30/05/2023 - 1ª - Grupo Parlamentar Brasil - Ucrânia

Horário

Texto com revisão

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O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR. Fala da Presidência.) - Boa tarde a todos e a todas!
Tenho a honra de declarar aberta a 1ª Reunião de 2023 do Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia.
Declaro ainda que o grupo está oficialmente instalado na 57ª Legislatura.
Compõem a mesa aqui comigo, com muita honra: o Senador Oriovisto Guimarães, também do Paraná e membro do grupo parlamentar; e o Encarregado de Negócios da Embaixada da Ucrânia no Brasil, o Sr. Tkach Anatoliy.
Também quero destacar, com muita alegria, a presença de: Sr. Jean-François Bonnet, da Embaixada da França, Segundo Conselheiro; Sr. Sten Engdahl, da Embaixada da Suécia, Ministro Conselheiro; Sr. Joshua Rubin, Conselheiro Político Adjunto da Embaixada dos Estados Unidos da América, que está aqui presente; Sr. Nicholas Lovegrove, Segundo Secretário da Embaixada da Austrália; com muita satisfação também, Sr. Embaixador de Malta, John Aquilina; e Sr. Embaixador da Irlanda, Seán Hoy.
Quero também dizer da alegria de termos a assessoria da Senadora Mara Gabrilli aqui presente. A Senadora Mara está em viagem também.
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E cumprimento os demais membros do Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia: além da minha pessoa e do Senador Oriovisto Guimarães; a Senadora Mara Gabrilli, de São Paulo; o Senador Esperidião Amin, de Santa Catarina; a Senadora Professora Dorinha Seabra, do Estado do Tocantins; e a Senadora Damares Alves, do Republicanos.
Também informo a todos os Senadores e Senadoras que os termos de adesão estão disponíveis junto à Secretaria desta reunião e na página do grupo no site do Senado Federal.
Também coloco em deliberação a proposta já apresentada de composição para os cargos de Presidência e de Primeira-Vice-Presidência: na Presidência, a pessoa que lhes fala, Flávio Arns; e, na Primeira-Vice-Presidência, o Sr. Oriovisto Guimarães. (Pausa.)
Não havendo objeções, então nós temos os cargos preenchidos no grupo parlamentar para a Presidência e Vice-Presidência.
As Sras. Senadoras e os Srs. Senadores que concordam permaneçam como se encontram. (Pausa.)
Eu quero, através de uma fala inicial, dizer da importância e dos objetivos da instalação deste Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia, um momento importante, bonito, necessário de aproximação de dois países, de dois povos com tantos desafios a serem apresentados. A diplomacia parlamentar constitui instrumento essencial de cooperação e parceria entre os Poderes Legislativos dos países, aproximando e conectando os diversos Parlamentos que existem no mundo. As consequências dessas atividades vão muito além das boas relações entre os Parlamentos, contribuindo também para as boas relações entre povos e nações.
Por isso, com o objetivo de intensificar o relacionamento entre as Casas Legislativas do Brasil e da Ucrânia, apresentamos o Projeto de Resolução nº 21, de 2023, o qual foi aprovado no Plenário do Senado Federal, com a presença de todos os Senadores e Senadoras, no dia 25 de abril, transformando-se na Resolução do Senado Federal nº 6, de 27 de abril de 2023, que criou o Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia. Atualmente existem no Senado Federal 42 grupos parlamentares criados, mas somente há 12 efetivamente instalados, e este vai ser um deles. O Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia, então, será o 13º grupo parlamentar efetivamente instalado no Senado.
Os laços que unem Brasil e Ucrânia são centenários. Parte do povo brasileiro é de origem ucraniana, e a cultura e as tradições da nação da Ucrânia, eslava, da nação eslava mostram-se presentes nos lares de nossa gente, sobretudo no Sul do país.
