Discurso durante a 68ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Elogios à participação do Ministro da Fazenda, Sr. Fernando Haddad, na audiência pública promovida pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.

Satisfação com a realização de partida de futebol solidária, no estádio do Maracanã, que destinou contribuições financeiras às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.

Autor
Jorge Kajuru (PSB - Partido Socialista Brasileiro/GO)
Nome completo: Jorge Kajuru Reis da Costa Nasser
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
Atuação da Câmara dos Deputados, Economia e Desenvolvimento, Governo Federal:
  • Elogios à participação do Ministro da Fazenda, Sr. Fernando Haddad, na audiência pública promovida pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados.
Calamidade Pública e Emergência Social, Desporto e Lazer:
  • Satisfação com a realização de partida de futebol solidária, no estádio do Maracanã, que destinou contribuições financeiras às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.
Aparteantes
Paulo Paim.
Publicação
Publicação no DSF de 28/05/2024 - Página 68
Assuntos
Outros > Atuação do Estado > Atuação da Câmara dos Deputados
Economia e Desenvolvimento
Outros > Atuação do Estado > Governo Federal
Política Social > Proteção Social > Calamidade Pública e Emergência Social
Política Social > Desporto e Lazer
Indexação
  • ELOGIO, PARTICIPAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA FAZENDA (MF), FERNANDO HADDAD, AUDIENCIA PUBLICA, LOCAL, COMISSÃO DE FINANÇAS, TRIBUTAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS.
  • ELOGIO, REALIZAÇÃO, EVENTO, FUTEBOL, SOLIDARIEDADE, LOCAL, ESTADIO, RIO DE JANEIRO (RJ), OBJETIVO, DESTINAÇÃO, CONTRIBUIÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, VITIMA, INUNDAÇÃO, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS).

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO. Para discursar.) – O Deputado sabe: o Weverton é a voz mais aplaudida do Maranhão, como Senador e como amigo – é a correção que eu lhe faço. Não me chame de colega. Neste Senado tem 81 Senadores, só um é meu colega, porque eu não gosto dele; 80 são meus amigos.

    O SR. PRESIDENTE (Weverton. Bloco Parlamentar Independência/PDT - MA) – Amigo/irmão. (Risos.)

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Você é irmão.

    Senador, Presidente Weverton, hoje, segunda-feira, brasileiros e brasileiras, embora eu prefira falar – e aprendi com um maranhense, José Sarney – brasileiras e brasileiros, quero aplaudir a participação, na semana passada, do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara Federal: um craque, em todos os sentidos, até para responder a figuras que são tão desprezíveis que nem o nome delas eu cito.

    Haddad mostrou que além de competente na formulação e execução da política econômica, sabe ser preciso também no enfrentamento político, o que estava faltando, na minha opinião, no Governo Lula 3, desde que o ex-Ministro da Justiça Flávio Dino foi indicado para o STF – esse também era cara a cara, não temia ninguém, especialmente os mais ignorantes.

    O Ministro da Fazenda lamentou que setores da oposição tentem fazer um debate político rebaixado com recortes de falas em redes sociais em busca de apoiadores, o que se corroborou quando um Deputado sob investigação no inquérito da fake news acusou o Governo de maquiar dados. Tolinho, você não passa de um "polichinclo" e, como é analfabeto, não vai saber o significado dessa palavra.

    Na resposta, o Ministro Haddad fez questão de dizer que não queria polarizar, mas restabelecer uma verdade histórica. Vamos ao que ele declarou: "Só teve dois Presidentes que deram calote: Fernando Collor e Jair Bolsonaro". Aí vem o Presidente Lula e paga o calote. Abro aspas: "Ah, olha o déficit que o Presidente Lula fez", fecho aspas.

    Esse déficit, Deputado "polichinclo", não é nosso. "O filho" – palavras do Haddad... "Polichinclo" é um adjetivo usado por mim. Pode me processar, Deputado, que eu colocarei no meu gabinete um quadro de atestado de idoneidade. Disse Haddad: "O filho é teu; tem que assumir a paternidade. Faz o exame de DNA que vai saber quem deu o calote".

