Discurso durante a 25ª Sessão Especial, no Senado Federal

Sessão Especial destinada a comemorar a Campanha da Fraternidade de 2022, tema ”Fraternidade e Educação”.

Autor
Flávio Arns (PODEMOS - Podemos/PR)
Nome completo: Flávio José Arns
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Educação, Religião:
  • Sessão Especial destinada a comemorar a Campanha da Fraternidade de 2022, tema ”Fraternidade e Educação”.
Publicação
Publicação no DSF de 26/03/2022 - Página 14
Assuntos
Política Social > Educação
Outros > Religião
Matérias referenciadas
Indexação
  • SESSÃO ESPECIAL, DESTINAÇÃO, COMEMORAÇÃO, CAMPANHA DA FRATERNIDADE, CONFERENCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL (CNBB), IGREJA CATOLICA, EDUCAÇÃO, ENFASE, IMPORTANCIA, INFRAESTRUTURA, TECNOLOGIA, ESTABELECIMENTO DE ENSINO, VALORIZAÇÃO, PROFESSOR, EDUCAÇÃO BASICA, DIALOGO, FAMILIA, COMUNIDADE.

    O SR. FLÁVIO ARNS (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - PR. Para discursar.) – Eu agradeço.

    Quero cumprimentar o senhor, Senador Izalci Lucas, e dizer a todos e todas que nos acompanham que V. Exa. é uma pessoa extremamente ligada à área da educação, coordenando, inclusive, a Frente Parlamentar da Câmara e do Senado a Favor da Educação, o que é muito importante para o Brasil. Quero cumprimentar Dom Joel Portella, Dom Paulo Cezar Costa, também Dom Marcony, o Padre Paulo Rogério dos Santos, a Marina Amado e o Nestor Ferreira Campos e dizer que é uma alegria muito grande estarmos juntos nesta sessão solene do Senado Federal que aborda a Campanha da Fraternidade.

    Como o Dom Joel já colocou, temos que reconhecer o esforço extraordinário da igreja, da CNBB a favor da cidadania, dos direitos humanos pelos últimos 58 anos – é uma caminhada. Muitas pessoas que estão nos acompanhando sequer tinham nascido e já estava sendo realizada a Campanha da Fraternidade anual.

    É uma iniciativa da CNBB, mas deve unir todas as denominações religiosas, porque os temas abordados são do interesse de toda a sociedade, mesmo para aquelas pessoas que, eventualmente, não professem alguma religião, porque educação, políticas públicas, meio ambiente, todos os temas, anualmente abordados, interessam para toda a sociedade.

    Neste ano, quando a gente pensa, eu gostaria de abordar só três pensamentos. O primeiro deles, a gente dizer que fraternidade é uma palavra, um conceito extremamente forte. Quantos de nós usamos a expressão atitude fraterna? Às vezes, para um amigo, a gente diz: "Olha, eu mando um abraço fraterno". Fraterno é um abraço de amor, de acolhida, de respeito, de incentivo, de dizermos: "Estamos juntos, vamos juntos". É uma caminhada, você merece, todos nós merecemos um abraço fraterno, fraternidade. E o que é que nós queremos?

    Como é bonito a gente ouvir um pai de família ou uma mãe dizer: "Olha, eu quero que o meu filho seja alguém na vida". E ser alguém na vida (Falha no áudio.)

    ... para eles, quando expressam esse pensamento, é dizer: "Eu quero uma boa educação para o meu filho, para que ele seja alguém na vida, desenvolva o potencial, seja feliz, integre-se à comunidade, tenha esperança na vida", porque as oportunidades vão surgir caso a educação – como foi dito – pública, universal, de qualidade aconteça. Então, é isto o que a gente quer também na Campanha da Fraternidade: fraternidade, esse sentimento fraterno, de incentivo, de apoio pela educação. A educação não é a primeira prioridade; a educação é a prioridade absoluta. Se a gente quiser um Brasil diferente, é pela educação.

    O segundo pensamento é só dizer e repetir aquilo que o próprio Presidente do Senado colocou outro dia, o Senador Rodrigo Pacheco. Ele disse: "Olha, na educação básica, nada pode faltar – nada pode faltar". A gente tem que chamar os alunos – quantos desistiram na pandemia –, fazer o chamamento escolar para permanecer na escola, com merenda, transporte, educação em tempo integral, esporte, música, artes, educação integral do ser humano.

    Infraestrutura: não pode faltar nada, não pode haver escolas sem banheiro, sem saneamento, sem energia, com falta de biblioteca. Não pode faltar nada. Não pode haver escolas que não tenham tecnologia. Como nós discutimos isso durante a pandemia e como isso é importante! Muitas coisas são importantes, mas a tecnologia é fundamental, assim como valorizar o professor, o profissional da educação, com os exemplos bonitos, inclusive, que foram dados, com respeito. Nada pode faltar! Isso a gente tem que dizer para os Prefeitos, para os Governadores, para o Presidente da República. "Ah, mas isso vai custar – essa é uma palavra errada – 20 bilhões, 30 bilhões, 50 bilhões". Esse é o melhor investimento que pode ser feito na educação.

    Fraternidade para que todos tenham chances, oportunidades para que contribuam consigo próprios, com as famílias, com as comunidades, com o Brasil pela educação. Se fizermos isso durante 18 anos, 20 anos, o Brasil será completamente diferente. O próprio Presidente do Senado falou isto: "Nada pode faltar, particularmente na educação básica". A gente sabe que a educação básica vai para o ensino superior, vai para a pós-graduação, para a pesquisa, que são essenciais, mas metade da população do Brasil não tem educação básica, não tem chances, não tem oportunidades, e a cidadania é diminuída nesse sentido. Fraternidade! Vamos falar isso com todas as letras. Abraço fraterno para esse povo e educação! Vamos mudar o Brasil nesse sentido.

    E, finalmente, só para concluir esta pequena reflexão, a gente precisa colocar o próprio tema da Campanha da Fraternidade, o lema e dizer: "Olhe, sabedoria e amor!". Quando nós falamos de amor... A própria oração da Campanha da Fraternidade, ao falar sobre a ideia da fraternidade e educação, coloca palavras importantes lá. Vamos crescer no diálogo. Falta tanto isso no Brasil não só na área política, mas também na família, na comunidade! Vamos conversar, dialogar. O espírito... Qual é a pedagogia? Pedagogia do diálogo entre professores, sindicatos, governos, comunidades. Vamos dialogar! Outra palavra que é colocada lá é solidariedade, pedagogia da solidariedade. Vamos nos colocar na pele dessas pessoas para ver como é que nós, se estivéssemos lá, gostaríamos de ser tratados. E se isto acontecer, a pedagogia da paz, a paz se sustenta na cidadania, nas políticas públicas, na fraternidade.

    Então, que bom que estamos aqui hoje discutindo esse tema da CNBB e de toda a sociedade! Ocorre no período da Quaresma, mas se estende naturalmente pelo ano todo. Vamos investir. Nada pode faltar na educação para que nós possamos ter cidadãos e cidadãs integrais, completos, pela educação em nosso país.

    Parabéns! Vamos juntos em frente!

    Grande abraço.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/03/2022 - Página 14