Discurso durante a 118ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre os resultados das eleições de 2018 no Distrito Federal.

Críticas ao candidato à Presidência da República Jair Messias Bolsonaro.

Autor
Hélio José (PROS - Partido Republicano da Ordem Social/DF)
Nome completo: Hélio José da Silva Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Comentários sobre os resultados das eleições de 2018 no Distrito Federal.
ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS:
  • Críticas ao candidato à Presidência da República Jair Messias Bolsonaro.
Publicação
Publicação no DSF de 10/10/2018 - Página 44
Assunto
Outros > ELEIÇÕES E PARTIDOS POLITICOS
Indexação
  • AGRADECIMENTO, ELEITOR, ORADOR, CANDIDATO, DEPUTADO FEDERAL, DISTRITO FEDERAL (DF), CRITICA, CANDIDATO ELEITO, REU, PROCESSO, CORRUPÇÃO.
  • CRITICA, JAIR MESSIAS BOLSONARO, CANDIDATO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, SOLICITAÇÃO, APOIO, CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB), CONSELHO NACIONAL, PASTOR.

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF. Pronuncia o seguinte discurso.) – Meu nobre Senador Paulo Paim, muito me honra ser presidido por V. Exa., uma pessoa que conheço ao longo dos anos, desde a primeira Bancada parlamentar do PT nesta Casa, quando V. Exa. veio com aquele conjunto e demonstrou um jeito diferente de fazer política, um jeito sem facções, um jeito de unir contrários, de priorizar o debate. Então, honra-me falar aqui, neste momento, com a Presidência de V. Exa., pelo trabalho extraordinário que V. Exa. tem feito nesta Casa ao longo dos tempos, tanto lá no tapete verde quanto aqui no tapete azul. São 32 anos de mandato. Agora nós brasileiros temos o presente de mais oito anos de mandato. Serão 48 anos de mandato do nobre Senador Paulo Paim. Graças a Deus, o Brasil tem esse presente. Quero desejar todo o sucesso do mundo a V. Exa. Que V. Exa. continue nos representando, representando o povo brasileiro, representando as pessoas de bem deste País para poder discutir a verdade, discutir a luz, para tirar o Brasil do mau caminho e fazer leis corretas, posições corretas, longe da corrupção, longe da malandragem, longe da boquinha, longe daqueles que querem levar vantagem em tudo, longe daqueles que representam o atraso e o fascismo com que o nosso País está tão próximo de se encontrar. Então, meus cumprimentos a V. Exa.

    Eu quero cumprimentar todos os brasileiros e brasileiras que nos ouvem pela Rádio e TV Senado, cumprimentar esta Casa, cumprimentar as nobres Senadoras e Senadores presentes no Plenário e dizer que vivemos um momento inusitado no nosso País, nobre Senador Paulo Paim. Estamos às vésperas de uma eleição plebiscitária. Daqui a 18 dias vamos definir o Brasil que queremos. Vamos definir rumos.

    Mas antes de entrar nessa questão, quero rapidamente falar um pouquinho e agradecer muito a todos que nos ouvem pelos 16.529 votos que eu obtive nas eleições para Deputado Federal do Distrito Federal. Cada voto conquistado com honestidade, conquistado com trabalho, conquistado sem corrupção, sem comprar as pessoas e sem comprar mentes. Cada voto conquistado com muito suor e muito esforço.

    Por isso eu quero agradecer a cada mãe, a cada pai, a cada jovem, a cada pessoa que foi às urnas depositar esses 16.529 votos. Quero agradecer a todos que acompanharam e acompanham o dia a dia do meu mandato e dizer que esses 16.529 votos serão muito bem honrados nestes três meses, quase quatro meses que nos restam de mandato nesta Casa e pelos meus três anos e seis meses em que aqui estive, sempre procurando trabalhar com retidão, com ética, com moral e esforço. Quero agradecer a cada um e a cada uma.

    Não há culpado no resultado e nem no jogo político, há simplesmente um resultado. Eu não tenho dúvida de que procurei fazer o melhor, procurei fazer o melhor de mim, o que estivesse dentro das minhas forças, minha nobre Senadora Regina Sousa, que tivesse condição de falar para o nosso povo que vale a pena trabalhar honestamente, que vale a pena fazer as coisas de forma correta, que valeu a pena votar aqui contra a reforma trabalhista, que valeu a pena ter seus espaços cortados, mas manter a dignidade de votar em prol do povo, em prol do contribuinte, em prol das pessoas que fazem um Brasil diferente, e não me envolver com as corrupções.