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O Brasil abriga a maior comunidade ucraniana da América Latina. São cerca de 600 mil ucranianos e seus descendentes no país, sendo que 500 mil deles vivem no Paraná, estado que o Senador Oriovisto e eu representamos aqui no Senado. O maior número em termos absolutos localiza-se em Curitiba, capital do Paraná, e sua região metropolitana, com cerca de 100 mil pessoas com origem ucraniana, cerca de 3% da população local.
Além de Curitiba, diversos outros municípios paranaenses se destacam na proporção de ucranianos em sua população local. Podemos citar, por exemplo, o Município de Mallet, onde o percentual de descendentes de ucranianos gira em torno de 60%; Paulo Frontin, 55%; Ivaí e Antônio Olinto, 45%; Rio Azul e Roncador, 30%; União da Vitória e Paula Freitas, 25%; Cruz Machado e Pitanga, 20%; Irati, 12%. Mas, em termos proporcionais, nenhuma cidade do Brasil é mais ucraniana do que o Município de Prudentópolis, no Paraná, onde, em uma população de 52 mil habitantes, aqueles com raízes na Ucrânia somam mais de 38 mil, ou seja, três em cada quatro cidadãos daquela cidade são de origem ucraniana.
Prudentópolis, que é conhecida por suas exuberantes cachoeiras gigantes, tem mais de cem igrejas ligadas ao cristianismo, sendo muitas delas de tradição bizantina, uma herança da cultura eslava. As igrejas fazem parte de um roteiro do turismo religioso e histórico no Paraná. Uma das mais importantes é a Igreja de São Josafat, tombada como patrimônio cultural do Paraná, no ano de 1979, portanto, já há 44 anos. A igreja, que é matriz das igrejas ucranianas do Brasil, possui, em seu interior, excelente conjunto de artes sacras, inclusive finíssimo trabalho em madeira, no qual se destaca a famosa iconóstase, isto é, a coleção de ícones, representando a vida de Nossa Senhora e dos apóstolos. O púlpito em forma de nave representa a barca de Pedro, ornada de bordados ucranianos, uma rede de pesca com peixes de madeira e, nos mastros, as cores da Ucrânia.
A colonização ucraniana proporciona a Prudentópolis e demais municípios da região diversas festividades típicas da cultura ucraniana, com destaque ao Grupo Folclórico Vesselka e à Noite Ucraniana. São diversas as manifestações culturais presentes na música, dança, culinária, artesanato, arquitetura, festividades, religiosidade, literatura e idioma. Vale destacar que a língua ucraniana foi preservada nessas comunidades por meio de instituições educacionais e igrejas.
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O Município de Prudentópolis foi o primeiro no Brasil a reconhecer por lei o idioma ucraniano como co-oficial, tornando-se oficialmente a segunda língua local, ao lado da língua portuguesa.
Ante o exposto, a criação e instalação do Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia é essencial para estreitarmos os laços entre os Poderes Legislativos dos dois países, mediante a realização de congressos, seminários, conferências, estudos e encontros de natureza política, social, tecnológica, científica, ambiental, cultural, educacional, econômica e financeira, indispensáveis à análise, à compreensão, ao encaminhamento e à solução de problemas, particularmente os vividos no momento presente pela Ucrânia, visando ao desenvolvimento das relações bilaterais entre Parlamentos de ambos os países.
Então, eu quero saudar com uma salva de palmas a criação do Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia. (Palmas.)
Eu passo, em primeiro lugar, a palavra ao Senador Oriovisto Guimarães, também do Paraná e membro do grupo parlamentar.
O SR. ORIOVISTO GUIMARÃES (PODEMOS - PR) - Eu quero saudar embaixadores, representantes de embaixadas de outros países aqui presentes, os demais Senadores, o representante de negócios da Ucrânia, que está aqui conosco, e dizer da minha felicidade de fazer parte desse grupo porque, na verdade, na minha vida, na vida do Flávio e acho que na vida de todos os paranaenses que viveram em Curitiba, temos muitos amigos ucranianos.
