O SR. LOURIVAL BAPTISTA (PFL - SE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, registro com satisfação um fato importante no cenário da cultura brasileira. 

    O Conselho de Cultura da Bahia, durante uma de suas reuniões, aprovou, por unanimidade, a indicação do insigne escritor Jorge Amado como candidato ao Prêmio Nobel de Literatura, a maior distinção existente no mundo para premiar as pessoas de maior talento que tenham se distinguido nas diversas áreas do conhecimento e da atuação em benefício da humanidade.

    Já existe, há algum tempo, a expectativa de concessão do Prêmio nobel de Literatura a este brilhante escritor baiano, que tanto tem contribuído, com os seus livros, para uma melhor compreensão sociológica e política da realidade social e cultural do Nordeste, do povo humilde e carente, suas histórias, crendices, alegrias e sofrimentos.

    A produção literária de Jorge Amado, com muitos livros já traduzidos em várias línguas, é preciosa e admirável, tornando-o um dos autores mais lidos dos últimos anos, e tendo alguns livros seus inspirado a produção de outras obras no teatro, cinema e televisão.

    Ninguém já escreveu tanto sobre a Bahia e a cultura nordestina, no gênero literário a que se dedicou, do que Jorge Amado, um fiel intérprete da alma e dos sentimentos do povo.

    Várias vezes já falei sobre ele neste Plenário, Sr. Presidente, nas ocasiões em que foi contemplado com premiações significativas do mundo intelectual, no Brasil e no exterior, por ocasião dos seus 80 anos e, desta vez, para me congratular com o Conselho de Cultura da Bahia e manifestar a minha grande expectativa de que, finalmente, seja conferido ao nosso renomado escritor o justo prêmio a que vem fazendo jus, como uma das maiores expressões da intelectualidade brasileira e intérprete dos sentimentos do homem e da humanidade, a alma, a crença e a luta do povo e de cada um pela sobrevivência.

    Nascido na Bahia, Jorge Amado, de quem sou amigo desde os tempos de Colégio, morou algum tempo em Sergipe onde viviam os seus ancestrais e muitos parentes, principalmente em Estância e Itaporanga, daí a presença marcante de personagens, locais e fatos de cultura sergipana em seus romances.

    Desta tribuna do Senado, mais uma vez, associando-me aos propósitos do Conselho de Cultura da Bahia, envio os meus cumprimentos e as minhas confabulações ao prezado e querido escritor Jorge Amado e solicito a transcrição com o meu pronunciamento da nota publicada no jornal A Tarde, edição de 10-2-94.