    O povo de Brasília preferiu optar por alguns representantes não com esse compromisso, mas simplesmente compromissados com o dinheiro do que paga mais. É só pegar a bancada eleita em Brasília e vai verificar quão conservadora é e o que representa, em que a boquinha era clara nas compras de votos, Senador Paulo Paim, abertamente feitas durante todo o processo. Pessoas que inclusive viviam o tempo inteiro nos Estados Unidos e há quatro meses vieram para cá; pessoas cujo marido tem quase 50 processos de corrupção na Lava Jato e que compraram um mandato de Deputada Federal em Brasília. Outra pessoa que Brasília nunca viu, que segundo as informações, dá calote na praça em todos os lugares por onde passou, foi para Miami mexer com redes sociais, veio aqui a Brasília com dinheiro, conseguido não sei como, e comprou um mandato; uma pessoa totalmente desconhecida para o Distrito Federal. Uma pessoa que não habita o dia a dia da cidade, porque está lá nas redes sociais defendendo o demônio, o fascista, o anti-Brasil do Bolsonaro, e que ganhou uma vaga de Deputado Federal. Está certo? Uma pessoa que a gente nunca viu, ninguém nunca viu, só porque estava nas redes sociais. Nunca fez um prego numa barra de sabão para o povo do Distrito Federal, para nenhum servidor público, e comprou e ganhou um mandato de Deputado Federal. Uma pessoa comprovadamente dos meios da corrupção, que teve um marido Governador cassado, preso por causa da questão da Lava Jato e da Pandora, comprou um mandato de Deputada Federal em Brasília.

    Se na capital do Brasil tiveram condições de deixar uma pessoa honesta, íntegra, que relatou a CPI da Previdência, que votou contra a reforma trabalhista, que fez a Lei da Regularização Fundiária, que fez todas as ações em prol do povo, de fora para escolher esse bando que escolheram para cá, desculpem-me, mas alguma coisa tem que estar errada na política nacional.

    Pessoas envolvidas na Câmara Legislativa com todo o tipo de escândalo com relação à Operação Drácon, já duas vezes condenadas na Justiça, dois desse grupo ganharam mandato de Deputado Federal.

    Então, esse foi o time dos oito Deputados Federais, do qual eu fui preterido porque trabalhei honestamente e não comprei voto, que Brasília elegeu. Repetindo rapidamente: a esposa do chefe da operação, que renunciou ao mandato de Senador e foi cassado por corrupção, é a mais votada de Brasília. Essa é a mais votada de Brasília.

    A outra, uma pessoa que morava nos Estados Unidos até esses dias, fez uma campanha – não bilionária, trilionária no Distrito Federal para comprar as pessoas –, e comprou um mandato de Deputada Federal em Brasília.

    A outra, uma desconhecida, só porque ligada a essa questão dessa loucura, dessa paranoia fascista das pessoas que acham que se devem distribuir armas para as pessoas, das pessoas que acham que deve haver racismo contra negros, contra pessoas deficientes, contra pessoas que têm a liberdade de escolha sexual... Por causa dessa pessoa que divulgava que o racismo merece ter guarida, ganhou o mandato.

    O outro, como eu falei, morava em Miami até esses dias e usava a rede social para fazer chacota e criticar o Brasil o tempo inteiro e as pessoas do Brasil. Segundo as más línguas, não sei se isso é verdade ou não, pôs um monte de calote numa cidade chamada Águas Claras, foi daqui fugido para os Estados Unidos e ganhou o mandato de Deputado Federal aqui no Distrito Federal.

    Dois da Operação Drácon, condenados no STJ – dois, uma e um cabra –, ganharam mandato de Deputado Federal.

    E o nobre Senador que relatou a CPI da Previdência, o nobre Senador ético, íntegro e correto, que divulgou para Brasília inteira as coisas corretas, que nunca se negou por um instante a encaminhar nada para o servidor público nesta Casa, que nunca se negou por um instante a encaminhar nada que fosse contra o trabalhador nesta Casa, que trabalhou incessantemente, recebeu 16.529 votos, porque não comprei voto, não trabalhei com fascismo e jamais trabalharia.

    Esse foi o time que Brasília escolheu para representá-la.

    É lamentável. Dos oito, eu falo para vocês, há um de quem não posso falar nada. Acho que foi muito meritório. É o caso do Professor Israel, um candidato eleito do PV, da Base do Rollemberg. Eu falava: "Israel, você é da Base do Rollemberg, o Rollemberg fez muito pouco para Brasília". Mas é uma pessoa séria, honesta, que acho que foi uma boa escolha da população de Brasília. Acho que, dos oito, o Professor Israel, salvo engano algum outro, é o único que terá condição de dar uma voz. Além da Erika, que foi reeleita corretamente. Não tem problema nenhum. A Erika é uma ótima Parlamentar. Então, esses dois são a única mancha de bom senso que Brasília trouxe para a Câmara Federal, lamentavelmente.