Eu me lembro dos tempos de faculdade, de Vitório Sorotiuk, quem não leu ou não estudou Helena Kolody? Então, de certa forma, eles fazem parte de nossas vidas, marcaram todos nós. E temos ainda lá muitos que têm parentes com quem se correspondem, que nos contam dos problemas, das dificuldades que estão passando naquele país que sofre uma invasão bárbara por uma força desproporcional. A história é a história de um povo sofrido, mas orgulhoso e inteligente.
Nós tivemos oportunidade de aprovar aqui no Senado o Dia do Holodomor, que também é uma história incrível da Ucrânia, de uma perseguição absurda. Isso foi reconhecido oficialmente pelo Brasil como um genocídio de pessoas que morreram de fome propositalmente, impedido aquele povo por ocasião... quando isso ocorreu.
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Então, acho que, para nós, do Paraná, é a coisa mais natural do mundo ser solidário aos ucranianos, pelos amigos, pelos laços, por tudo o que os descendentes de ucranianos e ucranianos nos deram no Estado do Paraná.
Acompanho sempre os noticiários, vejo sempre as coisas que estão acontecendo, como todos nós, e fico muito feliz de ver que toda Europa e a maioria mesmo do mundo civilizado claramente está apoiando a Ucrânia, que está sendo invadida.
Da minha parte, como da parte de todos os Senadores paranaenses, nós tudo faremos para que este grupo continue, para que essa solidariedade entre os dois países aumente e para que possamos, dentro das nossas possibilidades, ajudar esse povo que, mais uma vez, está sendo vítima de uma invasão absurda.
Cumprimento todos que estão aqui presentes e faço votos que de este grupo, Flávio, na sua Presidência, aumente bastante. Eu sei que vários outros Senadores têm a mesma simpatia que nós temos pela causa, e vamos trabalhar para que esse relacionamento entre os Parlamentares do Brasil e da Ucrânia se fortaleça cada vez mais.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Tenho absoluta convicção de que este grupo vai ser muito atuante e bem numeroso também. Muitos Senadores e Senadoras já demonstraram a intenção de aderir ao grupo. O Senador Oriovisto mencionou o nome do Vitório Sorotiuk, que é uma pessoa que nos ajudou muito na organização desse evento também. É uma pessoa que a gente conhece também, como as pessoas dizem, a vida toda. Mencionou também a poetisa paranaense, orgulho de todos nós, do Paraná, Helena Kolody. Ela, em 2013, foi festejada por todas as escolas do Paraná, cerca de 2 mil escolas de todas as regiões, porque estaria completando, em 2013, cem anos se estivesse viva. Ela é de um dos municípios que eu mencionei, Cruz Machado. Inclusive, foi feita uma Caravana da Poesia Helena Kolody, justamente para divulgar o nome dela, a obra dela. Nas ilhas do Paraná, nas comunidades quilombolas, indígenas, todas as pessoas falavam de Helena Kolody, ucraniana também.
Então, neste momento, eu passo, com prazer, a palavra ao encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia, com quem já nos encontramos diversas vezes aqui, no Senado Federal, e vamos nos encontrar muito certamente, Tkach Anatoliy, ou o contrário: Anatoliy Tkach.
O SR. TKACH ANATOLIY - Sr. Senador Flávio Arns, muito obrigado. Sr. Senador Oriovisto Guimarães, obrigado pela sua presença. Também queria agradecer a presença das representantes da Senadora Mara Gabrilli, que é uma amiga da Ucrânia, como eu poderia dizer. Prezados Srs. Embaixadores, de Malta, Sr. John Aquilina; da Irlanda, Sr. Seán Hoy; o encarregado de negócios da Polônia, Maciej Brodowicz; representantes do corpo diplomático, prezados senhores e senhoras, é um imenso prazer estar, hoje, presente na instalação do Grupo Brasil-Ucrânia, no Senado Federal.
