Fala da Presidência durante a 29ª Sessão Especial, no Senado Federal

Abertura de sessão especial destinada a comemorar o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer.

Autor
Styvenson Valentim (PODEMOS - Podemos/RN)
Nome completo: Eann Styvenson Valentim Mendes
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
Data Comemorativa, Saúde:
  • Abertura de sessão especial destinada a comemorar o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer.
Publicação
Publicação no DSF de 15/04/2023 - Página 42
Assuntos
Honorífico > Data Comemorativa
Política Social > Saúde
Matérias referenciadas
Indexação
  • ABERTURA, SESSÃO ESPECIAL, COMEMORAÇÃO, DIA INTERNACIONAL, LUTA, COMBATE, CANCER.

    O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN. Fala da Presidência.) – Declaro aberta a sessão.

    Sob a proteção de Deus, iniciamos nossos trabalhos.

    A presente sessão especial foi convocada em atendimento ao Requerimento nº 236, de 2023, de autoria desta Presidência e de outros Senadores, aprovado pelo Plenário do Senado Federal.

    A sessão é destinada a comemorar o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer.

    A Presidência informa que esta sessão terá a participação dos seguintes convidados: Sr. Aldo da Cunha Medeiros, Presidente da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer; Sr. Luciano Luiz da Silva Júnior, Coordenador Executivo da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer; Sra. Maria Angela Marini Ferreira, Presidente da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace); Sr. Gustavo Fernandes, ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica; Sra. Marlene Oliveira, Presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida; Sra. Adilza Holanda Alves de Souza, Presidente do Grupo Bonitas, no meu Estado do Rio Grande do Norte; Srta. Thyfani Brito Carvalho, ex-paciente oncológica; Sr. Arisson Tavares, autor do livro O pequeno príncipe careca – está aqui, gente! Bacana, obrigado, Sr. Arisson –; Sra. Luci Ishii, Presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasiliense de Apoio ao Paciente com Câncer (Abac Luz).

    Composição da mesa.

    Convido para compor a mesa, junto a mim, os seguintes convidados:

    Sr. Aldo da Cunha Medeiros, Presidente da Liga Norte Riograndense Contra o Câncer. (Palmas.)

    Sra. Luci Ishii, Presidente do Conselho Deliberativo da Associação Brasiliense de Apoio ao Paciente com Câncer (Abac Luz). (Palmas.)

    Sr. Gustavo dos Santos Fernandes, ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. (Palmas.)

    Gente, só quebrando um pouquinho o protocolo: este dia é especial, é o dia de combate, é o dia de luta, é o dia contra o câncer. Então ânimo! Está bom? Ânimo! (Palmas.)

    Sra. Marlene Oliveira, Presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida. (Palmas.)

    É isso aí.

    Eu falei isso, eu citei isso, Dr. Aldo, porque quem vence o câncer tem que ter ânimo. Para lutar contra o câncer, tem que ter ânimo.

    E há uma criança que eu conheci com dois anos de idade, no Hospital Varela Santiago, que é bem especial para mim, como várias outras que eu conheci durante a minha vida: eu vou chamar a Srta. Thyfani Brito Carvalho, ex-paciente oncológica. (Palmas.)

    Sra. Adilza Holanda Alves de Souza, Presidente do Grupo Bonitas, no Estado do Rio Grande do Norte. (Palmas.)

    Sra. Maria Angela Marini Ferreira, Presidente da associação... (Palmas.)

    É isso aí.

    Só antecipando como vai ser hoje nesta sessão, a gente vai alternar algumas falas, Senador Izalci, vai abrir para os Parlamentares falarem também, e a gente vai ter a participação de pessoas, de artistas que tratam a doença muitas vezes com alegria, com felicidade, porque é disso que a gente precisa neste país. A gente até tocou nesse assunto hoje durante a sessão mais cedo, e é por isso que eu pedi ânimo mais uma vez, força e toda proteção de Deus para a gente dar continuidade e ficar em pé agora para cantar o Hino Nacional.

(Procede-se à execução do Hino Nacional.)

    O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Juntos pelo Brasil/PODEMOS - RN. Para discursar - Presidente.) – Vou dar início com uma pequena fala.

    Eu inicio fazendo a reflexão de como falar sobre a dor que sentimos quando perdemos alguém. A dor, a perda, a saudade são democráticas e alcançam a todos nós. Ao propor esta sessão especial, pensei, e muito, em um tema que pauta a minha vida, o meu mandato e o meu planejamento: o câncer.

    Então, Sr. Aldo, eu acredito que podemos chegar antes da partida, com a prevenção, com a profilaxia. Eu digo isso porque eu tenho uma mãe, chamada D. Edilma, que deve estar me assistindo, que teve câncer. Passei, passamos – eu, minha família, minha mãe, todos que ali acompanharam – pelo mesmo sofrimento. O câncer é a doença não só do paciente, mas de uma família, de uma sociedade. Somos todos levados nessa mesma jornada. Graças a Deus e aos membros da Liga Norte Riograndense – graças a Deus e a eles –, ela hoje está bem.