    Aqui nesta Casa, sai eu, sai o Cristovam, e entram dois novos Senadores. Não quero nem falar nada sobre os dois novos Senadores porque é antiético. Já que sou Senador, não quero comentar sobre os dois novos Senadores. Quero desejar somente sucesso a eles. E também que esses seis do campo, que eu coloquei aqui, e os dois do outro campo, possam fazer também bom mandato na Câmara Federal.

    E não estou falando aqui com nenhuma mágoa, não estou falando aqui com nenhuma indelicadeza, não. Estou somente recordando; recordar é viver. Eu já me sinto gratificado por Deus ter me colocado no mandato de Senador da República, meu nobre Presidente, por ter me dado a oportunidade de conviver com os 81 Senadores aqui de forma cordial, fraterna, construtiva, e por ter feito com que eu e o senhor pudéssemos fazer a maior derrota dos banqueiros, dos empresários, da Rede Globo e de todos os fascistas deste País, que foi a derrota que impusemos a eles com relação à reforma da previdência. Então, Deus nos deu essa oportunidade. Só por isso, para mim, já valeu a pena ter sido Senador da República: só de nós podermos ter dado aquela derrota na Comissão de Assuntos Sociais com relação à reforma trabalhista, de ter apoiado e aprovado o anteprojeto de V. Exa., o contraditório com relação à reforma trabalhista, já valeu a pena.

    Só de eu ter construído e aprovado a Lei 13.465, que é a Lei da Regularização Fundiária, que resolve o problema de 1,5 milhão de habitantes de Brasília que vivem sem escritura, que vivem na sarjeta, que vivem perseguidos, sem seus direitos preservados, só isso já valeu a pena. Só de a gente provar que um servidor público pode assumir o mais alto cargo do Legislativo brasileiro, que é ser Senador da República, e não precisar se prostituir, se vender, não precisar fazer negócio com cargo público, já valeu a pena. Está certo?

    Então, quer dizer, a esses 16.529 abnegados eleitores que foram às urnas e depositaram votos para mim, eu quero agradecer-lhes profundamente.

    Quero dizer, nobre Senador Paulo Paim, que tudo que eu faço faço de corpo, alma e coração, com alegria, entusiasmo e determinação, faço completo e por inteiro, porque eu não preciso ficar me escondendo atrás da pilastra da corrupção nem da malandragem. Graças ao meu bom Deus, eu tive inteligência e cérebro para passar em cinco concursos públicos de ponta neste País. E todos os lugares onde trabalhei neste País foi por concurso público, nenhum deles foi por favores ou por outras situações não republicanas. Então, eu tenho muito orgulho disso, de dizer que não preciso me envolver com as coisas erradas.

    Assim, nobre Senador Paulo Paim, foi a nossa campanha. Apresentamos o trabalho que realizamos, nossas ideias e compromissos. Se o povo não compreendeu não foi por falta de campanha.

    Cada momento que vivi e cada apoio que recebi está gravado na minha mente. Obrigado a você que caminhou ao meu lado e compartilhou do mesmo sonho. Sou eternamente grato, meu nobre eleitor que esteve na urna me valorizando. Valeu demais!

    A nossa responsabilidade de dever político nos chama para ajudar a eleger o Governador do Distrito Federal e o Presidente do Brasil. É necessário, nós não podemos nos acovardar nas nossas opiniões. Eu jamais vou me acovardar nas minhas opiniões, temos que ter fibra e luta.

    Como Senador, Senador Paulo Paim, vou cumprir o mandato com plenitude e muito trabalho. Nós temos ainda quatro meses de trabalho intenso nesta Casa e não vamos deixar, dia sobre dia, de trabalhar em prol do Brasil.

    Como cidadão e militante, continuarei firme na defesa do trabalhador, contra um possível retorno da reforma da previdência, a favor da regularização fundiária no Distrito Federal e por tudo que seja bom para o Distrito Federal.

    Estaremos juntos trabalhando para isso, para o Brasil e para a nossa gente, principalmente a gente humilde do Nordeste brasileiro, a quem eu quero abraçar, cumprimentar pela atitude corajosa de dizer um não ao racismo, um não ao fascismo, um não àqueles que pregam a antifamília, que pregam o anti-Brasil, um não ao bolsonarismo, um não à ignorância, um não ao porte de arma. Quero cumprimentar todos os nordestinos do Brasil, que votaram em massa, em sua maioria, pela racionalidade, por um Brasil da claridade e não por um Brasil das trevas em que poderemos viver a partir de 1º de janeiro.