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Estou completamente seguro de que o trabalho e as atividades deste grupo estreitarão, ainda mais, as relações bilaterais entre a Ucrânia e o Brasil e o diálogo com o grupo de relações interparlamentares do Verkhovna Rada da Ucrânia.
Como o Sr. Senador mencionou, as relações entre o Brasil e a Ucrânia já têm uma história de mais de 125 anos, graças à presença de uma comunidade ucraniana de 600 mil pessoas no Brasil, das quais 400 mil estão no Estado do Paraná.
Estou convencido de que existem muitas perspectivas de cooperação e de diálogo interparlamentar. Sobre as questões mais importantes para os dois países, eu quero mencionar a educação, a proteção dos direitos humanos, a proteção dos direitos das crianças e das mulheres, a proteção do meio ambiente, a proteção da democracia e, claro, a cooperação econômica. Também acredito que um tema importante será o fim da guerra que a Rússia começou contra a Ucrânia.
Todos esses temas ficam ainda mais importantes neste momento delicado que a Ucrânia está atravessando. Eu tenho absoluta certeza de que estão no foco de conversas nos grupos de cooperação parlamentar no Brasil e na Ucrânia.
Os ucranianos nunca escolheram a guerra. Nossas tropas não se envolveram em anexação ou pilhagem de recursos de outros países. A Ucrânia continua a defender a sua soberania e o seu povo de um colonizador estrangeiro.
Por isso, a questão dos direitos humanos é muito importante, já que, diante dos fracassos militares do exército russo, a Rússia está realizando um terror contra a população civil. Neste momento, estão sendo investigados quase 90 mil crimes de guerra e crimes de agressão cometidos pelas forças invasoras.
Segundo dados do Unicef, mais de 500 crianças ucranianas morreram e quase mil crianças ficaram feridas, mas os números podem ser ainda maiores.
Ainda neste momento, a Rússia está realizando a maior operação de sequestro de crianças do mundo na história moderna. A Rússia está tentando, literalmente, roubar o futuro da Ucrânia.
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Aproximadamente 19,5 mil crianças estão atualmente detidas na Rússia depois de serem deportadas à força da Ucrânia. Muitas foram entregues ilegalmente a famílias russas para adoção; e outras, enviadas para os campos de reeducação. Algumas dessas crianças se tornaram vítimas do tráfico de crianças e também da violência sexual. De acordo com a Convenção de Genocídio de 1948, uma das definições do genocídio é transferência forçada de crianças de um grupo nacional para outro, com a intenção de apagar a identidade e destruir o grupo nacional.
Também outro grupo muito vulnerável nas condições da invasão da grande escola da Ucrânia pela Rússia são as pessoas com deficiência. No meio do ano passado, eu estava presente na cidade de Caxias do Sul, nas Surdolimpíadas, e eu conversei com o Presidente do Comitê Paralímpico da Ucrânia. Ele me disse: "Sabe qual é o problema das pessoas surdas? Elas não podem ouvir o alarme aéreo, a chegada de um drone e um míssil. Elas morrem em silêncio".
Ultimamente a Rússia aumentou os seus ataques com drones contra cidades pacíficas ucranianas. Em 26 de maio, quatro pessoas morreram e 32 ficaram feridas como resultado de ataque contra um hospital na cidade de Dnipro. A Rússia também aumentou significativamente os ataques contra outras cidades e também contra a capital ucraniana, a cidade de Kiev. O seu número passou de alguns em semanas para alguns em um dia, o que está acontecendo agora.
Também a questão de cooperação econômica é muito importante, porque o Estado tem que funcionar e, para funcionar, tem que funcionar a economia do país.
