Discurso no Senado Federal

AUMENTO DAS TARIFAS DE AGUA ANUNCIADO PELO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL.

Autor
Valmir Campelo (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/DF)
Nome completo: Antônio Valmir Campelo Bezerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF).:
  • AUMENTO DAS TARIFAS DE AGUA ANUNCIADO PELO GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL.
Publicação
Publicação no DCN2 de 03/06/1995 - Página 9420
Assunto
Outros > GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF).
Indexação
  • CRITICA, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), AUMENTO, TARIFAS, AGUA, DISTRITO FEDERAL (DF), RESPONSABILIDADE, COMPANHIA DE AGUAS E ESGOTOS DE BRASILIA (CAESB).
  • CRITICA, ADMINISTRAÇÃO, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), CRISTOVAM BUARQUE, GOVERNADOR, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), DESCUMPRIMENTO, PROMESSA, PERIODO, CAMPANHA ELEITORAL, RELAÇÃO, ALTERAÇÃO, FORMA, GOVERNO, DISTRITO FEDERAL (DF).

O SR VALMIR CAMPELO (PTB-DF.) - Sr. Presidente, Srs. Senadores,

A CRIATIVIDADE POR ÁGUA ABAIXO

O Governo do Distrito Federal anuncia hoje um aumento médio de 35,21% nas tarifas de água. Segundo matéria publicada ontem no Correio Braziliense, os grandes consumidores terão reajuste maior, da ordem de 64,65% para os que utilizam mais de 100 mil litros de água mensalmente.

A Companhia de Água e Esgotos de Brasília alega que opera com déficit mensal de R$ 3,3 milhões, além de encontrar-se impossibilitada de promover a manutenção e ampliação do Sistema, devido à falta de financiamentos.

Em que pesem os argumentos apresentados, o aumento das tarifas de água no Distrito Federal constitui exemplo inequívoco da resistência à mudança, à adaptação aos novos tempos, por parte de nossas empresas estatais.

É lamentável que enquanto o setor privado busca modernizar-se, ampliando a eficiência e reduzindo despesas, o monopólio estatal permaneça preso a modelos equivocados de administração, preservando a nefasta tradição de desperdício, comodismo e serviços insatisfatórios.

Vivemos uma realidade no setor público que dispensa comentários: crise financeira profunda, perspectiva de quebra dos monopólios e necessidade imperiosa de racionalização.

Não parece ser essa, no entanto, a percepção dos executivos petistas do Distrito Federal. Trata-se com os vícios de sempre questões que hoje reclamam essencialmente criatividade. Se a CAESB vem operando no vermelho, a solução é aumentar as tarifas, como se não houvessem outras alternativas. Mas, todos sabemos que existem.

O Governador Cristovan Buarque tem reiteradamente criticado as práticas do seu antecessor, mas não temos visto as "mudanças" tão propaladas no período de campanha eleitoral. Não se cogitou que a CAESB deveria reduzir gastos, aumentar a produtividade e adotar outras práticas mais modernas para eliminar o déficit e promover investimentos. Recorreu-se, sem pudor, à majoração pura e simples das tarifas, reeditando-se a mentalidade estatal que parece ser tão cara ao PT.

A Brasília da "mudança" precisa se conscientizar de que a racionalização é um imperativo, que a necessidade de mudança de atitude e de mentalidade nas estatais é inadiável e que a criatividade - tão rara - não pode ser lançada por água abaixo.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 03/06/1995 - Página 9420