    Para quem não se lembra, no fim do ano passado, o Governo Lula 3 decidiu pagar mais de R$93 bilhões em precatórios acumulados desde a gestão anterior. Ainda sobre heranças recebidas pelo Governo Lula 3, em resposta a outra provocação ridícula de outro Deputado medíocre, o Ministro da Fazenda fez questão de tornar pública conversa com o Governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Abro aspas, aqui, para Fernando Haddad: "O Zema, que é um apoiador do Bolsonaro, em março de 2023, estava na minha mesa pedindo para pagar o calote que o Bolsonaro deu nele" – deu nele, Zema. Segue Haddad: "Eu falei: por que o senhor não cobrou de Bolsonaro no ano passado?", fecho aspas.

    Muita gente já esqueceu, mas em 2022 o Executivo Federal decidiu não pagar as transferências devidas com a renúncia do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações. A compensação do calote começou em 2023 e vai até 2025, período em que o Governo Lula 3 repassará R$27 bilhões da União aos estados e ao Distrito Federal pela perda de receita provocada por uma decisão tomada em ano eleitoral, que Haddad qualificou de "caridade feita com chapéu alheio". Concordo 100%.

    O Ministro da Fazenda também não deixou sem resposta quem quis fazer gracinha, indagando-lhe: "Se, ao invés de enfrentar desafios fiscais na Fazenda, ele não gostaria de estar à frente do Ministério da Cultura tocando Blackbird?". Fernando Haddad reafirmou que gosta de música, de livro, de filme, disse saber que certos setores da oposição têm dificuldades com as artes – e, é verdade, muitos não leram nem gibi, nem O Pequeno Príncipe – e arrematou, abro aspas: "Se não fosse o Congresso Nacional botando goela abaixo do Governo duas leis de apoio à cultura, a cultura teria morrido no Brasil durante a pandemia. Vocês quase acabaram com a cultura brasileira, que é um dos maiores patrimônios deste país".

    E aqui se faça justiça: quem criou a lei da cultura foi José Sarney, chamada de Lei Sarney, depois, pelo próprio Presidente Collor.

    Se não se furtou ao enfrentamento político, o Ministro da Fazenda demonstrou, mais uma vez, o equilíbrio que o caracteriza ao destacar que medidas no Executivo e no Legislativo, muitas vezes, implicam desgastes. Fernando Haddad assinalou, porém, que, ao invés de ficar atrás de lacração, um homem de Estado tem de se preocupar com o que é bom para o país no médio e longo prazos, e não torcer por aquela frase maldita: "quanto pior, melhor".

    De minha parte, e concluo, sei que o Ministro da Fazenda é um homem público de Estado, e, por isso, só posso lhe desejar êxito em suas empreitadas, pois assim o Brasil só sairá ganhando.

    Vou deixar para o dia de amanhã o meu outro assunto, Presidente Weverton, em relação ao que quero lembrar sobre o Rio Grande do Sul, e aqui desejo Deus e saúde à nossa pátria amada, em especial às gaúchas e aos gaúchos.

    Desculpem pela minha visão, mas o vulto dá a nítida impressão de que tem brasileiros e brasileiras na galeria. O mesmo desejo a vocês: Deus e saúde, e harmonia, alegria, menos ódio, mais amor, porque não vale a pena viver de ódio. E, para mim, o contrário do amor não é o ódio, é o desprezo, é a indiferença. O poeta, na altura da cegueira, como eu estou, Jorge Luis Borges, meu xará argentino, dizia: "O esquecimento é a única vingança e o único perdão".

    Agradecidíssimo.

    O SR. PRESIDENTE (Weverton. Bloco Parlamentar Independência/PDT - MA) – Senador Kajuru, nós estamos na galeria com os alunos do 1º semestre do curso de Direito do Centro Universitário Estácio daqui de Brasília, Distrito Federal.

    Sejam bem-vindos!

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Prazeraço!

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Senador Kajuru, permita-me um aparte?

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – De Paim não é aparte; é ensinamento, é aula.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS. Para apartear.) – Senador Kajuru – mas você que é um mestre –, nós deveríamos ter feito uma homenagem na sessão da manhã – V. Exa. me lembrou aqui, quando gravou o vídeo, mas foi V. Exa. que me lembrou – ao que aconteceu ontem no Maracanã. Eu estou dizendo que o mérito é seu. V. Exa. me lembrou aqui. Eu estou dando o gancho agora dos profissionais, nossos jogadores do passado e do presente – do passado e do presente, porque já estão aposentados muitos, mas estavam lá, foram lá, jogaram com os mais jovens...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Com chuva.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Com chuva.