Nesse contexto também devo mencionar um outro desafio que estamos enfrentando, que é a reconstrução da Ucrânia. Segundo a avaliação do Governo da Ucrânia, grupo do Banco Mundial, Comissão Europeia e ONU, estima-se que o custo de reconstrução vai ser de mais de US$400 bilhões. A Ucrânia já está começando a se reconstruir, sem esperar o fim da guerra. O programa de recuperação da Ucrânia será o maior projeto de reconstrução desde o fim da Segunda Guerra Mundial.
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Outra questão importante que eu devo mencionar e que eu estou seguro que estará sendo conversada entre os grupos parlamentares será o restabelecimento de paz. Nenhum outro país, como a Ucrânia, deseja a paz - nenhum outro país mais do que a Ucrânia -, mas sabemos que a paz deve ser justa e duradoura. Para isso, o Presidente do Ucrânia ofereceu a fórmula de paz de dez pontos. A Ucrânia convida a todos os países a participar na implementação da fórmula da paz. Os itens dessa fórmula, ou seja, esses dez pontos, foram apoiados pelas resoluções da Assembleia Geral da ONU e estão em conformidade total com o direito internacional e a Carta da ONU.
Sumarizando aquilo que disse, eu também queria mencionar que, se agora estamos enfrentando o genocídio russo contra a Ucrânia, esse ato foi reconhecido, como mencionou o Senador Oriovisto Guimarães, como genocídio pelo Senado Federal no ano passado, e atualmente está na Câmara dos Deputados.
Precisamos reconhecer e lembrar esses fatos, para que não voltem a acontecer nunca mais.
Então, terminando, eu queria sumarizar que acredito que os grupos parlamentares têm muito trabalho para fazer, de debates e de troca de opiniões e de experiências.
Gostaria de parabenizar o Senador Flávio Arns por ser eleito o Presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Ucrânia, no Senado Federal; e parabenizar a todos os integrantes do grupo e os presentes por prestigiarem este evento.
Obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Eu quero destacar que a pauta trazida pelo Tkach Anatoliy é uma pauta importante, extensa e que vai envolver os esforços dos dois países, da comunidade internacional, na busca da construção da paz, que é o que se deseja - e, como foi dito, paz justa e duradoura, não é? Então isso é muito importante.
Quero também destacar que já está, de alguma forma, entabulado o fato de o Presidente do Congresso Nacional do Brasil, o Senador Rodrigo Pacheco, fazer uma videoconferência com o Presidente do Parlamento da Ucrânia. Isso já foi, inclusive, discutido com o Presidente Rodrigo Pacheco, e a assessoria internacional da Presidência vai articular isso para que, em seguida, possamos já fazer uma reunião do Grupo Parlamentar da Ucrânia junto com o grupo Parlamentar do Brasil, para aproximarmos os grupos e trabalharmos em função da colaboração de uma pauta que seja comum a eles.
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Então, é muito importante toda a informação que foi trazida. E, nos nossos encontros, inclusive, já era de conhecimento a preocupação da embaixada, mas que passa a ser preocupação e objetivo do grupo parlamentar também. Então, que bom.
Em seguida, deixo a palavra livre para que os Srs. Embaixadores e os representantes de embaixadas, caso desejem, possam se manifestar também, rapidamente, sobre o grupo parlamentar criado.
Então, eu indago se o Sr. Embaixador da Irlanda...
Pois não, é uma alegria. Já estive em Cork também e lá visitei muitas iniciativas na área da educação da pessoa com deficiência, dentro de um organismo chamado Inclusion International.
Seja, novamente, muito bem-vindo.
O SR. SEÁN HOY - Obrigado, Senador Flávio e Senador Oriovisto Guimarães também e, especialmente meu amigo Anatoliy, encarregado de negócios da Ucrânia.
Eu não preparei algumas palavras, mas eu quero aqui trazer três pontos simples. Hoje, em Kiev, nossa embaixada está aberta. A Irlanda está trabalhando com o Governo da Ucrânia, dia a dia, durante essa guerra terrível.
O segundo ponto: temos muitos refugiados da Ucrânia em nosso país. Em cada comté, em Cork também, em cada aldeia, temos pessoas da Ucrânia. E nossas portas estão abertas.
