Discurso durante a 50ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Críticas ao Governo Federal pela política de preços dos combustíveis no País praticada pela Petrobras.

Autor
Jorge Kajuru (PODEMOS - Podemos/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Administração Pública Indireta, Energia, Governo Federal:
  • Críticas ao Governo Federal pela política de preços dos combustíveis no País praticada pela Petrobras.
Publicação
Publicação no DSF de 13/05/2022 - Página 12
Assuntos
Administração Pública > Organização Administrativa > Administração Pública Indireta
Infraestrutura > Minas e Energia > Energia
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, JAIR BOLSONARO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, POLITICA DE PREÇOS, PARIDADE, IMPORTAÇÃO, AMBITO INTERNACIONAL, COMBUSTIVEL, ATUAÇÃO, PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), CORRELAÇÃO, OLEO DIESEL, GASOLINA, GAS LIQUEFEITO DE PETROLEO (GLP).

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO. Para discursar.) – Obrigado, Presidente Rodrigo Pacheco.

    Eu tenho hoje como pronunciamento o combustível, mas reconheço aqui, e tenho certeza de que a pátria amada também, que a grande notícia desta quinta-feira, 12 de maio, de 2022, foi essa sua reunião com os secretários da Fazenda e com o presidente do Conselho Nacional. Eu, ao tomar conhecimento dela, fiquei curioso em saber o resultado e até pedi ao senhor, quando o senhor chegou aqui para iniciar a sessão, que seria importante a gente ouvir do senhor a conclusão desse encontro. Não poderia ser melhor, com notícias alvissareiras, como se diz no interior, e com posições equilibradas, coerentes, independentes, e é isso que o país espera.

    Agora, senhoras e senhores, Senadores e Senadoras, em especial, brasileiros e brasileiras, antes de outubro de 2018, o candidato à Presidência Jair Bolsonaro prometia gasolina a no máximo R$2,50. Eleito Chefe do Executivo, tomou posse quando o litro da gasolina, em média, era vendido por R$4,27. Hoje o valor médio do litro da gasolina está em R$7,53. Em três anos e meio de Governo Bolsonaro, o preço da gasolina aumentou por volta de 78%. E que providências toma o maior responsável pela condução da economia do país? Quais? Vai para as redes sociais esbravejar contra os seguidos reajustes, fingindo que nada tem a ver com isso.

    Para melhor encenar o jogo de faz de conta, depois das mais ácidas críticas públicas à Petrobras, o Presidente Bolsonaro troca o comando da estatal brasileira que cuida de petróleo e seus derivados. No início de 2021, Bolsonaro demitiu o economista Roberto Castello Branco e colocou no lugar o General Joaquim Silva e Luna, que durou um ano no cargo. Há menos de um mês, o General foi substituído pelo executivo José Mauro Coelho.

    De lá para cá, a Petrobras apresentou lucro líquido – como o Presidente Rodrigo Pacheco observou – lucro líquido recorde no primeiro trimestre de 2022 e anunciou novo aumento nos preços de óleo diesel, o que desagradou caminhoneiros em especial.

    Há uma semana na sua live de quinta-feira, Bolsonaro classificou o lucro da Petrobras como estupro e ainda disse que a empresa não pode aumentar o preço dos combustíveis. Disse, aspas: "Isso é um crime", vociferou. E aí cabe a pergunta: seria uma autoacusação, Presidente Bolsonaro?

    Como, certamente, ficaria difícil justificar nova troca no comando da Petrobras, sobrou para o responsável pelo Ministério de Minas e Energia, ao qual a estatal está subordinada. Ontem caiu o Almirante Bento Costa Albuquerque...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO) – Concluindo.

    ... substituído no MME por Adolfo Sachsida.

    Em seu primeiro pronunciamento, o novo Ministro falou vagamente em privatização da Petrobras, mas não tocou na política de preços da empresa. Possivelmente, porque nada deve mudar, vai seguir valendo o famigerado PPI, preço de paridade de importação, implantado em 2016, no Governo Temer.

    Os preços dos combustíveis cairão apenas se cair o preço do barril de petróleo no mercado internacional, em grande oscilação por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia e também caso o dólar pare de subir, o que tem a ver muito com a estabilidade política – o que o Chefe do Executivo parece fazer questão de minar. Fecho.

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO) – Bolsonaro deverá continuar criticando a política de preços como se ele não fosse Presidente, só candidato, e não vai reclamar de outra face da política que mantém. Só como exemplo, para encerrar definitivamente, a União, detentora de 36,7% das ações da Petrobras, recebeu R$38,1 bilhões em dividendos por causa dos resultados financeiros da empresa no ano passado.

    Fim, em resumo, os brasileiros seguirão trabalhando, cada vez mais, para comprar menos gasolina, diesel e gás de cozinha. Em respeito a eles, Jair Bolsonaro poderia ao menos informar ao contribuinte de onde sai o dinheiro do combustível que ele usa nas motociatas.

    Esse era o meu pronunciamento antes de ouvir...

(Soa a campainha.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - GO) – ... as palavras do Presidente Rodrigo Pacheco. Portanto, Presidente, não toco mais nesse assunto e vou continuar otimista, como o senhor se apresentou aqui, depois dessa reunião com os Secretários Estaduais da Fazenda e com o Presidente do Conselho Nacional, por confiar na sua capacidade, na sua habilidade e, absolutamente, na sua preocupação.

    Agradecidíssimo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 13/05/2022 - Página 12