    Enquanto policial militar, que era minha profissão anterior a estar aqui no Senado, eu realizava, nos meus horários vagos, visitas aos hospitais, principalmente de crianças, como o Varela Santiago, para levar instantes de alegria a pessoas tão novas, tão jovens que, quase que injustificadamente, passavam por tudo isso.

    Lembro-me, entre tantos outros, do Isac, lembro-me da Bia, do Lucas, da Lauara, em especial da Thyfani, que está aqui do meu lado, que está presente aqui hoje, graças a Deus! Ela, com cerca de dois anos de idade, foi acometida por um câncer e conseguiu ter o diagnóstico precoce. Quatro anos depois, já estava curada. Eu conheci a Luciana, a mãe da Thyfani, que acompanhava o tratamento. Eu a conheci. Teve a mesma doença, mas não teve a mesma sorte. Como não descobriu antes, acabou partindo com 43 anos. Perdemos a mãe de Thyfani, não é?

    É dessa dor que eu estou falando. É sobre essa dor que centenas de brasileiros ou as pessoas que estão me ouvindo, acompanhando nas redes sociais, entendem o que eu estou dizendo. Contudo, nos deixou essa linda garota, que sonha em ser e trabalhar com bichinhos, com pets, veterinária. Ela quer cuidar também.

    Não vou me estender mais, porque tem um discurso feito, um discurso escrito, e ele parece ser frio. Porque, na verdade, quando eu tive contato...

    Obrigado, Senador Eduardo Girão, pela presença.

    Quando eu tive contato com essa doença, quando a minha mãe foi acometida, quando eu vi o trabalho incansável de médicos, enfermeiros – e aqui eu saúdo a todos... Acho que a saúde brasileira, na mão de brasileiros valentes, como a gente conhece no sistema SUS, pelas áreas hospitalares Brasil afora, é o que faz a gente acreditar e investir como Parlamentar. Quando eu disse que esse é o centro do meu mandato, o foco do meu mandato, é porque eu conheci essa doença de perto e eu sei o mal, o dano que ela pode causar. E eu acredito que não tem um brasileiro que esteja imune a ela, rico ou pobre, mulher ou homem, negro ou branco. Não se trata disso, não se trata de partido ou de ideologia; trata-se de salvar vidas com precocidade. A grande dificuldade hoje no nosso país, infelizmente, está no cuidar, está na humanidade, está em alcançar as pessoas que estão lá fora e mal sabem o que tem dentro delas e que, quando vêm a descobrir, já estão em um estágio bem longo e terminal.

    Não dá para aceitar perder vidas por negligência, por falta de acompanhamento. Não faltam recursos neste país, falta interesse. E é o mesmo interesse que eu vejo na classe médica de muitos hospitais, nos enfermeiros, em quem trabalha voluntariamente, como essas Mulheres de Rosa, levando café ali no corredor, doando-se. E, quando a gente pergunta qual é o motivo, a maioria ou teve um familiar com a doença ou teve a doença ou presenciou algo do gênero. A finalidade desta sessão é essa.

    Perdoem-me se fui um pouco ríspido quando pedi mais emoção, mais ânimo. É porque é disso que o paciente, doutor, precisa; não só de remédio, mas de uma injeção de ânimo na política, nas ações humanas, nas ações médicas. É dessa injeção de ânimo que a gente está precisando para o país, para a gente melhorar não só a saúde, mas melhorar como nação. (Palmas.)

    É neste momento agora, Thyfani, que eu convido a senhora, minha jovem guerreira, que com dois anos de idade enfrentou o câncer. E eu sorrio por alegria, porque eu vi Thyfani... Eu acho que ela não tinha noção do que estava enfrentando com dois anos de idade. Quando eu ia fazer meu trabalho voluntário, Senador Izalci, e me fantasiava, ia de policial ou ia de Capitão América, o que levava alegria para aquelas crianças, era porque eu tinha consciência, naquele momento, que podia ser o último dia delas. Eu acho que qualquer pessoa que está hoje em uma cama de hospital com a doença, que muitas vezes é de difícil tratamento, duro tratamento e até desumano tratamento, não tem a certeza de que vai ter amanhã. Imaginem isso para uma criança.

    Então, Thyfani, eu quero homenageá-la e, em seu nome, homenagear todas as crianças que estão lutando contra o câncer.

(Procede-se à homenagem à Srta. Thyfani Brito Carvalho) (Palmas.)

    O SR. PRESIDENTE (Styvenson Valentim. Bloco Parlamentar Democracia/PODEMOS - RN) – As pessoas podem estar pensando assim: "Um cabra de dois metros de altura, todo emotivo?". Gente, minha família, minha mãe...

(Intervenção fora do microfone.)

    Ah, está no painel, olhe lá, Thyfani, a gente no painel quando a gente fazia... Olhe lá você rindo no casamento dos bonecos.

(Interrupção do som.) (Palmas.) (Pausa.)

    O senhor vai ocupar a tribuna?

    O Senador Eduardo Girão vai ocupar, por improviso, a tribuna.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/04/2023 - Página 42