Discurso no Senado Federal

LAMENTANDO A PERDA DA AGILIDADE DO BANCO DO BRASIL, NO ESTADO DE GOIAS, NA CONCESSÃO DE CREDITO AOS AGRICULTORES.

Autor
Mauro Miranda (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/GO)
Nome completo: Mauro Miranda Soares
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
AGRICULTURA. BANCOS.:
  • LAMENTANDO A PERDA DA AGILIDADE DO BANCO DO BRASIL, NO ESTADO DE GOIAS, NA CONCESSÃO DE CREDITO AOS AGRICULTORES.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/1995 - Página 795
Assunto
Outros > AGRICULTURA. BANCOS.
Indexação
  • QUESTIONAMENTO, ATIVIDADE, BANCO DO BRASIL, BUROCRACIA, DEMORA, APROVAÇÃO, FINANCIAMENTO AGRICOLA.
  • NECESSIDADE, IDENTIFICAÇÃO, CORREÇÃO, DESVIO, ATIVIDADE, BANCO DO BRASIL, RESPONSABILIDADE, GOVERNO FEDERAL, DIRIGENTE, BANCOS, SOCIEDADE.
  • SUGESTÃO, PROVIDENCIA, FACILITAÇÃO, AGRICULTOR, OBTENÇÃO, INFORMAÇÃO, FINANCIAMENTO, ESCLARECIMENTOS, PLANTIO.

O SR. MAURO MIRANDA (PMDB-GO. Pronuncia o seguinte discurso.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, venho a esta tribuna para lamentar o novo estilo das relações do Banco do Brasil com os agricultores. Não diria que estou fazendo uma revisão definitiva da imagem de eficiência de nossa principal casa de crédito, mas gostaria de entender o que está acontecendo para justificar tanta burocracia e tanta demora na aprovação dos financiamentos.

Aquele banco ágil, próximo dos agricultores, disposto a dialogar, está desaparecendo. Nunca ouvi tantas queixas, e nunca foram tão escassas as respostas. Sou obrigado a perguntar se este fato só acontece em Goiás, ou se esta é uma tendência de caráter nacional.

O Banco do Brasil tem uma história e uma tradição de parceria com pequenos e grandes empreendedores que acreditam no futuro. Sem o Banco do Brasil, não teríamos o interior pujante e forte de nossas realidades atuais. Seus gerentes são parte ativa das pequenas e das grandes comunidades. Seus financiamentos sustentaram o desenvolvimento brasileiro desde que Dom João VI chegou ao Brasil e decretou a abertura dos portos. Desconheço uma história de sucesso que não tenha o Banco do Brasil como parceiro. Eu me atreveria a dizer que ele é a própria marca do Brasil, por sua solidez, por sua segurança e por sua credibilidade.

Nada justifica a quebra de identidade entre o Banco do Brasil e o cidadão comprometido com a produção. No seu papel de regulador do mercado, de instituição que orienta as formulações estatísticas e as taxas financeiras, é imprescindível o exercício de um comportamento aberto, livre e dinâmico. Assumindo outro estilo, o nosso principal banco oficial perde as características básicas de sua vocação institucional, igualando-se a qualquer banco particular e deixando de justificar a sua existência.

Acredito sinceramente que não é este o objetivo das autoridades econômicas, que devem, por isso, identificar os desvios e corrigi-los, para que o Banco retome plenamente as suas funções no equilíbrio da Economia.

Considero imperioso preservar a imagem das poucas instituições seculares que sobreviveram às crises que se abateram sobre o Brasil nos últimos 30 anos. É uma responsabilidade do Governo, dos dirigentes do Banco e de toda a sociedade. Não quero o Banco do Brasil sendo olhado com medo e desconfiança, mas com o carinho de sempre. O gerente sério e criterioso, mas amigo, não pode e nem deve ser substituído pela nova figura do gerente burocrata, insensível, frio e distante. Esse não é o Banco do Brasil.

Minhas preocupações vão além das preocupações do homem público que recebeu um mandato popular. Falo como o cidadão que desde jovem aprendeu a respeitar o Banco do Brasil como o grande símbolo de nossa economia e como o grande aliado dos progressos individuais e coletivos. Creio que essa constatação, que não é minha, mas de todo o Estado de Goiás, exige uma resposta dos atuais dirigentes do Banco do Brasil.

É imperativo o Banco do Brasil reatar os vínculos de uma convivência saudável e construtiva com o meio rural do meu Estado. Não dá para dissimular o fato de que ocorreu uma mudança para pior. Avanço uma sugestão no sentido de que seja criada uma linha direta de comunicação com os agricultores, do tipo "SOS Agricultura", para permitir a imediata informação sobre financiamentos, épocas de plantio e outras formas de orientação dirigida. Com tantos serviços automatizados já disponíveis no atendimento aos correntistas, a implantação desse novo canal de atendimento teria efeitos positivos na valorização do agricultor como parceiro dos programas de financiamento do Banco do Brasil.

Esta é apenas uma sugestão, mas estou certo de que o Banco do Brasil saberá encontrar outros instrumentos que reconstruam as vias de acesso com o agricultor goiano, hoje inteiramente obstruídas.

Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/1995 - Página 795