O SR. BERNARDO CABRAL (PP-AM. Para uma comunicação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, desejo apenas registrar o que foi a visita, ao longo dos últimos três dias, do Presidente da República e de alguns Senadores e Deputados Federais ligados à área, não apenas pelo que se viu em termos de investimento nas áreas de energia e transporte - a construção da BR-174, que ligará Manaus a Boa Vista, a ampliação da refinaria de Manaus, de 12 mil barris diários para 40 mil barris.

Sr. Presidente, sobre o que era uma velha aspiração das lideranças indígenas e extrativistas, o Presidente da República - leio palavras suas - declarou: "O que for legítimo do índio tem que ser demarcado e será demarcado com tranqüilidade e firmeza".

Ali, após a reunião em Carajás com os novos Governadores, foi divulgada a Carta da Amazônia. O que é mais digno de registro é que esses novos Governadores deram sinais de que estão substituindo as reivindicações isoladas e as tentativas de desenvolvimento a qualquer preço, mesmo que predatório, por uma ação conjunta comum, com a preocupação de terem também uma política de conservação do meio ambiente.

Já não era sem tempo, Sr. Presidente, aquela região que foi palco apenas para historiadores que nunca ali foram, que redigem e produzem suas obras, compilando o que alguns autores da área o fazem muito bem, já não era sem tempo, repito, que tivéssemos que acabar com a lenda do chamado "Inferno Verde".

Sr. Presidente, V. Exª que é um homem dado às letras, membro da nossa Academia Brasileira de Letras, sabe tanto ou mais do que qualquer um de nós que a região da Amazônia tem sido, ao longo do tempo, apenas mera contempladora daqueles que vêem suas riquezas, mas que teimam em não deixar que ela prospere.

Os Srs. Senadores, Deputados Federais e Governadores que lá estiveram, unidos, entenderam que agora é a hora, mais do que nunca, de se integrar a Amazônia, para não termos de entregá-la.

Era essa a comunicação, Sr. Presidente.