Discurso no Senado Federal

HOMENAGEM POSTUMA AO POLITICO MINEIRO EDISON BRANDÃO GUIMARÃES.

Autor
Junia Marise (PDT - Partido Democrático Trabalhista/MG)
Nome completo: Júnia Marise Azeredo Coutinho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • HOMENAGEM POSTUMA AO POLITICO MINEIRO EDISON BRANDÃO GUIMARÃES.
Aparteantes
Arlindo Porto.
Publicação
Publicação no DCN2 de 22/03/1995 - Página 3429
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, EDISON BRANDÃO GUIMARÃES, PREFEITO, MUNICIPIO, JANAUBA (MG), ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), LIDERANÇA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DEMOCRATICO TRABALHISTA (PDT).

A SRª JÚNIA MARISE (PDT-MG. Como Líder, pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, renovam-se, ainda, em todo o nosso Estado, as homenagens que vêm sendo merecidamente tributadas à memória de Edilson Brandão Guimarães, Prefeito Municipal de Janaúba e reverenciada liderança política de Minas Gerais.

Administrando município reconhecidamente pobre, porfiando dia após dia com incontornáveis dificuldades orçamentárias, mesmo assim, mercê de inexcedível dedicação à causa pública, realizou admirável gestão administrativa, sobretudo nas áreas da Educação e da Saúde, alvos principais de seus muitos projetos e numerosas realizações.

Edilson Brandão, avesso à notoriedade, nem por isso deixou de integrar o quadro de expoentes do Partido Democrático Trabalhista - PDT. Escolhera a vida pública como quem troca uma existência amena pela de sacrifícios, pela batalha incessante contra a miséria de sua gente e o atraso de uma região reconhecidamente pobre e assolada pela miséria permanente.

Edilson Brandão Guimarães nasceu em vinte e sete de abril de 1933, na cidade de Abre Campos, na Zona da Mata, fixando-se, ainda muito jovem, no norte de Minas. Cedo, revelou-se destacada liderança no meio rural, vindo a presidir a Cooperativa do Vale do Gorutuba - COVAG - e assumindo, mais tarde, o Executivo do segundo maior município do norte de Minas.

Prefeito de Janaúba, edificou muitas obras, lutando para ver implantando o curso superior de Agronomia, ministrado pela Universidade Estadual de Montes Claros, para transformar o município num pólo de tecnologia agrícola.

Edilson Brandão, desde o exercício da chefia do Sindicato Rural de Janaúba, obteve o apoio necessário à criação da Escola Agrotécnica Federal, implantando-a, já como Prefeito, após a liberação das verbas autorizadas pelo Ministério da Educação.

Promoveu a construção da Avenida Prefeito Flamarion Wanderley e de pelos menos cinco estabelecimentos escolares de níveis primário e médio, reformando também a rede de assistência médico-social. Criou a Agência Transufional e o Laboratório de Prótese. Deu início à construção do Hospital Regional, com uma capacidade de cinqüenta leitos e previsão para outros cento e vinte, quando possível a ampliação.

Edilson Brandão Guimarães enxergava na terra seca e improdutiva um solo de atraente beleza, produzindo muitos alimentos, vendo no norte mineiro a "Califórnia Brasileira", que pontilhava todos os seus sonhos.

Confrontado com o quadro crítico de sua saúde, debilitada em dez anos de invencível enfermidade, que poderia inviabilizar a luta pelo surgimento da "Califórnia Brasileira", cantada apaixonadamente, revelou notável força de espírito, resumindo-a na sentença de que "o homem que sonha não morre."

Aos sessenta e um anos de idade e a despeito de sua enorme resistência física e vontade de viver, por mais de uma vez teve de se afastar da Prefeitura, submetendo-se a repetidos internamentos hospitalares.

As cerimônias celebradas com a presença de inumerável legião de amigos, parentes e anônimos cidadãos ocuparam o Centro Cultural Marly Sarney, de Janaúba, prosseguindo na sede da Associação dos Municípios da Área Mineira da SUDENE - AMAMS, em Montes Claros, de onde o corpo foi levado para o sepultamento no Cemitério do Bonfim.