    Eu não quero um Brasil do caos para a minha família, eu não quero um Brasil do caos para as pessoas que moram em nosso País; e espero que todos os brasileiros possam refletir nesses 18 dias que faltam.

    Que a CNBB entre na luta e não fique na covardia de não dizer para o Brasil o que vai ser o Brasil da intolerância, o que vai ser o Brasil do fascismo, o que vai ser o Brasil que persegue as pessoas, o que vai ser esse Brasil que pode entrar se a CNBB não fizer o papel dela.

    Eu quero cobrar da OAB que ela esclareça ao Brasil as questões do que pode ser o Brasil sem lei, com distribuição de armas para as pessoas assassinarem os outros e fazerem assaltos à mão armada durante o dia, porque é isso que vai ser com a questão do armamentismo para todo mundo.

    Eu quero que a ABI realmente ponha a mão na consciência sobre o seu papel para um Brasil democrático.

    E que a gente consiga fazer uma frente para a frente, para poder derrotar o mal e estabelecer pelo menos a tentativa do bem e a tentativa de um controle para o nosso País. Que os ignorantes, que a extrema direita e que o racismo não prevaleçam em nosso País.

    Então, eu quero rezar, quero torcer, com toda as fés, com todo meu trabalho, que cada brasileiro, cada brasileira, de cada recanto deste País, que o servidor público mal-agradecido, ingrato, um servidor público que não reconhece o trabalho que a gente faz para ele, Senador Paim... E eu sou servidor público concursado. Posso falar isso, porque o servidor público me abandonou – eu que nunca abandonei o servidor público nem um segundo nesta Casa nem vou abandonar –, à exceção aqui do Senado, onde a maioria absoluta dos servidores públicos tenho certeza de que me apoiou, a maioria. Muitos não apoiaram, mas a maioria me apoiou, tá certo?

    Então, quero dizer, nobre Senador Paulo Paim, que o Brasil pense na racionalidade. Está aí ao lado do senhor o nosso nobre Wellington Fagundes, um excelente Senador desta Casa, candidato a Governador de Mato Grosso, derrotado nas urnas, não derrotado nas suas propostas e na sua retidão, porque é um Senador correto e honesto. Mato Grosso escolheu que ele não fosse ainda o Governador do Mato Grosso, mas tenho certeza de que ele divulgou e fez seu trabalho, como eu fiz aqui no Distrito Federal. Se escolheram o caminho das trevas, é problema deles.

    Eu só espero que não seja por falta de a gente falar, que não seja por falta de a gente orientar, Senador Paulo Paim, nestes 18 dias, à exceção de sábados e domingos. Quero combinar com o senhor, em todos os 18 dias, de nós abrirmos o Plenário do Senado e falarmos para o Brasil inteiro, nas Comissões e aqui: não votem nesse fascista, para não se arrependerem depois! Não votem nesse fascista, para não ter o Brasil com barricadas na rua! Não votem nesse fascista do Bolsonaro, para que a gente não tenha um Brasil de guerra civil, para que a gente não tenha um Brasil explosivo!

    Quero deixar claro que temos de cobrar da CNBB, cobrar do Conselho Nacional de Pastores responsabilidade com a vida pública! É isso que nós temos de cobrar, porque não é possível que o Brasil escolha esse caminho das trevas, da escuridão, da destruição de arma, da desorientação, da falta de proposta para a geração de emprego, da falta de proposta para a economia. Não é possível que o Brasil vá optar por isso!

    Eu não quero dizer que Haddad é santo, porque Haddad não é santo. Haddad tem muito erro, como o PT tem muito erro, mas entre o mal e a tragédia é melhor ter o mal do que ter a tragédia! Entre o desastre para o Brasil e um governo que possa fazer alguma coisa, pelo menos que possamos ter condição de andar com os nossos filhos na rua; que tenhamos condição de ter um Brasil honesto. Eu prefiro acreditar que o Haddad pelo menos fará isso.

    Por isso, eu quero que todo o Brasil faça uma reflexão, analise o caminho que vai fazer. Que cada servidor público não atire no seu ouvido, seja ele municipal, estadual, seja ele federal, votando nesse fascista desse Bolsonaro, nesse antipovo desse Bolsonaro e vote no Haddad, porque o Haddad é a pessoa que pode representar a família, representar o ser humano, representar a normalidade, representar um Brasil diferente do Brasil da intolerância.

