Discurso no Senado Federal

APLAUSO A DECISÃO DO PRESIDENTE DA CAIXA ECONOMICA FEDERAL DE MANTER AS SUAS SUPERINTENDENCIAS REGIONAIS.

Autor
Mauro Miranda (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Mauro Miranda Soares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
BANCOS.:
  • APLAUSO A DECISÃO DO PRESIDENTE DA CAIXA ECONOMICA FEDERAL DE MANTER AS SUAS SUPERINTENDENCIAS REGIONAIS.
Publicação
Publicação no DCN2 de 27/04/1995 - Página 6334
Assunto
Outros > BANCOS.
Indexação
  • ELOGIO, DECISÃO, SERGIO CUTOLO, PRESIDENTE, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), MANUTENÇÃO, SUPERINTENDENCIA REGIONAL, RESPEITO, AUTONOMIA, ESTADOS.

O SR. MAURO MIRANDA (PMDB-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna para registrar a vitória do bom-senso na decisão do Presidente da Caixa Econômica Federal de manter as superintendências regionais na reforma administrativa que está empreendendo naquela instituição. O esforço de modernização, para tornar mais ágeis os canais entre a Caixa e seus usuários, e para dotá-la de simplificações que reduzam seus custos administrativos, é uma iniciativa que atende às atuais realidades do setor público, merecendo por isso os aplausos de toda a Nação. Mas há uma questão de medida que recomenda cautela. Experiências recentes têm demonstrado, como ocorreu no governo Collor, que as reformas radicais traumatizam e comprometem definitivamente o funcionamento dos órgãos públicos, desmotivando gerações sucessivas de servidores. É como o remédio que mata, em vez de curar.

Na sua rápida e ascendente carreira como servidor do Estado, o jovem Presidente Sérgio Cutolo é merecedor do respeito e da admiração dos que têm acompanhado a sua trajetória. Buscar soluções rápidas, através de atalhos, é uma característica natural e positiva dos homens práticos e idealistas, mas a atividade pública exige que a esses requisitos seja acrescentada alguma vocação para a tolerância e a sensibilidade política, sem quebra dos compromissos permanentes com a causa pública. São condicionamentos que só o tempo e a experiencia ensinam, através da moderação e do diálogo que enriquecem a sabedoria individual a cada dia. Ao ceder na sua postura inicial, o Dr. Cutolo não recuou de suas idéias. Apenas submeteu o particular ao coletivo, e não tardará a descobrir que sua humildade o tornou um pouco maior do que é.

De minha parte, repilo qualquer versão que atribua aos políticos a vitória do fisiologismo sobre as boas intenções da reforma da CEF, mediante pressões. As boas intenções continuam intocadas na sua essência, e estamos todos dispostos a apoiá-las. É importante que os fatos sejam vistos sem a ótica egoísta e unilateral do preconceito. Havia uma tendência muito forte no sentido de eliminar as superintendências estaduais, em benefício de uma estrutura centralizada por regiões. Creio até que a disputa política pelo comando das diretorias regionais não seria saudável para a administração da Caixa, alimentado competições entre os Estados. O Brasil e o Presidente Fernando Henrique Cardoso vivem um instante em que a união é imprescindível. Os efeitos negativos dessa disputa política comprometeria a gestão democrática da Caixa na programação de recursos para os seus objetivos sociais. A Caixa Econômica Federal tem uma tradição de muitas décadas como banco social que atua independentemente de interesses, e essa história não poderia ser destruída por uma decisão que não levasse em conta todas essas ponderações. Vencida essa etapa, a instituição manterá, com o nosso apoio, a sua busca de eficiência e o enxugamento de sua máquina administrativa, para melhorar a sua agilidade e aplicar mais eficientemente os seus recursos. No momento, o fundamental é que foi respeitada a autonomia de cada Estado na gestão descentralizada da Caixa, e o meu Estado, Goiás, só pode aplaudir a revisão que se processou. Todos, inclusive o Presidente da Caixa Econômica Federal, saíram fortalecidos do episódio, que acaba por se transformar num bom exemplo de vitória do diálogo.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 27/04/1995 - Página 6334