Em todos esses dolorosos instantes, o querido líder sindical e político recebeu testemunhos de solidariedade, o pranto do povo, a consternação da família, a tristeza que a todos alcançou e não vai embora. Ao seu lado, sempre, a presença da mulher, Maria Aparecida Figueiredo, e dos filhos Edilson Brandão Júnior, Evana, Simone, Raquel e Elbe Brandão - esta Deputada Estadual, jovem e atuante quadro do nosso Partido na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

O cenário político mineiro, sem a presença apaixonada de Edilson Brandão, sem a sua forte determinação, o modo sincero e franco que em todos os momentos revestiam a sua luta pelos interesses da região e de Minas Gerais, por certo perdeu suas cores e está definitivamente mais pobre.

Assim, Sr. Presidente, consignamos nos Anais do Senado da República a nossa homenagem à memória de Edilson Brandão Guimarães, o testemunho dos que aqui ficaram presos a um sentimento irreparável de perda, amenizado apenas pela admiração de seus exemplos e pela exaltação continuada de sua existência, profícua de ensinamentos, generosa de dádivas, plena de realizações.

O Sr. Arlindo Porto - V. Exª me permite um aparte, nobre Senadora Júnia Marise?

A SRª JÚNIA MARISE - Ouço com prazer o aparte de V. Exª.

O Sr. Arlindo Porto - Senadora Júnia Marise, neste momento, gostaria de solidarizar-me com a homenagem que é prestada por V. Exª a Edilson Brandão: esposo, pai e um amigo. Sem dúvida, Edilson Brandão dedicou sua vida ao norte de Minas Gerais, uma região cheia de distorções, com as águas do São Francisco, mas com escassez de água em algumas áreas do Estado. Ele soube, como líder classista, defender aqueles que, sem dúvida, queriam e querem o desenvolvimento do norte de Minas. Ele soube, como prefeito, dedicar sua vida em prol dos menos favorecidos. Ele soube ser um grande homem, um grande mineiro, um grande brasileiro. Se perdemos Edilson Brandão, ganhamos sua fé, sua esperança e sua vontade de trabalhar. Apresento minha solidariedade à homenagem que hoje é prestada ao nosso grande Líder e grande amigo.

A SRª JÚNIA MARISE - Incorporo com muito prazer à nossa homenagem - que solicitamos seja transcrita nos Anais desta Casa - as palavras de V. Exª, que conheceu de perto a atuação, o trabalho, a generosidade, a dedicação do Prefeito Edilson Brandão à frente do segundo maior município do norte de Minas Gerais e sobretudo sua luta em defesa daquela região sempre assolada pela seca, pela fome e pela miséria.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

A SRª JÚNIA MARISE (PDT-MG. Como Líder, pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, renovam-se, ainda, em todo o nosso Estado, as homenagens que vêm sendo merecidamente tributadas à memória de Edilson Brandão Guimarães, Prefeito Municipal de Janaúba e reverenciada liderança política de Minas Gerais.

Administrando município reconhecidamente pobre, porfiando dia após dia com incontornáveis dificuldades orçamentárias, mesmo assim, mercê de inexcedível dedicação à causa pública, realizou admirável gestão administrativa, sobretudo nas áreas da Educação e da Saúde, alvos principais de seus muitos projetos e numerosas realizações.

Edilson Brandão, avesso à notoriedade, nem por isso deixou de integrar o quadro de expoentes do Partido Democrático Trabalhista - PDT. Escolhera a vida pública como quem troca uma existência amena pela de sacrifícios, pela batalha incessante contra a miséria de sua gente e o atraso de uma região reconhecidamente pobre e assolada pela miséria permanente.

Edilson Brandão Guimarães nasceu em vinte e sete de abril de 1933, na cidade de Abre Campos, na Zona da Mata, fixando-se, ainda muito jovem, no norte de Minas. Cedo, revelou-se destacada liderança no meio rural, vindo a presidir a Cooperativa do Vale do Gorutuba - COVAG - e assumindo, mais tarde, o Executivo do segundo maior município do norte de Minas.

Prefeito de Janaúba, edificou muitas obras, lutando para ver implantando o curso superior de Agronomia, ministrado pela Universidade Estadual de Montes Claros, para transformar o município num pólo de tecnologia agrícola.

Edilson Brandão, desde o exercício da chefia do Sindicato Rural de Janaúba, obteve o apoio necessário à criação da Escola Agrotécnica Federal, implantando-a, já como Prefeito, após a liberação das verbas autorizadas pelo Ministério da Educação.

