Discurso durante a 188ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

REUNIÃO COM O PRESIDENTE DA CAIXA ECONOMICA FEDERAL, SOBRE EMPRESTIMOS A SEREM FEITOS AOS ESTADOS ENDIVIDADOS.

Autor
Ernandes Amorim (S/PARTIDO - Sem Partido/RO)
Nome completo: Ernandes Santos Amorim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.:
  • REUNIÃO COM O PRESIDENTE DA CAIXA ECONOMICA FEDERAL, SOBRE EMPRESTIMOS A SEREM FEITOS AOS ESTADOS ENDIVIDADOS.
Publicação
Publicação no DSF de 10/11/1995 - Página 2700
Assunto
Outros > ESTADO DE RONDONIA (RO), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • COMENTARIO, REUNIÃO, ORADOR, SERGIO CUTOLO, PRESIDENTE, CAIXA ECONOMICA FEDERAL (CEF), OBJETIVO, LIBERAÇÃO, RECURSOS FINANCEIROS, GOVERNO FEDERAL, SOLUÇÃO, DIVIDA, ESTADOS.
  • APREENSÃO, ORADOR, ENCAMINHAMENTO, EMPRESTIMO, ESTADO DE RONDONIA (RO), POSSIBILIDADE, DESVIO, APLICAÇÃO, VERBA, MOTIVO, IRREGULARIDADE, ADMINISTRAÇÃO, GOVERNADOR.

            O SR. ERNANDES AMORIM ( - RO. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero trazer ao conhecimento desta Casa que, na tarde de hoje, tivemos uma reunião com o Presidente da Caixa Econômica, Dr. Sérgio Cutolo, em que discutimos, principalmente, a questão dos empréstimos a serem feitos aos Estados endividados.

            Na ocasião, abordamos o Presidente da Caixa sobre o problema desses recursos, que são oriundos do nosso povo, que paga juros altos, que paga prestações caras pela compra de imóveis; havendo atraso no pagamento, os juros e as multas são altas; e o Governo Federal diz que emprestará dinheiro aos Estados com problemas a 6% ao ano.

            A nossa preocupação em relação a esses empréstimos não é outra senão a de que, ao serem encaminhados aos Estados, esses recursos sejam vinculados a determinados pagamentos, como, por exemplo, da folha de pagamentos ou das dívidas do Estado.

            Faço essas explicações, porque dizem, no meu Estado, que nós, em Brasília, queremos atrapalhar o encaminhamento de recursos para Rondônia. Mas quero lembrar a V. Exªs que a Veja da semana passada publicou uma matéria que dizia: "Ladrões de galinha", e, na mesma página, via-se a fotografia do Governador.

            Preocupa-me que esses recursos sejam enviados para o Estado de Rondônia de qualquer jeito, sem que se saiba previamente a sua aplicação, porque, em nove ou dez meses de governo, Sr. Presidente, o atual Governador praticamente faliu aquele Estado: quando o recebeu, a folha de pagamento estava com o atraso de dez dias; hoje o Estado está um ou dois meses atrasado em seus pagamentos.

            O Governador daquele Estado utiliza o dinheiro para pagar empreiteiras que prestaram serviços para dois ou três governos anteriores. As informações são de que esse dinheiro é dividido meio a meio.

            Sabe-se que o Governo tomou dinheiro no BAMERINDUS, a juros de 10%, para pagar empreiteiras o valor de R$10,7 milhões e deixou de remunerar os seus funcionários.

            Agora, no mês de outubro, o Governador do Estado tomou o numerário do Estado e o encaminhou ao Prefeito da Capital para pagar resíduos de obras realizadas há oito anos, da ordem de R$19,7 milhões.

            O Governo do Estado de Rondônia recebeu da FAE R$3 milhões e cometeu o maior escândalo da história, que a Veja comenta. Trata-se da história da compra superfaturada do frango, que não existe. Enquanto o Presidente afirma em público que o frango custa R$1,00 o quilo, o Governador de Rondônia comprou por R$3,25. Também o quilo de peixe que custa R$1,10, na nossa Região, é adquirido pelo Governador por R$5,80.

            Ainda há os escândalos do ovo, do pão, da carne e o da área da Educação que envolve a merenda escolar das crianças, que estão em torno de R$3 milhões.

            Então, Sr. Presidente, mostrei ao Presidente da Caixa que estamos procurando recursos para encaminhar Rondônia; aprovamos qualquer quantia, mas com o objetivo de que ela seja encaminhada daqui, endereçada corretamente.

            Estamos pedindo uma audiência com o Presidente da República para que tenhamos uma atenção especial no encaminhamento desse recurso, até porque esse dinheiro é do povo, é meu, é da Nação, dos miseráveis que compraram suas casinhas nos programas habitacionais e levam esse dinheiro aos cofres da Caixa Econômica.

            Procurei saber do Presidente Sérgio Cutolo quem seria o avalista desse dinheiro. S. Exª me informou que seria o Ministro. Perguntei qual seria o critério para o Ministro avalizar e fiquei boquiaberto quando S. Exª não explicou. Isso é preocupante.

            Mas gostaria de dizer que fui muito bem recebido pelo Presidente da Caixa Econômica Federal e que logo mais estarei fazendo um pronunciamento, quando explicarei melhor esse assunto.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 10/11/1995 - Página 2700