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Foram 32 mil pessoas.

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – Isso. Você mesmo me disse: 32 mil pessoas que foram lá e levaram contribuição. Foi um ato de solidariedade ao povo gaúcho.

    Por isso, mais uma vez, V. Exa. aqui também, que lembrou tão bem essa questão, que até emocionou por estar mais perto de nós, faz essa homenagem ao Ministro Fernando Haddad. De fato, o Ministro Fernando Haddad está fazendo um trabalho gigantesco – gigantesco! Toda vez que vai ao debate, que tem que achar caminhos para ajudar o povo gaúcho, ele é o primeiro a dizer: "O Presidente Lula se pronunciou, dizendo que não vai faltar dinheiro para ajudar aquele povo, que está com tanto sofrimento".

    V. Exa. esteve lá comigo. V. Exa. entregou pacotes e brinquedos debaixo d'água! Eu queria aqui elogiar...

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Lado a lado contigo – um prazer!

    O Sr. Paulo Paim (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PT - RS) – ... o Ministro Haddad, mas também elogiar o belíssimo trabalho de V. Exa. Parabéns, Senador Kajuru!

    O SR. JORGE KAJURU (Bloco Parlamentar da Resistência Democrática/PSB - GO) – Eu é que agradeço, Paim. Eu já falei que você é que nos inspira em tantas coisas e nessa situação do Rio Grande do Sul.

    É bom lembrar... E o Weverton não esteve lá para ver, mas ele iria ficar emocionado, porque eu sei o ser humano que ele é. Eu fiquei – juro por Deus! – tão feliz de ver como o gaúcho é grato, a maneira como eles estão agradecendo, inclusive ao Presidente Lula, pelos R$5,1 mil, pela questão da dívida... Nessa hora, não tem que ter política, gente! Pelo amor de Deus! O que está acontecendo no Rio Grande do Sul não é para se politizar. Não dá!

    E o carioca, ontem, mostrou o quanto ele é também solidário. Eu morei 15 anos no Rio de Janeiro. Foram R$26 milhões arrecadados ontem. Já foram para o Rio Grande do Sul, para o fundo... O Governador, que é um homem seriíssimo, saberá o que fazer. Inclusive, ele não abre mão da prestação de contas de cada centavo que receber, o Governador Eduardo Leite, que não é do meu partido.

    E merecem os cumprimentos a CBF, porque ela comprou 10 mil ingressos, o baiano Presidente Ednaldo Rodrigues, e também a TV Globo, que abriu mão 100% dos seus patrocínios. Daí o total de R$26 milhões. Um exemplo que o futebol deu, que ainda é pequeno. Eu estou insistindo com o Presidente da CBF – e aqui lhe informo em primeira mão, Paim, e para todo o Brasil – para que a gente consiga, na Série A, pelo menos, em cada jogo daqui para frente, um percentual das rendas. São arrecadações que não tem nenhum problema você passar aí... Que você passe 3% de cada renda. O que representaria isso, toda semana, em despesas para o que mais necessita, o Rio Grande do Sul?

    Vamos na luta! Vamos continuar! Temos até quarta-feira para trabalhar.

    E muitíssimo obrigado, Presidente Weverton.

    E, graças a Deus, mais uma vez, não passei do tempo.

    E dou um beijo aqui – ele vem remotamente para falar – ao meu amigo e irmão Eduardo Girão, que entendeu aqui a troca que fez comigo, porque eu vou lá agora dar um abraço no nosso oftalmo que é o Senador Dr. Hiran, pois o que ele tem feito por mim é coisa de irmão. Ele me liga todo dia, está cuidando da minha visão e disse: "Você não vai perder a visão, Kajuru". Ao contrário do que um outro oftalmo, indicado pelo Lucas Barreto, veio falar para mim: "Kajuru, se prepare para fazer psicanálise, porque você vai ficar cego". Pode um médico falar isso para mim?

    Eu sei que tem muita gente na rede social desejando que eu fique cego, mas tomem cuidado: o Kajuru é forte, ele é protegido. E tem uma tal de D. Zezé lá, que é mãe dele, merendeira de grupo escolar, que fica olhando lá de cima. Então, o sujeito que desejar a cegueira do Kajuru – eu não quero que você fique cego, não – tome cuidado, pois, daqui a pouco, o seu olho fecha.

    Agradecidíssimo.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/05/2024 - Página 68