O SR. LOURIVAL BAPTISTA (PFL-SE. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no dia 23 de março do corrente ano, em Salvador, foi inaugurado, com um acervo de mil peças, todas de autoria de um mesmo artista, o Parque de Esculturas Mário Cravo, situado na parte principal da orla marítima de Salvador, ocupando uma área de cinco mil metros quadrados. É o único no Brasil e na América-Latina, desta dimensão, reunindo obras de um único artista.

     Considerado um dos mais importantes escultores brasileiros da atualidade, Mário Cravo Júnior, detentor de vários prêmios nacionais e estrangeiros, estudou em Nova Iorque e em Berlim e fez exposições dos seus trabalhos em várias partes do mundo, transmitindo, através de suas esculturas, grande parte feita com aproveitamento de sucatas de vários materiais, nas formas que apresenta, a linguagem de sua apurada sensibilidade, em que revela a influência das vertentes da atualidade e muitas afinidades com a religiosidade dos barrocos brasileiros.

     Sr. Presidente, fico muito feliz com o sucesso desse consagrado escultor, hoje com 72 anos, mas que eu conheci ainda jovem em Alagoinhas, na Bahia, onde vivi a minha mocidade, cursando a escola primária, e depois em Salvador, no curso secundário, e como estudante de medicina na tradicional Faculdade de Medicina da Bahia. Ele, filho do empresário e ex-Prefeito de Alagoinhas, Mário da Silva Cravo, grande amigo do meu saudoso pai, e de D. Marina Jorge Cravo, filha do Almirante Amynthas Jorge.

     Freqüentava muito a sua casa, tanto em Alagoinhas quanto em Salvador, e muitas vezes fazia refeições, íntimo que era de seus filhos - Marito, Rosinha, Cravinho e Dalinha -, companheiros de mocidade.

     Foi a ele, Mário Cravo, pai desse festejado artista, que confiei a missão de, em meu nome, cumprindo uma delicada formalidade da época, pedir ao meu futuro sogro, João Marinho Falcão, a mão de sua filha Hildete, minha saudosa esposa.

     Portanto, Sr. Presidente, esse importante evento cultural ocorrido na Bahia, com a inauguração no dia 23 de março último do Parque de Esculturas Mário Cravo, filho daquele velho amigo de mesmo nome, além de motivar o meu entusiasmo pelo sucesso e renome de um grande baiano do seleto mundo das artes, me transporta também ao mundo de minha sensibilidade, onde o vejo, ainda muito jovem, em casa do velho amigo Mário Cravo, seu pai, um homem de admirável caráter e virtude. Ele, posteriormente, transferindo-se para Salvador, lá continuei freqüentando a sua casa, com a mesma intimidade com que o fazia em Alagoinhas, amigo e companheiro que era de seus filhos.

     Finalizando, Sr. Presidente, peço a transcrição, com o meu pronunciamento, da notícia publicada na Folha de S. Paulo, edição de 1º de abril de 1994, intitulada "Cravo fala sobre seu Parque de Esculturas".

     Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.