SR. LOURIVAL BAPTISTA (PFL - SE. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, estava em Aracaju quando soube do inesperado falecimento, em Brasília, do eminente sergipano Armando Leite Rollemberg, um velho amigo que ocupou, com inexcedível correção, cargos de relevância na vida pública de Sergipe e na política nacional.

     Em 1946, foi eleito Deputado Estadual em Sergipe, onde também fui eleito para a Assembléia Legislativa do Estado, e, durante esse mandato, comecei a admirá-lo pelas suas qualidades de parlamentar e cidadão, admiração que se prolongou por toda a sua vida.

     Muito atuante, foi reeleito em 1951 para a Assembléia Legislativa, e, em 1954, foi eleito para a Câmara Federal, onde permaneceu até 1963, quando renunciou para tomar posse, como Ministro, no Tribunal Federal de Recursos, hoje Superior Tribunal de Justiça, onde exerceu suas atividades por quase 28 anos, até se aposentar.

     Advogado, militou por muito tempo no foro de Aracaju, foi professor e um dos fundadores da Faculdade de Direito de Sergipe, foi Chefe de Polícia do Estado, cargo hoje equivalente a Secretário de Segurança Pública, onde deu uma tônica pessoal aos aspectos relacionados com os direitos humanos.

     Armando Leite Rollemberg foi um exemplo de cidadão e homem público, tendo honrado e dignificado todos os cargos que exerceu, como Secretário de Estado, Deputado Estadual, Deputado Federal e Ministro, contribuindo, com a sua integridade, postura, inteligência e hábil atuação para o aperfeiçoamento da política, do Direito, da Justiça, e também para elevar o nome do seu Estado.

     Fiquei muito sentido com o seu desaparecimento, porque tendo-lhe muita estima e admiração, fruto de muitos anos de convivência na vida pública, ele também era muito afeiçoado ao meu saudoso genro, Ministro Geraldo Sobral, seu colega no Tribunal Federal de Recursos e no Superior Tribunal de Justiça.

     Filho de uma das famílias mais ilustres e tradicionais de Sergipe, onde pontificaram muitos políticos importantes e de projeção nacional, nascido no Município de Japaratuba, onde seu avô foi titular do Império, casado com Dona Tereza Sobral Rollemberg, igualmente de importante família sergipana, pai de quinze filhos, sendo quatorze vivos, e avô de uns trinta netos, o Ministro Armando Leite Rollemberg deixa também uma infinidade de amigos e admiradores, inclusive em Brasília, onde residia há 34 anos, tendo participado do ato de inauguração da nova Capital quando para cá viemos, como deputados federais. Era possuidor de uma extensa e valiosa folha de serviços prestados a Sergipe, ao Brasil e à posteridade, um exemplo dignificante de vida e trabalho como cidadão e homem público, tendo servido com inexcedível seriedade e honradez ao Direito, à Justiça, às grandes e nobres causas da política, à sociedade, a Sergipe e ao nosso País.

     Desta tribuna do Senado gostaria de enviar as minhas sentidas condolências a Dona Tereza Sobral Rollemberg, a seus filhos e demais familiares, associando-me a todas as homenagens póstumas que lhe forem prestadas, em Brasília e em Sergipe, visando enaltecer a sua vida e dignificar a sua memória, como ele bem o merece, pelo exemplo de homem justo e íntegro que foi.

     Finalizando, Sr. Presidente, peço a transcrição, com o meu pronunciamento, das seguintes notícias publicadas na imprensa sobre o evento: "Emoção marca o enterro do Ministro do Superior Tribunal de Justiça", Correio Braziliense, edição de 23 de abril de 1994; "Armando Rollemberg, um ilustre sergipano", de autoria do jornalista Osmário Santos, Jornal da Cidade, edição de 23 de abril de 1994, Aracaju; "Armando Rollemberg", Gazeta de Sergipe, edições de 24 e 25 de abril de 1994; e “Rollemberg, meu pai”, de autoria do conceituado jornalista Armando Sobral Rollemberg, publicado no Correio Braziliense, edição de 25 de abril de 1994.