E, finalmente, amigo Anatoliy, nós estamos sempre com vocês.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Agradeço ao Sr. Embaixador da Irlanda.
Em primeiro lugar, quero dizer da alegria de recebê-lo no Congresso Nacional. E, também, obrigado pelas palavras. Que possamos, em conjunto, buscar caminhos para a Ucrânia, mas para a humanidade toda, porque o objetivo grande é construirmos a paz globalmente e, em particular, na Ucrânia.
Muito bem. Não sei se o Embaixador de Malta gostaria também de se pronunciar.
John Aquilina, seja bem-vindo, welcome.
O SR. JOHN AQUILINA (Tradução por profissional habilitado.) - Muito obrigada. Desculpe por não falar em português, como meus colegas.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Ajudando a traduzir um pouco, ele agradece muito e pede desculpas por não estar falando em português como os colegas.
O SR. JOHN AQUILINA (Tradução por profissional habilitado.) - Desejei estar aqui hoje por três motivos. O primeiro, para dar meu apoio ao encarregado de negócios da Ucrânia, Anatoliy Tkach, porque sei o quanto pode ser difícil como diplomata, a menos que se tenha o forte apoio de seus colegas diplomatas.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Então, em primeiro lugar, ele gostaria de destacar três aspectos, mas, em primeiro lugar também, destacar a importância de receber o apoio diplomático dos colegas.
Até o Oriovisto pode me auxiliar também. (Risos.)
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É só não colocar a frase muito longa, para a gente se lembrar.
O SR. JOHN AQUILINA (Tradução por profissional habilitado.) - E quero que Anatoliy, em seu retorno, conte ao seu povo sobre o forte apoio das nações em razão de seu sofrimento duradouro.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Ele está mostrando aí a questão do povo sofrendo e com tantas dificuldades, também com lesões e problemas de saúde.
O SR. JOHN AQUILINA (Tradução por profissional habilitado.) - Meu segundo motivo é estender minhas congratulações aos senadores brasileiros que formaram este grupo, e especialmente ao senhor, Senador Flávio, e também ao Senador Oriovisto, por sua liderança. Eu ouvi os seus discursos, e pude entender através de meu tradutor aqui, acerca do grande número de pessoas de origem ucraniana que vivem no Paraná, e também ouvi acerca de suas preocupações em razão das agressões brutais que estão ocorrendo lá. E sei que não é fácil, como um representante do governo, ser enviado para fazer uma declaração, como fizeram, mas parabenizo ambos e todos os seus colegas no Senado por fazerem isso em solidariedade à Ucrânia.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Em segundo lugar, o Sr. Embaixador de Malta gostaria de parabenizar o Senado Federal e os Senadores componentes do grupo e demais componentes pela inciativa de criar o grupo parlamentar e pela solidariedade demonstrada ao povo da Ucrânia, lembrando particularmente a fala do Senador Oriovisto em relação à lembrança de tantas coisas e particularmente do Paraná, com toda a colonização que acontece.
O SR. ORIOVISTO GUIMARÃES (PODEMOS - PR) - Só para complementar, Flávio, para que todos saibam, ele disse que entendeu tudo o que nós falamos, porque ele tem um tradutor no celular, então ele sabe muito bem o que nós falamos.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - É verdade. Que bom!
O SR. JOHN AQUILINA (Tradução por profissional habilitado.) - E meu último motivo é fazer minha própria declaração em nome do povo de Malta aqui no Brasil, no sentido de que a agressão brutal, a agressão brutal e desmotivada não será tolerada pelos povos livres em qualquer lugar do mundo, e especialmente pelo povo de Malta. Somos uma pequena nação insular. Ao longo dos séculos, houve tentativas de nos invadir também. Nós resistimos a essas invasões, especialmente em 1565, uma invasão otomana, e durante três anos de bombardeios constantes na II Guerra Mundial, sofremos bastante como nação, entendemos o sofrimento do povo ucraniano e a situação que atravessam. Eles não criaram esse problema para si mesmos, o problema foi criado por outros e nos colocamos aqui para fazer esta declaração de que a força não é um direito, e que só porque alguém é grande e poderoso, ele não tem o direito de intimidar as pessoas e torná-las submissas ao que esse alguém quer. Obrigada. (Palmas.)