    Então, meus nobres e queridos ouvintes, eu sei que é muito difícil este momento, mas eu tenho a tranquilidade de encará-lo, nobre Senador Paulo Paim, porque é o momento em que a gente vem fazer uma reflexão. Reconheço os meus erros de acreditar nas pessoas, de acreditar no processo democrático, correto, que me trouxe essa derrota, porque, se eu tivesse talvez me utilizado de algumas outras coisas, mesmo republicanas, mas diferentes, talvez eu não tivesse esse dissabor de não ter sido eleito para Deputado Federal.

    Mas eu não vejo a política como um fim em si mesmo. Eu já me considero um vitorioso por tudo que a gente fez e ainda fará nesta Casa, nesses três meses e pouco que nos restam, pela oportunidade que teremos, nesses 18 dias que nos separam da eleição, para todo dia fazer um discurso orientativo aqui nesta Casa ou em cada Comissão, onde a gente vai pedir para o Brasil acordar, pedir para o Brasil dizer não a esse fascista, a esse cara antipovo, a esse cidadão racista chamado Bolsonaro e cair na racionalidade e apoiar o Haddad, apoiar a normalidade para o nosso País.

    Nós vamos fazer isso. Todos os dias vou usar esta tribuna aqui para falar. E não adianta me olhar de carinha feia, não. As pessoas que estão do lado do racismo e do fascismo depois vão ter o troco lá no ano que vem, se ele ganhar. Se ele ganhar, vocês vão ver as ruas repletas de gente reclamando e chorando o leite derramado.

    É a minha nobre Senadora Vanessa que está ali? É a Vanessa?

    Vanessa, meus cumprimentos a você. Sou testemunha do seu trabalho, como o meu, incessante em prol do povo brasileiro, incessante em prol da ética, da moral, da dignidade. Meus cumprimentos a você. Eu e você não fomos bem-sucedidos nas urnas, mas fomos bem-sucedidos no nosso trabalho, na nossa ética, na nossa moral, por não desviar dinheiro público nem fazer malandragem, porque nós não somos da "turma da boquinha".

    Eu estava concluindo meu discurso colocando...

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – ... que há dois projetos: o projeto da intolerância e do antipovo e o projeto do Brasil da normalidade. Então, eu espero que o povo escolha o projeto do Brasil da normalidade e não o projeto do racismo e do fascismo.

    Era isto, meu nobre Senador Wellington Fagundes. Meus agradecimentos.

    Nesta conclusão, eu só quero dizer o que eu faria na Câmara dos Deputados.

    Primeiro, continuaria defendendo a vida, a família, o meio ambiente e políticas públicas para a saúde, educação, segurança e transporte. Lamentavelmente, o povo não me deu essa oportunidade.

    Segundo, continuaria defendendo a escritura pública pela aplicação da Lei 13.465, de 2017, que eu ajudei a fazer.

    Terceiro, defenderia intransigentemente, meu nobre Senador Wellington Fagundes, a capacitação profissional, a geração de emprego e renda por meio do...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – ... a valorização do servidor e do serviço público, concurso público para todas as instâncias, o realinhamento das carreiras públicas, a correção salarial obrigatória na data-base e o concurso público com a revogação da PEC 95, a PEC que definiu pelo incêndio do Museu Nacional, que congelou os gastos com saúde e educação por 20 anos.

    Eu defenderia, meu nobre Wellington Fagundes, para concluir – faltam só três itens aqui –, a agricultura familiar, a produção de alimentos orgânicos e energias alternativas.

    Eu defenderia o esporte, a cultura, o lazer, a mobilidade urbana e os direitos humanos, defenderia combater a reforma da previdência e as privatizações do setor elétrico das estatais brasileiras e daria total apoio à infraestrutura urbana e rural, com a construção de viadutos...

(Interrupção do som.)

(Soa a campainha.)

    O SR. HÉLIO JOSÉ  (Bloco Maioria/PROS - DF) – ... construção de creches, escolas, hospitais, UBSs, UPAs e centros de convivência, entre outros.

    Tudo isso eu faria na Câmara Federal.

    Preferiu o povo brasileiro fazer outras escolhas. Pena. Que ele arque agora com as consequências dos escolhidos.

    Meu nobre Senador Wellington Fagundes, muito obrigado, meus cumprimentos.

    Quero cumprimentar o nobre Presidente, o Senador Eunício Oliveira, que acaba de chegar a esta Casa.

    Que Deus nos ajude e que os próximos caminhos sejam melhores para o Brasil.

    Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/10/2018 - Página 44