muito representa toda a população brasiliense japonesa, aqui na mesa comigo. (Palmas.)

    A princípio, os imigrantes japoneses vieram para ajudar na cafeicultura, mas aqui adaptaram a técnica de produção de alimentos por meio da hidroponia e da plasticultura. Aclimataram ao solo brasileiro o cultivo da maçã fuji, da mexerica poncã e do morango, que estão hoje na mesa de todos os brasileiros. Além disso, eles nos trouxeram o caqui doce, a cereja e nos ensinaram o uso do bambu e da técnica do bonsai, importantes atividades da cultura japonesa que foram introduzidas em nosso País.

    Ensinaram-nos o caratê, o jiu-jítsu e o judô. Trouxeram a gastronomia: o sushi, o sashimi, o yakisoba, o tempura, o chá. E se destacaram nas artes: na pintura de Tikashi Fukushima e de Manabu Mabe; na escultura de Tomie Ohtake; no cinema de Tizuka Yamazaki, apenas para citar alguns expoentes dessa extraordinária fusão nipo-brasileira. Quem não se emocionou com as cenas de Gaijin, com os japoneses pegando café, que é um filme exatamente de Tizuka Yamazaki. Há até quem diga que foram os japoneses que nos ensinaram a andar de chinelos de dedo, as chinelas Havaianas.

    O fato é que o Brasil aprendeu muito e se beneficiou imensamente com a imigração japonesa. Temos hoje quase 1,5 milhão de nipodescendentes. A maior comunidade nikkei do mundo está no nosso Brasil.

    E os vínculos se fortaleceram com o tempo. As empresas japonesas participaram ativamente da industrialização brasileira, nas décadas de 60 e 70. A Usiminas, um dos maiores complexos siderúrgicos da América Latina, é resultado do Acordo Lanari-Horikoshi, assinado em 1957 entre os governos brasileiro e japonês.

    O sistema nipo-brasileiro de TV digital é outro exemplo da parceria tecnológica entre nossos países. São inúmeros os projetos conjuntos de cooperação na área de biotecnologia, na área de geologia, na área de robótica, na área de nanotecnologia, na área de tecnologia aeroespacial.

    O Japão é um parceiro de primeira linha. Eu tive a honra de visitar, por 12 dias, no Grupo Amizade Brasil-Japão, o Japão e de estar lá com o filho do príncipe herdeiro do Japão, de estar em Hiroshima, em Nagasaki, de andar por Tóquio, de passar por todas as regiões em trem-bala, pelo Vale do Silício. O Japão é um exemplo a ser seguido. Tive a honra de conhecer a florada das cerejeiras, que tão bonito é e que tão bem representa a beleza japonesa, de conhecer o Templo Dourado e de saber o tanto que o povo japonês nos recebe bem, os brasileiros, e o tanto que a nossa relação cada vez é mais harmônica.

    Daí o meu grande interesse em fazer esta sessão especial e homenagear, como Senador da República, essa relação tão importante, em homenagear nossos milhares de descendentes de japoneses que moram aqui, na nossa Brasília, não é, Umeda, e que têm tanto nos ajudado.

    Em 2014, o Japão possuía o sexto maior estoque de investimentos externos diretos no Brasil – quase US$27 bilhões. Em 2011, o fluxo anual de investimentos chegou a mais de US$7 bilhões.

    Como, pois, não celebrar a imigração japonesa? É claro que temos de celebrar. Como deixar de reforçar esses vínculos que persistem há mais de um século? É óbvio que temos de reforçar. Como não comemorar o pacto centenário de amizade entre o Brasil e o Japão? É lógico que temos de, cada vez mais, reforçar a nossa relação e comemorar esse pacto.

    E não podemos nos esquecer de que os que aqui recebemos também nos receberam mais tarde, no final dos anos 80, quando a direção do fluxo migratório se inverteu. Foram brasileiros que saíram do Brasil e foram para o Japão a partir de 1980. Era a vez de o Brasil enfrentar uma grave crise econômica que estimulava a diáspora de brasileiros pelo mundo afora. Nesse movimento, quase 300 mil brasileiros, descendentes de japoneses, decidiram voltar à terra dos antepassados. Estima-se que mais de 150 mil brasileiros ainda vivam no Japão. É uma relação muito importante.

    Por tudo isso, receba a comunidade nipo-descendente, nestes 110 anos de imigração japonesa, o meu cumprimento, a minha saudação em nome do Senado brasileiro.

    Não fosse a vinda dos japoneses, o Brasil seria hoje, sem dúvida, um país menos plural, um país menos rico, um país com menos diversidade. O Brasil seria menos Brasil, porque nada nos define melhor do que a nossa diversidade, principalmente com a colaboração dos nossos amigos japoneses.

    Celebremos, pois, a coragem dos primeiros imigrantes japoneses que souberam reconhecer, neste País, sua nova pátria e souberam superar as primeiras décadas de sofrimento e opressão de um mundo diferente e bruto. E cumprimentamos todos os brasileiros que souberam não apenas recebê-los, mas também fazer deles novos e queridos irmãos. Aos nossos patrícios, moradores de São Paulo e do Paraná, dois Estados muito habitados pela colônia japonesa, nossos agradecimentos.

    São essas as minhas palavras de saudação. Obrigado a todos pela presença.

    Passo agora a palavra, em ordem, primeiro, ao meu orientador espiritual, uma pessoa que eu respeito demais, uma pessoa que colaborou muito com a minha formação, meu nobre Prof. Ademar Sato, Coordenador do Templo Budista no Distrito Federal.

    O senhor pode fazer uso da palavra tanto aqui como no púlpito. Fique à vontade. O senhor tem até dez minutos para fazer seu pronunciamento, iluminando-nos com sua bênção, com sua bondade e demonstrando o tanto que o Japão é parceiro do Brasil.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/08/2018 - Página 6