Discurso durante a 32ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Indignação pelo cancelamento da Sessão do Congresso Nacional designada para esta data.

Autor
Eduardo Girão (NOVO - Partido Novo/CE)
Nome completo: Luis Eduardo Grangeiro Girão
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atuação do Congresso Nacional, Governo Federal:
  • Indignação pelo cancelamento da Sessão do Congresso Nacional designada para esta data.
Publicação
Publicação no DSF de 19/04/2023 - Página 55
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Atuação do Congresso Nacional
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Indexação
  • CRITICA, PRESIDENTE, CONGRESSO NACIONAL, RODRIGO PACHECO, ADIAMENTO, SESSÃO CONJUNTA.

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE. Para discursar.) – Sra. Presidente desta sessão, Senadora Soraya Thronicke, Sras. Senadoras, Srs. Senadores aqui presentes, funcionários desta Casa, assessores, brasileiros que estão nos acompanhando até uma hora destas aqui nesta sessão deliberativa que, a princípio, a gente acreditava que não iria ocorrer por causa da esperada sessão do Congresso Nacional que não houve por uma decisão do Presidente do Senado Federal.

    Eu tinha preparado até um discurso para fazer neste dia sobre o Dia Nacional do Espiritismo. Hoje, 18 de abril, nós estamos celebrando o primeiro ano dessa data aprovada pelos colegas Senadores e Deputados Federais e sancionada pelo Presidente da época, o Presidente Bolsonaro. Nós estamos celebrando esta data, que é um marco na nação mais espírita do mundo, que é o Brasil. A partir do trabalho do pedagogo Allan Kardec, lá na França, em 1857, foi lançado, no dia 18 de abril, O Livro dos Espíritos, que é uma obra basilar da doutrina.

    Mas eu não vou fazer esse discurso hoje, vou fazer em outro momento, porque eu quero manifestar não o sentimento de frustração, nem de repúdio, nem de lamentação, mas, por tudo o que nós vimos hoje, nesta data, Senador Esperidião Amin, a esperança é reforçada mais ainda de que essa verdade vai aparecer. Essa verdade que querem esconder de você, brasileiro, brasileira, sobre o que aconteceu aqui no Senado, na Câmara dos Deputados, no Supremo Tribunal Federal e no Palácio do Planalto vai aparecer. Sabem por quê? Porque a verdade sempre triunfa, Senador Cleitinho.

    A reunião de hoje foi triste demais, foi triste o que aconteceu, porque a expectativa, diante de uma sessão ontem à noite com lideranças de vários partidos ticando item a item, por acordo, do que seria votado no Congresso hoje, os vetos que seriam mantidos e os vetos que seriam derrubados, deu a senha de que estava tudo pacificado, mas, na verdade, nós fomos enganados. O Governo teve tempo para a retirada de assinaturas, Senador Heinze, concedido com esses adiamentos sucessivos aqui da Presidência do Senado, que hoje se presta ao papel de ser um puxadinho também do Governo Federal. Para mim, por várias situações, demonstrou ser um puxadinho do STF, mas hoje o Senado se apequenou de uma forma que eu nunca vi. Estou há quatro anos e alguns meses aqui e me senti envergonhado pelo que aconteceu, porque não foi um adiamento, foram dois adiamentos, com vídeos gravados para a população brasileira, inclusive num deles aqui, da Presidência do Senado, há um pedido de desculpa dizendo que não, mas que dia 18 iria acontecer.

    A justificativa da viagem para a China com o Governo Lula ruiu. Sabem por quê? Porque não retiraram as assinaturas, é a única dedução possível que a gente pode ter.

     Mas isso criou mais curiosidade em você que estava duvidando, brasileiro, de que tem algo aí sendo escondido. Será que todo esse suspense, esse medo, esse temor dessa CPMI é porque o Governo Federal foi alertado dois dias antes de que os objetivos do dia 8 de janeiro seriam destruir fisicamente as instituições da Praça dos Três Poderes? Isso é o que a mídia toda divulgou, a partir de um relatório da Abin de que hoje o Senador Esperidião Amin tomou a iniciativa brilhante, corajosa, de pedir a quebra do sigilo na Comissão de que ele participa, que é a Comissão de Segurança.

    Senhoras e senhores, nesta data, quando nós tínhamos o quórum todo preenchido de Deputados e Senadores, que chegaram cedo, que conseguiram o um sexto necessário para a abertura da sessão, tanto do Senado como da Câmara dos Deputados, se faz uma reunião na Presidência do Senado, com o pedido de alguns partidos aliados ao Governo Lula, para adiar, sem motivo algum. Não venham me falar de piso da enfermagem, porque isso não cola; o piso da enfermagem nós votamos por unanimidade aqui. A expectativa é geral e, ótimo, se tivermos que marcar uma sessão, Senador Cleitinho, eu tenho certeza de que, pela sua história, para votar o piso da enfermagem, o senhor volta sábado aqui, o senhor volta domingo para trabalhar. Usaram este argumento: "Não, mas o piso está chegando, vamos adiar". Ninguém é bobo aqui. Estão fazendo a gente de palhaço? Nós não somos palhaços, nós estamos aqui para fazer o nosso trabalho.

    É fundamental que a população receba a verdade do que está acontecendo. Foi adiado pela terceira vez, agora é dia 26, mas a curiosidade do povo brasileiro aumentou, aquela pulga atrás da orelha cresceu e a mobilização vai crescer mais ainda, Senador Cleitinho, dos brasileiros pedindo aos Deputados e Senadores, sempre de forma respeitosa, de forma pacífica, de forma responsável e ordeira, para que eles assinem.

    A quem não assinou ainda: é a hora de mostrar o seu sentimento de justiça, de respeito ao Brasil. É um chamamento, um convite para os Deputados e Senadores que não assinaram ainda. E àqueles... Porque eu acredito sinceramente que vai ter Senador e Deputado que, nesta altura do campeonato, vai ter coragem de entrar para a história como um traidor da nação, retirando a assinatura, porque está muito claro que a manobra que houve aqui hoje foi para dar mais uma semana para o Governo tentar cooptar Parlamentares com cargos ou, como estão falando aí os Parlamentares da Câmara dos Deputados, com emendas, verbas para serem aplicadas nos seus mandatos em troca de retirada. Eu não acredito que isso vá acontecer. Vai ficar feio. Já está horrível o que aconteceu hoje aqui. Ninguém esperava que, depois de tudo, fosse ter esse adiamento, essa procrastinação.

    Como a gente gosta de futebol, Senador Cleitinho, isso se chama no linguajar futebolístico, no jargão, tirar de tempo, dar um balão, dar um drible na sociedade, não é em nós não, porque nós estamos aqui para representar os nossos estados e as pessoas de bem...

(Soa a campainha.)

    O SR. EDUARDO GIRÃO (Bloco Parlamentar Vanguarda/NOVO - CE) – ... que nos escolheram. Esse é nosso papel.

    Então, eu peço aos colegas Senadores e Senadoras, e eu faço mais um apelo a você, brasileiro, todos estamos juntos no mesmo barco: não deixemos esta Casa, que tem um restinho ainda de credibilidade na sociedade brasileira, se afundar de vez, porque hoje nós perdemos a oportunidade de nos aproximar da sociedade e não ficar apartado, como a gente está há tanto tempo.

    Que Deus abençoe esta nação.

    Que possamos, dia 26, fazer um golaço pela democracia, pela verdade e pela justiça.

    Muito obrigado, Sra. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/04/2023 - Página 55