Discurso no Senado Federal

COMPARECIMENTO DE S.EXA A REUNIÃO COM O PRESIDENTE DO IBAMA, SR. RAUL JUNGMANN.

Autor
Marina Silva (PT - Partido dos Trabalhadores/AC)
Nome completo: Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA AGRICOLA.:
  • COMPARECIMENTO DE S.EXA A REUNIÃO COM O PRESIDENTE DO IBAMA, SR. RAUL JUNGMANN.
Publicação
Publicação no DCN2 de 15/06/1995 - Página 10373
Assunto
Outros > POLITICA AGRICOLA.
Indexação
  • COMENTARIO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, AUDIENCIA, RAUL JUNGMANN, PRESIDENTE, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), DISCUSSÃO, PROBLEMA, REGIÃO AMAZONICA, NECESSIDADE, POLITICA DE PREÇOS, BORRACHA NATURAL, MELHORIA, SITUAÇÃO, SERINGUEIRO, SUGESTÃO, REALIZAÇÃO, REUNIÃO, REPRESENTANTE, SETOR, BORRACHA, ENTIDADES SINDICAIS, AMBITO REGIONAL.
  • DEFESA, OPORTUNIDADE, BUSCA, ALTERNATIVA, BORRACHA NATURAL, VIABILIDADE, RETORNO, INTEGRAÇÃO, ECONOMIA, REGIÃO AMAZONICA.

A Srª MARINA SILVA (PT-AC. Para comunicação inadiável. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, tive uma audiência hoje pela manhã com o Dr. Raul Jungmann, Presidente do IBAMA, a quem manifestei algumas preocupações que tenho com a política para a Amazônia. Tratamos, ainda, dos vários problemas que dizem respeito àquela região. Frisei a necessidade de uma política para a borracha, porque hoje uma das mazelas que vem causando grandes prejuízos sociais àquela população, principalmente aos seringueiros, é a ausência de uma política correta para a borracha.

O Presidente do IBAMA manifestou o desejo de colaborar naquilo que estiver ao alcance da instituição, o que me motivou a enviar um fax a S. Sª, sugerindo-lhe que faça nos dias 7, 8 e 9 de julho reuniões de trabalho com os responsáveis pela setor da borracha e as entidades representativas dos seringueiros.

Minha sugestão é baseada numa reunião de trabalho que tivemos com a presidência do BASA, a qual deu origem a um documento que hoje está sendo implementado naquele órgão, no sentido de ampliar o número dos beneficiados por esse fundo constitucional. Enviei o documento ao Dr. Raul Jungmann e espero que brevemente seja realizada uma reunião de trabalho no Estado do Acre, com a participação de autoridades dos Estados que lidam com o problema da borracha e dos representantes dos trabalhadores.

Enviei também um documento ao Sr. Milton Dallari, Secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, porque tomei conhecimento de que S. Sª terá um encontro com o Presidente do IBAMA, no qual será discutida a política de preço para a borracha. Saliento nesse documento a necessidade de reajuste para os preços da borracha nativa, o que não ocorre há mais de um ano e está levando os seringueiros a morrerem de fome. Enquanto um quilo de borracha é vendido por R$0,70, uma lata de leite em pó custa R$3,50, portanto, o equivalente a 5kg de borracha. Considerando que um seringueiro bastante aplicado produz apenas 500kg de borracha/ano, é fácil calcular quantas latas de leite ele poderia comprar com o dinheiro que ganha durante um ano de muito trabalho e muito esforço.

Acabei, também, de enviar um fax sugerindo a urgência de uma política de preço para a borracha, mediante o conhecimento que obtive de que o IBAMA estará levando uma proposta de reajuste. Faço questão de fazer este registro, porque tenho trabalhado exaustivamente no sentido de buscarmos uma alternativa para a borracha nativa; acredito ser este o momento oportuno na medida em que a Malásia não está mais querendo fornecer apenas a matéria-prima, inclusive estão querendo trabalhar os artefatos de borracha, portanto, agregando o valor a sua matéria-prima. Mais do que nunca, existe a oportunidade de a borracha nativa voltar a ser parte integrante da nossa economia regional com muita força.

Era o que tinha a dizer. Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DCN2 de 15/06/1995 - Página 10373