Pronunciamento de Francelino Pereira em 26/10/1995
Discurso no Senado Federal
REGOZIJO PELO PROTOCOLO FIRMADO ENTRE O GOVERNO DE MINAS GERAIS, O BANCO DO NORDESTE, A EMBRAPA E O SETOR PRIVADO, REPRESENTADO PELAS FEDERAÇÕES DA INDUSTRIA E DA AGRICULTURA, NO INTENTO DE RECUPERAR A ECONOMIA ALGODOEIRA DO NORTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
- Autor
- Francelino Pereira (PFL - Partido da Frente Liberal/MG)
- Nome completo: Francelino Pereira dos Santos
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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POLITICA AGRICOLA.:
- REGOZIJO PELO PROTOCOLO FIRMADO ENTRE O GOVERNO DE MINAS GERAIS, O BANCO DO NORDESTE, A EMBRAPA E O SETOR PRIVADO, REPRESENTADO PELAS FEDERAÇÕES DA INDUSTRIA E DA AGRICULTURA, NO INTENTO DE RECUPERAR A ECONOMIA ALGODOEIRA DO NORTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
- Publicação
- Publicação no DSF de 27/10/1995 - Página 1844
- Assunto
- Outros > POLITICA AGRICOLA.
- Indexação
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- COMENTARIO, IMPORTANCIA, ESTABELECIMENTO, CONVENIO, SECRETARIA, AGRICULTURA, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/A (BNB), FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA, INDUSTRIA, OBJETIVO, RECUPERAÇÃO, ECONOMIA, ALGODÃO, REGIÃO.
- EXPECTATIVA, PRODUTOR, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), LIBERAÇÃO, FINANCIAMENTO, SUBSIDIOS, OBJETIVO, INCENTIVO, LAVOURA, ALGODÃO, SUINOCULTURA, ATIVIDADE PECUARIA.
O SR. FRANCELINO PEREIRA (PFL-MG. Pronuncia o seguinte discurso) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, um passo importante foi dado para a recuperação da economia algodoeira de Minas Gerais, especialmente do Norte do Estado.
Refiro-me ao protocolo que acaba de ser firmado entre o Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura, o Banco do Nordeste, a Embrapa e o setor privado, representado pelas Federações da Indústria e da Agricultura.
E esse acerto veio em boa hora, pois a prolongada estiagem agrava o quadro de dificuldades no Norte de Minas Gerais.
As chuvas que normalmente caem na região, na média de 800 a 1.200 milímetros, praticamente desapareceram.
O ano passado choveu 426 milímetros e este ano, até agosto, apenas 383 milímetros.
Até o momento, 12 municípios da região estão em estado de calamidade pública, e outros 34 já decretaram estado de emergência reconhecido pelo Governo do Estado.
Eu mesmo constatei esse quadro em recente viagem à região, em companhia do Ministro da Agricultura, Dr. José Eduardo Vieira, e do Secretário da Agricultura de Minas, Dr. Alysson Paulinelli, quando visitamos as áreas de Jaíba e do Gorutuba.
Daí a importância do protocolo para recuperação da economia algodoeira de Minas Gerais.
Nesse acerto, o Banco do Nordeste entrará com um pacote creditício e a Embrapa com um pacote tecnológico.
A articulação de financiamento adequado com tecnologias de eficiência comprovada possibilitará aos produtores dedicados à cultura do algodão, especialmente no Norte de Minas, a oportunidade de produzir com a segurança indispensável ao êxito do empreendimento.
O Banco do Nordeste atuará através do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE - que concederá financiamentos a produtores rurais com juros subsidiados, prazo de pagamento de 8 anos e 4 de carência.
A Secretaria da Agricultura será o órgão indutor do programa, viabilizando as parcerias para recuperação da cotonicultura.
A Embrapa oferecerá novas técnicas de produção, assim como meios de convivência com a praga do bicudo do algodoeiro, um dos principais fatores da redução da produtividade dessa cultura.
Também será oferecida aos produtores a alternativa da produção do algodão irrigado, para utilização nos projetos existentes na região.
Embora seja importante estimular a lavoura algodoeira, pelo seu valor econômico e sua rusticidade face às dificuldades climáticas, é essencial também incentivar outros setores da economia agropecuária da região.
E o mais significativo: que esse incentivo seja direcionado, prioritariamente, para o pequeno produtor rural, o que mais sofre com as agruras da estiagem.
Nesse sentido, considero oportuno destacar os financiamentos que o Banco do Nordeste vem concedendo às agroindústrias no Norte de Minas, especialmente as que se dedicam ao beneficiamento da mandioca, dela extraindo a farinha e também produzindo ração animal.
Os produtores do Norte de Minas estão na expectativa da liberação, pelo Banco do Nordeste, nos próximos dias, de recursos no montante de 1 milhão e 800 mil reais destinados ao financiamento de projetos agroindustriais, inclusive associados à suinocultura e à pecuária leiteira.
São iniciativas dessa natureza que contribuem para a sustentação econômica do Norte de Minas e estimulam o produtor rural a lutar dentro de seu próprio pedaço de terra, ao invés de engrossar o êxodo rural em direção às cidades.
Mas é preciso mais, Sr. Presidente.
A situação de emergência, provocada pela seca que se prolonga, exige ações igualmente emergenciais.
Felizmente, os pequenos e miniprodutores rurais dos 50 municípios da área mineira da Sudene estão recebendo crédito especial de emergência através do FNE.
Estão sendo financiados projetos hídricos individuais e de formação de reserva de suporte alimentar numa tentativa de salvar o já reduzido rebanho da região.
Seria importante que esse atendimento de urgência contemplasse também a construção de pequenas barragens para o acúmulo de água durante o período de chuva, repetindo uma experiência que apresentou resultados altamente positivos no semi-árido nordestino.
São ações dessa natureza, de pequeno custo financeiro, mas de grande importância para a sobrevivência das populações do Norte de Minas que devem ser implementadas.
A experiência com o programa de apoio à cotonicultura mostra que também a iniciativa privada é bem-vinda, somando seu esforço ao do setor público, em favor da recuperação econômica do Norte de Minas.
Muito obrigado.