Discurso durante a 22ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação a favor do agronegócio brasileiro. Destaque para a importância da agropecuária no Estado do Acre. Apresentação de dados relativos à produção agropecuária acriana. Defesa de investimentos no agronegócio. Crítica ao Presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Sr. Jorge Viana, por pronunciamento na China supostamente contrário ao agronegócio.

Autor
Alan Rick (UNIÃO - União Brasil/AC)
Nome completo: Alan Rick Miranda
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }:
  • Manifestação a favor do agronegócio brasileiro. Destaque para a importância da agropecuária no Estado do Acre. Apresentação de dados relativos à produção agropecuária acriana. Defesa de investimentos no agronegócio. Crítica ao Presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Sr. Jorge Viana, por pronunciamento na China supostamente contrário ao agronegócio.
Publicação
Publicação no DSF de 30/03/2023 - Página 47
Assunto
Economia e Desenvolvimento > Agropecuária e Abastecimento { Agricultura , Pecuária , Aquicultura , Pesca }
Indexação
  • ANALISE, IMPORTANCIA, AGRONEGOCIO, SETOR, AGROPECUARIA, SUSTENTABILIDADE, ESTADO DO ACRE (AC), FOMENTO, EMPREGO, PECUARISTA, DEFESA, AUMENTO, INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA, RODOVIA, AQUISIÇÃO, MAQUINA AGRICOLA, CRESCIMENTO, EXPORTAÇÃO.

    O SR. ALAN RICK (Bloco Parlamentar União Cristã/UNIÃO - AC. Para discursar.) – Sr. Presidente Rodrigo Pacheco, em primeiro lugar, agradeço a oportunidade de falar com o Acre e com o Brasil a respeito da locomotiva do Brasil no mundo que é a nossa agropecuária.

    O setor agropecuário tem sido uma das principais fontes de desenvolvimento econômico não só para o Brasil, mas também para o meu Estado do Acre. O setor, além de crescer constantemente, gera empregos e aumenta a renda da nossa população. E, com o objetivo de alavancar ainda mais o setor no estado, a nossa defesa em prol dos investimentos em infraestrutura, como a construção e a recuperação das nossas estradas vicinais, que nós chamamos, carinhosamente, de ramais; em assistência técnica permanente; além dos incentivos fiscais e tecnológicos para que os nossos produtores rurais possam continuar produzindo e crescendo. Este será, também, a minha função, o meu papel enquanto Coordenador de Relações Internacionais da Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso Nacional: defender e fomentar o nosso setor agropecuário.

    Digo isso, pois, além de deter uma forte vocação agrícola, o Acre possui um clima favorável para o cultivo de diversas culturas, como a mandioca – com que nós produzimos a melhor e mais saborosa farinha do mundo –, o milho, a banana, o café, a soja, o feijão, o arroz, a cana-de-açúcar. Agora tenho servido aos meus convidados, em meu gabinete, o açúcar gramixó, que é o açúcar mascavo, Senador Marcos Pontes, produzido em Cruzeiro do Sul, entre outras culturas. Outrossim, a carne também é uma importante fonte de renda para a nossa região, com o patrimônio bovino avaliado em R$10 bilhões e que chega a gerar cerca de R$1,5 bilhão de renda para 38 mil produtores rurais, dos quais, Senador Kajuru, 25 mil são pecuaristas. Falo efetivamente de uma potência agrícola em crescimento.

    Temos uma área agriculturável de 390 mil hectares no eixo da BR-364 e da BR-317, com boas práticas de produção e escoamento. Em um sistema de integração lavoura, pecuária e floresta é possível fazer até três safras ao ano de grãos e uma safra ou um ciclo completo bovino, com infraestrutura, curvas de níveis e mecanização para fazer uma agricultura de baixo carbono e obter o máximo de produtividade e rentabilidade da terra.

    O agronegócio já representa 12% do Produto Interno Bruto, o PIB local, e gera 75 mil empregos diretos. Soma-se ainda à pecuária, representada por 63% do valor bruto de produção do estado, que, até setembro de 2022, chegou a R$2,360 bilhões.

    No que tange às exportações, nos últimos 24 anos, crescemos 3.646% em termos reais, exportações pautadas em um potencial de crescimento da pecuária bovina de R$890 milhões por ano.

    Recentemente, com o apoio do nosso Mapa – e aqui eu quero destacar o apoio da nossa Senadora e ex-Ministra Tereza Cristina –, conseguimos habilitar dois frigoríficos no Acre, um de carne suína e outro de carne bovina para exportarmos para o Peru, o que vai gerar, inicialmente, pelo menos, mais 600 empregos diretos em nossa cadeia produtiva do agronegócio acriano.

    Quanto aos empregos oriundos do setor no estado, só no ano passado, o aumento foi de 24%, por isso, reitero a importância do apoio a nossa pecuária e ao nosso agro.

    Faço questão de reiterar a necessidade de investir em nossa infraestrutura, investir em maquinário, como temos feito com as nossas emendas parlamentares, que entregam ao pequeno produtor rural, como recentemente o fizemos no Município de Assis Brasil, implementos, como as beneficiadoras de arroz, as moendas de cana, as trilhadeiras, os pequenos tratores e outros equipamentos, que chegam ao pequeno produtor que, muitas vezes, não têm acesso ao crédito rural pelo enorme problema fundiário que nós enfrentamos em nosso estado e em toda a Amazônia.

    Faz-se necessário pontuar que o desenvolvimento do agronegócio no Acre acontece debaixo do guarda-chuva da sustentabilidade. Digo isso, pois uma das maiores verdades do agro brasileiro é a possibilidade de produzir de forma sustentável e ainda garantir a conservação dos recursos naturais.

    Em face de inúmeras provas da pujança do nosso setor agropecuário, especialmente no que concerne ao poderio do nosso estado, julgo lamentável que o ex-Senador e ex-Governador Jorge Viana tenha desperdiçado a oportunidade de ampliar as relações comerciais com a China ao fazer críticas ao setor produtivo brasileiro durante evento em Pequim. Lembro a ele e a quem necessário for que o Brasil é o protagonista da segurança alimentar mundial, um dos líderes em produção de alimentos e exportador reconhecido inclusive pela ONU. É um país capaz de alimentar o mundo com volume e qualidade necessários para as próximas décadas. Somos o país do Código Florestal, o mais rigoroso do planeta. Somos o país do agro, o agro que não para, o agro que emprega, o agro que inclui. Somos a produção e a sustentabilidade do mundo.

    Por isso, Srs. Senadores, Sras. Senadoras, nós merecemos respeito.

    Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/03/2023 - Página 47