O SR. ORIOVISTO GUIMARÃES (PODEMOS - PR) - Acho que todo mundo já entendeu. Ele fez uma fala um pouco longa - Flávio, peço que você me complete -, mas em essência o que ele disse é que o país dele, Malta, é um país que também, durante a Segunda Guerra Mundial, sofreu por três anos, se não me engano, bombardeios, e que ele entende muito bem o sofrimento do povo ucraniano e, por isso, empresta toda a solidariedade à Ucrânia.
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O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Muito obrigado, bem-vindo sempre. E é também uma saudação ao povo de Malta aqui no Brasil, o que é muito importante. Que bom.
Passo, em seguida, a palavra ao senhor representante da Embaixada da Suécia.
O SR. STEN ENGDAHL (Fora do microfone.) - Muito obrigado, Senador Flávio Arns.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Eu acho que tem que ainda...
O SR. STEN ENGDAHL - Agora o.k.
Muito obrigado ao Senador Flávio Arns e ao Senador Oriovisto Guimarães. É notório que acho encarregado de negócios da Ucrânia.
Em nome da Embaixada da Suécia, eu gostaria de parabenizar o grupo parlamentar para criar amizade entre Brasil e Ucrânia. Primeiro, eu gostaria de reiterar as palavras do Embaixador da Irlanda sobre a ajuda bilateral para a Ucrânia.
A Suécia também é um parceiro muito, muito envolvido nesta cooperação diretamente com a Ucrânia. Estamos sempre prontos para ajudar e continuar a reforçar este trabalho, que é muito, muito importante.
Segundo, por experiência própria, referindo-me ao grupo de amizade entre a Suécia e o Brasil, sei quão importantes são esses grupos e gostaria de desejar boa sorte em seu trabalho bilateral.
Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Agradeço ao Sr. Conselheiro de Missão Adjunto Sten Engdahl, da Embaixada da Suécia. Vocês gostariam também de usar... Os senhores representantes das Embaixadas dos Estados Unidos e da Polônia.
O SR. JOSH RUBIN (Tradução por profissional habilitado.) - Obrigado, Senadores. Eu também... preparado a palavra e por isso vai também na fala em inglês.Quero dizer o quanto estou contente em estar aqui neste dia importante, quando os senhores estão lançando o grupo de amizade Brasil-Ucrânia.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Eu quero dizer que estou muito feliz de estar aqui com vocês hoje, nesse momento da criação do grupo.
O SR. JOSH RUBIN (Tradução por profissional habilitado.) - Como ouvimos hoje, há vários laços fortes entre os seus dois países.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Há relações muito fortes entre os países...
O SR. JOSH RUBIN (Tradução por profissional habilitado.) - Há laços familiares, econômicos, culturais, muitos laços que os unem.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - ... sob muitos pontos de vista: familiares, econômicos, culturais, de vários pontos de vista.
O SR. JOSH RUBIN (Tradução por profissional habilitado.) - Por isso, é tão importante ter uma organização como esta, que possa ser o alicerce desses fundamentos.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Isso significa a importância de termos um grupo desses e construímos, a partir desse entendimento.
O SR. JOSH RUBIN (Tradução por profissional habilitado.) - A cooperação entre o Brasil e a Ucrânia será positiva, em benefício de ambos os países.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - A criação de um grupo será de grande benefício para ambos os países. Ele não tem dúvida.
