Discurso no Senado Federal

SATISFAÇÃO DE S.EXA. POR TER HOMENAGEADO, EM NOME DO SENADO FEDERAL, NO ULTIMO DIA 8, OS HEROIS DA FORÇA EXPEDICIONARIA BRASILEIRA-FEB, QUE COMBATERAM NA II GUERRA MUNDIAL.

Autor
Romeu Tuma (PL - Partido Liberal/SP)
Nome completo: Romeu Tuma
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • SATISFAÇÃO DE S.EXA. POR TER HOMENAGEADO, EM NOME DO SENADO FEDERAL, NO ULTIMO DIA 8, OS HEROIS DA FORÇA EXPEDICIONARIA BRASILEIRA-FEB, QUE COMBATERAM NA II GUERRA MUNDIAL.
Publicação
Publicação no DCN2 de 11/05/1995 - Página 8056
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • COMENTARIO, IMPORTANCIA, HOMENAGEM, AUTORIA, ORADOR, PARTICIPAÇÃO, FORÇA EXPEDICIONARIA BRASILEIRA (FEB), SEGUNDA GUERRA MUNDIAL, OPORTUNIDADE, REALIZAÇÃO, SESSÃO ESPECIAL, SENADO, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, VITORIA, FORÇAS ALIADAS.
  • ADITAMENTO, TRECHO, DISCURSO, AUTORIA, ORADOR, REFERENCIA, PARTICIPAÇÃO, LIDERANÇA, WINSTON CHURCHILL, EX-CHEFE, PAIS ESTRANGEIRO, GRÃ-BRETANHA, SEGUNDA GUERRA MUNDIAL.

O SR. ROMEU TUMA (PL-SP. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, dia 8 do corrente mês, tive a honra de homenagear, em nome do Senado Federal, os nossos heróis que combateram na II Guerra Mundial, assim como todos aqueles que lutaram ou tombaram ante o terror nazifascista, em defesa da liberdade e da paz entre os povos. Nosso Plenário engalanou-se com a presença de Ministros de Estado, entre os quais se encontravam o General Benedito Onofre Bezerra Leonel, digníssimo Ministro-Chefe do Estado Maior das Forças Armadas; o Professor Francisco Correa Weffort, ilustríssimo Ministro da Cultura, os Drs. Clóvis de Barros Carvalho e Eduardo Jorge Caldas Pereira, mui dignos Chefe da Casa Civil e Secretário-Geral da Presidência da República.

Aqui compareceram, igualmente, os embaixadores de nações atingidas por aquele conflito, bem como oficiais, suboficiais e praças de nossas Forças Armadas e ex-combatentes da gloriosa FEB, encabeçados pelo General Darcy Lázaro, digníssimo Presidente da Associação dos Ex-combatentes do Brasil. Quero agradecer-lhes de público por terem acorrido ao Senado Federal e, assim, prestigiado esta Câmara Alta. Felicito e agradeço, ainda, nosso Presidente, o ilustre Senador José Sarney, por sua direção firme e suas palavras, que sintetizaram os sentimentos dos que aqui estavam e garantiram o êxito da solenidade.

Realizávamos, então, a sessão especial comemorativa do 50º aniversário do Dia da Vitória.

A empolgação ficou visível nos apartes dos nobres Senadores José Roberto Arruda e Bernardo Cabral, da mesma forma que na fala do ilustre Senador Iris Rezende e foi tanta que, no dia seguinte, através de amável carta, Sua Excelência o Senhor Alexandre Vayenás, digníssimo Embaixador da Grécia no Brasil, voltou ao assunto para destacar merecidamente o decisivo desempenho da resistência do seu país na derrocada do III Reich.

Faço minhas as palavras de Sua Excelência, quando, referindo-se aos rigores do inverno russo como fator importante na derrota das tropas de Hitler em solo da antiga União Soviética, escreveu literalmente.

"Isso aconteceu realmente, do mesmo modo que aconteceu na época de Napoleão. Os alemães foram obrigados a repetir o erro de Napoleão, retardando a operação "Barbarossa", por causa da resistência da Grécia, principalmente na Ilha de Creta. A guerra contra a Grécia durou 7 meses. Durante 5 meses (de outubro de 1940 a abril de 1941), Mussolini sofria uma derrota na Albânia, os gregos chegando a ocupar 1/3 desse país. Hitler, então, foi obrigado a intervir, invadindo a Iuguslávia e a Grécia. Com a ajuda dos ingleses, os gregos resistiram aos alemães até junho de 1941, quando foi ocupada a Ilha de Creta. Esse atraso, e o decorrente adiamento por um mês da invasão alemã à Rússia reverteu o curso da História e contribuiu à vitória final dos aliados, pois, favorecidos pelas condições climáticas adversas, os russos repeliram finalmente a investida alemã. A importância do papel que desempenhou a Grécia para a solução daquele confronto mundial, ao atrasar os alemães, foi reconhecida também pelo então Ministro de Negócios Estrangeiros da Grã-Bretanha, Anthony Eden. Em seu discurso, pronunciado frente ao Clube Britânico Imperial de Londres, em 24 de setembro de 1942, ele disse textualmente: "A Grécia reverteu a ordem cronológica dos planos do Quartel General Alemão, ocasionando uma mudança radical em suas campanhas e talvez em todo o curso da guerra".

As palavras do digníssimo Embaixador da Grécia reforçam também, indiretamente, o papel desempenhado pela resistência popular da Iuguslávia, cujo povo, embora subjugado pela bestialidade nazi-fascista, manteve-se aguerrido e, rebelando-se contra a tirania, também obrigou Hitler a manter ou desviar grandes efetivos para o território ocupado da mesma forma que o destemor grego, a coragem iuguslava contribuiu, assim, para atrasar a invasão da então URSS e modificar o curso da História.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, sinto-me ainda emocionado pela lembrança dos feitos heróicos de nossos pracinhas, nossos aviadores e nossos marinheiros naquele conflito, o mais trágico da História da humanidade. Essa mesma emoção levou-me, inadvertidamente, após o oportuno e brilhante aparte do ilustre Senador Bernardo Cabral, a omitir trecho do meu pronunciamento, justamente aquele relativo a um dos maiores estadistas da História, ou seja, Sir Winston Churchil. Com sua liderança, a Inglaterra acolheu e alimentou, sob o castigo dos bombardeios aéreos incessantes, governos e comandos no exílio, encabeçando assim a guerra de desgaste nos países ocupados, isto é, a resistência. O solo inglês manteve-se como a base perfeita para os ataques ao continente e para o desembarque das forças aliadas, nas quais se encontravam os veteranos de Dunquerque.

Era o que precisava comunicar às Senhoras e aos Senhores.

Viva a liberdade e viva a paz entre os homens!

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 11/05/1995 - Página 8056