Promoveu a construção da Avenida Prefeito Flamarion Wanderley e de pelos menos cinco estabelecimentos escolares de níveis primário e médio, reformando também a rede de assistência médico-social. Criou a Agência Transufional e o Laboratório de Prótese. Deu início à construção do Hospital Regional, com uma capacidade de cinqüenta leitos e previsão para outros cento e vinte, quando possível a ampliação.

Edilson Brandão Guimarães enxergava na terra seca e improdutiva um solo de atraente beleza, produzindo muitos alimentos, vendo no norte mineiro a "Califórnia Brasileira", que pontilhava todos os seus sonhos.

Confrontado com o quadro crítico de sua saúde, debilitada em dez anos de invencível enfermidade, que poderia inviabilizar a luta pelo surgimento da "Califórnia Brasileira", cantada apaixonadamente, revelou notável força de espírito, resumindo-a na sentença de que "o homem que sonha não morre."

Aos sessenta e um anos de idade e a despeito de sua enorme resistência física e vontade de viver, por mais de uma vez teve de se afastar da Prefeitura, submetendo-se a repetidos internamentos hospitalares.

As cerimônias celebradas com a presença de inumerável legião de amigos, parentes e anônimos cidadãos ocuparam o Centro Cultural Marly Sarney, de Janaúba, prosseguindo na sede da Associação dos Municípios da Área Mineira da SUDENE - AMAMS, em Montes Claros, de onde o corpo foi levado para o sepultamento no Cemitério do Bonfim.

Em todos esses dolorosos instantes, o querido líder sindical e político recebeu testemunhos de solidariedade, o pranto do povo, a consternação da família, a tristeza que a todos alcançou e não vai embora. Ao seu lado, sempre, a presença da mulher, Maria Aparecida Figueiredo, e dos filhos Edilson Brandão Júnior, Evana, Simone, Raquel e Elbe Brandão - esta Deputada Estadual, jovem e atuante quadro do nosso Partido na Assembléia Legislativa de Minas Gerais.

O cenário político mineiro, sem a presença apaixonada de Edilson Brandão, sem a sua forte determinação, o modo sincero e franco que em todos os momentos revestiam a sua luta pelos interesses da região e de Minas Gerais, por certo perdeu suas cores e está definitivamente mais pobre.

Assim, Sr. Presidente, consignamos nos Anais do Senado da República a nossa homenagem à memória de Edilson Brandão Guimarães, o testemunho dos que aqui ficaram presos a um sentimento irreparável de perda, amenizado apenas pela admiração de seus exemplos e pela exaltação continuada de sua existência, profícua de ensinamentos, generosa de dádivas, plena de realizações.

O Sr. Arlindo Porto - V. Exª me permite um aparte, nobre Senadora Júnia Marise?

A SRª JÚNIA MARISE - Ouço com prazer o aparte de V. Exª.

O Sr. Arlindo Porto - Senadora Júnia Marise, neste momento, gostaria de solidarizar-me com a homenagem que é prestada por V. Exª a Edilson Brandão: esposo, pai e um amigo. Sem dúvida, Edilson Brandão dedicou sua vida ao norte de Minas Gerais, uma região cheia de distorções, com as águas do São Francisco, mas com escassez de água em algumas áreas do Estado. Ele soube, como líder classista, defender aqueles que, sem dúvida, queriam e querem o desenvolvimento do norte de Minas. Ele soube, como prefeito, dedicar sua vida em prol dos menos favorecidos. Ele soube ser um grande homem, um grande mineiro, um grande brasileiro. Se perdemos Edilson Brandão, ganhamos sua fé, sua esperança e sua vontade de trabalhar. Apresento minha solidariedade à homenagem que hoje é prestada ao nosso grande Líder e grande amigo.

A SRª JÚNIA MARISE - Incorporo com muito prazer à nossa homenagem - que solicitamos seja transcrita nos Anais desta Casa - as palavras de V. Exª, que conheceu de perto a atuação, o trabalho, a generosidade, a dedicação do Prefeito Edilson Brandão à frente do segundo maior município do norte de Minas Gerais e sobretudo sua luta em defesa daquela região sempre assolada pela seca, pela fome e pela miséria.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 22/03/1995 - Página 3429