O SR. JOSH RUBIN (Tradução por profissional habilitado.) - Como sabemos, quando falamos sobre o que está acontecendo na Ucrânia atualmente, a única solução possível deve incluir a voz do povo Ucrânia.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - E ainda mais pensando no que está acontecendo no país da Ucrânia neste momento, tem que haver a participação da voz do povo da Ucrânia.
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O SR. JOSH RUBIN (Tradução por profissional habilitado.) - E esta organização pode ter um papel importante neste tocante, e espero ansioso ouvir sobre seu trabalho nos próximos anos.
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Então, este Grupo Parlamentar pode, assim, criar um trabalho muito bom nesses anos que virão pela frente.
O SR. JOSH RUBIN - E, porque eu falo um pouco em português e um pouco em ucraniano, eu quero falar parabéns por este grande dia e vitayu z tsym dnem. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - O.k.! Muito bem.
Agradeço também ao senhor que representa a Embaixada dos Estados Unidos.
Passo agora a palavra ao Sr. Maciej Bartosz Brodwicz - se estiver errado, depois você me corrija -, que é o Encarregado de Negócios da Embaixada da Polônia. Aliás, até já nos encontramos na exposição aqui, no Senado, que teve a coordenação da Senadora Mara Gabrilli. É um prazer revê-lo.
O SR. MACIEJ BARTOSZ BRODWICZ - Exatamente.
Boa tarde a todos!
Parabéns! Parabéns! É um importante momento.
Eu só quero dizer que a Polônia e os poloneses estão sempre ao lado da Ucrânia e do povo ucraniano. Isto é a coisa mais importante: sempre com a Ucrânia. Como vizinhos, sabemos da situação e estamos, de todo o coração, com a Ucrânia.
Obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Flávio Arns. PSB - PR) - Muito bom!
Quero também destacar a presença do Sr. Vitor Sion, que é Assessor de Imprensa e Comunicação da Embaixada da Finlândia no Brasil, que está também nos acompanhando.
Muito bem! Então, agradeço a presença especialmente do Anatoliy e quero dizer da alegria de recebê-lo novamente aqui, no Senado Federal. Agradeço a presença dos Srs. Embaixadores, bem como dos encarregados de negócios e representantes das embaixadas aqui presentes; à assessoria da Senadora Mara; aos demais Senadores que fazem parte deste grupo oficialmente. A lista está em aberto. Um abraço, sempre muito especial, ao colega Senador do Paraná Oriovisto Guimarães. Ao Vitorio Sorotiuk, que nos ajudou tanto, um agradecimento muito especial.
Quero deixar um abraço aos 600 mil ucranianos e descendentes de ucranianos no Brasil, particularmente às famílias e pessoas ucranianas no Paraná, ao mesmo tempo em que saúdo todo o povo ucraniano, porque esse é um esforço de união parlamentar entre os dois países, e tenho absoluta convicção de que muitos bons resultados podem ser obtidos pelo diálogo, pelo entendimento, pela abertura entre pessoas de boa vontade. E que isso possa conduzir a aspectos muito bons para as pessoas, para os seres humanos, que são a riqueza que tem que ser preservada.
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Com um povo sofrendo tanto lá e vindo, inclusive, para o Brasil e tendo que receber o apoio aqui e em outros países também, como já foi mencionado aqui, nos países europeus também, que este grupo possa colaborar de maneira significativa para a construção de uma nova realidade, realidade de paz, de respeito, de solidariedade entre dois povos, duas nações, mas em uma situação em que o mundo inteiro está envolvido e discutindo o que vem acontecendo na Ucrânia.
Anatoliy, seja sempre muito bem-vindo, assim como os Srs. Embaixadores, os encarregados de negócios e os representantes da mesma forma. Vamos em frente.
Agradeço.
Tendo cumprido a missão de instalação do grupo, declaro encerrada a presente reunião.
Obrigado. (Palmas.)
(Iniciada às 14 horas e 17 minutos, a reunião é encerrada às 15 horas e 05 minutos.)